Pacientes que foram diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) devem ser classificados em quatro categorias diferentes, com base na atividade cerebral e comportamental de cada indivíduo. Foi este o resultado alcançado por um novo estudo realizado por pesquisadores da Weill Cornwell Medicine, nos Estados Unidos, e publicada no dia 9 de Abril.
Na pesquisa, cientistas usaram o aprendizado de máquina, (Machine Learning), com o intuito de analisar informações de neuroimagens de 299 pacientes com o autismo diagnosticado, e 907 pacientes neuro típicas, sem qualquer transtorno identificado. Nos pacientes autistas, foram encontrados padrões de atividades cerebrais, como comportamentos repetitivos, afeto social e habilidade verbal. Os cientistas evidenciaram que as diferenças cerebrais e de comportamento dos pacientes, podem ser explicados pelas interações proteína-proteína, e diferenças na expressão gênica.
<blockquote class=”twitter-tweet”><p lang=”zxx” dir=”ltr”><a href=”https://t.co/tVmXkNY7Vt”>pic.twitter.com/tVmXkNY7Vt</a></p>— Autismo BR (@autismobr) <a href=”https://twitter.com/autismobr/status/1577987057133260801?ref_src=twsrc%5Etfw”>October 6, 2022</a></blockquote> <script async src=”https://platform.twitter.com/widgets.js” charset=”utf-8″></script>
Simbologia para o grupo de portadores de TEA. Reprodução: Twitter
“Como muitos diagnósticos neuropsiquiátricos, os indivíduos com transtorno do espectro autista experimentam muitos tipos diferentes de dificuldades com interação social, comunicação e comportamentos repetitivos. Os cientistas acreditam que provavelmente existem muitos tipos diferentes de TEA que podem exigir tratamentos diferentes, mas não há consenso sobre como defini-los“, afirmou o coautor da pesquisa Conor Liston.
Com base no sucesso dos experimentos, os cientistas determinaram a possível existência de subgrupos e se as diferenças genéticas possuem relação com eles. Com isso, foi possível identificar quatro grupos distintos.
Dois, dos quatro, grupos possuíam inteligência verbal acima da média. Um dos grupos apresentou um grande déficit com a fala, porém apresenta menos comportamentos repetitivos, enquanto o último grupo apresentou muitos movimentos repetitivos, e dificuldade de comunicação.
A atividade cerebral que transporta a informação visual foi muito acionada no subgrupo com menor habilidade de comunicação social. Estas mesmas atividades foram muito fracas no grupo com movimentos repetitivos.
Os pesquisadores analisaram a quantidade do RNAm para entender o que causava as diferenças registradas, e foi descoberto que muitos eram por conta de genes já ligados ao autismo.
A equipe ainda vai estudar quais são os melhores tratamentos para cada subgrupo.
Foto destaque: Reprodução/Instituto Pensi