Exercícios, música e contato com a natureza reduzem ansiedade em crianças

Michel Antunes Por Michel Antunes
4 min de leitura

Segundo especialistas, atividades como exercícios físicos, ouvir e praticar música e o contato com a natureza, são meios para ajudar na questão da ansiedade e depressão em crianças, sendo mais eficazes até mesmo que procedimentos padrões de tratamento nestes casos.

Durante a infância e a juventude, se possui o maior alcance de eficácia em reproduzir hábitos e por isso este período é essencial para “treinar” crianças e inicia-las em algum curso ou hábito saudável para a mesma. Pode ser um curso de outro idioma, sendo algo padrão em muitos cursos de línguas estrangeiras a indicação de início cedo para as crianças aprenderem um idioma diferente.

Assim como hábitos necessários para a saúde da criança, como escovar os dentes diariamente e acordar cedo. A etapa dita também vem se tornando de alto índice de presença de doenças mentais como ansiedade e depressão. Vem sendo recorrente que especialistas tentem buscar novas formas para auxiliarem em doenças como essas e a prática de exercícios, música e a aproximação com a natureza são maneiras de ajudar na diminuição e melhora para os jovens que sofrem com este problema.


Por que é urgente cuidar da saúde mental das crianças no Brasil

Problemas com saúde mental entre jovens se tornou mais comum nos últimos anos. (Foto: Reprodução/PsicologiaDoBrasil)


Pesquisadores da Universidade de Hong Kong avaliaram cerca de 21 estudos que continham dados de 2.441 participantes. Sendo 47% do sexo masculino e 53%, do feminino, com idade média de 14 anos, concluíram que uma rotina não sedentária está relacionada a reduções relevantes aos sintomas de depressão. Ainda de acordo a meta-análise, a frequência das atividades como três vezes por semana, pode influenciar positivamente o efeito geral do tratamento.

Para o grupo, os resultados, divulgados, neste mês, na revista Jama Pediatrics, mostram que as atividades físicas apresentam sinais promissores de uma abordagem alternativa ao tratamento clínico para a doença. Os autores também fazem questão de enfatizar a necessidade pela procura de novos métodos e caminhos para tratar quadros de ansiedade e depressão, visto as limitações de meios tradicionais como psicoterapia e a farmacoterapia.

“A falta de tempo, o medo da estigmatização, a desconfiança dos pais nos terapeutas e a falta de percepção da necessidade de tratamento podem ser fortes barreiras à psicoterapia infantil. Enquanto isso, efeitos adversos, incluindo distúrbios do sono, desconforto gastrointestinal e até suicídio, foram associados ao uso de antidepressivos em pacientes pediátricos”, dizem os autores.

No texto, o grupo também diz sobre a importância das escolas na saúde mental dos jovens. “A atividade física, principalmente o exercício aeróbico, é adequada para crianças, pois é um componente importante da maioria das atividades esportivas e pode ser facilmente implementada nas aulas de educação física”, indicam.

Também ressaltam outros beneficios da prática como a redução do risco de doenças cardiovasculares, que “é a principal causa de morte em indivíduos com depressão”, e melhora a função executiva, “muito prejudicada em jovens com a doença”.

Psiquiatra da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Roberto Santoro concorda com os resultados. Santoro lembra que não apenas melhorando a condição física dos jovens, a prática de exercícios também gera uma série de alterações no cérebro que melhoram a forma como eles se sentem. “Também proporcionam contato com a natureza, com outras pessoas e uma socialização positiva. Assim, o efeito do exercício físico é multifatorial”, afirma.

Foto Destaque: O contato com a natureza é vital para crianças e adolescentes. Reprodução/Gospel+

Deixe um comentário

Deixe um comentário