Estudo revela que solidão acelera o envelhecimento biológico

Pedro Ramos Por Pedro Ramos
3 min de leitura
Solidão acelera o processo de envelhecimento biológico nas pessoas (Fotografia: Reprodução/Freepik)

A solidão está emergindo como uma preocupação cada vez maior em termos de saúde pública. Vários estudos indicam que ela tem efeitos negativos tanto na saúde física quanto mental, e pode até aumentar o risco de mortalidade. Um estudo recente realizado pela Mayo Clinic reforça essas descobertas, sugerindo que pessoas socialmente isoladas parecem envelhecer biologicamente mais rápido do que sua idade real.

Publicado em março no Journal of the American College of Cardiology: Advances, o estudo destaca a importância dos vínculos sociais para a saúde física e longevidade. Além de acelerar o envelhecimento biológico, a solidão também está associada a um aumento no risco de morte por várias causas.

Para chegar a essas conclusões, os cientistas analisaram o Índice de Rede Social em relação aos resultados de eletrocardiogramas assistidos por inteligência artificial (IA-ECG) de mais de 280 mil adultos que compareceram a consultas ambulatoriais entre junho de 2019 e março de 2022. Os participantes preencheram um questionário sobre fatores sociais determinantes para a saúde e tiveram seus registros de IA-ECG armazenados durante um período de um ano.

Modelo de estudo

Utilizando um sistema de inteligência artificial para análise de eletrocardiogramas desenvolvido pela Mayo Clinic, os cientistas avaliaram a idade biológica dos indivíduos, que foi então contrastada com suas idades cronológicas convencionais.


Nova descoberta confirma estudos anteriores que evidenciam os danos à saúde física e mental causados pela ausência de conexões sociais (Fotografia: Reprodução/Freepik)

Estudos anteriores confirmaram que a estimativa de idade feita pelo sistema reflete a idade biológica do coração. Uma diferença positiva indica um envelhecimento biológico acelerado, enquanto uma diferença negativa sugere um envelhecimento biológico mais gradual.

Os participantes responderam a um questionário que abordava diversos aspectos da interação social, como participação em atividades sociais, conversas com familiares e amigos, envolvimento em eventos religiosos e estado civil.

Resultados do estudo

Os resultados indicaram que os participantes com uma vida social mais ativa, como indicado por pontuações mais altas no Índice de Rede Social, apresentaram uma menor disparidade na idade biológica determinada pelo IA-ECG. Em contraste, aqueles com pontuações mais baixas enfrentaram um aumento no risco de mortalidade em comparação com outros grupos.

Além disso, o estudo observou diferenças de saúde entre grupos étnicos, destacando que participantes não brancos exibiram diferenças médias de idade biológica mais acentuadas, especialmente entre aqueles com menor envolvimento social. A maioria esmagadora dos participantes, cerca de 86,3%, era de origem branca não hispânica.

Os pesquisadores enfatizam a importância de abordar o isolamento social como um fator de risco significativo para o envelhecimento precoce, sugerindo que mudanças no estilo de vida, como aumentar a interação social, praticar exercícios regularmente e adotar uma alimentação saudável, podem contribuir para aprimorar a saúde de forma geral.

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