Barroso sofre revés no STF: Corte derruba liminar sobre aborto legal

O Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou nesta semana, por 10 votos a 1, que a liminar emitida pelo ministro aposentado Luís Roberto Barroso, que autorizava enfermeiros e técnicos de enfermagem a auxiliar em procedimentos de aborto legal no Brasil, torna-se inválida. 

A decisão foi tomada em plenário virtual extraordinário, iniciado em 17 de outubro e finalizado em 24 do mesmo mês.  Na liminar original, Barroso sustentou que a proibição de atuação desses profissionais gerava um “vazio assistencial” e violava direitos de meninas e mulheres vítimas de violência sexual.

Poucos hospitais habilitados

Segundo o ministro, a autorização proposta seria compatível com o nível de formação de enfermeiros e técnicos, principalmente em casos de aborto medicamentoso na fase inicial da gestação.  Além disso, Barroso citou o número reduzido de hospitais habilitados para interrupção legal da gravidez  166 em todo o país  e o registro de cerca de 16 mil meninas entre 10 e 14 anos que tornam-se mães por ano, como indícios de um problema estrutural.

Ministros descordam da liminar

Contudo, a maioria dos ministros discordou. O decano Gilmar Mendes foi o primeiro a divergir, afirmando que não identificou fato novo que justificasse a atuação monocrática do relator além dos requisitos clássicos da medida cautelar (periculum in mora e fumus boni iuris).

Outros magistrados, como Cristiano Zanin, Flávio Dino, Nunes Marques, André Mendonça, Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Edson Fachin e Cármen Lúcia seguiram esse entendimento.

O ministro Luiz Fux apresentou voto separado, sustentando que liminares devem ser concedidas apenas quando se comprovarem direitos evidentes, condição que, no caso de controvérsias morais intensas como o aborto, não estaria presente.


 

Composição de ministros do STF (Foto: reprodução/Instagram/@lrobertobarroso)

Com a decisão, a autorização para que enfermeiros e técnicos participassem de procedimentos de aborto legal deixa de produzir efeitos, e o acesso permanece restrito aos médicos, conforme o entendimento do STF até então. O julgamento não altera, por ora, os casos em que o aborto é permitido no Brasil; Sendo eles: risco de vida da gestante, gravidez resultante de estupro e anencefalia, mas realça a necessidade de aprofundar o debate sobre os serviços de saúde, formação profissional e efetivação concreta dos direitos reprodutivos no país.

Luana Piovani fala contra PEC que proíbe o aborto legal

Na tarde desta quinta-feira (28), Luana Piovani falou em sua conta do Instagram sobre a aprovação da PEC n° 164/2012, que busca a criminalização do aborto, independentemente da situação. A atriz falou contra a aprovação da PEC e contra a bancada evangélica, sendo os principais a desejarem o projeto seja aprovado.

Pronunciamento de Luana Piovani sobre a PEC contra o aborto

Piovani conta em seu vídeo que saber da aprovação é um retrocesso, e não a representa como evangélica, nem a igreja Adventista do Sétimo Dia, onde formou seu caráter, e muito menos todo o aprendizado que a igreja lhe deu.

Luana diz também que a bancada evangélica presente no Congresso Nacional não representa o Deus que falam sobre, pois o trabalho que fazem não é de compaixão ou humanidade. São somente pessoas que, através da manipulação, desejam dominar uma sociedade inteira sem qualquer pensamento ético ou sensato.


Luana Piovani se pronuncia sobre a PEC aprovada que institui a proibição do aborto legal (Vídeo: reprodução/X/@updatecharts)

O vídeo termina positivamente, com a atriz dizendo que o cenário atual será alterado, pois não será permitido que homens que querem somente dinheiro e poder mandem nos corpos que geram vida, e façam com que filham sejam escravas do desejo desses homens pelo resto da vida.

PEC n° 164/2012

Após polêmicas, comentários positivos e negativos quanto à PEC (Proposta de Emenda Constitucional) conhecida como “PEC do estupro”, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou o texto da PEC na última quarta-feira (27/11).

Com a maioria dos parlamentares aliados a Jair Bolsonaro (PL), ex-presidente do Brasil, os protestos contra o PEC persistem, com a votação pública acontecendo, dando mais uma chance para que o projeto não vá para frente e não se concretize, garantindo assim a proteção não somente das pessoas adultas que geram vida, mas também de milhares de menores negligenciados que perdem sua infância e tem de cuidar de crianças enquanto ainda são crianças eles mesmos.