Trump impõe tarifas a compras internacionais e encerra isenção “de minimis”

O governo dos EUA anunciou o fim da isenção tarifária de pacotes conhecidos como “de minimis”, que permitia a entrada de remessas internacionais de até U$ 800 sem cobrança de sobretaxa. A medida, oficializada por uma ordem executiva do presidente Donald Trump, nesta quarta-feira (30), entrará em vigor a partir de 29 de agosto.

Aplicação tarifária

O termo “de minimis” é utilizado no comércio internacional para se referir ao valor mínimo abaixo do qual uma importação fica isenta de impostos e tarifas. Nos EUA, até então, esse limite era de U$ 800 e beneficiava pacotes enviados por transportadoras privadas, como, por exemplo, FedEx e DHL. 


Funcionários da empresa de transporte privado, FedEx, no aeroporto em Qingdao, China (Foto: reprodução/NurPhoto/Getty Images Embed)


A isenção foi criada para agilizar o comércio de pequenos volumes e passou a ser utilizada por plataformas de e-commerce, especialmente vindas da Ásia. No entanto, segundo informações, as empresas fracionavam os pedidos, enviando centenas de remessas diárias com valores abaixo do limite para não terem a mercadoria acrescida da sobretaxa. 

Com essa nova medida, todas as remessas que ultrapassarem o valor máximo serão submetidas a tarifas alfandegárias. Conforme declarações, a nova tarifa não será aplicada aos pacotes enviados por meio do sistema postal oficial dos países.

Motivo da sobretaxa

A decisão adotada por Donald Trump faz parte de um conjunto de ações visando restringir a entrada de produtos de baixo custo, em especial, oriundos da China e de Hong Kong. Apesar de, uma nova legislação prever a revogação global da isenção de taxas “de minimis” apenas para  2027, Donald Trump decidiu antecipar sua aplicação. 

Como justificativa, segundo informou, a medida é uma resposta às emergências nacionais que ameaçam empresas e empregos americanos. A sobretaxa será aplicada conforme as tarifas proporcionais vigentes ao país de origem ou, uma segunda opção, será impor uma taxa fixa entre U$$ 80 e U$$ 200, dependendo da procedência do pacote.

A decisão gerou apoio de trabalhadores e entre políticos republicanos, como o senador Jim Banks, que afirmou que a medida corrige uma distorção no comércio internacional ao impedir que países como a China inundem o mercado americano com produtos baratos e sem taxas.


Publicação da CPA, empresa relacionada a trabalhadores estadunidenses, apoiando a decisão do presidente Donald Trump (Vídeo: reprodução/X/@cpa_tradereform)

Impacto na economia

Anteriormente, essas mercadorias consideradas como “de minimis” eram taxadas em até 145%. Este valor caiu para cerca de 30% após uma trégua comercial entre os dois países. No entanto, de acordo com informações, essa medida beneficiava grandes empresas asiáticas, que aproveitavam o modelo de isenção para competir com o comércio doméstico estadunidense, com preços mais baixos. Entre 2015 e 2024, o volume de remessas isentas nos EUA cresceu quase dez vezes, pressionando a indústria local.

O impacto da nova medida começou a ser sentido no setor de transporte aéreo dos EUA. Segundo dados divulgados este mês pela agência de notícias internacionais Reuters, o volume de remessas vindas do continente asiático por via aérea teve queda de mais de 10%. Agora, com as novas regras, segundo o governo Trump, haverá restauração e equilíbrio comercial, fortalecendo a indústria e o varejo dos EUA. 

Pré-temporada do Barcelona na Ásia corre risco de não acontecer

A pré-temporada do Barcelona programada para acontecer na Ásia, sofreu reviravoltas tanto que nesta quarta-feira (23/07), o clube chegou a confirmar o cancelamento do amistoso contra o Vissel Kobe, no Japão. O transtorno foi causado por uma confusão logística que culminou no cancelamento do voo ao continente.  

Motivo da confusão 

O time catalão programou uma excursão com alguns jogos, além da partida que foi cancelada, existem ainda mais dois compromissos contra as equipes Seoul e Daegu ambos da Coreia do Sul. O motivo, segundo o Barcelona foi uma quebra de contrato por parte do promotor de evento que organizou a ida do time.

Mesmo com o primeiro amistoso não ocorrendo, o Barcelona decidiu ir para a Ásia. E deixou seus atletas sob aviso para embarcarem nesta quinta-feira (24/07) no final do dia, o que também não aconteceu, o voo foi remarcado para essa sexta-feira (25/07) pela manhã devido a problemas da companhia aérea.


Treino do Barcelona antes de embarcar para a Asia (Video: reprodução/YouTube/@Metro TV)


As partidas no continente estão marcadas para os dias 31 de julho e 04 de agosto de 2025. Já que a preparação precisa acontecer cumprindo as datas, pois o Barcelona tem a disputa do Troféu Joan Gamper em 10 de agosto, poucos dias antes do início da temporada europeia. 

Barcelona para a próxima temporada

O time catalão atual campeão da La Liga, da Copa do Rei e da Supercopa da Espanha. Começa a nova temporada jogando contra o Mallorca pelo campeonato nacional, com o favoritismo em alta pelos títulos conquistados e a campanha na Champions League chegando à semifinal.

O time comandado por Hans Flick, que chegou após a saída do ídolo Xavi Hernandez. E conseguiu em pouco colocar seu estilo de jogo na equipe, pretende manter a boa fase neste ano. No entanto, o ponto de partida seria a excursão à Ásia que mesmo com a reconfirmação ainda pode ser colocada em xeque. 

Índia ataca região da Caxemira ocupada pelo Paquistão

O Exército indiano lançou um ataque contra uma área da Caxemira sob controle paquistanês em mais uma escalada de tensões entre os dois países nucleares.

Segundo fontes militares, o ataque foi uma resposta a supostas infiltrações de militantes vindos do lado paquistanês. Cerca de nove locais no Paquistão foram atingidos. 

Detalhes do conflito

A Caxemira é um território disputado há décadas, com conflitos frequentes na fronteira. Ambos os países já travaram três guerras (1947, 1965 e 1999) pela região e mantêm um frágil cessar-fogo desde 2021.

Entretanto, na manhã desta quarta-feira (7), no horário local, operações ocorreram na região de Line of Control (LoC), a linha de cessar-fogo que divide a Caxemira entre Índia e Paquistão.

As autoridades indianas afirmam que o ataque visava “eliminar bases terroristas” na região e que nove locais foram alvos. Em resposta, o Paquistão negou as acusações e prometeu uma “resposta proporcional”, acusando a Índia de violar o cessar-fogo.  

Um jornalista da CNN relatou ter ouvido fortes explosões na Caxemira ocupada pelo Paquistão. O Exército paquistanês afirmou que três locais foram atingidos.


Soldados da Índia ao lado de destroços de helicóptero (Foto: Reprodução/Danish Ismail/AP Photo)

Aumento na tensão entre os países

Em comunicado, o Ministro da Defesa da Índia afirma que as medidas tomadas foram em resposta ao “ataque terrorista em Pahalgam, no qual 25 indianos e um cidadão nepalês foram assassinados”. A fala faz referência ao ataque contra turistas ocorrido no mês de abril de 2025.

Em resposta, o porta-voz militar paquistanês Ahmed Sharif Chaudhry disse à Geo TV que “O Paquistão responderá no momento e local de sua escolha”. Em dezembro de 2024, o vice-conselheiro de Segurança dos Estados Unidos alertou sobre a capacidade paquistanesa de atingir alvos fora da Ásia e ressaltou sua crescente ameaça.

Enquanto a Índia justifica a ação como “antiterrorismo”, o Paquistão ameaça retaliar, aumentando o risco de novos confrontos mesmo com sua estrutura política manchada desde a prisão do ex-primeiro ministro em 2023. 

A Organização das Nações Unidas (ONU), pediu moderação e diálogo entre os dois lados. Algumas potências mundiais como EUA e China acompanham a situação com preocupação, dada a possibilidade de uma crise maior.  

Guerra Comercial: Trump pressiona países a escolherem entre EUA ou China

O presidente Donald Trump, em entrevista à Fox News mexicana, na última terça-feira (15), declarou que países podem ter que escolher entre fazer acordos comerciais com os EUA ou com a China. A escolha por um dos lados levará em conta a suspensão ou não da implementação das “tarifas recíprocas” por 90 dias a parceiros comerciais.

As declarações de Trump geram nova tensão no mercado financeiro global, uma vez que arrastam para o epicentro da guerra comercial estabelecida entre EUA e China, países que possuem acordos em andamento com as duas grandes potências. 

Ao se posicionar por um lado, parceiros comerciais terão que renunciar a parcerias já firmadas ou com o país norte-americano, ou com o país asiático, levando em conta possível  retaliação tarifária. 

A medida é vista como uma forma do governo norte-americano pressionar os demais países em sua escolha, gerando nova tensão mundial no mercado financeiro e, principalmente, no mercado de ações. 

Países latino-americanos na mira

As falas do presidente norte-americano Donald Trump foram direcionadas, principalmente, a países da América Latina, incluindo o Brasil. Uma vez que Trump está preocupado com a influência da indústria chinesa em países do Sul Global.  

A preocupação de Trump tem gerado uma série de ofensivas diplomáticas a países latino-americanos. Onde os EUA procuram retomar o apoio desses países, recebendo seus líderes na Casa Branca para reuniões e acordos. 

A visita do presidente salvadorenho Nayib Bukele à Donald Trump, na última segunda-feira (14), é uma demonstração de que os EUA procuram criar alianças com líderes de países geopoliticamente estratégicos e próximos à Casa Branca, visando, também, brecar a expansão chinesa no continente americano. 


Presidente dos EUA Donald Trump recebe o presidente de El Salvador Nayib Bukele na Casa Branca (Vídeo: reprodução/Instagram/@whitehouse)


Em outra ofensiva diplomática, o governo Trump enviou Pete Hegseth, Secretário de Defesa dos EUA, ao Panamá  para negociar a retomada do Canal do Panamá pelos EUA, em posse do governo panamenho desde 1977, que vem sofrendo grande influência chinesa na última década.


Entrevista de Pete Hegseth, Secretário de Defesa dos EUA, sobre influência da China no Canal do Panamá ((Vídeo: reprodução/Instagram/@petehegseth)


Além desses países, o Brasil, o México e a Argentina também estão na mira dos EUA, para uma ofensiva diplomática, visando afastar a influência comercial e econômica chinesa.

Iniciativa Cinturão e Rota 

Nas últimas décadas, a China tem expandido seus negócios em países em desenvolvimento por meio de sua “Iniciativa Cinturão e Rota” (BRI), ou nova “Rota da Seda”. Um projeto de infraestrutura ambicioso no qual o país asiático pretende se conectar a todos os continentes por meio de parcerias de desenvolvimento econômico. 

Este projeto foi apresentado por Xi Jinping em 2013, quando ainda era secretário-geral do Partido Comunista Chinês. Ganhando força a partir de 2016, com investimento de bilhões de dólares em países da África, Ásia e Europa. Posteriormente, países da América Latina receberam aporte do governo chinês para obras de melhorias em seus portos, aeroportos e rodovias.

China se posiciona contra declarações dos EUA 

Após as declarações do presidente americano Donald Trump de que países deverão “escolher um lado” nas negociações comerciais, Lin Jian, vice-diretor do Departamento de Informação do Ministério de Relações Exteriores da China, utilizou suas redes sociais para comentar sobre o assunto.


Publicação de Lin Jian sobre declarações de Donald Trump (Reprodução/X/@SpoxCHN_LinJian)

Jian enfatiza que a intimidação dos EUA a países latino-americanos vem de longa data, contrastando com a cooperação promovida pela China a estes países. 

Enquanto a atenção do mercado financeiro mundial se volta para os próximos passos da guerra comercial entre EUA e China, o presidente chinês Xi Jinping permanece visitando países do Sul Global em busca de acordos comerciais e parcerias estratégicas. 

Presidente Yoon Suk-yeol sofre impeachment na Coreia do Sul

O Tribunal Constitucional da Coreia do Sul destituiu definitivamente o presidente Yoon Suk-yeol de suas funções presidenciais. Por unanimidade, os oitos juízes da mais alta Corte do país, na manhã desta sexta-feira (04), horário local, mantiveram a moção de  impeachment de Suk-yeol, afastado desde dezembro de 2024 após tentativa de instauração de Lei Marcial no país. 

A decisão foi lida pelo presidente do Tribunal, juiz Moon Hyung-bae e tem efeito imediato, ou seja, no caso de Yoon Suk-yeol, a partir desta data, ele não pode exercer mais as funções de presidente do país e nem recorrer da decisão. 

Em sua fala, Hyung-bae, destacou: 

“Yoon cometeu uma grave traição à confiança do povo, que são os membros soberanos da república democrática”. Juiz Moon Hyung-bae

Após saber da decisão, Yoon Suk-yeol, pediu desculpas ao povo sul coreano por “não conseguir corresponder aos amados cidadãos (do país)”. 


Impeachment de Yoon Suk-yeol (Vídeo: Reprodução/Youtube/@
CNNbrasil)




O primeiro-ministro, Han Duck Soo, permanece no cargo de presidente interino da Coreia do Sul. Novas eleições à presidência do país estão previstas para a primeira semana de junho (2025). 

O  impeachment de Yoon Suk-yeol foi comemorado pela oposição e por grande parte da população sul coreana que saiu às ruas para acompanhar o julgamento e a decisão proferida pelo Tribunal Constitucional. 

Imposição da Lei Marcial 

O então presidente sul coreano, Yoon Suk-yeol, na noite de 03 de dezembro de 2024, horário local, em um discurso televisionado, impôs de forma repentina a “Lei Marcial” no país alegando combater “forças anti estatais”. Esta atitude fez com que parlamentares se reunissem, às pressas, na Assembleia Nacional, a fim de barrar a decisão de Suk-yeol

Enquanto ocorria a votação no parlamento, milhares de sul-coreanos foram às ruas em manifestação contra a imposição da Lei Marcial e para pressionar o parlamento sul coreano a cassar os direitos políticos do então presidente. 

Em menos de seis horas após a imposição da Lei Marcial, em 04 de dezembro (2024), uma moção para a revogação da referida Lei foi aprovada, fazendo com que Yoon Suk-yeol, também, voltasse atrás em seu decreto. No entanto, um caos político já havia se instaurado no país, com a população sul coreana manifestando-se a favor do impeachment de Suk-yeol 


Manifestação a favor do impeachment de Yoon Suk-yeol (Foto: Reprodução/ANTHONY WALLACE/Getty Images Embed)


A Assembleia Nacional, em 14 de dezembro (2024), votou pelo afastamento de Yoon Suk-yeol de suas funções presidenciais. Cabendo recurso. Na mesma época promotores da capital Seul, indiciaram Suk-yeol pelo crime de insurreição. 

De dezembro (2024), até a data de hoje, o futuro de Yoon Suk-yeol na presidência da Coreia do Sul era incerto. Contudo, nesta data, a votação unânime a favor do  impeachment o afasta em definitivo de suas funções presidenciais. 

Yoon Suk-yeol continuará respondendo pelo crime de insurreição. Na Coreia do Sul, este crime não tem impunidade e a pena prevista é de prisão perpétua ou pena de morte. 

Importante ressaltar que devido aos desdobramentos das ações adotadas por Yoon Suk-yeol em dezembro de 2024, autoridades sul-coreanas prenderam o presidente em 03 de janeiro (2025). Sua soltura ocorreu no mês passado, no dia  07 de março (2025). 

O que é a Lei Marcial 

A Lei Marcial na Coreia do Sul consta no 7º  artigo da Constituição do país e pode ser decretada em tempos de guerra, quando a segurança do país está ameaçada ou em situação de emergência nacional. 

Imposta pelo então presidente sul-coreano Yoon Suk-yeol. a Lei Marcial, entre outras medidas proibitivas, visava impedir todas as atividades políticas, incluindo as atividades exercidas pela Assembleia Nacional, por partidos políticos, além de proibir manifestações e protestos e o direito de controle da mídia. 


Manifestantes sul coreano protestam contra a imposição da Lei Marcial no país (Vídeo; reprodução/Youtube/@uol)

Segundo Suk-yeo, seus adversários políticos estavam trabalhando a favor de regimes comunistas e a imposição da Lei Marcial por ele no país era necessária para barrar essas forças que, segundo ele, queriam derrubar o seu governo. 

No entanto, a oposição, viu a tentativa de Yoon Suk-yeol como uma forma de aumentar os seus poderes no governo e implementar uma ditadura no país. 

Entenda porque o presidente Lula trocou de aeronave em sua viagem para Ásia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, eleito pelo Partido dos Trabalhadores, embarcou na noite de sábado, 22 de março, para uma viagem ao Japão e Vietnã com o objetivo de fortalecer parcerias comerciais no continente asiático. Para essa missão internacional, Lula optou por utilizar uma nova aeronave, o KC-30, em vez do tradicional avião presidencial, o VC-1 (Airbus A319).

Motivos da mudança

O KC-30 é a maior aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) e tem capacidade para voar por até 12 horas seguidas sem necessidade de reabastecimento. A escolha se deu principalmente pela autonomia superior da aeronave, essencial para uma viagem de longa duração como essa. Inicialmente, o VC-1 foi utilizado na primeira etapa do trajeto, levando o presidente até o Texas, nos Estados Unidos. Caso Lula não tivesse feito a troca de aeronave, o voo precisaria de pelo menos mais duas paradas antes de chegar ao destino final.


Foto do presidente Lula (Foto: reprodução/X/@g1)

Capacidade da aeronave

De acordo com a FAB, dois aviões foram disponibilizados para a viagem, e a decisão pelo KC-30 foi tomada por questões logísticas. Com 59 metros de comprimento, ele é o maior avião já pertencente à Força Aérea Brasileira. A aeronave tem capacidade para transportar até 238 passageiros e pode carregar 45 toneladas de carga.

O KC-30 é uma versão adaptada do Airbus A330-200, modificada pela FAB para oferecer maior eficiência em viagens de longa distância. Com um alcance de 14,5 mil quilômetros e uma velocidade máxima de 913 km/h, o modelo se destaca por sua resistência e desempenho. Além disso, pesa cerca de 118 toneladas, conforme especificações do fabricante.

A escolha do KC-30 para a viagem ao Japão e Vietnã reforça a importância de um planejamento logístico eficiente para deslocamentos presidenciais de longa distância, garantindo mais conforto e agilidade para a comitiva brasileira.