Observatório registra sinais inéditos do cometa 3I/ATLAS

Cientistas estão de olho no cometa 3I/ATLAS depois de registrarem, pela primeira vez, sinais de rádio vindos de um objeto interestelar. O achado aconteceu na África do Sul e mostrou traços de radicais de hidroxila, substâncias ligadas ao gelo que vai se transformando em gás à medida que aquece.

Essa descoberta é um passo importante para a astronomia. Pela primeira vez, sinais de rádio foram captados de um corpo formado fora do Sistema Solar, e isso ajuda os cientistas a entender melhor a composição e a trajetória de objetos que viajam entre as estrelas.

O visitante interestelar

O cometa foi identificado em julho de 2025 pelo telescópio Atlas, no Chile. Ele é classificado como interestelar porque segue uma trajetória que mostra que não está preso à gravidade do Sol e viaja livremente pelo espaço.

As primeiras tentativas de captar sinais de rádio aconteceram em setembro, mas não deram certo. Agora, os dados registrados correspondem ao que os pesquisadores esperavam, aumentando a confiança nas medições.


3I/ATLAS visível próximo ao Sol (Foto: reprodução/X/@3IATLAS)


Descobrindo a origem do cometa

O sinal funciona como uma espécie de impressão digital do cometa. Ele permite que os cientistas descubram do que ele é feito sem precisar enviar sondas. Esse tipo de observação faz parte da radioastronomia, que “ouve” o espaço por meio de ondas eletromagnéticas, essenciais para estudar o que não conseguimos ver com a luz comum.

Essas ondas ajudam a revelar fenômenos distantes e a origem de substâncias presentes em corpos celestes. No caso do 3I/ATLAS, os sinais confirmam que há gelo em seu núcleo, o que indica que ele se formou em uma região muito fria da Via Láctea antes de ser lançado pelo espaço.


Objeto 3I/ATLAS emite primeiro sinal de rádio (Vídeo: reprodução/YouTube/Mistérios do Espaço)


Com a aproximação do Sol, parte desse gelo passou por sublimação, transformando-se em gás e mudando a cor do cometa, que agora apresenta tons azulados.

A Rede Internacional de Alerta de Asteroides diz que o 3I/ATLAS pode ter vagado por milhões de anos antes de chegar ao Sistema Solar. Em março de 2026, ele deve se aproximar de Júpiter, a cerca de 50 milhões de quilômetros, oferecendo uma nova chance de observar sinais de rádio e entender melhor de onde veio.

Inteligência artificial impulsiona a procurar por planetas parecidos com a Terra

Apesar de décadas de exploração fora do Sistema Solar, os cientistas só identificaram cerca de 20 sistemas com planetas potencialmente semelhantes à Terra, entre os quase 6 mil exoplanetas conhecidos atualmente. A busca por mundos que possam abrigar vida continua, agora com a ajuda cada vez mais expressiva da inteligência artificial, com o objetivo de encontrar pistas em locais antes pouco considerados.

Estrelas menores podem ser as mais promissoras

A inteligência artificial tem se tornado essencial na busca por exoplanetas que possam abrigar vida. Quando os cientistas falam em mundos “semelhantes à Terra”, querem dizer planetas com massa parecida à da Terra e que orbitam na zona habitável da sua estrela, uma a região onde a água líquida pode existir na superfície. Porém, estar nessa zona não garante habitabilidade, pois o planeta pode não ter água, atmosfera ou sinais de vida.

Segundo pesquisadores, em sistemas com estrelas menores, como as anãs vermelhas e alaranjadas, essa zona habitável fica mais próxima da estrela. Isso facilita a detecção de planetas rochosos nessas regiões, porque eles completam suas órbitas mais rapidamente, tornando a observação com os equipamentos atuais mais prática.


Representação da órbita de um exoplaneta, o HD 20794 d (Vídeo: reprodução/YouTube/University of Oxford)

Modelo prevê planetas ainda não identificados

A astrofísica francesa Jeanne Davoult, que trabalha no Centro Aeroespacial Alemão (DLR), aposta na inteligência artificial para tornar o processo mais eficiente. Ela e sua equipe utilizam algoritmos avançados que conseguem identificar padrões complexos em dados astronômicos, facilitando a tarefa de prever quais estrelas têm maior chance de abrigar um planeta rochoso na zona habitável.

Em um artigo recente na revista Astronomy & Astrophysics, Davoult explica que usa a inteligência artificial para evitar buscas sem direção definida, reduzindo o tempo e esforço para encontrar esses mundos. Para isso, sua equipe treinou um modelo de IA com o algoritmo Random Forest, que analisa as características dos sistemas planetários e indica quais têm mais chance de ter planetas parecidos com a Terra.

Estrelas menores e mais duradouras são foco na busca por vida

Estrelas menores que o Sol, como as anãs laranjas do tipo K e as anãs vermelhas do tipo M, têm um tempo de vida muito maior do que o nosso Sol. Essa longevidade é um ponto importante para os cientistas que buscam vida inteligente em outros sistemas, pois uma estrela que brilha por mais tempo oferece mais chances para que a vida evolua ao seu redor.

Para entender melhor como os planetas se formam nesses sistemas, a equipe de Davoult criou modelos computadorizados de três grupos diferentes de sistemas planetários, que variam apenas pelo tamanho da estrela central. Essa variação afeta a quantidade de material disponível para formar planetas, influenciando suas características. Assim, estudar estrelas de diferentes tamanhos é fundamental para identificar onde podem existir planetas parecidos com a Terra.

“É difícil comparar diretamente os sistemas simulados com os reais, porque sabemos que nosso modelo não é perfeito”, afirma Davoult. “Mas, quando analisamos os padrões gerais, vejo essa ferramenta como algo muito poderoso.” O objetivo é criar um banco de dados confiável de planetas semelhantes à Terra para estudar melhor suas características e a possibilidade de vida.

Exoplaneta próximo à Terra pode ter água líquida e atrai atenção científica

Cientistas internacionais confirmaram a existência de um exoplaneta que pode ser habitável e está localizado a apenas 20 anos-luz da Terra. O HD 20794 d orbita uma estrela semelhante ao Sol, na chamada zona habitável, região em que as condições permitem a existência de água líquida, um dos principais requisitos para a vida.

Sistema planetário e desafios para observação direta

Descoberto há dois anos pelo astrônomo Michael Cretignier, da Universidade de Oxford, o HD 20794 d é classificado como uma superterra, pois possui uma massa pelo menos 5,8 vezes maior que a do nosso planeta. O planeta integra um sistema com outros dois planetas orbitando uma estrela tipo G, semelhante ao Sol, a cerca de 19,7 anos-luz de distância.

Um dos desafios para estudá-lo é que ele não transita em frente à sua estrela quando visto da Terra. Esse alinhamento é importante para que a luz da estrela atravesse a atmosfera do planeta e possa ser analisada. Apesar disso, sua proximidade torna possível, no futuro, a observação direta de sua atmosfera com telescópios mais avançados, segundo o professor Xavier Dumusque, da Universidade de Genebra.


Representação da órbita do exoplaneta HD 20794 d (Vídeo: reprodução/YouTube/University of Oxford)

Zona habitável e possíveis condições para vida

O grande atrativo do HD 20794 d é sua posição na zona habitável, uma região ao redor de uma estrela onde as temperaturas podem permitir água em estado líquido. Para estrelas similares ao Sol como a HD 20794, essa faixa costuma variar entre 0,7 e 1,5 unidades astronômicas (UA), sendo que 1 UA equivale à distância média entre a Terra e o Sol.

O planeta leva 647 dias para completar uma volta ao redor de sua estrela, o que indica que ele orbita dentro dessa zona. No entanto, sua órbita é elíptica, e não circular como a da Terra. Isso faz com que ele se aproxime até 0,75 UA da estrela e se afaste até 2 UA, variando bastante a energia recebida.

Esse comportamento pode fazer a água, se existir, alternar entre gelo e líquido, dependendo da distância do planeta em relação à estrela. Para os cientistas, essa dinâmica ajuda a entender como diferentes órbitas influenciam a habitabilidade e pode servir de base para testar modelos teóricos.


Simulação do exoplaneta HD 20974 d e dos outros planetas do seu sistema (Foto: reprodução/Nasa)

Confirmação do exoplaneta exigiu tempo e tecnologia

A primeira indicação do HD 20794 d veio em 2022, quando o astrônomo Michael Cretignier analisava dados coletados pelo espectrógrafo HARPS, instalado no Observatório de La Silla, no Chile. O instrumento detecta pequenas mudanças na luz da estrela, que podem indicar a presença de planetas ao identificar oscilações causadas pela gravidade deles.

No entanto, o sinal encontrado era delicado e gerou dúvidas, o que poderia ser causado por uma atividade natural da estrela ou até mesmo por falhas nos instrumentos. Para garantir a confiabilidade dos dados, a equipe usou uma versão mais avançada do espectrógrafo, o ESPRESSO, também no Chile, que possui maior precisão para detectar pequenas variações.

Após dois anos de análises minuciosas e cruzamento de dados, a equipe identificou com segurança três planetas orbitando a estrela HD 20794, incluindo o HD 20794 d. Apesar de ainda não ser possível afirmar se o planeta pode abrigar vida, ele se tornou um dos principais alvos para futuras missões de observação direta da atmosfera de exoplanetas.

Cientistas encontram fortes indícios de vida alienígena

Uma nova descoberta no mundo da astronomia pode impactar tremendamente o nosso mundo, cientistas descobriram um possível registro de vida além da Terra. Foram detectadas impressões digitais químicas de gases produzidos apenas no nosso planeta, por meio de processos biológicos. O planeta foi identificado como um “mundo oceânico”, ou seja, um planeta repleto de água que pode habitar micro-organismos.

Vida fora da Terra

Um grupo de cientistas pode ter feito a maior descoberta do mundo da astronomia. Utilizando o Telescópio Espacial James Webb, eles descobriram os mais fortes sinais de possível vida além do planeta Terra e do nosso sistema solar. Foram detectadas, na atmosfera de um planeta alienígena, denominado K2-18b, impressões digitais químicas de gases, somente produzidos por processos biológicos aqui na Terra.

Os gases, sendo o sulfeto de dimetila e dissulfeto de dimetila, identificados em K2-18b, são produzidos na Terra por organismos vivo, de vida microbiana, como o fitoplâncton marinho.

Esse fato pode nos levar a crer que nesse planeta, existe vida microbiana, porém os próprios pesquisadores enfatizam que não é uma confirmação de que existam formas de vida nesse planeta, somente uma bioassinatura, ou seja, um indicador de processo biológico, que vai ser revisado e observado com cuidado, para dar as informações mais precisas possíveis.


Representação da Terra em comparação com o K2-18b (Foto: reprodução/X/@Rainmaker1973)

Isso não quer dizer, porém, que os cientistas não ficam animados com essa descoberta, pois isso pode indicar a possível existência de micro-organismos, formas de vida, fora da Terra. Também há esforços para procurar vestígios de vida além da Terra, no nosso próprio sistema solar, principalmente em ambientes que tem potencial de vida, como Marte e Vênus.

O astrofísico Nikku Madhusudhan, do Instituto de Astronomia da Universidade de Cambridge, e também o principal autor do estudo publicado no Astrophysical Journal Letters deu declarações sobre a descoberta.

Este é um momento transformador na busca por vida além do sistema solar, em que demonstramos que é possível detectar bioassinaturas em planetas potencialmente habitáveis com as instalações atuais. Entramos na era da astrobiologia observacional”

Afirmou Madhusudhan.

O planeta K2-18b é 8,6 vezes mais maciço que a Terra e seu diâmetro é 2,6 vezes maior. Ele orbita, junto de outro planeta, em uma zona habitável, sendo a distância que a água líquida pode existir na superfície de um planeta, em volta de uma estrela anã vermelha, que é menor e menos luminosa que o nosso Sol. Ele está localizado a cerca de 124 anos-luz da Terra, na constelação de Leão.

Um planeta de água

Desde a década de 1990, foram descobertos, aproximadamente, 5.800 planetas fora do nosso sistema solar, os denominados exoplanetas. O grupo de cientistas criou uma hipótese de que existam “mundos oceânicos”, ou seja, alguns desses exoplanetas são cobertos por água líquida, que pode ser habitada por micro-organismos e uma atmosfera rica em hidrogênio.

Algumas observações anteriores do telescópio James Webb registraram gás metano e dióxido de carbono na atmosfera do K2-18b, essa sendo a primeira ocasião em que moléculas à base de carbono foram encontradas na atmosfera de algum exoplaneta que está na a zona habitável de uma estrela.


Representação do K2-18b com sua estrela anã vermelha (Foto: reprodução/X/@MAstronomers)

De acordo com Madhusudhan, o único cenário que explicaria todo conjunto de informações obtidas é de que o K2-18b é um “mundo oceânico”, sendo assim, é um planeta que contém vida fora da Terra. A teoria é de que os oceanos desse planeta são mais quentes que os do nosso planeta.

Quando questionado sobre organismos multicelulares e vida inteligente, o cientista disse que não poderia responder essa questão, pois a suposição era apenas de vida microbiana simples.

O Webb descobriu que o planeta possuía registros de DMS e o DMDS, ambos sendo da mesma família química, que são importantes bioassinaturas dos exoplanetas, com um nível de confiança quase total. A concentração de gases na atmosfera do planeta é milhares de vezes maior que a da Terra, estando em concentrações atmosféricas de 10 partes por milhão, por volume. Isso é outro possível indicador de que existiria vida fora da Terra.

Hubble registra galáxia espiral rara em foto de tirar o fôlego

O Telescópio Espacial Hubble, fruto de uma parceria entre a NASA e a Agência Espacial Europeia, fez um registro incrível de uma galáxia espiral rara, vista de lado. A galáxia está localizada a 150 milhões de anos-luz da Terra, na constelação de Serpens, e a imagem foi montada com dados capturados em 2000 e 2023.

Uma galáxia como você nunca viu

Na imagem, que foi observada pela lateral pelo telescópio espacial Hubble, vemos uma linha que corta o espaço, com faixas escuras de poeira ao redor. Esse efeito acontece porque estamos vendo a galáxia “de lado”, como se fosse uma panqueca observada na borda. Além disso, o centro da galáxia brilha intensamente, com uma área cheia de estrelas girando rapidamente em torno de si.

Esse tipo de registro é raro e ajuda os cientistas a entenderem mais sobre como as galáxias funcionam e o que existe dentro delas, permitindo que eles estudem as características que normalmente seriam difíceis de observar em outros ângulos. Para quem olha de fora, parece até uma obra de arte no espaço.


Telescópio Hubble na órbita da Terra (Foto: reprodução/NASA/Getty Images Embed)


Um registro do telescópio Hubble que viaja no tempo

O que torna essa foto ainda mais especial, é fato dela combinar dois registros feitos com 23 anos de diferença: um em 2000 e outro agora, em 2023. Cada uma das fotos capturou detalhes em diferentes comprimentos de ondas de luz, e, juntas, revelam uma visão completa e detalhada da galáxia, como em outras fotografias icônicas do Hubble.

Mesmo após mais de 30 anos de operação, o Hubble continua provando seu valor ao desvendar os mistérios de galáxias distantes e registrar imagens únicas do nosso universo. Nos dando uma chance de ver e analisar a luz de algo que aconteceu a milhões de anos atrás, sendo uma janela para o passado e um lembrete do quanto ainda temos para explorar no universo.

Planeta gigante recém-formado intriga astrônomos com mistérios sobre sua formação

Pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte (UNC) em Chapel Hill descobriram um planeta 10 vezes maior que a Terra e com 3 milhões de anos, o que o torna o planeta mais jovem já identificado em trânsito. Chamado de TIDYE-1b, a descoberta do planeta chama a atenção por desafiar o que se sabe sobre o tempo necessário para a formação de planetas gigantes.

Um planeta “bebê” de proporções gigantescas

O TIDYE-1b, tem dimensões comparadas ás de Júpiter, e surpreendeu os cientistas por ser um verdadeiro planeta “bebê” em termos cósmicos. Para ter uma ideia, se a Terra fosse uma pessoa de 50 anos, o TIDYE-1b seria um recém-nascido de duas semanas.

A descoberta foi liderada por Madyson Barber, uma estudante de pós-graduação da UNC, que utilizou o método de trânsito para identificar o planeta. A técnica consiste em monitorar quedas no brilho da estrela causadas pela passagem do planeta à sua frente. Esse fenômeno foi identificado graças a um detalhe raro: o disco de gás e poeira ao redor da estrela de TIDYE-1b estava desalinhado, o que permitiu que os pesquisadores tivessem uma visão clara do planeta. “Esse desalinhamento de cerca de 60 graus é muito incomum e nos intrigou”, explicou Andrew Mann, astrofísico e coautor do estudo.


Publicação sobre a Madyson Barber e sua descoberta, feita pela UNC (Vídeo: reprodução/X/UNC College of Arts and Sciences)

Novas perguntas sobre a formação de planetas

TIDYE-1b tem o tamanho de júpiter e orbita sua estrela a cada 8,8 dias, a uma distância muito menor do que Mercúrio está do Sol. Sua descoberta é surpreendente, pois ela desafia as teorias atuais sobre o tempo necessário para a formação de planetas gigantes. Normalmente esse processo leva entre 10 a 20 milhões de anos, sugerindo que planetas podem se formar muito mais rápido do que os cientistas acreditavam.

A equipe responsável pela descoberta planeja continuar estudando o TIDYE-1b com ferramentas mais avançadas, incluindo novas observações com o Observatório WM Keck, no Havaí, e o Telescópio Espacial James Webb, para explorar a composição química e a história de formação do planeta. “Agora sabemos que deveríamos procurar mais. Se pudermos catalogar outros sistemas jovens, poderemos tirar conclusões ainda mais precisas”, comentou Barber. A ideia é entender como ele se formou e o que ele pode revelar sobre outros sistemas jovens.

Espetáculo cósmico: “Cometa do Século” poderá ser visto no Brasil

A passagem do cometa C/2023 (Tsuchinshan–ATLAS), carinhosamente apelidado de “Cometa do Século”, está prestes a oferecer um espetáculo para os amantes de astronomia e observadores do céu em todo Brasil. Isso porque, a partir desta sexta-feira (27), o fenômeno poderá ser admirado em várias partes do país, à medida que o cometa se aproximar de seu “periélio” – o ponto em sua órbita mais próximo do sol. 

O cometa foi descoberto em 2023 por observatórios da China e Havaí e rapidamente foi reconhecido entre astrônomos. Sua composição mistura gelo, poeira e rochas e o brilho intenso vem da vaporização de gases em sua superfície à medida que se aproxima do sol.

Vale ressaltar que a luminosidade de cometas têm variáveis como a composição do cometa, sua atividade e distância da Terra que influenciam na visibilidade, portanto, a previsão exata de seu brilho ainda é incerta.

Cronograma do Cometa C/2023

O portal G1 separou alguns momentos propícios para a visibilidade do “Cometa do Século”:

  •  Até o dia 07 de Outubro, o cometa estará se aproximando do Sol e será visível logo pela manhã, no leste, próximo ao horizonte
  • Entre 07 e 11 de outubro, estará em sua proximidade máxima ao Sol em relação à Terra, dificultando a visualização devido ao brilho solar
  • Após o dia 12 de outubro, começará a se afastar do Sol e se tornará visível logo após o pôr do sol, mudando sua posição para o oeste do céu.
  • Entre 13 e 15 de outubro, o cometa pode atingir seu brilho máximo, com magnitudes estimadas entre 2,0 e 3,0 – quanto menor o número, mais brilhante é o objeto.

Há ainda a possibilidade de desintegração do cometa durante a sua aproximação ao Sol, por conta da sua composição. Os especialistas estão monitorando a situação e discutem hipóteses, porém, a expectativa é que ele consiga passar pelo momento crítico e permaneça visível.

Registro incrível da passagem do C/2023

O fotógrafo Cristiano Xavier fez um registro impressionante do C/2023 durante o “periélio” e contou ao G1 como foi o processo para conseguir capturar o cometa com precisão:

“Eu acordei às 4 horas da manhã, apontei a câmera onde o GPS indicava e fiquei esperando o cometa aparecer, mas a atmosfera estava muito suja de fumaça e poeira. Quando ele finalmente surgiu, foi uma emoção capturá-lo antes do nascer do sol”, contou em entrevista ao G1.

A astrônoma, Dra. Ana Ribeiro também contribuiu ao portal sobre a magnitude da passagem de astros: “Cometas são como cápsulas do tempo, trazendo informações sobre os primórdios do sistema solar. Esta é uma chance imperdível de observar um desses visitantes raros”, comentou.


“Cometa do Século”, durante o “periélio” (reprodução/G1/Cristiano Xavier)

Como aproveitar a observação do C/2023 (Tsuchinshan–ATLAS)

Para aqueles que desejam admirar o fenômeno, algumas orientações podem ajudar; os astrônomos concordam que a melhor visibilidade vem de locais mais escuros ou com pouca luz já que luzes artificiais e a poluição luminosa podem ofuscar a visão do cometa.

 Além disso, o melhor horário para observar o cometa será nas primeiras horas do dia, antes do nascer do sol, quando o céu está mais escuro e as condições mais ideais.

Outra dica é ficar atento às condições climáticas, assim, quanto mais limpo o céu estiver, melhor vai ser a visualização.

Alguns equipamentos podem ajudar a observar o C/2023 com mais precisão, como binóculos, telescópios que trazem detalhes não perceptíveis a olho nu.

As tecnologias de hoje permitem que ferramentas de observação funcionem bem nesses momentos. Aplicativos como Star Walk 2 e Sky Tonight são excelentes dicas para localizar o cometa no céu, pois permitem que o usuário identifique sua posição, facilitando a visão.

Vulcão gigante é captado na superfície de Io pela sonda Juno

Cientistas anunciaram a descoberta de um novo vulcão gigante na lua Io, de Júpiter, uma das regiões mais geologicamente ativas do sistema solar. Localizada ao sul do Equador da lua, a formação vulcânica recém encontrada ocupa uma área de cerca de 180 km de diâmetro e foi capturada pela JunoCam, da missão Juno da NASA, revelada durante o Europlanet Science Congress em Berlim.

Missão Juno trouxe novas descobertas de Io

Io já é conhecida por ser o corpo mais vulcanicamente ativo do sistema solar, com mais de 400 vulcões registrados. O novo vulcão, descoberto em uma área que anteriormente não apresentava atividade vulcânica, foi comparado às imagens tiradas pela missão Galileo em 1997, onde nenhuma evidência de tal formação havia sido identificada.

Segundo Michael Ravine, gerente de projetos avançados da Malin Space Science Systems, “as imagens recentes mostram mudanças significativas em Io, com esta grande formação vulcânica se destacando entre outras alterações capturadas”.


Comparação entre uma foto de 1997 e uma atual revelou a presença do novo vulcão (foto: reprodução/Hulton Archive/NASA/Getty Images Embed)


Perguntas ainda sem respostas

O novo vulcão está próximo a outra formação chamada Kanehekili e revela múltiplos fluxos de lava. Acredita-se que o vulcanismo de Io seja impulsionado pelo atrito de maré gerado pela intensa gravidade de Júpiter, que aquece o interior da lua e faz o magma romper a superfície.

No lado oriental do vulcão, depósitos de enxofre vermelho são visíveis, enquanto no lado ocidental, fluxos escuros de lava percorrem cerca de 100 quilômetros, gerando vapor e áreas cinzas no fim do trajeto, ao atingir o gelo da superfície.

Apesar de décadas de estudo, ainda existem muitos mistérios sobre o vulcanismo de Io. Os cientistas não sabem ao certo como o calor gerado pela gravidade de Júpiter é distribuído na lua, nem sobre a extensão de seu oceano de magma. Com mais visitas da missão Juno programadas até 2025, a NASA espera ampliar o conhecimento sobre este satélite e sua intensa atividade vulcânica.

Estrela rara em trajetória de fuga da Via Láctea intriga astrônomos

Uma estrela rara, conhecida como J1249+36, foi recentemente detectada viajando a uma velocidade surpreendentemente alta oque pode levá-la a escapar da Via Láctea, a descoberta foi feita pelos cientistas cidadãos, participantes do projeto Backyard Worlds: Planet 9, foram os primeiros a notar o objeto em movimento rápido, que agora é o centro de uma pesquisa intrigante no campo da astronomia.

O objeto, possivelmente uma estrela vermelha tênue, está se movendo a uma velocidade de cerca de 600 quilômetros por segundo, o que equivale a 1,3 milhão de milhas por hora, apenas para comparação, o Sol orbita a Via Láctea a uma velocidade significativamente menor, de aproximadamente 200 quilômetros por segundo.

Se os dados forem confirmados, esta será a primeira estrela de baixa massa conhecida a atingir tal velocidade, um fenômeno raramente observado. A descoberta foi documentada por uma equipe de astrônomos e cientistas cidadãos e aceita para publicação no The Astrophysical Journal Letters.


Imagem conceitual da estrela compartilhada no X (Foto: reprodução/X/MAstronomers)

A estrela foi detectada através de uma combinação de dados coletados por telescópios terrestres e espaciais, incluindo o Observatório W. M. Keck e o telescópio Pan-STARRS. Inicialmente, houve dúvidas sobre a verdadeira natureza do objeto, se seria uma estrela de baixa massa ou uma anã marrom, que e um corpo celeste que não é exatamente uma estrela, mas também não é um planeta, ficando em uma especie de meio termo.

Dois cenários são considerados como possíveis causas da aceleração da J1249+36: uma interação com uma anã branca que explodiu em uma supernova ou uma ejeção de um aglomerado globular por buracos negros binários. Ambos os cenários explicariam a trajetória única da estrela, que pode levá-la a deixar a galáxia em um futuro distante.

Esta descoberta não apenas amplia o entendimento sobre estrelas hipervelozes, mas também oferece uma nova perspectiva sobre a dinâmica e a evolução de objetos celestes de baixa massa.

Cientistas brasileiro e japonês apontam possibilidade de novo planeta no Sistema Solar

Um estudo recente, liderado pelo pesquisador brasileiro Patryk Sofia Lykawka, da Universidade Kindai no Japão, juntamente com Takashi Ito, do Observatório Astronômico Nacional do Japão, levanta a intrigante possibilidade da existência de um novo planeta em nosso Sistema Solar. Publicado no final do ano passado na renomada revista “The Astronomical Journal”, o estudo sugere que esse planeta hipotético estaria localizado além de Netuno, na região conhecida como Cinturão de Kuiper.

Exploração do cinturão de kuiper

O Cinturão de Kuiper, situado aproximadamente a 30 unidades astronômicas além de Netuno, é habitado por uma série de objetos transnetunianos, incluindo planetas anões como Plutão, Quaoar, Orcus e Makemake. No entanto, os pesquisadores afirmam que o possível novo planeta seria substancialmente maior, com estimativas sugerindo que sua massa seria de 1,5 a três vezes a da Terra.

Objetivos e desafios da pesquisa

“Prevemos a existência de um planeta similar à Terra e alguns outros objetos transnetunianos em órbitas peculiares nos limites do Sistema Solar”, afirmam os cientistas em seu trabalho.

A descoberta potencial desse novo mundo cósmico requer investigações adicionais. Os astrônomos estão atualmente examinando o Cinturão de Kuiper em busca de quaisquer anomalias nas órbitas dos objetos dentro desta região distante, o que poderia indicar a influência gravitacional de um corpo celeste maior.


Foto: Sistema Solar (Foto: reprodução/Conhecimento Cientifico)

Patryk Sofia Lykawka, em entrevista, destacou a importância das simulações computacionais para entender melhor a dinâmica do Sistema Solar externo. Ele planeja continuar refinando suas simulações para melhorar a compreensão da massa e da órbita do possível novo planeta, caso ele exista.

Além do nosso sistema estelar

Enquanto isso, o estudo também levanta a fascinante perspectiva de planetas similares à Terra existentes além dos confins do nosso sistema estelar. Embora ainda estejamos longe de confirmar a existência desses mundos distantes, a possibilidade de mundos semelhantes à Terra continua a intrigar e inspirar pesquisadores em sua busca por compreender os mistérios do cosmos.