Mauro Cid diz que Bolsonaro pediu a emissão de um cartão de vacina falso para ele e para a filha

O tenente-coronel e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, revelou, em sua delação premiada, que Bolsonaro teria pedido a emissão de cartões de vacinação falsos para si e para sua filha. 

Quando os investigadores questionaram diretamente se o ex-presidente havia solicitado um cartão para ele e para a filha Laura, Cid afirmou:

[Bolsonaro disse] “Faz pra mim e pra Laura”

Mauro Cid

A Procuradoria-Geral da República (PGR) está concluindo a análise dos casos para determinar se apresentará ou não denúncias contra os investigados.


Vídeo em que Cid fala sobre a fraude (vídeo: reprodução/Youtube/X9 News)

Outros indiciamentos de Bolsonaro

A Polícia Federal também indiciou Jair Bolsonaro pela venda ilegal de joias recebidas pelo governo brasileiro do governo saudita. De acordo com a legislação brasileira, estas joias deveriam ter sido incorporadas ao patrimônio da união.

Segundo as investigações, os bens teriam sido comercializadas nos Estados Unidos. Desta forma, quando o caso veio a público, alguns aliados de Bolsonaro teriam tentado recomprar as joias e devolvê-las ao governo brasileiro.

Os itens recebidos por Bolsonaro como presente incluem um relógio Rolex de ouro branco, um anel, abotoaduras e um rosário islâmico.

Este caso também está em fase final de análise da PGR.

Além disso, o ex-presidente também é investigado por suspeita de envolvimento em uma trama golpista contra o estado democrático de direito. A Polícia Federal indiciou, em 2022, Bolsonaro e outras 39 pessoas no inquérito que investiga as conspirações.

Dando prosseguimento à execução do plano criminoso, o grupo iniciou a prática de atos clandestinos com o escopo de promover a abolição do Estado Democrático de Direito, dos quais Jair Bolsonaro tinha plena consciência e participação ativa

Foi o que relatou a PF.

Delação de Mauro Cid

A maioria das informações utilizadas como base para as investigações de Bolsonaro partem da delação premiada do ex-ajudante de ordens de seu governo, Mauro Cid. O tenente-coronel firmou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal, em que revelou informações comprometedoras acerca de Bolsonaro e seu círculo próximo.

Em troca de sua colaboração, Cid exigiu que sua prisão fosse limitada a dois anos, seus bens fossem devolvidos e sua segurança, tal como de sua família, garantida.

Lula critica pedidos por anistia feitos por bolsonaristas no Congresso

Em uma entrevista dada nesta quinta-feira (20) à rádio Tupi FM, ao ser questionado sobre a possibilidade do Congresso aprovar o pedido de anistia dos participantes do dia 8 de janeiro, Lula criticou os pedidos de anistia dos bolsonaristas e afirmou que eles estão se “auto condenando”, pois estão pedindo por anistia antes de serem julgados.

Lula disse que os acusados devem provar a inocência deles

Em sua fala, o presidente afirmou que o fato de os bolsonaristas estarem pedindo anistia só prova que eles são realmente culpados e merecem ser condenados e que, ao invés disso, eles deveriam juntar provas a fim de comprovar a inocência deles.


Lula volta a criticar pedidos por anistia (Vídeo: reprodução/YouTube/Terra)

Só o fato de eles estarem pedindo anistia antes de serem julgados, eles merecem ser condenados. Se um cidadão está sendo julgado, ele não pode pedir perdão antes de ser julgado, ele tem que, primeiro, provar que é inocente, ele tem que juntar prova, ter advogado e juntar provas”, disse o presidente.

Lula continua sua declaração dizendo que eles serão julgados e que, depois disso, se eles forem de fato condenados, se discutirá o que se deve fazer com eles. “Uma boa cela e um tratamento com muito respeito aos direitos humanos é o que eles merecem. Se eles forem considerados culpados, é isso, não tem outra discussão!”, disse.


Lula diz que o ex-presidente está se auto condenando ao pedir anistia (Foto: reprodução/Youtube/Lula)

Lula diz que o ex-presidente está se auto condenando ao pedir anistia

Além disso, Lula ainda afirmou que o pedido de anistia do ex-presidente acerca da acusação de sua participação na Trama Golpista em 2022 também prova que ele é culpado e que, ao invés disso, “ele deveria estar tentando provar a sua inocência”.

Quando o ex-presidente fica pedindo anistia, está provando que é culpado, que cometeu crime. Ele deveria estar falando ‘Vou provar minha inocência!’”

Lula chamou Bolsonaro de mentiroso e reafirmou que ele deveria admitir seus crimes “Ele está dizendo: ‘Gente, eu sou culpado. Eu tentei bolar um plano para matar o Lula, tentei bolar um plano para matar o Alckmin, tentei bolar um plano para matar o Alexandre de Moraes.

O presidente encerrou seu depoimento dizendo que todos no país têm o direito de provar sua inocência e é isso que Bolsonaro deve fazer e afirmou que o Brasil não é uma monarquia hereditária e sim uma república democrática. A entrevista na íntegra está disponível no canal no YouTube do presidente.

Após quebra do sigilo, Moraes torna públicos os depoimentos de Mauro Cid

O Ministro Alexandre de Moraes derrubou nesta quarta-feira (19) o acordo de sigilo dos depoimentos dados por Mauro Cid durante a delação premiada e tornou os materiais públicos nesta quinta-feira (20). Os depoimentos do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro contribuíram de forma significativa para a investigação feita pela Polícia Federal e apresentada pela Procuradoria Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF) na última terça-feira (18) que constam acusações contra o ex-presidente e sua participação na Trama Golpista em 2022.


Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Messias Bolsonaro (Foto: reprodução: Lula Marques/ AGÊNCIA BRASIL)

Materiais divulgados

No entanto, apesar da quebra do sigilo na manhã de ontem (19), Moraes ainda não havia liberado o acesso aos materiais, ou seja, aos depoimentos de Cid na íntegra. Porém, nesta quinta-feira (20), as mídias foram liberadas. Assista um trecho da delação:


Alexandre de Moraes divulga vídeo da delação de Mauro Cid; veja trecho (Vídeo: reprodução/YouTube/Metrópoles)

O documento será analisado pela primeira turma do STF

A denúncia apresentada pela PGR será avaliada pela primeira turma do STF, liderada por Alexandre de Moraes, eles decidirão o futuro dos denunciados. Além disso, Moraes estabeleceu um prazo de 15 dias para que os acusados enviem uma resposta escrita ao STF. O ex-presidente está sendo acusado dos seguintes crimes: liderança de organização criminosa armada; golpe de Estado; dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União; tentativa de abolição violenta de Estado e deterioração de patrimônio tombado.

Além disso, a Procuradoria afirmou que Bolsonaro já possuía um discurso para sua retomada ao poder caso o golpe desse certo. O discurso, bem como o esquema do golpe foram encontrados na sala do ex-presidente e no celular de Mauro Cid.

Caso a denúncia seja aprovada, os acusados se tornarão réus e responderão criminalmente.

Bolsonaro e a denúncia da PGR: tentativa de interferência no relatório das Forças Armadas

A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou, nesta terça-feira (18), uma denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), alegando que ele retardou a divulgação do relatório das Forças Armadas sobre a segurança das urnas eletrônicas e tentou influenciar seu conteúdo. Segundo a PGR, Bolsonaro tinha conhecimento de que não havia indícios de fraude no processo eleitoral e, mesmo assim, buscou alterar o teor do relatório para sustentar uma narrativa de irregularidades na eleição presidencial de 2022.


Jair Messias Bolsonaro (Foto: reprodução/NurPhoto/Getty Images Embed)


Pressão sobre o Ministério da Defesa

De acordo com as investigações, Bolsonaro teria pressionado o então ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, para que o documento produzido pelas Forças Armadas apontasse a existência de fraudes, apesar da ausência de evidências. O objetivo seria postergar a divulgação do relatório e criar um ambiente político favorável a questionamentos sobre a lisura do pleito.

A PGR também menciona a atuação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, que confirmou a tentativa de interferência no conteúdo do documento. Mensagens encontradas pela Polícia Federal mostram que o coronel Reginaldo Vieira de Abreu tentou alinhar o relatório a informações falsas oriundas da Argentina, buscando conferir credibilidade às supostas fraudes.

Acusação de Organização Criminosa

A denúncia da PGR alega que Bolsonaro fazia parte de um grupo que buscava deslegitimar as eleições e enfraquecer as instituições democráticas. Esse grupo teria se articulado dentro do Palácio do Planalto para planejar um ataque ao sistema eleitoral e criar um cenário que justificasse a permanência de Bolsonaro no poder.

Entre as ações do grupo, está a elaboração de um documento que sugeria que as fiscalizações das Forças Armadas poderiam ser usadas como argumento para questionar o resultado eleitoral. No entanto, mesmo com as tentativas de interferência, o relatório oficial divulgado pelo Ministério da Defesa não apontou nenhuma irregularidade ou indício de fraude nas eleições de 2022.

Bolsonaro foi acusado pelos seguintes crimes:

  • Organização criminosa armada;
  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  • Golpe de Estado;
  • Dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima;
  • Deterioração de patrimônio tombado.

Próximos Passos e Possíveis Consequências

A PGR acusa Bolsonaro de crimes como organização criminosa, tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Caso condenado, o ex-presidente pode enfrentar penas que somam até 34 anos de prisão.

O Supremo Tribunal Federal (STF) analisará a denúncia para decidir se Bolsonaro e os demais envolvidos se tornarão réus no processo. A defesa do ex-presidente nega as acusações e afirma que ele é alvo de perseguição política. O caso pode ter desdobramentos significativos ao longo de 2025, impactando o cenário político brasileiro nos próximos anos.

Bolsonaro tinha discurso pós-golpe pronto segundo a PGR

A Procuradoria Geral da República (PGR) apresentou nesta terça-feira (19) a denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Além dele, outros acusados também foram cúmplices no plano de Golpe de Estado articulado em 2022 visando uma ruptura institucional. Ao todo, foram 34 acusados. De acordo com o documento apresentado, Jair Bolsonaro estava ciente de todos os atos, como também liderou a organização criminosa responsável pelos crimes antidemocráticos. Além disso, a PGR afirmou que o ex-presidente já possuía um discurso pronto para o pós-golpe, caso desse certo.

O discurso encontrado na sala de Jair Messias Bolsonaro reforça o domínio que este possuía sobre as ações da organização criminosa, especialmente sobre qual seria o desfecho dos planos traçados – a sua permanência autoritária no poder, mediante o uso da força”, disse a PGR.

Discurso foi encontrado na sala do ex-presidente e no celular de Mário Cid


Bolsonaro e seu ex-braço direito Mauro Cid (Foto: reprodução/Alan Santos/PR)

De acordo com a Procuradoria Geral da República, o discurso, assim como o esquema do plano de golpe, foi encontrado na sala do ex-presidente e também no celular de Mauro Cid, braço direito de Bolsonaro na época.

Tratava-se do discurso a ser recitado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro no momento da efetivação do golpe de Estado. O mesmo texto também foi encontrado no aparelho celular de Mauro Cid”, de acordo com a denúncia.

O que acontece agora

Após a apresentação desta denúncia ao STF (Supremo Tribunal Federal), o caso será analisado pela primeira turma do Supremo. O ministro Alexandre de Moraes estabelecerá um prazo de 15 dias para que os acusados enviem uma resposta por escrito ao STF. A primeira turma do Supremo é formada por Moraes e os ministros Cármen Lúcia, Luiz Fux, Cristiano Zanin e Flávio Dino. Eles irão analisar o documento e apresentar a decisão. Caso seja aceita a denúncia, os acusados se tornam réus e deverão responder penalmente pelos crimes.


Turma liderada por Alexandre de Moraes irá decidir o futuro do ex-presidente (Foto: reprodução/Agência Brasil)

Por isso, vale lembrar que a apresentação da denúncia significa que a PGR encontrou provas suficientes contra os acusados. No entanto, não há condenação para nenhum deles até o momento.

Defesa de Bolsonaro rebate denúncia da PGR por tentativa de golpe

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro contestou a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que o acusa de liderar uma organização criminosa com o objetivo de executar um golpe de Estado em 2022. Os advogados classificaram as acusações como “narrativa fantasiosa” e afirmaram que Bolsonaro jamais apoiou a abolição da democracia no Brasil.

O Supremo Tribunal Federal (STF) avaliará a admissibilidade da denúncia nos próximos dias, decidindo se o ex-presidente será formalmente processado.


Ex- presidente se manifestou na noite desta terça feira (Vídeo: reprodução/YouTube/CNNBRASIL)

Reação da defesa

Em resposta à denúncia da PGR, os advogados de Jair Bolsonaro emitiram uma nota oficial na qual refutam veementemente as acusações. Nesse sentido, argumentam que a denúncia é baseada em uma única delação premiada, cuja credibilidade é questionável devido às múltiplas alterações nos depoimentos do delator. A defesa destaca que Bolsonaro nunca endossou movimentos que visassem desestabilizar o Estado Democrático de Direito ou suas instituições.

Além disso, os defensores apontam inconsistências na denúncia, afirmando que ela atribui ao ex-presidente participação em planos contraditórios entre si. Eles enfatizam a ausência de provas concretas que vinculem Bolsonaro a qualquer tentativa de golpe e classificam a acusação como “inepta” e desprovida de fundamentos sólidos.

Próximos passos no STF

Dessa forma, a apresentação da denúncia pela PGR, cabe agora ao Supremo Tribunal Federal analisar sua admissibilidade. Por essa razão, o STF decidirá se aceita a denúncia, o que resultaria na abertura de um processo formal contra Jair Bolsonaro e outros envolvidos. Entre os acusados estão 33 indivíduos, incluindo ex-ministros e altos oficiais militares, como o ex-ministro Walter Braga Netto.

Caso a denúncia seja aceita, os réus responderão a uma ação penal, que incluirá coleta de provas, depoimentos de testemunhas e apresentação de defesa. Ao final do julgamento, o STF poderá condenar ou absolver os acusados. A defesa de Bolsonaro mantém confiança na Justiça e acredita que a denúncia não prevalecerá devido à sua “precariedade, incoerência e ausência de fatos verídicos”.

Contexto da denúncia

Além disso, a denúncia da PGR, assinada pelo procurador-geral Paulo Gonet, acusa Bolsonaro e outros 33 indivíduos de crimes como tentativa de golpe de Estado, organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Segundo a acusação, o grupo teria planejado ações para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva em 2022, incluindo a disseminação de informações falsas sobre o sistema eleitoral e a busca de apoio das Forças Armadas para invalidar o resultado das eleições.

A investigação, para além disso, também aponta para a existência de um documento, conhecido como “minuta do golpe”, encontrado na residência do ex-ministro Anderson Torres, que detalharia planos para instaurar um estado de defesa e reverter o resultado eleitoral. Contudo, a defesa de Bolsonaro alega que tal documento não possui validade jurídica e que o ex-presidente não tinha conhecimento de seu conteúdo.


Sobre a minuta (Foto: reprodução/X/@beatrizprey)

Repercussão política

A denúncia contra Jair Bolsonaro gerou intensa repercussão no cenário político brasileiro. Aliados do ex-presidente classificam a acusação como uma perseguição política, enquanto opositores defendem a necessidade de apuração rigorosa dos fatos. Parlamentares de diferentes partidos manifestaram-se sobre o assunto, refletindo a polarização existente no país.

Analistas políticos apontam que o desfecho desse processo poderá influenciar significativamente o futuro político de Bolsonaro e o cenário eleitoral das próximas eleições. Enquanto isso, movimentos sociais e organizações da sociedade civil acompanham atentamente o desenrolar dos acontecimentos, ressaltando a importância da preservação das instituições democráticas e do respeito ao resultado das urnas.

Ação pela tentativa de golpe de estado pode ser movida ainda este mês

No final do ano passado, a Procuradoria-Geral da República (PGR) recebeu a versão final do relatório da Polícia Federal, que indiciava o ex-presidente Jair Bolsonaro e 36 de seus aliados pela tentativa de golpe de Estado, incluindo a incitação da invasão ocorrida em 08 de janeiro de 2023.

Quando será apresentada a denúncia

A expectativa era que a denúncia fosse apresentada em fevereiro de 2025. Atualmente, aliados de Bolsonaro aguardam que a ação seja movida antes do recesso de Carnaval. O Supremo Tribunal Federal prevê que isso ocorra nos próximos dias para que o ex-presidente seja julgado até o final do ano, conforme o esperado inicialmente. Para viabilizar esse prazo, a Procuradoria-Geral da República precisa apresentar a denúncia já fatiada e contar com juízes auxiliares, segundo ministros da Corte.

Os grupos que cercam Jair Bolsonaro já consideram uma mobilização popular em caso de uma eventual prisão. O ex-presidente busca recuperar sua elegibilidade, o que encerraria a discussão sobre a escolha de um novo representante para a direita.


Praça dos três poderes (foto: reprodução/x/@g1)

Como o ex-presidente está se posicionando

Enquanto isso, os advogados de Bolsonaro aguardam a análise do material apreendido durante a prisão de Braga Netto. Caso a Procuradoria-Geral da República decida apresentar uma denúncia formal ao Supremo Tribunal Federal, não será necessário aguardar ou seguir os desdobramentos da investigação da Polícia Federal.

O cenário jurídico segue tenso, com a possibilidade de novas revelações e movimentações políticas influenciando o processo. A condução do caso pelo STF pode impactar diretamente o futuro político de Bolsonaro e de seus aliados, tornando os próximos meses decisivos para o desdobramento das investigações e possíveis julgamentos. O clima entre apoiadores e opositores segue polarizado, com manifestações sendo planejadas de ambos os lados. Além disso, especialistas avaliam que o desenrolar do julgamento poderá estabelecer um novo precedente para casos semelhantes no Brasil, influenciando o sistema político e jurídico do país a longo prazo.

Embaixadora dos EUA deixa o Brasil: impactos e perspectivas

Elizabeth Frawley Bagley, embaixadora dos Estados Unidos no Brasil desde 1º de fevereiro de 2023, está encerrando sua missão diplomática no país. Sua chegada ocorreu no início do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, com o objetivo de fortalecer as relações entre as duas nações após tensões geradas durante o mandato de Jair Bolsonaro, que teve uma postura distante do governo Joe Biden. Bagley afirmou, em diversas ocasiões, que “o Brasil não tem parceiro melhor que os EUA”, destacando a importância estratégica da aliança.

Influência da embaixadora

Durante seu período no Brasil, a embaixadora desempenhou um papel central em iniciativas voltadas para a defesa da democracia, a proteção dos direitos humanos e o combate às mudanças climáticas. Essas áreas foram tratadas como pilares da cooperação entre os países, refletindo prioridades conjuntas. No entanto, com o retorno de Bagley aos Estados Unidos em meio à transição para o governo Donald Trump, incertezas surgem sobre a continuidade desse alinhamento.


Elizabeth Bagley, embaixadora americana, e a primeira dama brasileira, Janja Lula (Foto: reprodução/x/Janja)

Dúvidas que surgem com a saída de Bagley

A ausência de um novo embaixador norte-americano no Brasil pode dificultar o diálogo direto e a consolidação de novos acordos. A falta de representação em alto nível poderia, teoricamente, enfraquecer a capacidade de cooperação, especialmente em áreas sensíveis como comércio, meio ambiente e segurança internacional.

Apesar disso, autoridades brasileiras mantêm otimismo. Fontes do governo afirmam que os canais de comunicação entre Brasília e Washington permanecem sólidos. Relações de longa data e contatos diretos com altos funcionários norte-americanos devem minimizar potenciais impactos negativos.

A saída de Bagley simboliza um momento de transição e exige atenção para evitar retrocessos. Resta acompanhar como os dois países irão gerenciar essa nova etapa e preservar os avanços conquistados na parceria bilateral.

Brasil será representado por embaixadora na posse de Donald Trump

Na próxima segunda-feira (20), Donald Trump assumirá seu segundo mandato como presidente dos Estados Unidos. O Brasil será representado na cerimônia pela embaixadora Maria Luiza Viotti, conforme a tradição americana, que prioriza a presença de representantes diplomáticos nas posses presidenciais. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não foi convidado para o evento, e até o momento, não houve diálogo entre ele e Trump. Fontes do governo indicam não haver expectativa de contato nos próximos dias.

Uma tradição diplomática

Nos Estados Unidos, é incomum que chefes de Estado estrangeiros compareçam às posses. Em geral, a representação fica a cargo dos embaixadores. Apenas em situações específicas, como relações particularmente próximas, presidentes estrangeiros são convidados. É o caso de Javier Milei, presidente da Argentina, que confirmou presença na cerimônia, reforçando seus laços com Trump.

Relações entre Brasil e EUA

Apesar do distanciamento político entre Lula e Trump, diplomatas avaliam que as relações entre Brasil e Estados Unidos devem permanecer estáveis. Os dois países mantêm fortes laços comerciais, com os EUA figurando como o segundo maior parceiro econômico do Brasil, atrás apenas da China.


Apesar das diferenças entre Trump e Lula, especialistas não enxergam riscos para a relação entre os países (Foto: reprodução/X/@Metropoles)

Trump mantém alinhamento ideológico com o ex-presidente Jair Bolsonaro, que o apoiou publicamente durante suas campanhas e hesitou em reconhecer a vitória de Joe Biden em 2020. Em contrapartida, Lula já demonstrou afinidade com Kamala Harris, vice de Biden. Ainda assim, ao reconhecer a vitória de Trump, Lula destacou a importância do diálogo e da democracia, ressaltando o desejo de cooperação entre os países.

Bolsonaro e sua tentativa de participar da posse

Jair Bolsonaro afirmou ter sido convidado para a posse e busca autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para viajar aos Estados Unidos. Desde fevereiro de 2024, seu passaporte está retido em função de uma investigação sobre uma suposta tentativa de golpe.

O STF exigiu que Bolsonaro comprove o convite antes de deliberar. Caso consiga comparecer, sua presença reforçará a proximidade política com Trump, destacando o vínculo entre os dois líderes.

Estudo sobre eficácia da cloroquina contra COVID-19 é invalidado pela revista que o publicou

Nesta sexta (20), uma polêmica vinda da época da pandemia chegou ao fim. O estudo feito pelo francês Didier Raoult, que indicou o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina, como combate a COVID-19, foi despublicado pela revista Elsevier, que desmentiu o artigo com base em falhas metodológicas, dentre elas: grupos de pacientes muito pequenos, falta de grupo de controle, e assim por diante.

Revisão aponta falhas em pesquisa sobre tratamento da Covid-19


Ex-presidente Jair Bolsonaro falando sobre uso da cloroquina em combate a COVID-19 durante pandemia (reprodução/Sergio Lima/AFP/Getty Images Embed)


Após uma revisão rigorosa, foram identificadas falhas graves na metodologia e na análise de dados do artigo, publicado no início da pandemia, sendo na época amplamente citado para justificar a adoção dos medicamentos em diversos países, inclusive no Brasil, sob influência do então presidente Jair Bolsonaro.

No entanto, a cloroquina enfrentou diversos dilemas e questionamentos sobre sua utilização por autoridades e profissionais de saúde, principalmente levando em conta a intenção da mesma ser priorizada no lugar da vacinação.

Desde então, foram feitos novos estudos realizados pela comunidade científica, nos quais demonstraram que essas substâncias, além de não apresentarem eficácia comprovada contra o vírus, poderiam ainda acarretar riscos à saúde dos pacientes, sobretudo cardiológicos.

Diante do escândalo, a Elsevier explicou, em nota justificativa:

“Foram levantadas preocupações” sobre o respeito da “ética de publicação” do editor da revista, “a condução apropriada de pesquisas envolvendo participantes humanos, bem como preocupações levantadas por três dos autores em relação à metodologia e conclusões”

Autor do estudo foi proibido de exercer a medicina


Didier Raoult, autor de pesquisas envolvendo eficácia da Cloroquina contra o vírus da COVID (reprodução/Christophe Simon/AFP/Getty Images Embed)


O infectologista Didier Raoult, que na ocasião era chefe do Instituto de Infectologia do Hospital Universitário de Marselha, foi o grande responsável pela ascensão do estudo polêmico. Estando aposentado desde 2021, o médico de 72 anos havia recebido uma advertência no mesmo ano, por fazer críticas à vacinação contra o vírus e ao isolamento social, assim prejudicando o andamento no combate a pandemia, segundo o conselho profissional. Agora, devido à fraude cometida sendo apurada, o francês passa a ser completamente banido da atividade médica.