Jair Bolsonaro solicita novamente que Moraes seja afastado do caso de golpe de estado

Nesta segunda feira (2), novamente os advogados do ex-presidente Jair Bolsonaro, entraram com um pedido de impedimento, para que o ministro Alexandre de Moraes seja afastado do caso que envolve as investigações a cerca das acusações, envolvendo uma tentativa de golpe de estado, e também o caso de planejamento para tirar a vida de autoridades do Brasil.

Situação

Conforme a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, o ministro do STF estaria se colocando como vítima da situação, e consequentemente isso geraria uma possibilidade de que o magistrado poderia não ser imparcial neste caso. Ainda no pedido, os advogados do investigado ainda lembraram que Moraes se coloca em vários momentos como uma vítima da situação, alegando que existiam planos para matá-lo, colocando-o como um dos alvos desse planejamento.


Alexandre de Moraes no dia 15 de Agosto numa sessão no prédio do supremo federal em Brasília(Foto: reprodução/Ton Molina/Getty Images Embed)


Sobre o caso

No início deste ano de 2024, a defesa de Bolsonaro já havia enviado uma petição para Luís Roberto Barroso, solicitando que o Supremo Tribunal federal afasta-se o ministro Alexandre de Moraes, também alegando que o mesmo não teria capacidade de ser imparcial. O ministro do STF negou o pedido, não emitindo o afastamento de Moraes como solicitado, relatando que o magistrado não estaria descumprindo nenhuma regra no envolvimento da investigação.

Passaporte apreendido

A PF teria ido à casa de Bolsonaro que ele tem em Angra dos Reis–RJ, para apreender o passaporte dele, porém o documento não estava no local, então eles deram um prazo de um dia para que fosse entregue, durante a tarde, foi apreendido o passaporte. No dia seguinte também houve um vídeo apreendido aonde mostrava o ex-presidente relatando que tinha um acordo secreto acontecendo em que o tribunal superior estaria passando por cima da constituição.

As investigações a cerca do caso do golpe de estado e do possível plano de matar o presidente e o vice permanecem acontecendo.

Advogado relata que Bolsonaro estaria à parte de golpe

A defesa de Jair Bolsonaro (PL), Paulo Cunha Bueno, perante ao julgamento envolvendo a tentativa de golpe de estado, afirmou nesta sexta (29), em entrevista ao programa ‘Estúdio i’ da GloboNews, que não haveria sentido em seu cliente estar envolvido no ato conspiratório, justificando que o mesmo não seria beneficiado havendo sucesso na operação. – Fonte: Redação g1.

Segundo o advogado, caso o golpe fosse adiante, o governo seria composto apenas pelos militares envolvidos no plano, assim, portanto, culminando em uma suposta traição ao ex-presidente.

Quem seria o grande beneficiado? Segundo o plano do general Mario Fernandes, seria uma junta que seria criada após a ação do Plano Punhal Verde e Amarelo, e nessa junta não estava incluído o presidente Bolsonaro. Não tem o nome dele lá, ele não seria beneficiado disso. Não é uma elucubração da minha parte. Isso está textualizado ali. Quem iria assumir o governo em dando certo esse plano terrível, que nem na Venezuela chegaria a acontecer, não seria o Bolsonaro, seria aquele grupo, afirmou

Defesa argumenta a favor de ex-presidente durante entrevista

Paulo afirma que, apesar da viabilidade da proposta realmente ter chegado aos seus ouvidos, o ex-presidente não teria aceitado aderir ao plano, também relatando que o mesmo não tinha a obrigação de denunciá-lo.


Paulo Cunha Bueno, em entrevista ao Estúdio i da GloboNews (Foto: reprodução/Rede Globo de Televisão)

Investigação por suposto envolvimento em conspiração

Bolsonaro é condenado pela PF como autor e futuro executor do golpe de estado, que envolveria a morte do presidente Lula, seu vice, Geraldo Alckmin, além do ministro do STF, Alexandre de Moraes, junto à tomada do poder executivo por parte de um grupo contendo 37 militares, incluindo o ex-presidente. Contudo, a defesa de Bolsonaro afirma que a sentença de prisão do mesmo seria “injusta e partidária”, e que é necessário o julgamento por parte de uma corte imparcial, sem que haja desafetos pessoais envolvidos no processo.

Tramas golpistas: Bolsonaro pede anistia dos indiciados por golpe de estado

Jair Bolsonaro concedeu nesta quinta-feira (28), uma entrevista ao programa “Oeste sem Filtro” da revista Oeste. O ex-presidente pediu a anistia a investigados por tentativa de golpe de estado e defendeu que este seria um meio para “pacificar o país”.

Além disso, Bolsonaro admitiu ter debatido com militares as possibilidades de aplicação do artigo 142 da Constituição Federal, que, para os suspeitos, poderia dar suporte jurídico a um possível golpe militar.


Os comandantes das Forças falam que “Bolsonaro discutiu conosco hipóteses de (artigo) 142, estado de sítio, estado de defesa”. E eu discuti, sim. Não foi nenhuma discussão acalorada. (…) Golpe usando a Constituição? O que está dentro da Constituição você pode utilizar

Bolsonaro, em entrevista à revista Oeste

Ele já havia se posicionado favoravelmente à anistia aos participantes do ato golpista de 8 de janeiro de 2023, mas, desde seu indiciamento, a família de Bolsonaro tem defendido a anistia ainda mais ampla dos golpistas. O filho e senador Flávio Bolsonaro disse que Alexandre de Moraes, ministro do STF, “irá sofrer consequências por abusos”.

Jair Bolsonaro apelou a anistia citando diretamente o ministro do STF mas não esclareceu a que golpes específicos se referia.


Jair Bolsonaro e Flávio Bolsonaro (Foto: reprodução/Valter Campanato/Agência Brasil)

Apelo a STF e Lula

Bolsonaro também citou o presidente Lula como um dos que, segundo ele, deveria se pronunciar a favor da anistia:

Para nós pacificarmos o Brasil, alguém tem que ceder. Quem tem que ceder? O senhor Alexandre de Moraes. A anistia. Em 1979, eu não era deputado, foi anistiada gente que matou, que soltou bomba, que sequestrou, que roubou, que sequestrou avião, e ‘vamos pacificar, zera o jogo daqui para frente’. Agora, se tivesse uma palavra do Lula ou do Alexandre de Moraes no tocante à anistia, estava tudo resolvido. Não querem pacificar? Pacifica

Ex-presidente Bolsonaro à revista Oeste , sobre a anistia


Foto destaque: Bolsonaro em entrevista à revista Oeste (Foto: reprodução/ Revista Oeste)

Indiciamento de Bolsonaro

A Polícia Federal retirou, nesta terça-feira (26), o sigilo sobre um relatório que apontava Jair Bolsonaro como líder dos planejamentos golpistas para mantê-lo no poder após a derrota democrática nas eleições de 2022.

O principal líder da direita no Brasil, juntamente com outras 36 pessoas, foram indiciadas por tentativa de golpe de Estado, abolição do Estado democrático de direito e organização criminosa.

Relatório da PF aponta que Bolsonaro viajou para os EUA para evitar prisão

De acordo com o relatório final da PF, que investiga a tentativa de golpe de Estado, Bolsonaro decidiu deixar o Brasil em um momento de grande instabilidade política, quando suas tentativas de reverter o resultado das urnas não tiveram sucesso, o que aumentou o risco de sua prisão.

O ex-presidente também teria viajado para os Estados Unidos com o objetivo de aguardar o desfecho dos atos golpistas de 8 de janeiro, quando seus apoiadores invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília. A viagem foi uma estratégia para se proteger enquanto o cenário político se desenrolava e as consequências das ações golpistas eram investigadas.

Ex-Presidente da República Jair Bolsonaro (Foto: reprodução/Evaristo Sá/AFP)

Viagem aos EUA

A viagem de Jair Bolsonaro aos Estados Unidos no final de 2022 foi cuidadosamente planejada e adaptada conforme a situação política do momento. De acordo com as investigações, a decisão do ex-presidente de se afastar do Brasil e a movimentação em torno de sua fuga demonstraram a persistente intenção de seus aliados em protegê-lo e garantir sua liberdade, evitando as possíveis consequências legais de suas ações. A análise das investigações sugere que houve um esforço claro por parte de seu círculo próximo para mantê-lo seguro e longe de desdobramentos que pudessem resultar em sua prisão. Bolsonaro permaneceu nos Estados Unidos por três meses, retornando ao Brasil apenas em março de 2023, quando o cenário político já estava mais estabilizado.

Processo de Investigação

Durante o processo investigativo, a Polícia Federal encontrou no computador de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e um dos delatores, uma apresentação em PowerPoint com detalhes de um plano para a criação de uma rede de apoio à fuga e evasão, caso Bolsonaro decidisse não cumprir as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF). O documento revelou uma estratégia bem articulada para facilitar a fuga do ex-presidente, incluindo o uso de armamento para garantir a segurança e o sucesso da evasão em situações de confronto com a justiça.

As investigações mostraram que o plano de fuga, inicialmente concebido em 2021, foi modificado e adaptado após o grupo de aliados de Bolsonaro não conseguir implementar o golpe de Estado planejado para 2022. O fracasso da tentativa de subverter os resultados das eleições e instaurar um regime paralelo levou à reavaliação da estratégia, que passou a ser considerada uma alternativa caso as tentativas de golpe não se concretizassem. De acordo com o relatório da Polícia Federal, “o plano de fuga foi ajustado e reativado no final de 2022, quando a organização criminosa não conseguiu concretizar o golpe de Estado”, o que revela a continuidade das articulações e a persistência do grupo em garantir a proteção e a liberdade de Bolsonaro, mesmo diante do fracasso de seus objetivos políticos.

Bolsonaro participou ativamente de plano de golpe de Estado, afirma Polícia Federal

Alexandre de Moraes, ministro do STF, retirou nesta terça-feira (26) o sigilo do relatório da investigação da Polícia Federal de crimes contra o Estado Democrático de Direito, que podem ter ligação com membros do governo Bolsonaro, incluindo o ex-presidente. De acordo com o relatório, Jair Messias Bolsonaro participou de forma ativa e tinha plena consciência dos planos. Os envolvidos pretendiam, com uso de força, abolir o Estado Democrático de Direito e manter o governo liderado por Bolsonaro no poder, inclusive com planos para assassinar o presidente e vice-presidente eleitos em 2022.

Participação de Bolsonaro

De acordo com o relatório da Polícia Federal, Bolsonaro estaria desde 2019 replicando informações, que buscavam criar desconfiança da população sobre o sistema de voto eletrônico, o que criaria uma atmosfera que poderia justificar uma potencial permanência no poder.


Relatório da PF aponta que Bolsonaro tentou criar instabilidade, com fake news sobre as urnas eletrônicas (Foto: reprodução/ X/ @baudorio)

Dando prosseguimento à execução do plano criminoso, o grupo iniciou a prática de atos clandestinos com o escopo de promover a abolição do Estado Democrático de Direito, dos quais Jair Bolsonaro tinha plena consciência e participação ativa”.

Polícia Federal

De acordo com a PF, Bolsonaro replicava as informações falsas, utilizando as redes sociais e outros recursos, como lives. Ele também tinha uma rede de comunicação, utilizando aplicativo de mensagens, como Telegram. Os fatos apontados pela PF indicam uma participação central de Jair Bolsonaro e indica uma gravidade maior para os crimes apontados.

Gravidade

Bolsonaro também foi apontado por procurar apoio ou pressionar a participação de outros agentes no plano. Ele teve acesso a minuta redigida pelos outros indiciados, que detalhava as etapas para que o golpe fosse executado. Bolsonaro chegou a procurar as Forças Armadas com objetivo de ganhar apoio para a o plano.

De acordo com o relatório, o plano golpista não recebeu completo apoio das lideranças das Forças Armadas, no entanto há indícios de que havia apoio de Almir Garnier, comandante da Marinha. Um dos contatos da investigação, chamado de “Riva”, indicou que havia tanques prontos para apoiar o ex-presidente, caso o golpe fosse executado.

Três processos contra bolsonaro podem ser associados pela PGR

Nesta quinta-feira (21) a Polícia Federal anunciou o indiciamento de 37 pessoas por tentativa de golpe de Estado. Entre os indiciados está o ex-presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, que de acordo com a investigação estaria ciente das movimentações com objetivo de manter o governo, apesar do resultado eleitoral. Bolsonaro também é investigado em três casos, que são: a venda das joias sauditas, a fraude nos cartões de vacina e a investigação pela tentativa de golpe de Estado.

As joias sauditas

Uma das investigações que relacionam o ex-presidente Jair Bolsonaro é a que envolve as joias sauditas que foram recebidas como presente do governo da Arábia Saudita, durante seu governo. Pelas regras, todo presente recebido por um presidente da República no exercício do cargo é considerado um patrimônio da União, porém as investigações apontam que Bolsonaro tentou adicionar as joias ao patrimônio pessoal.


Bolsonaro viajou para a Flórida nas vésperas da posse de Lula (Foto: reprodução/ X/ @rede_marco)

As joias teriam sido levadas para a Flórida, nos Estados Unidos, para serem negociadas e vendidas. De acordo com a Polícia Federal, os recursos da venda poderiam ser utilizados para manter financeiramente Jair Bolsonaro nos Estados Unidos e protegê-lo de eventuais consequências de um golpe de Estado.

Fraude em cartão de vacina

Bolsonaro também é investigado por uma fraude no cartão de vacina. Como parte da comunicação do ex-presidente durante a pandemia de Covid-19, ele afirma que nunca tomou a vacina contra a doença, porém há um documento que afirma que Bolsonaro teria sido imunizado.


O tenente-coronel Mauro Cid é considerado uma ligação entre os três casos (Foto: reprodução/ X/ @g1)

De acordo com a Polícia Federal, o ajudante de ordens do ex-presidente, o tenente-coronel Mauro Cid teria ajudado a fabricar a documentação para Bolsonaro e outras pessoas próximas, permitindo que ele pudesse viajar para os Estados Unidos, caso o país exigisse a vacinação. Bolsonaro viajou para os Estados Unidos no dia 30 de dezembro de 2022, dois dias antes da posse de Luís Inácio Lula da Silva. Para a PF, a viagem serviria para evitar que Bolsonaro fosse associado aos atos golpistas que ocorreram em Brasília em 8 de janeiro de 2023.

Próximos passos

Atualmente o procurador-geral da República, Paulo Gonet, está analisando os casos e há um entendimento na PGR que ele possa apresentar uma denúncia unindo os casos. Para os investigadores, os casos se associam por estarem ligados ao mesmo grupo de pessoas, o que sustenta as possibilidades de estarem ligados.

Após a denúncia, o caso será encaminhado ao STF e o tribunal será responsável, por decidir se os indiciados devem se transformar em réus, dando início a um julgamento formal.

Alexandre de Moraes era o primeiro alvo do atentado “Punhal Verde e Amarelo”

A Polícia Federal desvendou um esquema que carrega o nome de “Punhal Verde e Amarelo”, que tinha como alvos, lideranças do governo brasileiro, incluindo o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, o presidente Lula e o atual vice dele, o ex-governador Geraldo Alckmin.


Debate sobre Alexandre de Moraes ser vítima e juiz do caso ao mesmo tempo (Vídeo: reprodução/ Youtube/ CNN Brasil)


“Punhal Verde e Amarelo”

O plano traçado era altamente detalhado, com levantamento de horários e itinerários de Moraes, e incluía sequestro e execução, em quatro equipes de seis integrantes e utilizava celulares descartáveis adquiridos com identidades de outras pessoas.

O grupo responsável por tudo isso, se comunicava por um aplicativo de mensagens em um chat chamado “Copa 2022”. A operação foi articulada pelo general da reserva Mario Fernandes, ex-integrante da secretaria-geral da Presidência, além do agente da Polícia Federal Wladimir Matos, acusado de espalhar informações sigilosas sobre a equipe de segurança de Lula e sua localização.

37 pessoas indiciadas e investigação da PF

Além dos dois citados, a PF indiciou 37 pessoas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o ex-diretor da ABIN Alexandre Ramagem e o general Walter Braga Netto, que foi candidato a vice do ex-presidente, além de outras figuras políticas como Valdemar Costa Neto, presidente do PL, e Augusto Heleno.

A investigação da Polícia Federal identificou o uso de alguns recursos logísticos e financeiros sofisticados para a execução do plano, que representava uma ameaça direta à democracia brasileira, enquanto os suspeitos presos não foram encontrados para comentar o caso.

A ampla repercussão do caso também sinaliza uma oportunidade para fortalecer a cultura da democracia e a necessidade urgente de revisar políticas de segurança para prevenir futuras repetições deste caso, que reflete um cenário preocupante sobre o momento político atual no Brasil.

Repercute o indiciamento de Bolsonaro por tentativa de golpe

O indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outras 36 pessoas repercutiu amplamente na imprensa internacional nesta quinta-feira (21). A Polícia Federal (PF) identificou uma “organização criminosa” que teria atuado de forma coordenada em 2022 com o objetivo de manter Bolsonaro no poder.

Entre os indiciados estão ex-ministros como Paulo Sérgio Nogueira (Defesa), Braga Netto (Defesa e Casa Civil) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional).

Ameaça à democracia

Após o anúncio do indiciamento, o New York Times destacou que as acusações “aumentam significativamente os problemas legais de Bolsonaro” e evidenciam uma tentativa organizada de minar a democracia brasileira. O jornal ressaltou que, cerca de um ano antes das eleições de 2022, Bolsonaro lançou uma campanha para disseminar dúvidas infundadas sobre a segurança das urnas eletrônicas, afirmando que só perderia caso houvesse fraude em favor de seu oponente.

O New York Times também comparou os protestos de 8 de janeiro de 2023, em Brasília, ao ataque ao Capitólio dos Estados Unidos em janeiro de 2021, quando apoiadores de Donald Trump contestaram o resultado das eleições americanas.

Já o espanhol El País apontou que, durante seu governo, Bolsonaro frequentemente adotou um discurso que flertava com a ruptura democrática. O jornal destacou que ele se recusou a reconhecer a vitória de Lula nas eleições de 2022.

O francês Le Monde relembrou uma acusação de Bolsonaro contra o ministro Alexandre de Moraes, na qual o ex-presidente declarou nas redes sociais que Moraes “faz tudo o que a lei não manda”.

A CNN americana ressaltou que Lula venceu as eleições de 2022 por uma margem apertada e que, após o resultado, apoiadores de Bolsonaro rejeitaram a derrota e invadiram prédios do governo em Brasília no dia 8 de janeiro de 2023.

Por sua vez, a rede Al Jazeera noticiou que os seguidores de Bolsonaro ficaram “irritados” com o desfecho das eleições, destacando as tensões que culminaram nos atos antidemocráticos.


Em 8 de janeiro de 2023, milhares de apoiadores de Bolsonaro invadiram prédios do governo em Brasília pedindo intervenção militar (Foto: reprodução/Eraldo Peres/AP/Picture Alliance/VioMundo)


Ameaça de assassinato a Lula

O britânico The Guardian relembrou o atentado à bomba na Praça dos Três Poderes, em Brasília, e alertou que, embora Lula esteja no poder, a ameaça representada pela extrema-direita permanece. A publicação também mencionou outros indiciados, como o argentino Fernando Cerimedo, estrategista digital e responsável pela comunicação da campanha presidencial de Javier Milei, na Argentina.

O argentino La Nación ressaltou que caberá à Procuradoria Geral da República decidir se apresentará uma denúncia formal com base nas investigações da PF. O jornal destacou que esta é a investigação mais delicada da trajetória de Bolsonaro, que agora enfrenta pressão crescente.

Por fim, o francês Le Figaro deu destaque a um suposto plano chamado “Adaga Verde e Amarela”, que teria como objetivo assassinar o presidente Lula. O caso foi revelado após operações da PF que levaram à prisão de militares e um policial federal nesta semana.

Matéria por Érica Monique Antunes (Lorena r7)

PF responsabiliza Bolsonaro e assessores por tentativa de golpe de Estado

Relatório da Polícia Federal (PF) sobre a tentativa de golpe de Estado destacará, de forma enfática, a responsabilização do ex-presidente Jair Bolsonaro e de seus assessores, incluindo o indiciamento deles e de militares que participaram da concepção, organização e tentativa de execução de uma ação golpista direcionada para minar o Estado Democrático de Direito no Brasil. A PF deve finalizar o primeiro relatório dos atos golpistas nesta quinta-feira (21) e posteriormente enviar para o Supremo Tribunal Federal (STF).

Apesar do cenário atual, não deve existir pedido de prisão no relatório final, que poderá ser complementado em outro momento, especialmente após a Operação Contragolpe.

Operação Contragolpe


Lula segura a bandeira do Brasil durante campanha (Foto: reprodução/
CARL DE SOUZA / Colaborador/ Getty Images Embed)


A Operação Contragolpe investiga um plano elaborado em 2022 com o objetivo de impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin, incluindo ações extremas como assassinatos de líderes políticos e ministros do Supremo Tribunal Federal. Entre os suspeitos, estão militares das forças especiais. A operação também revelou o uso indevido de recursos públicos e táticas clandestinas detalhadas, evidenciando uma tentativa de golpe estruturada e articulada. As ações resultaram em prisões, buscas, apreensões e suspensões de cargos públicos dos envolvidos, ligando o caso a atos antidemocráticos nas eleições de 2022 e aos ataques de 8 de janeiro de 2023​.

“Punhal Verde e Amarelo”

O plano chamado “Punhal Verde e Amarelo” envolvia ações detalhadas para eliminar o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes. A operação, de alta complexidade técnica e militar, incluía o uso de explosivos, armamento pesado e o possível envenenamento de Lula, visto que o envenenamento foi apontado como uma das principais estratégias para eliminar o presidente. O plano foi criado para ser posto em prática em 15 de dezembro de 2022, antes da posse presidencial. O objetivo era desarticular a transição de governo e impedir a formação do novo comando político no país.

Deputada do PSOL solicita prisão preventiva de Bolsonaro ao STF

A deputada federal Sâmia Bomfim, (PSOL-SP), encaminhou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), um pedido de prisão preventiva contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo a parlamentar, a liberdade do ex-chefe de Estado ameaça a ordem pública e pode comprometer a integridade das investigações sobre uma organização criminosa que planejava atentados contra lideranças políticas.

O ofício foi enviado após a Polícia Federal deflagrar uma operação que identificou militares e policiais ligados ao planejamento de assassinatos contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes.


Sobre a operação policial (Vídeo: reprodução /YouTube /CNN)

Pedido de prisão

No documento enviado ao STF nesta terça-feira (19), Sâmia Bomfim aponta que Bolsonaro tem influência sobre um grande número de pessoas, o que poderia ser utilizado para intimidar testemunhas ou dificultar as investigações. A deputada também sugere que o ex-presidente tinha conhecimento das ações criminosas e pode ter autorizado sua execução.

Para a parlamentar, a prisão preventiva seria necessária devido à gravidade das acusações e ao risco que a liberdade de Bolsonaro representa. “A manutenção da livre circulação do elemento é temerária, considerando sua presença ativa nas redes sociais e sua capacidade de mobilização política”, destacou Sâmia no ofício.

A operação da Polícia Federal

Na mesma data, a Polícia Federal realizou uma operação contra uma organização criminosa que planejava os assassinatos de Lula, Alckmin e Moraes. Entre os investigados estão militares da reserva e da ativa, além de um policial federal. A operação revelou a presença de um núcleo articulado dentro das forças de segurança, que utilizaria a estrutura militar para ações ilegais.

Até o momento, a defesa de Jair Bolsonaro não se pronunciou sobre o pedido apresentado pela deputada do PSOL. A solicitação segue em análise pelo ministro Alexandre de Moraes.