Jair Bolsonaro concedeu nesta quinta-feira (28), uma entrevista ao programa “Oeste sem Filtro” da revista Oeste. O ex-presidente pediu a anistia a investigados por tentativa de golpe de estado e defendeu que este seria um meio para “pacificar o país”.
Além disso, Bolsonaro admitiu ter debatido com militares as possibilidades de aplicação do artigo 142 da Constituição Federal, que, para os suspeitos, poderia dar suporte jurídico a um possível golpe militar.
Os comandantes das Forças falam que “Bolsonaro discutiu conosco hipóteses de (artigo) 142, estado de sítio, estado de defesa”. E eu discuti, sim. Não foi nenhuma discussão acalorada. (…) Golpe usando a Constituição? O que está dentro da Constituição você pode utilizar
Bolsonaro, em entrevista à revista Oeste
Ele já havia se posicionado favoravelmente à anistia aos participantes do ato golpista de 8 de janeiro de 2023, mas, desde seu indiciamento, a família de Bolsonaro tem defendido a anistia ainda mais ampla dos golpistas. O filho e senador Flávio Bolsonaro disse que Alexandre de Moraes, ministro do STF, “irá sofrer consequências por abusos”.
Jair Bolsonaro apelou a anistia citando diretamente o ministro do STF mas não esclareceu a que golpes específicos se referia.
Apelo a STF e Lula
Bolsonaro também citou o presidente Lula como um dos que, segundo ele, deveria se pronunciar a favor da anistia:
Para nós pacificarmos o Brasil, alguém tem que ceder. Quem tem que ceder? O senhor Alexandre de Moraes. A anistia. Em 1979, eu não era deputado, foi anistiada gente que matou, que soltou bomba, que sequestrou, que roubou, que sequestrou avião, e ‘vamos pacificar, zera o jogo daqui para frente’. Agora, se tivesse uma palavra do Lula ou do Alexandre de Moraes no tocante à anistia, estava tudo resolvido. Não querem pacificar? Pacifica
Ex-presidente Bolsonaro à revista Oeste , sobre a anistia
Indiciamento de Bolsonaro
A Polícia Federal retirou, nesta terça-feira (26), o sigilo sobre um relatório que apontava Jair Bolsonaro como líder dos planejamentos golpistas para mantê-lo no poder após a derrota democrática nas eleições de 2022.
O principal líder da direita no Brasil, juntamente com outras 36 pessoas, foram indiciadas por tentativa de golpe de Estado, abolição do Estado democrático de direito e organização criminosa.