TikTok limita alcance de contas governamentais em outros países

O TikTok está implementando novas regras para restringir o alcance de contas governamentais que tentam exercer influência em outros países, especialmente durante períodos eleitorais. A medida busca combater a desinformação e o uso político da plataforma, que passou a identificar perfis ligados a órgãos de Estado há dois anos.

Além disso, a empresa anunciou que essas contas não aparecerão mais no feed principal, limitando seu alcance global. A decisão também inclui a proibição de anúncios fora dos países de origem dessas contas governamentais, visando aumentar a transparência e a segurança.

Reações e contexto internacional

A decisão do TikTok ocorre em um momento de crescente escrutínio sobre a plataforma, especialmente nos Estados Unidos, onde políticos e autoridades têm expressado preocupações sobre a segurança nacional. O TikTok, propriedade da ByteDance, com sede em Pequim, está no centro de um debate acalorado sobre sua relação com o governo chinês e os possíveis riscos de espionagem e manipulação de dados.

Em resposta às alegações, o TikTok negou qualquer envolvimento com o governo chinês e está processando o governo americano devido a uma lei que poderia forçar a empresa a romper laços com a ByteDance para continuar operando nos EUA. A ByteDance também é parte do processo, defendendo que as medidas propostas são injustas e baseadas em suposições infundadas.


Placa da ByteDance, dona do TikTok (Foto: reprodução/Reuters)

Medidas para aumentar a transparência

Essa situação destaca o desafio de equilibrar a liberdade de expressão e a segurança nacional em um mundo digital cada vez mais interconectado. As novas regras do TikTok são um passo para aumentar a confiança na plataforma, limitando a influência política estrangeira e promovendo um ambiente mais seguro e transparente para os usuários.

A plataforma está empenhada em manter sua integridade, especialmente em tempos de alta sensibilidade política, como períodos eleitorais. Essas novas regras são um passo importante para garantir que a influência estrangeira seja limitada e que os usuários possam confiar no conteúdo que consomem.

O TikTok continua a navegar por um cenário global complexo, equilibrando as demandas de segurança e privacidade com a liberdade de expressão e o acesso à informação.

Desenvolvedora do Tik Tok cogita encerramento das atividades nos EUA

Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, comunicou na última quarta-feira (24) que pretende ordenar que o Tik Tok tenha nova regência em território americano dentro de um ano. Em contato com o jornal britânico The Guardian, a chinesa ByteDance, desenvolvedora do aplicativo, citou que prefere vendê-la a dar essa possibilidade aos americanos

Para o presidente, o aplicativo atua como meio de filtrar dados confidenciais dos usuários. Desta forma, representa um risco à segurança nacional. Uma proposta similar já havia sido discutida pelo ex-presidente Donald Trump. Entretanto, no atual momento eleitoral, o candidato republicano não é tão enfático e cita existir “muita coisa boa e muita coisa ruim” com o aplicativo.

Paralisação do Tik Tok representa risco limitado para desenvolvedora

De acordo com fontes do jornal, o Tik Tok opera com algoritmos essenciais para o seu funcionamento. Logo, vendê-lo com essas características seria improvável, uma vez que é impossível separar o aplicativo do software. Tal complicação implica também na propriedade intelectual registrada na China perante o nome da ByteDance, o que dificulta o processo de separação.


Algoritmo do Tik Tok é curado com base nos gostos do usuário (Foto: reprodução/Joe Raedle/Getty Images Embed)


Embora o aplicativo seja um sucesso no mundo inteiro, na casa dos 1 bilhão de usuários, as fontes informam que o aplicativo gera prejuízo. Se fosse o caso de cessar as operações no país, teria uma repercussão reduzida para a gigante chinesa. Porém, se perderem a batalha judicial, preferem que o aplicativo deixe a localidade do que cogitar vender para outro comprador.

Receita financeira da empresa aumentou no ano passado

Apesar de não divulgar dados financeiros de nenhum dos seus negócios, fontes revelam que boa parte da receita provém da própria China. Aplicativos como o Douyin, uma versão do Tik Tok da região, são vantajosos financeiramente. Uma outra fonte escutada pela reportagem alega que os EUA foram responsáveis por 25% das receitas globais em 2023. 

No aplicativo Toutiao, uma plataforma com conteúdo informativo de propriedade da ByteDance, o Tik Tok declarou não ter interesse em vender as operações do aplicativo nos Estados Unidos. Shou Zi Crew, CEO do Tik Tok, assegurou que a empresa espera sair vitoriosa contra o projeto de lei assinado por Joe Biden. 

Nova versão de lei aprovada pela Câmara dos EUA busca banir TikTok do país

Um projeto de lei foi aprovado, no último sábado (20), pela Câmera dos Estados Unidos, que prevê a proibição do TikTok no país caso a ByteDance não venda sua participação a uma companhia norte-americana. A nova medida se assemelha a que foi apresentada em março, onde era previsto a proibição da plataforma chinesa no território estadunidense. Contudo, a condição adicionada nessa nova versão dá mais tempo para o TikTok abdicar de sua desenvolvedora e arrumar um comprador de confiança do país. Esse projeto foi aprovado por 360 votos a 58. 

“É lamentável que a Câmara dos Deputados esteja usando a cobertura de importante assistência externa e humanitária para mais uma vez aprovar um projeto de lei que atropelaria os direitos de liberdade de expressão de 170 milhões de americanos”, pronunciou o TikTok, domingo (23). 


Pronunciamento do TikTok quanto ao projeto de lei (Reprodução/X/@TikTokPolicy)


Caso o projeto seja assinado, a nova versão daria 270 dias para que a empresa encontre um novo proprietário, podendo se estender para mais 90 dias. Essa nova empresa não poderá ter qualquer relação com a empresa chinesa ByteDance, atual dona do TikTok. 

Por que a iniciativa desse projeto de lei?

Desde o governo de Donald Trump, o país tem demonstrado preocupações quanto a ByteDance, pois acreditam que representa um risco para a segurança do país. Alguns afirmam que a empresa chinesa poderia se aproveitar do poder para obter dados de usuários americanos, usando a plataforma como uma forma de espionagem. 

Para que o projeto saísse da paralisação que acontecia desde março, os congressistas alteraram para um projeto de lei de financiamento, pois, além de ser prioridade do presidente Joe Biden, costumam ter um processamento mais rápido nas casas. Com isso, o TikTok será incluído em um pacote de ajuda econômica externa, que visa auxiliar a países aliados dos EUA que se encontram em estado de guerra, como Ucrânia e Israel. 

Fundadora do TikTok lança programas de IA

A startup chinesa lançou os programas nos últimos três meses, mirando usuários de mercados menores e fora da China. As três primeiras plataformas permitem a criação e o compartilhamento de chatbots pelas pessoas, e o último cria enredos e textos de ficção conforme a escolha dos leitores. 

Tanto no site, quanto nos aplicativos, não há menção à bilionária ByteDance. Segundo Jodi Seth, porta-voz da empresa, à Forbes, os programas contam com a tecnologia GPT da OpenAI, dona do ChatGPT, acessado por meio de uma licença da Microsoft Azure. Na administração, três delas passam pela Spring (SG) Pte. Ltd., e outro pela Poligon Pte., ambas subsidiárias da poderosa corporação.

Processo inicial

Dos quatro, apenas Coze está disponível nos EUA, e nenhum foi liberado na União Europeia. De acordo com Seth, os softwares estão “ainda em fase de testes”, sem dar muitos detalhes sobre planos. Além disso, não ficou claro se os projetos serão integrados futuramente ao TikTok. Vale lembrar que um recente teste incorporou um chatbot de IA, chamado “Tako”, à rede social.


Jodi Seth, porta-voz da ByteDance, disse que os aplicativos estão “ainda em fase de testes” (Reprodução/LinkedIn/JodiSeth)

A ByteDance tem um histórico de desativação de apps com um funcionamento aquém do esperado. Por exemplo, antes de liberar o TikTok nos Estados Unidos, a companhia disponibilizou plataforma de curiosidades, de gifs e um de notícias. Após testes, todos foram desligados.

Problemas regulatórios

Alguns órgãos fiscalizadores no Ocidente estão preocupados com a chance do governo chinês coletar dados sensíveis através desses aplicativos, ou ainda, usar dos próprios programas para transmitirem mensagens pró-China. Fora isso, ainda há o medo de possíveis roubos de propriedade intelectual de empresas estrangeiras. 

Nas políticas de privacidade, está permitido o compartilhamento de informações dos usuários com outras “entidades dentro de todo o grupo corporativo”. Jodi Seth também confirmou a possibilidade de acesso dos dados pelos funcionários da ByteDance na China.

A corrida da inteligência artificial

Essas inovações fazem parte de uma competição no mundo da IA generativa. A startup chinesa já lançou uma ferramenta geradora de vídeos curtos e tem planos para construir um gerador de imagens, semelhante ao Midjourney. O Facebook já possui sua linha de chatbots, e o Snap fez uma integração de um chatbot ao Snapchat. Google, Amazon e Microsoft são outras gigantes que não querem ficar para trás nesse cenário.