Lula determina envio de ministros ao Paraná após desastre climático

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou neste sábado (8) uma comitiva ministerial ao estado do Paraná, após a passagem de um tornado que deixou mortos, feridos e destruição em diversas cidades. A ministra Gleisi Hoffmann, o ministro interino da Saúde, Adriano Massuda, e equipes da Defesa Civil foram designados para acompanhar de perto as ações de apoio às vítimas e avaliar os danos causados pelo fenômeno climático.

A comitiva também deve coordenar o envio de recursos e reforçar o atendimento emergencial nas áreas mais atingidas. Técnicos da Defesa Civil Nacional e profissionais do Sistema Único de Saúde foram mobilizados para atuar no resgate, na assistência médica e no suporte às famílias que perderam suas casas. O governo federal avalia ainda medidas adicionais de ajuda humanitária e reconstrução das regiões afetadas.

Lula se pronuncia após tragédia no Paraná

Nas redes sociais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou as perdas provocadas pelo tornado que atingiu o interior do Paraná. Ele prestou solidariedade às famílias afetadas e ressaltou que o governo federal está mobilizado para garantir assistência e acelerar a reconstrução das áreas devastadas. Lula também reforçou o compromisso de oferecer todo o suporte necessário às comunidades impactadas pelo fenômeno climático.

Durante viagem à Colômbia, onde participa da Cúpula da Celac (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos), o presidente determinou o envio de uma comitiva ministerial para acompanhar de perto a situação. O grupo, formado pelos ministros Gleisi Hoffmann e Adriano Massuda, seguiu em aeronave da Força Aérea Brasileira, acompanhado por equipes da Defesa Civil Nacional, da Força Nacional do SUS e do Centro Nacional de Gerenciamento de Desastres, responsáveis por coordenar as ações de socorro e assistência às vítimas.

Governo analisa situação e pode decretar calamidade pública

O governo federal avalia decretar ainda neste sábado (8) estado de calamidade pública nas regiões do Paraná atingidas pelo tornado. A medida está em análise após o levantamento preliminar da Defesa Civil Nacional, que aponta ampla destruição, centenas de feridos e famílias desabrigadas. O reconhecimento oficial da calamidade permitirá a liberação imediata de recursos emergenciais e o envio de reforços federais para as ações de socorro.


Ações de ajuda humanitária após o tornado (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)


De acordo com técnicos que acompanham a situação, a prioridade é garantir ajuda humanitária às comunidades afetadas, incluindo a entrega de mantimentos, kits de higiene e estruturas provisórias de abrigo. A decisão deve ser tomada após a chegada da comitiva ministerial ao estado e da conclusão das primeiras vistorias nas áreas devastadas, etapa essencial para dimensionar os danos e definir o volume de recursos que será destinado às cidades paranaenses.

As autoridades seguem em campo avaliando os prejuízos e coordenando o atendimento às famílias atingidas. A expectativa é de que novas medidas sejam anunciadas nas próximas horas, conforme o avanço das ações de emergência e o levantamento completo dos danos.

Tornado devasta o Paraná, deixa 6 mortos e centenas de feridos

Um tornado de grande intensidade atingiu o município de Rio Bonito do Iguaçu, no centro-sul do Paraná, na última sexta-feira (7), deixando um rastro de destruição. O fenômeno, provocado por uma instabilidade atmosférica extrema, causou a morte de seis pessoas e ferimentos em mais de 750.

Casas foram destelhadas, construções desabaram e boa parte da cidade ficou sem energia. A Defesa Civil e outros órgãos seguem mobilizados para socorrer moradores e avaliar os prejuízos após um dos eventos climáticos mais severos já registrados na região.

Imagens feitas por moradores mostram ruas cobertas por destroços, veículos revirados e construções completamente destruídas. Em meio ao cenário de devastação, equipes de resgate trabalham de forma contínua para localizar desaparecidos e prestar apoio às famílias desabrigadas.

O governo estadual decretou situação de emergência e enviou reforços para a região, enquanto especialistas avaliam a força do tornado, classificado como um dos mais potentes já registrados no estado.

Entenda o que aconteceu em Rio Bonito do Iguaçu

Horas antes do tornado atingir Rio Bonito do Iguaçu, o céu já mostrava sinais de instabilidade. Moradores relataram um forte temporal com ventos intensos e granizo, que começou ainda no fim da tarde de sexta-feira (7). A chuva veio de forma repentina, derrubando árvores e provocando falta de energia em várias regiões do município. O granizo cobriu ruas e telhados, e o vento forte arrancou estruturas, anunciando a gravidade do fenômeno que se aproximava.

Em entrevista ao g1, o prefeito Sezar Bovino descreveu a destruição causada pelo tornado como algo “parecido com um filme”. Segundo ele, boa parte da cidade ficou irreconhecível, com casas completamente destruídas e famílias desabrigadas. O hospital municipal foi totalmente devastado, impossibilitando o atendimento local.

Com isso, os feridos estão sendo encaminhados para Laranjeiras do Sul, município vizinho que se tornou o principal ponto de apoio e atendimento emergencial às vítimas. Bovino afirmou que o cenário é de calamidade e que Rio Bonito do Iguaçu está completamente destruída, enquanto equipes de resgate seguem atuando em meio aos escombros.


Vista aérea de Rio Bonito do Iguaçu, um dia após a tragédia (Vídeo: reprodução/Instagram/@globonews)


O rastro deixado pelo tornado

O tornado deixou um cenário de devastação em Rio Bonito do Iguaçu. Ruas inteiras foram tomadas por entulhos, veículos foram arrastados e árvores de grande porte tombaram sobre casas e estabelecimentos. Telhados se desprenderam com a força do vento, e construções de alvenaria não resistiram ao impacto.

Escolas, igrejas e comércios ficaram em ruínas, enquanto postes e fios de energia foram arrancados, deixando a cidade sem luz por horas. A paisagem, antes pacata, se transformou em um campo de destruição e silêncio.

Equipes da Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e voluntários trabalham em meio aos destroços para localizar desaparecidos e garantir a segurança dos moradores. Muitas famílias perderam tudo e foram acolhidas em abrigos improvisados.

As buscas seguem intensas, enquanto técnicos avaliam os danos estruturais e o risco de novos desabamentos. No dia seguinte, a dimensão da tragédia ficou ainda mais evidente, revelando o impacto profundo que o tornado deixou sobre a cidade e seus habitantes.

As regiões oeste e sudoeste do Paraná também foram atingidas por chuvas fortes e ventos intensos. Municípios como Laranjeiras do Sul, Guarapuava e Candói registraram alagamentos, destelhamentos e quedas de árvores, além de falta de energia em alguns pontos. Mesmo com estragos menores, o fenômeno evidenciou a força da instabilidade que atingiu o estado.

Primeira-dama visita Rio Grande do Sul para auxiliar vítimas das enchentes

Nesta quarta-feira (8), a primeira-dama Janja da Silva estará no Rio Grande do Sul para acompanhar a entrega de doações e visitar abrigos em meio à devastação causada pelas recentes chuvas e enchentes no estado. Acompanhada pelos ministros Paulo Pimenta, Simone Tebet e Waldez Góes, a visita tem como objetivo oferecer apoio direto às comunidades afetadas.

Janja planeja passar por quatro cidades: Canoas, São Leopoldo, Guaíba e Porto Alegre. A escolha dessas localidades se deve à urgência em fornecer assistência às áreas mais afetadas pela tragédia. A presença da primeira-dama ao lado dos ministros demonstra o compromisso do governo em lidar com a crise enfrentada pelo estado.


Janja da Silva adota cachorra resgatada e a chama de Esperança (Foto: reprodução/Instagram/@janjalula)


Calamidade pública

O presidente Lula, ao definir o socorro ao Rio Grande do Sul como prioridade, descreveu a situação como uma “guerra” devido à destruição causada pelas chuvas. Como resposta, o governo federal e o Congresso aprovaram um decreto de calamidade pública, permitindo gastos extras para atender às necessidades emergenciais.

Além disso, uma medida provisória será editada em breve para liberar crédito extraordinário, cujo valor ainda está sendo calculado. Estima-se que o investimento na recuperação das rodovias federais ultrapasse R$ 1 bilhão, segundo o ministro Renan Filho, do Transporte.

Em um gesto de solidariedade, Janja adotou uma cachorra resgatada em Canoas durante os temporais. Batizada de “Esperança”, a cadela se tornou parte da família da primeira-dama, que compartilhou a experiência nas redes sociais. Janja destacou a situação crítica não apenas das pessoas, mas também dos animais afetados pela tragédia.

Críticas de Michele Bolsonaro na semana passada

A ação humanitária de Janja contrasta com as críticas recentes feitas por Michelle Bolsonaro durante um evento em Manaus. A ex-primeira-dama relembrou sua vida anterior no Rio de Janeiro, mencionando que costumava levar suas filhas ao lixão onde trabalhava em Gramacho.

As palavras de Michele pareceram aludir indiretamente às extravagâncias de Janja, sugerindo que algumas pessoas se destinam ao trabalho árduo, enquanto outras apenas se beneficiam do poder público.

 

Prefeitura de Porto Alegre interrompe acesso ao centro após defeito em medidores do rio Guaíba

Nesta sexta-feira (3), a prefeitura de Porto Alegre interceptou o acesso ao centro da cidade, contando com 26 interceptações totais e nove parciais. A medida foi realizada devido à avaria que ocorreu no sistema de medição do nível do rio Guaíba.

Devido às fortes chuvas que têm atingido o estado do Rio Grande do Sul, casa de bombas se rompe e causa inundação no centro da cidade de Porto Alegre.


Vista aérea da área alagada em Capela de Santana, Rio Grande do Sul (Foto: reprodução/CARLOSFABAL/AFP)


Risco de inundação e falta de água para 21 bairros

Conforme a nota da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) do Rio Grande do Sul, a estação hidrometeorológica do Cais Mauá, na capital do estado, exibiu problemas na leitura na madrugada desta sexta. A última medição registrava 4m31cm no cais. O maior nível do rio Guaíba desde 1941. Há possibilidade de que o nível possa ultrapassar os cinco metros devido às tempestades, que podem durar até domingo. Técnicos do Departamento de Recursos Hídricos e Saneamento, e a Defesa Civil, estão certificando o nível no local. A Sema está empenhada para retomar o acesso e disponibilização dos dados o mais rápido possível.


Vista aérea de áreas inundadas em Encantado, Rio Grande do Sul (Foto: reprodução/GustavoGhisleni/AFP)


Informações via redes sociais

A Prefeitura anunciou que o Centro de Saúde Santa Marta, no Centro Histórico, fecha às 11h devido à cheia do rio Guaíba. As Unidades de Saúde Domênico Feoli, Ilha da Pintada, Ilha do Pavão e Ilha dos Marinheiros tiveram seus funcionamentos interrompidos. Segundo o Centro Integrado de Coordenação de Serviços da Prefeitura de Porto Alegre, equipamentos de informática e móveis foram movidos do térreo para os andares superiores do Centro de Saúde.

Os temporais no Rio Grande do Sul

Até o momento foram registradas 31 mortes e 74 pessoas estão desaparecidas, conforme a informação da Defesa Civil. O município tem 418 pessoas acolhidas em abrigos temporários, 346 no Pepsi on Stage, 44 no Centro Social Pe. Leonardi e 28 na Escola Estadual Custódio de Mello. A prefeitura de Canoas realizou um alerta de evacuação para os residentes do bairro Mathias Velho. A casa de bombas 6 está localizada no bairro e pode transbordar. As casas de bomba da região despejam as águas da chuva no Rio Guaíba. Um alerta já havia sido feito para os moradores que vivem nas proximidades da casa de bombas 3, principalmente nas ruas 3 de Outubro, Hermes da Fonseca e General Câmara, no bairro Rio Branco.


Pessoas morreram e há desaparecidos devido às fortes chuvas no estado (Foto: reprodução/GustavoGhisleni/AFP)


Governo decreta estado de calamidade pública

O governador do estado, Eduardo Leite, decretou estado de calamidade pública em razão das mais de 100 cidades atingidas pelas inundações no Rio Grande do Sul.

Rio Grande do Sul anuncia calamidade pública após chuvas intensas e prejuízos

Na última quarta-feira (01), o Rio Grande do Sul anunciou que o estado entrará em situação de calamidade pública pelos temporais fortes que a região vem enfrentando desde segunda-feira (29). A declaração foi divulgada no Diário Oficial do Estado afirmando que a tragédia provocada por chuvas intensas, granizo, inundações e vendavais é classificada como desastre de nível três, quando se apresentam diversos danos. 

O decreto afirma que os episódios geraram perdas humanas, materiais e ambientais, além do comprometimento do funcionamento de instituições públicas. Ademais, o documento autoriza que os órgãos de administração pública estadual prestem auxílio a população e que os municípios podem requerer o mesmo decreto que será homologado pelo Estado.


Anúncio do decreto em redes sociais (foto: reprodução/X/@governo_rs)

Declaração do Governador

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, declarou em coletiva de imprensa que este seria o maior desastre do estado, e que as consequências já são maiores do que as ocorridas em 2023. “Infelizmente, a situação deste ano deverá ser pior que a de 2023. Veremos ainda um aumento nos níveis dos rios devido às chuvas. Então, é crucial que as pessoas se protejam e busquem abrigo em locais seguros, longe do perigo das inundações”, informou Leite. 


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Enchente ocorrida em 2023 (foto: reprodução/Getty Images Embed/Anderson Coelho)


Eduardo também expôs as dificuldades enfrentadas pelas equipes de resgate para ajudar as pessoas devido as condições do clima, e mostrou a importância do coletivo para enfrentar a situação.

“Nós não teremos capacidade de fazer todos os resgates, porque está muito mais disperso nesse evento climático que a gente está vivenciando. E com dificuldades, porque ali as chuvas não cessam. O estado tem tido dificuldades para acessar as localidades”.

Eduardo Leite em coletiva

O governador pediu para que os moradores de locais de riscos deixem suas casas e procurem abrigos, e que tomem cuidado com as áreas de encostas suscetíveis a deslizamentos. Ele encerra pedindo a todos que não se exponham aos locais afetados pelo temporal. 

Pedido de ajuda

Eduardo Leite chegou a protocolar um pedido de ajuda federal ao presidente Lula. Ele obteve o auxílio da Força Aérea, mas os helicópteros encontraram dificuldades no resgate pelo clima. O presidente confirmou que pretende ir ao Rio Grande do Sul ainda nesta quinta-feira (02) para prestar apoio. 

O estado ainda enfrenta o medo pela ameaça de rompimento da barragem Quatorze de Julho em Serra. Se as chuvas continuarem, o risco pode ser alto para os municípios próximos. Leite mencionou que um plano de evacuação começou a ser traçado.  

As chuvas fortes deixaram 13 mortos e 21 desaparecidos na região, onde mais de oito mil moradores tiveram que abandonar seus lares. O decreto de calamidade pública deverá prevalecer durante 180 dias a partir do dia primeiro de maio.