Na última quarta-feira (01), o Rio Grande do Sul anunciou que o estado entrará em situação de calamidade pública pelos temporais fortes que a região vem enfrentando desde segunda-feira (29). A declaração foi divulgada no Diário Oficial do Estado afirmando que a tragédia provocada por chuvas intensas, granizo, inundações e vendavais é classificada como desastre de nível três, quando se apresentam diversos danos.
O decreto afirma que os episódios geraram perdas humanas, materiais e ambientais, além do comprometimento do funcionamento de instituições públicas. Ademais, o documento autoriza que os órgãos de administração pública estadual prestem auxílio a população e que os municípios podem requerer o mesmo decreto que será homologado pelo Estado.
Declaração do Governador
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, declarou em coletiva de imprensa que este seria o maior desastre do estado, e que as consequências já são maiores do que as ocorridas em 2023. “Infelizmente, a situação deste ano deverá ser pior que a de 2023. Veremos ainda um aumento nos níveis dos rios devido às chuvas. Então, é crucial que as pessoas se protejam e busquem abrigo em locais seguros, longe do perigo das inundações”, informou Leite.
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Enchente ocorrida em 2023 (foto: reprodução/Getty Images Embed/Anderson Coelho)
Eduardo também expôs as dificuldades enfrentadas pelas equipes de resgate para ajudar as pessoas devido as condições do clima, e mostrou a importância do coletivo para enfrentar a situação.
“Nós não teremos capacidade de fazer todos os resgates, porque está muito mais disperso nesse evento climático que a gente está vivenciando. E com dificuldades, porque ali as chuvas não cessam. O estado tem tido dificuldades para acessar as localidades”.
Eduardo Leite em coletiva
O governador pediu para que os moradores de locais de riscos deixem suas casas e procurem abrigos, e que tomem cuidado com as áreas de encostas suscetíveis a deslizamentos. Ele encerra pedindo a todos que não se exponham aos locais afetados pelo temporal.
Pedido de ajuda
Eduardo Leite chegou a protocolar um pedido de ajuda federal ao presidente Lula. Ele obteve o auxílio da Força Aérea, mas os helicópteros encontraram dificuldades no resgate pelo clima. O presidente confirmou que pretende ir ao Rio Grande do Sul ainda nesta quinta-feira (02) para prestar apoio.
O estado ainda enfrenta o medo pela ameaça de rompimento da barragem Quatorze de Julho em Serra. Se as chuvas continuarem, o risco pode ser alto para os municípios próximos. Leite mencionou que um plano de evacuação começou a ser traçado.
As chuvas fortes deixaram 13 mortos e 21 desaparecidos na região, onde mais de oito mil moradores tiveram que abandonar seus lares. O decreto de calamidade pública deverá prevalecer durante 180 dias a partir do dia primeiro de maio.