Decisão judicial que levou P. Diddy à prisão reacende debate sobre abusos na indústria musical

A recente condenação do rapper e empresário Sean “Diddy” Combs reacendeu discussões sobre abuso de poder e responsabilização no cenário musical. O caso, marcado por depoimentos impactantes e ampla repercussão pública, teve reflexo direto na trajetória de Cassie Ventura, ex-namorada do artista, cuja equipe jurídica se pronunciou após a sentença.

Pronunciamento da defesa de Cassie Ventura

Na última sexta-feira (3), os advogados de Cassie Ventura divulgaram uma nota oficial após a decisão que condenou Combs a quatro anos e dois meses de prisão. O rapper foi considerado culpado em duas acusações de transporte para fins de prostituição, com base na Lei Mann — legislação norte-americana que criminaliza esse tipo de conduta interestadual.

Segundo a equipe jurídica, a condenação representa um avanço no reconhecimento das violações cometidas, mas não elimina o sofrimento causado. “A sentença não repara os danos emocionais e psicológicos enfrentados por Cassie”, afirmaram. O comunicado ainda destacou que o veredito valida o impacto das experiências relatadas pela cantora e pode abrir caminho para que outras vítimas sejam ouvidas.

Depoimentos decisivos para a condenação

Cassie Ventura atuou como testemunha-chave no julgamento, relatando episódios de coerção, controle, além de agressões físicas e psicológicas. O tribunal considerou seu depoimento fundamental para a condenação em duas das cinco acusações. Outras denúncias — como tráfico sexual e associação criminosa — foram rejeitadas pelo júri.

Justificativas da sentença

Durante a audiência em Manhattan, o juiz federal Arun Subramanian afirmou que Combs “prejudicou irreparavelmente duas mulheres” ao longo de mais de uma década, usando poder e recursos financeiros para silenciar vítimas. Além da pena de prisão, foi aplicada uma multa de US$ 500 mil, o valor máximo previsto pela lei.

Preso preventivamente desde setembro de 2024, o rapper reconheceu parte dos abusos em sua fala final. Chorando, pediu desculpas às vítimas e à família, alegando problemas com drogas e saúde mental. Para o magistrado, no entanto, as justificativas não foram suficientes para atenuar a pena.


Advogados de Cassie reagem à sentença do rapper (Vídeo: reprodução/YouTube/@enews)

Um marco na carreira do artista

Aos 55 anos, Sean Combs, que já foi considerado um dos nomes mais influentes da música norte-americana, passa a estar associado a um dos casos mais emblemáticos de abuso e poder na indústria cultural. A condenação simboliza um ponto de inflexão em sua trajetória e reforça a necessidade de responsabilização dentro do meio artístico.

Matéria por Eduarda Moreira (Lorena R7)

Júri decide quatro acusações contra Diddy, mas a principal segue sem consenso

O júri federal responsável pelo julgamento de Sean “Diddy” Combs chegou nesta terça-feira (1º) a um veredito sobre quatro das cinco acusações que pesam contra o rapper e empresário. No entanto, o grupo segue em impasse quanto à denúncia mais grave, de conspiração para extorsão, prevista na Lei de Organizações Corruptas e Influenciadas por Criminosos (RICO), que pode levar à prisão perpétua.

O caso corre no Tribunal de Manhattan, em Nova Iorque, e se tornou um dos julgamentos mais acompanhados do ano nos Estados Unidos, reunindo depoimentos fortes e alegações de abusos cometidos ao longo de décadas. O impasse na quinta acusação levou defesa e promotoria a pedirem mais tempo de deliberação, enquanto o juiz ainda avalia os próximos passos.

Parte do veredito é definida, mas impasse persiste

Na sessão de terça-feira (1º), o júri informou ao juiz Arun Subramanian que conseguiu alcançar uma decisão em quatro das cinco acusações, que incluem duas acusações de tráfico sexual e duas acusações de transporte para prostituição. No entanto, quanto à acusação de conspiração para extorsão sob a lei RICO, normalmente usada em casos de crime organizado, o grupo permanece dividido.

Segundo a Promotoria, Diddy comandava uma rede organizada que contava com seguranças e funcionários próximos para facilitar abusos e intimidar vítimas. Para sustentar a acusação de conspiração, a lei exige a comprovação de ao menos dois crimes relacionados cometidos em um intervalo de até dez anos, critério que, segundo os promotores, foi cumprido com os relatos e provas apresentados durante o julgamento.

Em nota entregue ao juiz, os jurados afirmaram que há divergências “irreconciliáveis” sobre essa quinta acusação, o que impede a formação de um veredito completo. Tanto a promotoria quanto a defesa pediram que as discussões prossigam, na tentativa de alcançar um consenso. A deliberação começou na segunda-feira (30) e pode se estender caso o juiz opte por manter o grupo reunido.


Janice Combs, mãe de Diddy, junto com os filhos de Diddy, King Combs e Justin Combs, durante as deliberações no tribunal em 1º de julho (Foto: reprodução/TIMOTHY A. CLARY/AFP/Getty Images Embed)


Testemunhos dificultam defesa

Os relatos das vítimas foram essenciais para a construção do caso. Cassie Ventura, ex-namorada do réu, descreveu episódios de violência física e emocional, além de sessões de sexo não consensual que duravam dias e ocorriam sob influência de drogas. Outra mulher, identificada como “Jane”, narrou situações semelhantes, incluindo situações de submissão sexual com a participação de terceiros e a presença do acusado.

A defesa optou por não apresentar testemunhas nem colocar Diddy para depor. Alegou que as relações foram consensuais e usou mensagens antigas entre ele e as vítimas para tentar desacreditar os relatos. No entanto, a divulgação de um vídeo de 2016, em que Diddy agride Cassie em um hotel, dificultou a defesa. Ele admitiu o episódio e o classificou como “indefensável”. Em 2023, Diddy firmou um acordo financeiro com Cassie em um processo civil com acusações semelhantes.

O juiz Arun Subramanian ainda avalia se aceitará o veredito parcial ou se manterá o júri reunido até a definição sobre todas as acusações. Se condenado por conspiração, Diddy pode pegar prisão perpétua. As acusações de tráfico sexual preveem no mínimo 15 anos de prisão, enquanto as de transporte para prostituição podem resultar em até 10 anos de prisão por ocorrência.

Diddy não depõe e julgamento avança para fase final

O processo judicial que envolve o rapper Diddy por tráfico sexual em Nova Iorque está prestes a ser concluído, de acordo com o TMZ. Nesta terça-feira (24), a acusação federal encerrou oficialmente a exposição de seu caso, após mais de seis semanas de depoimentos. No total, 34 testemunhas foram ouvidas. A defesa, por sua vez, decidiu não apresentar testemunhas, o que também inclui a ausência do depoimento do próprio Diddy.

O julgamento de Sean “P. Diddy” Combs, preso em setembro de 2024 por diversas acusações, incluindo tráfico sexual, está prestes a alcançar sua fase decisiva. Depois de mais de seis semanas de depoimentos, a promotoria concluiu a apresentação de provas e testemunhas. Agora, o processo caminha para as alegações finais, última etapa antes da decisão do júri que pode levar o rapper à prisão perpétua.

Promotoria conclui depoimentos

A última testemunha do caso foi ouvida pela promotoria na terça-feira (24). Após esse depoimento, os promotores informaram ao juiz que concluíam a fase de apresentação de provas. Entre as 34 testemunhas ouvidas ao longo do julgamento estiveram figuras públicas como Cassie Ventura, que relatou os abusos sofridos durante o relacionamento com o acusado, e o rapper Kid Cudi, que confirmou ter sido ameaçado após manter contato com Cassie. Ex-funcionários de Diddy, namoradas, amigos próximos das vítimas e especialistas também prestaram depoimento.

A defesa, por outro lado, decidiu não chamar testemunhas. Questionado diretamente pelo juiz federal Arun Subramanian, Diddy afirmou que a escolha de não depor foi dele. Embora não tenha apresentado testemunhos em sua defesa, a equipe jurídica do artista exibiu ao júri um conjunto de provas, em uma exposição que durou menos de 30 minutos. Essa é uma prática comum nesse tipo de julgamento, já que a responsabilidade de mostrar a culpabilidade do réu cabe à acusação.


Tribunal Federal Daniel Patrick Moynihan, em Nova Iorque, onde acontece o julgamento de Diddy (Foto: reprodução/John Lamparski/Getty Images Embed)


Defesa tenta encerrar processo antes de decisão do júri

Quando o júri foi temporariamente dispensado para o almoço, os advogados de defesa de Diddy apresentaram uma moção pedindo o encerramento imediato do processo. O argumento da defesa é a falta de provas sólidas por parte da promotoria para justificar as acusações. O rapper nega todas as imputações, que incluem conspiração para extorsão, tráfico sexual sob coerção e organização de uma rede de prostituição.

Como a defesa optou por não apresentar testemunhas, o caso agora segue para a fase de alegações finais, previstas para começar na quinta-feira. Será a última chance para acusação e defesa tentarem convencer o júri. A deliberação dos jurados deve começar na próxima segunda-feira. Caso Diddy seja considerado culpado, ele pode pegar uma pena que o manteria preso pelo resto da vida.

Testemunha relata que Diddy a pendurou de varanda no 17º andar

Em seu 16º dia de julgamento, uma mulher testemunhou nesta quarta-feira contra o produtor musical Sean “Diddy” Combs e afirmou ter sido vítima de extrema violência. Bryana Bongolan relatou um incidente ocorrido em 2016, no qual Combs a pendurou da varanda de um 17º andar antes de agredi-la — ato que lhe causou traumas e contusões.

Bongolan depôs no tribunal de Nova York contra o rapper. Ela narrou o episódio que ocorreu quando estava hospedada na casa de sua amiga, Cassie Ventura, ex-companheira de Combs. Disse que o produtor entrou agressivamente no ambiente e a levou à força para a varanda.

Relato de violência e medo

Bryana encontrava-se sozinha na sacada do apartamento, quando Sean surgiu batendo à porta do quarto. Ele a elevou pelas axilas, a colocando sob o corrimão e a segurando por 15 segundos. Enquanto isso, gritava muitas vezes: “Você sabe o que você fez?”. Ela negou saber do que ele estava falando e ficou amedrontada. Em seguida, foi arremessada contra a mobília. “Eu tremia muito”, disse ela, revelando que não denunciou o caso à polícia por medo.


Ilustração de Jane Rosenberg do julgamento de Diddy (Foto: reprodução/Instagram/@itsriki.p)

A situação lhe causou estresse pós-traumático, terror noturno e paranoia. “Algumas vezes grito enquanto durmo”, declarou aos jurados.

Ela também contou que, em outra ocasião, o acusado atirou uma faca contra Cassie Ventura.

Defesa contesta depoimento 

Nicole Westmoreland, advogada de defesa de Combs, acusou Bongolan de mentir. Sugeriu que a testemunha combinou depoimento com a amiga, Cassie, alinhando suas versões contra o seu cliente. A colocou como testemunha não confiável e apontou seu consumo de drogas.


Ilustração de Jane Rosenberg do julgamento de Diddy (Foto: reprodução/Instagram/@itsriki.p)

O que ela confirmou: consumia junto com Ventura e Combs drogas como maconha, cocaína e quetamina. Ambas tentavam se manter sóbrias, pois queriam “melhorar”. Relatou que o último encontro com o ex-casal foi durante o Ano Novo de 2018 e que, na ocasião, decidiu que seguiria sóbria. O contato entre as amigas ficou distante, e só conversaram em 2023, quando Cassie denunciou o ex-companheiro.

Bongolan afirmou que apresentou o processo porque queria “buscar justiça” pelo que lhe aconteceu na varanda.

O julgamento já ouviu mais de 20 testemunhas, que incluem acusações graves como tráfico sexual, agressão e conspiração criminosa contra Sean “Diddy” Combs, de 55 anos.

Ex-assistente afirma que P.Diddy rastreava Cassie Ventura sem consentimento

Nesta segunda-feira (2), durante a 14ª audiência no tribunal, a ex-assistente de Diddy (55), identificada como “Mia”, voltou a depor e revelou novas informações sobre o relacionamento entre o rapper e sua ex-namorada, a cantora Cassie Ventura (38).

Mia denunciou Diddy no processo por abuso físico, psicológico e sexual. As novas informações reforçam o padrão de comportamento controlador e abusivo que outras vítimas também alegaram sofrer do artista.

Mia acusa Diddy de espionar Cassie durante o relacionamento

A ex-assistente afirmou que Diddy instalava rastreadores no carro de Cassie Ventura e tinha acesso irrestrito ao celular dela. Ele controlava onde ela estava, com quem falava e frequentemente confiscava seus aparelhos.


Diddy e Cassie Ventura em Nova York 2017 (Foto: reprodução/Jackson Lee/Getty Images Embed)


De acordo com Mia, o comportamento do rapper era invasivo e constante. Cassie não tinha conhecimento de grande parte dessa vigilância e era submetida a um ciclo de manipulação emocional.

O relacionamento entre Cassie e Diddy durou mais de dez anos, de 2007 a 2018. Mia disse que esse controle fazia parte de um padrão de abuso velado ao qual a cantora era submetida diariamente.

Relato expõe rotina de medo e abuso psicológico

Além das acusações sobre Cassie, a ex-assistente também compartilhou experiências traumáticas vividas enquanto trabalhava com Diddy. Mia afirmou que Diddy a agrediu fisicamente mais de uma vez, empurrando-a em uma piscina e jogando um balde de gelo em sua cabeça. Mia contou que vivia sob constante medo e tensão e que Diddy coagiu sua equipe a obedecer ordens, mesmo quando envolviam situações humilhantes ou violentas. Ela descreveu Diddy como alguém instável e dominador.

Esses novos relatos se somam às acusações de outras mulheres, incluindo a própria Cassie, que anteriormente denunciou o rapper por violência sexual, física e emocional. Diddy, que nega todas as acusações, segue sendo investigado e pode enfrentar prisão perpétua.

Cassie Ventura é hospitalizada durante julgamento de P. Diddy

Nesta terça-feira (21), Cassie Ventura (38), foi internada em uma maternidade após enfrentar complicações no parto de seu terceiro filho. Grávida de oito meses, ela precisou buscar atendimento médico urgente. Recentemente, Cassie prestou depoimento no tribunal de Nova York, no início de maio. A situação médica preocupou fãs e familiares, que acompanham sua recuperação.

Testemunha-chave enfrenta complicações no parto

A cantora e modelo Cassie vem sendo figura central no processo que acusa Diddy de crimes como tráfico sexual, abuso físico e coação. Em 2023, Cassie entrou com um processo civil contra Diddy e expôs episódios de violência, entre eles a agressão registrada em vídeo em um hotel em 2016. Como resultado, o rapper teve que indenizá-la em US$ 20 milhões. Além disso, o hotel também foi condenado a pagar cerca de R$ 60 milhões por ter se omitido diante da situação.


P. Diddy e Cassie Ventura no Met Gala 2018 (Foto: reprodução/John Shearer/Getty Images Embed)


Seu depoimento foi decisivo para reforçar outras denúncias que surgiram contra o rapper nos últimos meses. Apesar do momento delicado de sua gestação, Cassie compareceu ao tribunal, demonstrando compromisso com a justiça. Agora, ela se encontra hospitalizada sob observação médica.


Cassie Ventura em New York City antes do julgamento de Diddy (Foto: reprodução/Instagram/@people)


Julgamento de Diddy segue em andamento

O julgamento de Diddy teve início no começo de maio e continua em Nova York. O rapper enfrenta acusações de liderar uma rede de exploração sexual, com relatos de uso de drogas e manipulação psicológica para coagir mulheres a participarem de atos sexuais.

Diddy se declarou inocente de todas as acusações, caso o tribunal condenar Diddy, ele enfrentará prisão perpétua. Cassie reforçou a credibilidade de outras denúncias ao relatar, com detalhes, os abusos que sofreu. Mesmo afastada neste momento por questões de saúde, o impacto de suas palavras continua reverberando entre os jurados e a opinião pública.


Cassie Ventura em Beverly Hills 2018 (Foto: reprodução/Paul Archuleta/Getty Images Embed)


O relato de Cassie foi considerado fundamental para reforçar a credibilidade de outras denúncias apresentadas. Por esse motivo, mesmo afastada temporariamente por motivos de saúde, Cassie permanece como uma figura central no processo. Cassie não foi apenas uma testemunha: ela se tornou um símbolo de resistência em um caso que tem chamado atenção mundial.

Violência e silêncio: maquiadora detalha agressão de Diddy contra Cassie em hotel após o Grammy

A maquiadora Mylah Morales revelou, em um depoimento chocante, detalhes de um suposto episódio de violência envolvendo Sean Diddy Combs e a cantora Cassie Ventura, ocorrido após a premiação do Grammy, em 2010. Segundo ela, a artista apareceu com ferimentos graves após uma briga com o rapper em um quarto de hotel, aumentando ainda mais as denúncias de abuso que cercam o rapper no julgamento federal em andamento. 

Relato do momento de pânico 

Segundo Morales, após retornarem de uma festa na casa de Prince, em Los Angeles, Diddy entrou abruptamente no quarto de hotel onde estavam hospedadas a procura de Cassie. Ele então se dirigiu ao quarto onde Cassie estava, fechou a porta e relatou ter ouvido gritos e berros vindos do local. Pouco tempo depois, Cassie saiu do quarto com muitos e visíveis sinais de agressão, incluindo um olho inchado, lábio cortado e hematomas na cabeça.

Após o incidente, Morales levou-a para sua casa e solicitou a presença de uma amiga médica para examinar os ferimentos. A médica recomendou que Cassie fosse ao pronto-socorro cuidar dos ferimentos, mas ela recusou. Morales explicou que não contatou as autoridades por medo de mais represálias de Diddy. 


— Cassie e Diddy no Grammy de 2018. (reprodução: Jewel Samad/Getty Images Embed)


A manipulação da Defesa 

Durante o julgamento, a defesa de Diddy apresentou fotos de Cassie em eventos e sessões fotográficas para argumentar que sua carreira não foi prejudicada pelo relacionamento com o rapper. No entanto, o juiz rejeitou algumas dessas imagens, considerando-as irrelevantes para o caso. 

Além de Morales, outras testemunhas, incluindo o rapper Kid Cudi, relataram comportamentos violentos de Diddy. Cudi afirmou que seu carro foi incendiado inesperadamente após um desentendimento com o rapper. 

O julgamento de Diddy continua em andamento, com diversas testemunhas apresentando relatos de comportamentos abusivos e violentos por parte do músico.

Testemunhas apontam lado violento de P. Diddy em 7º dia de julgamento

O julgamento de Sean “Diddy” Combs por extorsão e tráfico sexual entrou no sétimo dia nesta terça-feira (20) e ouviu o depoimento de dez testemunhas até o momento.

Quatro testemunhas se destacaram e relataram com detalhes suas experiências e interações com o veterano da indústria musical.

James

David James trabalhou como assistente do rapper de 2007 a 2009 e declarou ter testemunhado Diddy usando drogas. James afirmou que nunca presenciou a violência física de que Diddy é acusado contra Cassie Ventura, no início do relacionamento dos dois.

O ex-assistente descreveu como abastecia e organizava os quartos de hotel, além de comprar suprimentos para o ex-chefe. O magnata da música o encarregava de comprar preservativos, óleo de bebê e gel lubrificante e orientava o funcionário a não pedir reembolso à empresa por serem itens de uso pessoal para os quais Combs não queria registro. 

David afirmou ter testemunhado o ex-patrão consumir drogas e oferecê-las aos amigos. James confirmou que as conseguiu para os amigos de Combs em algumas ocasiões. 

No dia em que uma das pulseiras Cartier do rapper desapareceu, a segurança revistou todos os pertences de David. Em outros episódios em que outros pertences de Diddy desapareceram, o então funcionário precisou passar por um teste no detector de mentiras, o que descreveu como uma situação muito intimidadora. 


Detectores de mentira eram usados contra funcionários de Combs (Reprodução/X/@orollingstoneBR)

James entendeu o perigo de trabalhar para Combs pela primeira vez quando foi a uma lanchonete com o segurança do rapper buscar comida para Combs e a equipe. Lá chegando, se depararam com o rival de Diddy, Marion “Suge” Knight. 

James testemunhou que, quando voltaram para a casa de Combs, o rapper determinou que James deveria voltar à lanchonete com o segurança para procurar Knight enquanto o músico permaneceria sentado no banco de trás do carro com três armas no colo. Entretanto, Knight não estava mais lá.

Logo após este incidente, James deu seu aviso prévio e deixou a empresa em maio de 2009. 


Comentaristas analisam atualizações do julgamento (Reprodução/YouTube/Canal do Paulo Mathias)

Ventura

Regina Ventura, mãe de Cassie Ventura, que foi namorada de Combs, afirmou que conheceu o então namorado da filha em 2006, quando Cassie assinou um contrato com a gravadora do empresário, a Bad Boy Records. Regina testemunhou que visitava a filha no início do namoro do casal, em Nova York, cerca de quatro vezes por ano. Contudo, quando a Cassie se mudou para a Califórnia para morar com Diddy, a mãe reduziu as visitas e passou a vê-la com mais frequência apenas nos feriados.  

Regina testemunhou que a filha enviou um e-mail para ela e outro funcionário de Combs sob um pseudônimo. No e-mail, Cassie contou para a mãe que Combs a havia ameaçado de divulgar vídeos de sexo explícito com ela. Regina afirmou não ter entendido muita coisa a princípio, mas contou que os vídeos a deixaram perplexa. Apesar de ela não conhecer Diddy, ela sabia que ele tentaria ferir a filha. 

De acordo com o testemunho, na mesma época em que Cassie contou sobre a ameaça, Combs entrou em contato com Regina e pediu US$ 20 milhões (aproximadamente R$ 110 milhões) para recuperar o dinheiro que ele havia investido em Cassie Ventura, o que a deixou muito temerosa pela segurança da filha. 

O rapper se mostrou irritado porque descobriu que Cassie estava em novo relacionamento, com Kid Cudi. A maneira que Regina e seu marido encontraram para conseguir o dinheiro foi fazer um empréstimo com garantia imobiliária. Ela transferiu o dinheiro para a conta da Bad Boy, mas, cinco dias depois, o dinheiro retornou para a sua conta. 

Todo o júri viu fotos que Regina Ventura fez de Cassie em dezembro de 2011, em sua casa em Connecticut, para registrar e provar o espancamento sofrido pela filha, após suposta agressão física de Combs. 

Ela estava machucada, e eu queria garantir que isso fosse eternizado.

Regina Ventura

Hayes

Sharay Hayes, de 51 anos, que trabalha como acompanhante masculino, conheceu Combs e Ventura quando trabalhava como dançarino exótico, em 2012. Testemunhou ter recebido uma ligação de Cassie, sob um nome diferente, querendo contratar seus serviços.

Quando Hayes chegou ao local, Cassie disse que “ela e (seu) marido gostavam de criar uma cena sexy”, que incluía a aplicação de óleo de bebê e que seu marido ficaria assistindo à interação. 

O profissional do sexo contou que, durante o encontro, o marido deu “instruções sutis”. Pelo trabalho, ele recebeu US$ 800 e, posteriormente, mais US$ 1.200. Mas até então, Hayes não sabia que se tratava de Combs. 

Foram um total de 8 a 12 interações com o casal. Certa vez, Hayes se encontrou com os dois em um hotel, onde havia uma TV dando boas-vidas ao “Sr. Sean Combs”. Só então, ele se deu conta que o marido de Cassie era Combs. 

Hayes afirmou que não percebeu nenhum sinal de desconforto por parte de Cassie Ventura, e reiterou que sempre observa o ambiente para verificar o conforto do público. Nunca percebeu filmagens ou violência durante os encontros com o casal.  


Em seu testemunho, Sharay Hayes isentou o réu de ações violentas (Reprodução/Instagram/@bannavmedia)

A testemunha assegurou que nunca fez uso de drogas com eles, apesar de terem lhe oferecido álcool e maconha. Mas nunca presenciou o uso de drogas por Diddy ou nunca o percebeu embriagado. 

Hayes confirmou que ingeriu remédios para auxiliar em sua performance sexual e citou o desconforto de uma “cena sexual com a parceira de uma mulher presente”

Sharay disse que a última sessão com o casal ocorreu em 2016. Depois disso, nunca mais foi contratado novamente. Cassie o pagou e demonstrou gratidão pela discrição do profissional. 

Gannon

Gerard Gannon, um agente especial da Homeland Security Investigations, prestou um depoimento que deve ter sido retomado nesta quarta-feira (21), às 10 horas no horário de Brasília. 

Em seu testemunho, Gannon contou que era o responsável pela busca na residência de Combs em março de 2024, em Miami Beach. Ele foi designado pela sua unidade porque o caso envolvia uma investigação de tráfico de pessoas. 

Cerca de 85 policiais participaram da busca dado o tamanho da propriedade do rapper. Por causa disso, foi preciso uma equipe de guardas armados para garantir uma resposta especial para o caso de lidar com medidas de segurança. 

Segundo Gannon, durante a busca, a equipe encontrou sapatos de salto alto, brinquedos sexuais, óleo de bebê, lubrificante pessoal e “receptores superior e inferior de AR-15”, que são peças de armas. Todo o material foi encontrado dentro do armário principal de Combs e o júri teve acesso às fotos das evidências. 

Scott Mescudi, rapper conhecido como Kid Cudi, deverá prestar seu depoimento até esta quinta-feira (22).

Acompanhante revela detalhes íntimos de encontros com Diddy e Cassie

Durante o 7º dia do julgamento de Sean “Diddy” Combs nesta terça-feira (20), o acompanhante masculino Sharay Hayes revelou novos detalhes íntimos sobre encontros com o rapper e a cantora Cassie Ventura. Segundo ele, Diddy controlava todas as interações, que seguiam um roteiro definido.

Hayes relatou que conheceu o casal em 2012, quando trabalhava como dançarino exótico. Segundo seu testemunho, participou de oito a doze encontros com o casal, entre 2012 e 2016. O acompanhante, atualmente com 51 anos, revelou que os encontros sempre aconteciam em hotéis de Nova York.

O acompanhante contou ser contratado para “criar uma cena sensual” com potencial de se tornar sexual, segundo a direção direta de Diddy.

“Cenas sensuais” com direção de Diddy

Com roteiro definido, as sessões começavam com Cassie e Hayes aplicando óleo de bebê um no outro, enquanto eram assistidos pelo rapper à distância, fazendo observações sobre iluminação, enquadramento e sugestões de interação à parceira.


  Diddy em corte para julgamento (Foto: reprodução/Instagram/@mary_v_valencia)

Segundo o depoente, Cassie era quem marcava os encontros, por meio de mensagens. Cada sessão durava cerca de quatro horas, com pagamento que variava entre US$ 1.200 e US$ 2.000 (R$ 6.800 a R$ 11.300), sem frequência regular.

Comportamento do casal

Destacou que não presenciou nenhum tipo de violência ou gravações, e que, apesar do casal oferecer álcool e maconha, ele não consumia. E que não viu o casal sob efeito de substâncias durante os encontros.

Em relação à postura da cantora, Hayes disse que às vezes Cassie demonstrava frustração com o excesso de instruções dadas por Diddy.

 Observei, às vezes, um suspiro, uma careta, que parecia ser de frustração com a frequência das instruções”, afirmou.

Sharay Hayes

Em episódio inusitado, ele relatou que, durante ato sexual com Cassie, Diddy jogou dinheiro sobre a cama, o que o surpreendeu. Cassie, segundo ele, chegou a questionar o rapper se estava bem, ao que Diddy respondeu que sim. Aquele dinheiro foi usado para o pagamento de Hayes naquela ocasião.

Ao ser questionado pelo promotor se Cassie parecia se divertir nos encontros, ele respondeu:

 “Meu entendimento era que estávamos criando uma cena sexy, que fosse agradável para o parceiro dela.”

A última interação do acompanhante com o casal foi em 2016. Por não ter uma performance satisfatória, Hayes nunca mais foi chamado.

Depoimento aponta agressão de P.Diddy contra Cassie em restaurante com presença de famosos

O cantor e empresário Sean “Diddy” Combs voltou a ser alvo de acusações graves, desta vez envolvendo um suposto episódio de violência física contra sua ex-namorada, a cantora Cassie Ventura. Segundo informações, uma testemunha afirmou que o caso ocorreu em 2010, durante um jantar em um restaurante de luxo em West Hollywood, na Califórnia, com a presença de diversas celebridades do mundo da música.

A testemunha

A revelação veio à tona durante o processo federal movido contra Diddy por acusações de tráfico sexual, abuso físico e psicológico. A testemunha em questão é Dawn Richard, ex-integrante do grupo Danity Kane, que prestou depoimento descrevendo com detalhes a agressão. Segundo ele, Combs teria dado um soco no estômago de Cassie em meio a uma conversa reservada entre os dois. No local, estariam presentes nomes de peso da indústria como Usher, Ne-Yo, Jimmy Iovine e Big Daddy Kane.

Agressões continuaram no carro

Ainda de acordo com o relato de Richard, após a agressão no restaurante, ela acompanhou Cassie até um carro, mas as agressões teriam continuado durante o trajeto. Diddy teria desferido tapas e socos na cantora, além de ordená-la a permanecer em silêncio. O comportamento violento teria se estendido por meses, e Richard relatou ainda outro episódio, em 2009, quando Combs teria agredido Cassie com uma frigideira. Após esse incidente, a própria testemunha afirma ter sido ameaçada de morte pelo cantor.

Outros relatos corroboram padrão de abuso

Além de Richard, Kerry Morgan, amiga próxima de Cassie, também prestou depoimento e descreveu outro episódio de violência, em que Combs tentou arrombar a porta da casa da cantora utilizando um martelo após uma discussão agressiva. Os relatos compõem um quadro preocupante de comportamentos abusivos por parte do artista, que já enfrenta uma série de processos e investigações.


Aniversário de 21 anos de Cassie (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Denise Truscello)


Sean “Diddy” Combs, que nega todas as acusações, pode enfrentar sérias consequências judiciais se os depoimentos forem considerados válidos. O caso continua em julgamento, e novas testemunhas devem ser ouvidas nos próximos dias.