Restrições ao X: conheça os países que bloqueiam o Twitter de Elon Musk

No último domingo (7), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, incluiu o bilionário Elon Musk, proprietário do X (antigo Twitter), como alvo de investigação no inquérito das milícias digitais. A decisão foi tomada após as declarações de Musk, nas quais manifestou a intenção de desobedecer às decisões judiciais brasileiras.

Moraes determinou a abertura de um novo inquérito para investigar crimes de obstrução de Justiça, incluindo organização criminosa e incitação ao crime. O ministro também proibiu o X de descumprir qualquer ordem judicial prévia, sob pena de multa diária de R$ 100 mil por perfil bloqueado.

As declarações de Musk

No sábado (6), Musk acusou Moraes de promover censura no Brasil e desafiou o ministro, ameaçando descumprir ordens judiciais e revisar as restrições impostas à plataforma. O bilionário também classificou como “violações à lei brasileira” as decisões do STF que determinaram o bloqueio de perfis e a remoção de conteúdos.


Elon Musk participa de um simpósio contra o anti-semitismo em Cracóvia, Polônia. (Foto: reprodução/Beata Zawrzel/Getty Images Embed)


O inquérito das milícias digitais foi instaurado em 2022 para investigar a atuação de grupos que utilizam as redes sociais para atacar a democracia brasileira. O X, antigo Twitter, é uma das plataformas investigadas no inquérito.

Países onde o X está bloqueado

O Twitter foi bloqueado em diversos países por diferentes motivos, geralmente relacionados a questões políticas, controle de informação e liberdade de expressão.

China 

A China bloqueou o acesso ao Twitter desde 2009, em meio a comemorações e protestos em memória do aniversário da repressão na Praça Tiananmen, ocorrida em 1989. Naquele episódio, tanques foram usados para dispersar protestos de estudantes e trabalhadores na Praça Tiananmen, em Pequim.

Além do Twitter, o acesso ao provedor de e-mails, Hotmail, também foi bloqueado em 2009. O governo chinês mantém uma vigilância rigorosa sobre a internet, incluindo as redes sociais locais, e há relatos frequentes de prisões de usuários por criticarem o governo em postagens online.

Mianmar

Desde 2021, o acesso ao Twitter foi bloqueado em Mianmar após um golpe militar, com o governo acusando a plataforma de ser utilizada para disseminar ódio. Logo após o golpe, o Ministério dos Transportes e Comunicações de Mianmar ordenou que os provedores de internet bloqueassem o acesso ao Twitter, Instagram e Facebook, conforme relatado pela empresa norueguesa Telenor, que oferece serviços móveis no país.

O Twitter expressou preocupação com essa medida, declarando que prejudica o diálogo público e os direitos das pessoas de se expressarem, de acordo com um comunicado à CNN Business.

Coreia do Norte

O acesso à internet na Coreia do Norte é altamente restrito, com várias plataformas ocidentais, incluindo o Twitter, sendo bloqueadas. Segundo relatos da Voz da América, uma agência de notícias financiada pelo governo dos Estados Unidos, a Coreia do Norte oficialmente anunciou em 1º de abril de 2016 que havia bloqueado o acesso a sites como YouTube, Facebook, Twitter, além de mídias sul-coreanas.

Além disso, sites de jogos e conteúdo adulto também foram restringidos. Embora existam poucos norte-coreanos com acesso à internet, anteriormente, estrangeiros e visitantes podiam acessar a web com pouca restrição.

O governo mantém um controle rígido sobre o acesso à internet e continua a implementar medidas para limitar o acesso a sites e plataformas estrangeiras.

Irã

O Irã proibiu o Twitter e o Facebook em 2009, após protestos em massa que ficaram conhecidos como a Revolução Verde, com receio de que os movimentos de protesto se expandissem e se tornassem mais organizados.

Em 2013, houve um breve período em que essas redes sociais ficaram acessíveis devido a um erro técnico, mas logo foram bloqueadas novamente poucas horas depois. Segundo informações do próprio Twitter, o Irã continua restringindo o acesso à plataforma para usuários comuns.

Rússia

Desde março de 2022, após o início da guerra contra a Ucrânia, o governo russo, liderado por Putin, bloqueou o Twitter e outras plataformas da Meta, empresa proprietária do Facebook e do Instagram, como parte de uma estratégia para controlar a narrativa sobre o conflito e reprimir a dissidência.

O governo russo, liderado por Vladimir Putin, mantém o bloqueio ao Twitter, agora conhecido como X, mesmo após a compra da plataforma por Elon Musk e a mudança de nome e domínio. 

Turcomenistão

Reconhecido como um dos regimes mais repressivos do mundo, o governo turcomano mantém um controle estrito sobre a internet e qualquer informação externa, com agências de notícias estatais divulgando apenas a versão oficial dos eventos.

Os cidadãos turcomanos enfrentam dificuldades para acessar fontes de informação global na web e correm o risco de multas ou prisões se tentarem usar VPNs para contornar os bloqueios governamentais.

GPS: sistema pode ser alvo das tensões entre Estados Unidos e China

Entre as várias fragilidades do cenário geopolítico global que foram expostas com o início da guerra entre a Ucrânia e a Rússia, foi fácil para vários países observarem a dependência crítica nos satélites: com um simples ataque de hackers russos na infraestrutura terrestre do sistema Kyivstar, mais de 24 milhões de ucranianos ficaram incomunicáveis em janeiro deste ano. E agora os Estados Unidos se preocupam em relação ao próprio sistema de GPS, em relação a seus rivais.

Além da Rússia, que poderia facilmente lançar um míssil nuclear para a órbita dos satélites, o atual GPS (Sistema de Posicionamento Global) também está ameaçado pela competição com outros sistemas, seja o da União Europeia ou o da China. Com espaço de órbita limitado e em alta demanda, especialistas como o general da Força Aérea americana, John E. Hyten, já advertiram que a vulnerabilidade do sistema transforma os satélites em “alvos grandes, gordos, e suculentos“.

Em anos recentes, a Rússia, a China, a Índia, e os Estados Unidos já testaram mísseis antissatélites. Com o desenvolvimento da tecnologia de comunicações, há uma corrida entre as ferramentas que interrompem os sinais no espaço e as ferramentas que superam esses bloqueios.


Waze poderá ser afetado caso o sistema de GPS seja derrubado (Foto:Reprodução/Globo/Epoca Negócios)

Alternativas ao GPS

O equivalente ao GPS na Rússia é o Glonass, na União Europeia é o Galileo, e na China é o Beidou. Todos tem expandido em anos recentes, e embora a constelação de 32 satélites dos Estados Unidos ainda seja a principal, os seus competidores tem realizado esforços significantes para se tornarem independentes do espaço.

Por exemplo, a China tem investido em uma infraestrutura de 20 mil km de cabos de fibra óptica no subsolo, só para fornecer serviços de tempo e navegação sem depender de sinais do seu sistema Beidou, que é prevista ainda assim para expandir com o lançamento de novos satélites na forma de um sistema parcial.

Devemos aproveitar essa oportunidade estratégica, dedicando todos os nossos esforços para desenvolver capacidades que abranjam todos os domínios – subaquático, terrestre, aéreo, espacial e espacial profundo – o mais rápido possível,” escreveram pesquisadores da China Aerospace Science and Industry Corporation.

Atraso dos Estados Unidos

Em contraste, os Estados Unidos tem tido noção do problema desde a administração de Barack Obama, em 2010, mas nenhum dos planos projetos foi efetivamente posto em prática para lidar com o problema.

Os chineses fizeram o que nós, nos Estados Unidos, dissemos que faríamos,” disse Dana Goward, presidente da Resilient Navigation and Timing Foundation. “Eles estão decididamente em um caminho para serem independentes do espaço.

Caso o sistema americano seja derrubado do ar, é esperado que as consequências afetem desde os aplicativos de navegação civil (Waze, Google Maps, e outros) como também sistemas científicos e militares que utilizam o poder de geolocalização dos satélites, e até navios cargueiros, que ao interrompidos poderiam bloquear o comércio em uma escala global.

UE dá prazo para big techs colaborarem após aprovada Lei de Inteligência Artificial

Na última quarta-feira (13), foi aprovada pelo Parlamento Europeu a Lei da Inteligência Artificial, e já no dia seguinte a Comissão Europeia solicitou que as grandes empresas de tecnologia enviassem as suas estratégias de gestão referentes à tecnologia de IA.

Mais especificamente, elas devem oferecer informações “sobre as respectivas medidas de mitigação dos riscos relacionados com a IA generativa“, disse o braço Executivo da UE, à Comissão Europeia.

A legislação pioneira, que será válida em todos os 27 países do bloco, requer dados do Bing (Microsoft), Facebook, Google, Instagram, Snapchat, TikTok, YouTube e X (antigo Twitter). Com as informações providenciadas, a união poderá ajudar a formular medidas para combater o uso indevido da inteligência artificial, o qual poderia interferir em futuros processos eleitorais.


Preocupações sobre interferência na eleição só cresceram com o boom da inteligência artificial (Reprodução/Pixabay/@memyselfaneye)

Prazo até abril

As eleições da União Europeia iniciam daqui a três meses, na primeira semana de junho. Por isso, desde já a Comissão está alertando as plataformas para prepararem medidas e protocolos no caso de “qualquer tipo de incidente que possa surgir durante as próximas eleições.”

Estamos perguntando às plataformas se elas estão prontas para um cenário em que um deepfake de alto impacto pode ser distribuído em grande escala, e qual é a sua prontidão para esse tipo de cenário,” afirmou um disse um funcionário da Comissão na quinta-feira (14).

No plano, as diretrizes principais devem estar formuladas até o dia 27 de março, e todas as informações requeridas das plataformas deverão ser encaminhadas até o dia 5 de abril, no qual as empresas devem demonstrar seu comprometimento com a proteção dos direitos civis europeus.

Investigação com “tratamento igual”

Certa parte das demandas também é auxiliada por outra lei passada pelo Parlamento Europeu referente à tecnologia: a Lei dos Mercados Digitais (LMD). Na tentativa de regular as plataformas digitais, agora a Comissão Europeia está utilizando uma estratégia de “tratamento igual” a todas as plataformas.

Isso significa que, de modo diferente dos Estados Unidos, a investigação europeia sobre empresas chinesas (como a AliExpress, plataforma de comércio online) é motivada por razões proclamadas como econômicas, e não políticas. Foi afirmado que não existe qualquer hostilidade com a China, e que outras empresas, como o LinkedIn, estão passando pelas mesmas investigações.

Câmara dos EUA aprova lei para proibição do TikTok no país

Câmara dos Deputados dos Estados Unidos aprova lei que define proibição para o uso do aplicativo no país. Aplicativo que é comandado pela empresa Chinesa ByteDance, deverá receber um novo dono nos EUA para que app não receba banimento.


Deputado Republicano Mike Gallagher fala com repórteres após votação (Reprodução/Al Drago/Bloomberg/Getty Images Embed)


Sobre a Lei

O Projeto foi aprovado com 352 votos a favor e 65 contra, tendo um alto índice de aceitação por parte dos deputados. A Lei ainda terá que receber aprovação do Senado e sanção do presidente da República para haver continuidade. Joe Biden, o atual presidente dos Estados Unidos, já havia afirmado que projeto receberia sua assinatura. Proposta de proibição também poderá afetar outros aplicativos lançados por empresas estrangeiras.

Os Estados Unidos afirmam que a ByteDance apresenta um enorme risco para a segurança dos EUA. Segundo afirmação feita, a China poderia ter  acesso aos dados dos usuários americanos, por meio da empresa. O TikTok negou a alegação feita pelo País.

Segundo informações da Reuters , agência de notícias britânica, o Tiktok espera que o Senado reconsidere a decisão, escutando seus eleitores antes de decidir qualquer coisa. O porta-voz do aplicativo, comentou a respeito da decisão tomada, ele diz que espera que os Estados Unidos perceba o impacto que poderá ser gerado na economia caso a lei receba aprovação.

Detalhes sobre a Lei

A proposta deverá proibir a distribuição, manutenção ou fornecimento de serviços pela internet por aplicativos de empresas estrangeiras. A lei considera como adversário político aplicativos que tenham operação direta da empresa ByteDance ou pelo Tiktok, ou empresas que são controladas por adversários estrangeiros que possam ser considerados uma ameaça à segurança nacional. Proibição não deverá ser aplicada a aplicativos utilizados para publicações de  análises de produtos, negócios, informações e também viagens.

O Departamento de Justiça receberá autorização para investigações caso haja violação do projeto, fazendo com que haja cumprimento da lei. Empresas que violarem tais ações receberam penalidades civis de acordo com a quantidade de usuários registrados.

A ByteDance terá que encontrar um novo comprador em 6 meses, caso haja a aprovação da proposta, e este não poderá estabelecer relacionamento com a mesma, em caso de recusa, ou não conseguir um candidato, a big techs Apple e o Google serão acionados para remoção do app nas lojas de aplicativos. O Journal New York Times, relatou que a Justiça dos EUA poderá punir empresas que acabem  infringindo essas regras. 

TikTok pode ser banido nos Estados Unidos por projeto de lei aprovado

Nesta quinta-feira (7) foi aprovado pelo Comitê de Energia e Comércio da Câmara dos Estados Unidos um projeto de lei que obriga o TikTok a tomar uma decisão: ou a rede social se desvincula da China, ou o aplicativo será banido no país.

O projeto de lei foi aprovado em Washington com unanimidade, com 50 votos a favor, e ainda resta o Senado aprovar a medida para torná-la lei. O texto diz se justificar na base da “proteção da segurança nacional dos Estados Unidos contra a ameaça apresentada por aplicativos controlados pelo adversário estrangeiro.”

Caso o TikTok não queira ser banido nos Estados Unidos, a sua empresa responsável, ByteDance (ligada à China), deve vender a plataforma com mais 170 milhões de usuários norte-americanos em até 165 dias, ou cerca de cinco meses e meio. Trata-se de uma medida rígida contra o que o país vê como uma possível ameaça de espionagem, nos quais os dados de usuários poderiam ser encaminhados para o governo chinês.

Eleições nos EUA

O projeto de lei já foi criticado, entre outros, pela União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU) por se tratar de um esforço “barato” para ganhar pontos políticos em um ano de eleição, recorrendo ao principal adversário geopolítico dos EUA.

O principal adversário da América não tem lugar controlando uma plataforma dominante de mídia nos Estados Unidos,” disse Mike Gallagher, um Republicano de Wisconsin. Concordou com ele o Democrata de Illinois, Raja Krishnamoorthi, que afirmou que o TikTok é uma “ameaça crítica,” porque sua empresa é deve colaborar com a liderança política chinesa.

Além de ser uma interferência governamental e protecionista no mercado (que pode afetar aplicativos semelhantes, de outras empresas e países), foi apontado que a medida pode prejudicar usuários que atualmente utilizam a plataforma não somente para a comunicação, como também para o comércio, com perfis de empresas e criadores de conteúdo que perderiam sua base de anúncios e seguidores.


Protestantes contra a proibição do TikTok(reprodução/The New York Times/Shuran Huang)

Resposta do TikTok

Em resposta, a plataforma passou a utilizar seu aplicativo para notificar as pessoas justamente de tais problemas. Na advertência, que foi veiculada a milhares de usuários, afirma-se que o projeto de lei “retira de 170 milhões de americanos seu direito constitucional à liberdade de expressão”.

Isso prejudicará milhões de empresas, destruirá os meios de subsistência de vários criadores em todo o país e negará audiência aos artistas,” o TikTok declarou em notificação pop-up, o que para alguns deputados demonstrou o poder indevido da plataforma.

Como resultado da notificação em massa, vários membros da Câmara tiveram seus telefones públicos inundados com chamadas de usuários do TikTok protestando contra o projeto de lei. O deputado Mike criticou a ação da empresa, dizendo que demonstrava justamente um exemplo de interferência com o processo legislativo dos Estados Unidos, o qual não poderia ocorrer especialmente em um ano de eleição.

China lança Magic 6 Pro, celular com inteligência artificial integrada

Neste domingo (25), foi lançado globalmente o Magic 6 Pro, smartphone aprimorado com inteligência artificial que antes só havia sido lançado na China. Entre as funcionalidades integradas, é foco de atenção a ferramenta que permite o usuário dirigir seu carro remotamente apenas com os seus olhos.

A empresa chinesa de tecnologia, Honor, busca integrar essa tecnologia internacionalmente, como parte de sua estratégia para diferenciar seu produto no mercado de smartphones – atualmente visto como lento – a partir do uso da IA. Os avanços tecnológicos da empresa deverão ser apresentadas no Mobile World Congress (MWC) que inicia nesta segunda-feira (26) em Barcelona.

O Magic 6 Pro vêm com câmera de 180 megapixels, e até 1TB de memória. Entre as funcionalidades exclusivas do aparelho, há o “Magic Portal” (Portal Mágico) que permite que o usuário possa selecionar e arrastar mensagens para aplicativos de modo que a inteligência artificial “adivinha” o que você quer buscar com cada combinação. Por exemplo, seria possível arrastar um endereço que lhe foi enviado por mensagem de texto para um aplicativo como o Google Maps para automaticamente traçar a rota, ou arrastar a imagem de um produto para um navegador e facilmente achar onde comprar o produto online.


Amostra do Magic 6 Pro (Foto: reprodução/Honor/AndroidFinal)

Mercado Chinês

A empresa chinesa Honor tem passado por adaptações recentemente, ao ser vendida pela Huawei Technologies à estatal Shenzhen Zhixin New Information Technology Co. em novembro de 2020. Com o novo produto, ela busca usar o interesse global em inteligência artificial para se destacar no setor, que na China continua altamente disputado.

De acordo com a International Data Corporation, a Apple tinha uma participação de 17,3% no mercado chinês, enquanto que a Honor era responsável por 17,1%. Outras empresas com participação similar são a Xioami e a Huawei, enquanto que também crescem novos competidores como a Oppo.

Inteligência Artificial

Em vista de tanta concorrência, explica-se o interesse por trás das inovações prometidas pelo Magic 6 Pro, que também poderá ter a integração global do modelo de linguagem grande LlaMA 2, uma ferramenta semelhante ao ChatGPT.

Entre outras empresas que pensam similarmente, está a Samsung. O Galaxy S24, também planejado para tomar vantagem da tecnologia desenvolvida da inteligência artificial, também deverá ser apresentado no MWC, onde a empresa deve mostrar ao público sua visão para o futuro da IA, e até permitir que usuários interajam com celulares em amostra.

Mesmo com problemas, Foxconn vê 2024 com mais otimismo

A Foxconn, conhecida por ser a maior fabricante terceirizada de componentes eletrônicos do mundo, espera que, após um difícil 2023, seus negócios melhorem um pouco neste ano. No entanto, a empresa alega que ainda pode haver uma escassez de chips para servidores de inteligência artificial.

Liu Young-way, presidente da Foxconn, disse a repórteres durante uma festa anual dos funcionários da empresa realizada em Taipei que a empresa teve um desempenho satisfatório, apesar da baixa contábil no primeiro trimestre do ano passado. Durante o evento, ele também mencionou aos repórteres que as perspectivas para este ano podem ser um pouco melhores do que no ano passado.

Expectativas conservadoras

Para o atual ano, a empresa mantém suas expectativas de forma conservadora, especialmente devido às incertezas sobre a economia global, problemas geopolíticos e uma certa escassez de matéria-prima, que podem afetar os níveis de produção, afetando assim algumas das principais empresas do mundo.


Carros são um dos principais lugares onde chips da empresa são usados (reprodução/X/@HonHai_Foxconn)

A Apple, que tem a Foxconn como sua maior fornecedora de chips, também enfrenta uma queda nas expectativas de receita, à medida que sua participação de mercado na China diminui. O mercado local está se voltando cada vez mais para equipamentos dobráveis oferecidos pela Huawei, que ganha mais apelo dentro do mercado interno chinês, um dos maiores do mundo, que ainda vem em crescimento constante devido a uma população chinesa cada vez mais informatizada.

O presidente da Foxconn destacou que, apesar da forte demanda do mercado, a capacidade de produção ainda é limitada e que talvez seja necessário criar novas fábricas no futuro.

Queda nas ações

Quanto à empresa em si, ela enfrentou recentemente uma queda no valor de suas ações, que chegaram a cair cerca de 2,4% este ano. Isso pode estar diretamente relacionado à queda na produção. No entanto, são esperadas possíveis quedas no futuro, embora o cenário deva mudar com a estabilização nos níveis de produção.

Apple supera gigantes locais e fica a frente do mercado de smartphones na china

Após anos de tentativas para conquistar o mercado chinês, a Apple finalmente conseguiu competir de igual para igual com as gigantes locais, conquistando definitivamente um dos maiores públicos consumidores do mundo. Para alcançar esse feito, a empresa adotou uma estratégia incomum: oferecer descontos.

Apple foi líder em 2023

Em 2023, a Apple tornou-se líder no fornecimento de smartphones na China, com uma impressionante participação de mercado de 17,3%, superando as gigantes estabelecidas, como a Honor com 17,1%, a OPPO com 16,7%, e a Vivo com 16,5%. Surpreendentemente, ultrapassou até mesmo a tradicional Xiaomi, que detinha uma participação de mercado de 13,2%. Outros concorrentes representaram 19,1% da participação total.


Apple usa o IOS um sistema próprio em seus celulares
(foto: reprodução/X/@theapplehub)

Esse feito ocorre em um momento em que, apesar da redução no volume de remessas e da queda no mercado de smartphones na China em cerca de cinco por cento, a Apple continua a expandir sua presença no mercado. Uma possível explicação para essa consolidação na liderança é a redução ainda maior que outras fabricantes enfrentaram.

Queda das concorrentes também foi fator

Um exemplo disso é a Vivo, que foi duramente afetada pelas quedas do mercado, sofrendo uma redução de 15,5%, seguida pela Honor com 10,3% e pela Xiaomi com 8,5%. Outro fator que pode ter contribuído para a ascensão da Apple é a categoria “outros”, que representa quase 20% do mercado chinês e tem tirado participação de mercado das outras grandes fabricantes, exceto a Apple.

“Honor manteve sua posição graças à melhoria em suas parcerias de canais e a uma estratégia de produto abrangente, capturando bons compradores com sua bem-sucedida linha de dispositivos dobráveis e outros diversos modelos populares”

analista da IDC, Arthur Guo

A estratégia de oferecer descontos não é comum para a Apple, porém tem sido bem-sucedida no mercado chinês, mostrando-se de grande valor nesse mercado específico. Isso ajudou a marca a se estabelecer como uma das grandes em um mercado dominado por marcas locais já estabelecidas.