Trump autoriza ‘operações letais’ da CIA na Venezuela, diz NYT

O jornal estadunidense The New York Times publicou ontem (15) uma reportagem que revelou a autorização do governo Trump para que a Agência Central de Inteligência (CIA) conduza operações secretas na Venezuela. A medida governamental, que ocorre em um momento de crescente tensão entre Washington e Caros dois países, permitiria ações letais.

EUA bombardeiam civis venezuelanos no Sul do Caribe

Desde setembro, os Estados Unidos vêm deslocando frotas navais para o sul do Caribe, nas proximidades com a Venezuela, a fim de, argumentam eles, sufocar o tráfico de drogas na região. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, alega que o líder venezualeno, Nicolás Maduro, lidera a facção criminosa Cartel de los Soles, considerada pelos EUA como terrorista, mas cuja própria existência é questionada por especialistas.

Sob anonimato, oficiais ouvidos pelo The New York Times apontaram que o motivo por trás da escalada militar com a Venezuela é a deposição do ditador Nicolás Maduro. Maduro, por sua vez, defende-se dizendo que o que está em jogo é o controle sobre as ricas reservas petrolíferas do Estado latino-americano.

Os navios militares americanos atuam atacando embarcações civis acusadas, por eles, de levar entorpecentes à América do Norte. Até agora, 27 pessoas morreram nos ataques.


Navio militar americanao é visto no Caribe dias após Trump anunciar um terceiro bombardeio a embarcações venezuelanas (Foto: Reprodução/Enea Lebrun/Getty Images Embed)

“Estamos mirando a terra agora, já que temos o mar sob bastante controle”, disse Trump à imprensa horas depois que o NYT divulgou informações sobre a autorização à CIA.

Ações sofrem críticas da comunidade internacional

As execuções extrajudiciais foram apontadas pela Human Rights Watch como violadoras do direito internacional. O tema chegou, na última sexta-feira (10), ao Conselho de Segurança da ONU, órgão máximo da organização intergovernamental, que se mostrou preocupado com o assassinato de civis sem julgamento e a escalada militar na região.

Estima-se, hoje, que os Estados Unidos possuam 10 mil militares no Caribe, a maioria baseada em Porto Rico, além de oito navios e um submarino na região. A Venezuela, por sua vez, mobiliza militares, milicianos e até mesmo civis, na iminência de um ataque do Norte.

Maduro reage às operações secretas da CIA na Venezuela autorizadas por Trump

O presidente venezuelano Nicolás Maduro, nesta quarta-feira (15), criticou as operações secretas da Agência Central de Inteligência dos EUA (CIA), autorizadas pelo presidente estadunidense, Donald Trump, no país sul-americano. Mais cedo, durante entrevista coletiva, Trump declarou que a agência realiza ações na Venezuela a fim de combater o crescimento do crime organizado no país e na América Latina.

Maduro classificou as medidas adotadas por Trump como um “golpe de Estado” e “guerra psicológica” e, na manhã desta quinta-feira (16), horário de Brasília, realizou várias publicações relacionadas à força militar venezuelana e ao carisma do povo de seu país. Declarando que a Venezuela é uma nação de “gente decente, honesta, trabalhadora, solidária e humana”.

Críticas a Trump e a opositores

Logo após a confirmação de Donald Trump sobre as ações da CIA no país sul-americano, o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela emitiu um comunicado oficial através de suas redes sociais, classificando como “belicosas e extravagantes” as declarações do governo dos EUA. A nota ressalta, ainda, que Trump viola gravemente o Direito Internacional e a Carta da Organização das Nações Unidas (ONU), ao realizar investidas contra a Venezuela.


Publicação do Ministério das Relações Exteriores da Venezuela sobre ações da CIA no país (Foto: reprodução/Instagram/@cancilleria_ve)

A vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, seguiu na mesma linha de seu líder, Nicolás Maduro. Sem citar diretamente o governo estadunidense, Rodríguez enfatizou que os venezuelanos carregam a herança de Simón Bolívar e defenderão a Venezuela sob qualquer circunstância. Por isso, alertou: “que nenhum agressor ouse” atentar contra o seu país.

Ataques letais

Desde o início de setembro (2025) o governo dos EUA tem realizado ataques no mar do Caribe contra embarcações, supostamente envolvidas com o narcotráfico na região. Segundo informações, estas investidas resultaram em 27 mortos até o momento. O último ataque letal ocorreu na terça-feira (14), matando seis pessoas. A ação foi autorizada pela Casa Branca, a qual, em suas redes sociais, classificou como “ataque cinético letal contra uma embarcação afiliada a uma Organização Terrorista”.



Além de autoridades venezuelanas, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, também está apreensivo com a escalada das ações estadunidenses no país vizinho. Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (15), Petro declarou que, caso a CIA conduza operações em território venezuelano e haja ataque militar, estas investidas podem “respingar” em seu país. Contudo, mesmo diante deste cenário, por se tratar de operações secretas por parte da inteligência dos EUA, Donald Trump não detalhou o que pode advir destas ações e se Nicolás Maduro é um alvo a ser eliminado pela agência.

 

Aeronave americana misteriosa pousa em solo brasileiro

Um avião da Força Aérea dos Estados Unidos, totalmente branco e sem qualquer identificação externa, aterrissou na tarde de ontem (19) em Porto Alegre, vindo de San Juan, capital de Porto Rico. O veículo transportava diplomatas estadunidenses, que deixaram a aeronave em direção ao consulado da capital gaúcha. Em seguida, o avião partiu para São Paulo, onde permanece até o momento.

Embora o Ministério da Defesa do Brasil tenha autorizado a entrada do veículo em território nacional, nem o governo brasileiro, nem o estadunidense explicaram, até agora, o motivo da missão norte-americana.

Episódio ocorre em meio à saga de crescente desgaste Brasil-EUA, marcada por taxas de 50%, revogação de vistos de ministros do STF e críticas públicas de ambos os lados.

Quebra-cabeça da misteriosa missão foi se construindo aos poucos

A notícia de que uma aeronave da Força Aérea estadunidense pousara no Brasil foi dada pela concessionária do aeroporto porto-alegrense, a Fraport, logo após a aterrissagem do veículo.

“Uma aeronave da Força Aérea dos EUA pousou no aeroporto de Porto Alegre às 17h13. O avião veio de Porto Rico. A previsão é que decole às 20h25 com destino a Guarulhos”, comunicou a empresa.

O fato gerou alvoroço e levantou suspeitas, por parte de parlamentares como Duda Salabert (PDT-MG) e Talíria Petrone (Psol-RJ), de interferência americana na soberania brasileira.


CNN Brasil repercute misterioso episódio do avião americano (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)


Mais tarde, no entanto, a GRU Airport, concessionária de Guarulhos, destacou, ao confirmar a chegada do avião, que a operação foi autorizada pelo Ministério da Defesa.

“A GRU Airport confirma o pouso da aeronave em questão nesta noite (19), com autorização do Ministério da Defesa. Reforça que a operação ocorreu normalmente, sem intercorrências”, escreveu ela.

Na manhã desta quarta-feira (20), fontes da Polícia Federal contaram à CNN Brasil que o avião transportava diplomatas estadunidenses, que deixaram o veículo em direção ao Consulado dos Estados Unidos em Porto Alegre.

Veículo é frequentemente usado em missões secretas da CIA 

O avião que pousou em Porto Alegre e São Paulo é um Boeing 757 C-32B, comumente utilizado para transporte de diplomatas, militares de elite e membros da Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos, a CIA, em missões altamente sigilosas. 

A viagem que terminou ontem na metrópole paulista começou no dia anterior (18) em Wrightstown, Nova Jersey (EUA), com escalas em Tampa, Flórida, e San Juan, em Porto Rico.

Era por volta de 17h13 quando o veículo aterrissou no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, do qual partiu às 19h52 para o Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.

Suspeita é baleada em tentativa de invasão na sede da CIA

Agentes de segurança impediram uma mulher de invadir a sede da CIA em Langley, Virgínia, na madrugada desta quinta-feira (22). Durante a abordagem, eles a balearam, mas o disparo não foi fatal, segundo informações da NBC.

O porta-voz da agência ainda não confirmou o ocorrido, mas declarou que a equipe de segurança interceptou “uma pessoa do lado de fora” dos portões principais e a colocou sob custódia. Até o momento, não há detalhes sobre a motivação da tentativa de invasão.

Entretanto, de acordo com uma anônima ouvida pela agência Reuters, a pessoa é uma mulher que tentou atravessar os portões da CIA. Ela dirigia pela via de saída e não obedeceu às ordens de parada dos guardas. Os agentes de segurança tiveram que agir rapidamente para conter a invasora.


CIA comunica fechamento do portão principal após tentativa de invasão (imagem: reprodução/X/@CIA)

Histórico da invasora e reação da CIA

Conforme informações oficiais da CIA, a tentativa de invasão ocorreu por volta de 4h da manhã, no horário local. Depois do episódio, a unidade de segurança fechou o portão principal do complexo e orientou seus funcionários a utilizarem rotas alternativas, conforme um porta-voz da polícia de Fairfax informou à ABC News.

A invasora é uma mulher, cidadã americana, que não teve o nome revelado, e tem histórico de dirigir alcoolizada. Ela foi atingida por um tiro — não se sabe exatamente em qual local do corpo. Após ser hospitalizada, ela permanece fora de risco de vida.

Dois ataques a sedes de poder em menos de 24 horas

Anteriormente, na noite de quarta-feira (21), um homem armado atacou dois funcionários da embaixada de Israel em Washington DC, matando ambos a tiros. O crime ocorreu em frente ao Museu Judaico da Capital, onde acontecia um evento diplomático. Logo, o suspeito, Elias Rodriguez, foi preso no local.

As autoridades norte-americanas investigam o caso como um possível ato de terrorismo antissemita. Em resposta, Israel reforçou a segurança em suas missões diplomáticas. O presidente dos EUA, Donald Trump, condenou o ataque, afirmando a necessidade de combater o ódio e o radicalismo.

Procurador venezuelano acusa Lula e Boric de serem agentes da CIA

O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, fez acusações polêmicas ao afirmar que os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e do Chile, Gabriel Boric, estariam atuando como agentes da CIA. Em entrevista à Globovisión, Saab reagiu às críticas feitas pelos dois líderes sobre o processo eleitoral venezuelano, sugerindo que ambos estariam envolvidos em uma campanha de interferência externa, orquestrada pelos Estados Unidos, contra o governo de Nicolás Maduro.

Esquerda controlada pela CIA

Saab alegou que há uma cooptação da esquerda latino-americana pela CIA, e que Lula e Boric seriam os principais porta-vozes dessa suposta articulação. “Quem é você, Boric? Quem é você, Lula?”, provocou o procurador, questionando a legitimidade das críticas e sugerindo que ambos os presidentes tentam impor um controle externo sobre as eleições na Venezuela. Ele ainda ironizou: “Agora existe um Conselho Nacional Eleitoral mundial?”


Lula e Gabriel Boric (Foto: reprodução/Ricardo Stuckert/PR/O Globo)

Teorias, controvérsias e comparações eleitorais

O procurador também teceu críticas diretas a Lula, sugerindo que o presidente brasileiro teria mudado completamente após seu tempo de prisão. “Lula foi cooptado enquanto estava preso. Ele não é mais o mesmo que fundou o PT e o movimento dos trabalhadores no Brasil”, afirmou Saab. Segundo ele, a eleição de Lula só foi possível graças ao Tribunal Superior Eleitoral, numa tentativa de deslegitimar o processo eleitoral brasileiro.

As comparações entre as eleições do Brasil e da Venezuela têm sido feitas repetidamente por figuras do governo chavista. O próprio Nicolás Maduro, em outra ocasião, afirmou que ninguém interferiu quando o ex-presidente Jair Bolsonaro questionou os resultados das eleições brasileiras que levaram Lula à presidência.

Relação conturbada entre Lula e Maduro

Essas declarações de Saab refletem o aumento da tensão entre Lula e Nicolás Maduro, antigos aliados. Desde as últimas eleições na Venezuela, Lula adotou um tom mais crítico em relação ao governo de Maduro, embora menos incisivo do que outros líderes, como Gabriel Boric, que acusou diretamente o chavismo de fraudar o processo eleitoral.

O presidente chileno, mais agressivo em suas críticas ao regime venezuelano, também se tornou alvo de Saab, que o acusou de traição aos jovens que protestaram contra o ex-presidente Sebastián Piñera e sugeriu que Boric age em conluio com interesses externos.

Enquanto isso, a tentativa do governo brasileiro de mediar a crise venezuelana tem sido frustrada pela falta de transparência nas eleições, com o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela não divulgando os dados das urnas, o que alimenta ainda mais as tensões entre os países.

CIA diz que ataque terrorista em show de Taylor Swift pretendia matar milhares

No início do mês de agosto, foi divulgada a identificação de um grupo terrorista que tinha como objetivo atacar milhares de pessoas durante as apresentações do show de Taylor Swift em Viena, capital da Áustria. Os três shows da cantora norte-americana foram cancelados após a descoberta. Em recente declaração, um dos diretores da CIA expressou o objetivo do possível ataque.

Declaração sobre o episódio

Recentemente o jornal The New York Times publicou a declaração feita pelo diretor da CIA, David S. Cohen, em um congresso acontecido na última quarta-feira (28). Segundo Cohen, o grupo teria ligações com o Estado Islâmico e ainda teriam se inspirado no grupo terrorista, planejando matar uma multidão entre os presentes no show de Swift.

“Eles estavam tramando matar um número grande de pessoas, dezenas de milhares de pessoas que estivessem no show, com certeza muitos americanos”, expressou o diretor da CIA.


David S. Cohen, vice-diretor da CIA (Foto: reprodução/ Michael Brochstein/ Sipa USA)

Cohen ainda contou que os austríacos teriam sido capazes de realizar as prisões, pois a agência (CIA) e seus parceiros de inteligência forneceram informações sobre o que o grupo possivelmente ligado ao Estado Islâmico planejava fazer.

No total, três suspeitos foram presos sob a acusação de planejar ataques terroristas no show de Taylor Swift. Os três tem idades de 17 a 19 anos, sendo o mais velho um austríaco considerado o suspeito principal, outro austríaco de 17 e um iraquiano de 18. Nenhum nome foi divulgado.

Taylor e equipe sobre os shows

Com o cancelamento dos shows em Viena houve certo burburinho. Por conta das motivações, a organização do evento declarou que “não tiveram escolha a não ser cancelar” todas as apresentações de Taylor Swift no país durante os dias oito , nove e dez de agosto a fim de garantir a segurança de todos. Estima-se que a norte-americana receberia um público de quase 200 mil pessoas em soma dos três dias.

Sobre o ocorrido, Taylor Swift declarou que o cancelamento dos shows foi de um sentimento devastador, especialmente por conta da razão que os motivaram a isso. A cantora ainda ressaltou que sentiu medo e culpa pelos fãs que se planejaram para o evento. Apesar de tudo, Swift salientou gratidão às autoridades e no fim, todos terem ficado de “luto por shows, não por vidas”.