Trump autoriza ‘operações letais’ da CIA na Venezuela, diz NYT

Tensão entre Washington e Caracas já deixou 27 civis mortos no Caribe; argumento estadunidense é de combate ao tráfico internacional de drogas

16 out, 2025
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump | Reprodução/Instagram/@realdonaldtrump
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump | Reprodução/Instagram/@realdonaldtrump

O jornal estadunidense The New York Times publicou ontem (15) uma reportagem que revelou a autorização do governo Trump para que a Agência Central de Inteligência (CIA) conduza operações secretas na Venezuela. A medida governamental, que ocorre em um momento de crescente tensão entre Washington e Caros dois países, permitiria ações letais.

EUA bombardeiam civis venezuelanos no Sul do Caribe

Desde setembro, os Estados Unidos vêm deslocando frotas navais para o sul do Caribe, nas proximidades com a Venezuela, a fim de, argumentam eles, sufocar o tráfico de drogas na região. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, alega que o líder venezualeno, Nicolás Maduro, lidera a facção criminosa Cartel de los Soles, considerada pelos EUA como terrorista, mas cuja própria existência é questionada por especialistas.

Sob anonimato, oficiais ouvidos pelo The New York Times apontaram que o motivo por trás da escalada militar com a Venezuela é a deposição do ditador Nicolás Maduro. Maduro, por sua vez, defende-se dizendo que o que está em jogo é o controle sobre as ricas reservas petrolíferas do Estado latino-americano.

Os navios militares americanos atuam atacando embarcações civis acusadas, por eles, de levar entorpecentes à América do Norte. Até agora, 27 pessoas morreram nos ataques.


Navio militar americanao é visto no Caribe dias após Trump anunciar um terceiro bombardeio a embarcações venezuelanas (Foto: Reprodução/Enea Lebrun/Getty Images Embed)

“Estamos mirando a terra agora, já que temos o mar sob bastante controle”, disse Trump à imprensa horas depois que o NYT divulgou informações sobre a autorização à CIA.

Ações sofrem críticas da comunidade internacional

As execuções extrajudiciais foram apontadas pela Human Rights Watch como violadoras do direito internacional. O tema chegou, na última sexta-feira (10), ao Conselho de Segurança da ONU, órgão máximo da organização intergovernamental, que se mostrou preocupado com o assassinato de civis sem julgamento e a escalada militar na região.

Estima-se, hoje, que os Estados Unidos possuam 10 mil militares no Caribe, a maioria baseada em Porto Rico, além de oito navios e um submarino na região. A Venezuela, por sua vez, mobiliza militares, milicianos e até mesmo civis, na iminência de um ataque do Norte.

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