Incêndio na Blue Zone da COP 30 aumenta tensão entre ONU e governo brasileiro

A Polícia Federal iniciou uma investigação para descobrir o que causou o incêndio na blue zone da COP 30, em Belém. Os peritos já fizeram uma primeira análise no local, e uma perícia completa deve ser realizada nesta sexta-feira. Policiais também vão ouvir pessoas que estavam no pavilhão atingido e nos espaços ao lado.

Uma das hipóteses mais fortes é que o fogo começou por causa de um micro-ondas que não era compatível com a rede elétrica instalada no evento. Esse aparelho teria provocado um curto-circuito. A PF quer entender como esse micro-ondas entrou na área, já que o acesso é restrito e controlado.

Incêndio não tem relação com estrutura da COP30

Fontes informaram à CNN que, na semana anterior, um equipamento parecido foi colocado no pavilhão chinês, mas retirado depois. Se essa hipótese se confirmar, o incêndio não teria relação com falhas de construção ou problemas estruturais do espaço.

O caso aumentou o clima de tensão entre a ONU e o governo brasileiro. Isso porque a triagem para entrar na blue zone é feita pela própria ONU, que teria permitido que representantes do pavilhão da Comunidade da África Oriental entrassem com o aparelho suspeito. Outra possibilidade analisada é que uma falha em um gerador possa ter iniciado o fogo.


Alguns acordou foram oficializados fora do espaço da COP 30 (Foto: reprodução/X/@BelemNoticiass)


Governo entra em discussão com a ONU

Para integrantes do governo, a ONU estaria agindo de forma precipitada ao sugerir que o incidente é responsabilidade do Brasil, o que teria aumentado o desgaste entre as partes. Por isso, a Polícia Federal tomou a iniciativa de abrir rapidamente uma investigação preliminar.

No momento, a principal linha de apuração continua sendo a entrada do micro-ondas que não deveria estar na área. O governo acredita que as investigações vão mostrar que o problema não está no projeto do local, mas sim em uma falha na fiscalização da ONU.

Incêndio atinge Pavilhão dos Países na COP30

Um incêndio atingiu o Pavilhão dos Países na tarde desta quinta-feira (20). O espaço fica na Zona Azul da COP30, em Belém-PA. A princípio, o fogo começou pouco depois das 14h e gerou correria entre visitantes e equipes técnicas. Sobretudo, a organização afirmou que as chamas foram controladas em seis minutos, mas reforçou que 19 pessoas receberam atendimento após inalar fumaça.

Evacuação imediata e suspensão das atividades

Imediatamente, equipes de segurança ordenaram a evacuação completa da área, o que interrompeu todos os trabalhos da conferência. A United Nations Framework Convention on Climate Change (UNFCCC) informou que os bombeiros iniciaram uma checagem minuciosa das instalações e que a Zona Azul ficará fechada até, pelo menos, 20h. 


Incêndio atinge pavilhão da COP30 (Vídeo: reprodução/YouTube/Itatiaia)


A área concentra salas de reuniões, espaços de negociação e estandes nacionais, e abriga debates decisivos sobre a agenda climática. Localizado na entrada da Blue Zone, o espaço recebe mesas temáticas e apresentações de delegações e organizações internacionais.

Hipóteses iniciais e avaliação das autoridades

O governador do Pará, Helder Barbalho, disse à jornalista Andréia Sadi que as equipes trabalham com duas hipóteses iniciais. A primeira envolve uma possível falha em um gerador. Já a segunda, considera um curto-circuito em um stand. Nesse sentido, as investigações continuam e incluem análises técnicas sobre cabos, equipamentos e sistemas elétricos.

Apesar da ação rápida das equipes de emergência, o incidente ampliou preocupações anteriores sobre falhas estruturais no evento. A ONU havia alertado, há uma semana, sobre vulnerabilidades que exigiam resposta imediata. A carta enviada pela UNFCCC citou portas sem monitoramento, segurança insuficiente e dificuldade de resposta integrada entre forças federais e estaduais.


Autoridades evacuam pessoas do pavilhão em chamas (Vídeo: reprodução/YouTube/UOL)


Além disso, o documento também destacou problemas de infraestrutura, como calor excessivo, falhas de climatização, infiltrações causadas por chuva e riscos relacionados à proximidade entre equipamentos elétricos e água.

Função central do Pavilhão dos Países

Em síntese, o Pavilhão dos Países funciona como vitrine para projetos climáticos e políticas públicas. Ali, representantes técnicos, observadores e instituições parceiras apresentam soluções e experiências que dialogam com as negociações formais da conferência.

A COP30 começou em 10 de novembro e reuniu líderes globais para discutir iniciativas climáticas. Na abertura, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que “é mais fácil financiar o clima do que guerras”, além de destacar a relevância de Belém como sede para o evento.

Alemanha decide investir cerca de R$ 6,150 bilhões em ideia proposta pelo Brasil na COP30

Nesta quarta-feira (19), em Belém, no Estado do Pará, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva — que está no local por conta da COP30 — afirmou que a Alemanha fará um aporte financeiro de € 1 bilhão (cerca de R$ 6,150 bilhões) para o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF).

 O fundo (TFFF) é considerado a principal estratégia do Brasil para a reunião da COP30 e, em consequência disso, tornou-se a principal vitrine diplomática do país nesta conferência. 

Portanto, essa proposta, anunciada de início pelo presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, propõe que países com grandes áreas de floresta tropical — como Brasil, Indonésia e República Democrática do Congo — possam ser incentivados financeiramente e receber uma remuneração pela conservação dos seus respectivos biomas.

Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) 

O Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) é um mecanismo financeiro proposto pelo Brasil na conferência da COP30. Enquanto muitos países focam na redução do carbono, o Brasil tenta atacar o problema da poluição por outro ponto. Nesse modelo, investe-se para preservar as florestas, utilizando um fundo de renda fixa para gerar recursos e, assim, destinar um incentivo à conservação de florestas tropicais.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirma não ser um mecanismo de doações, e sim investimentos e incentivos financeiros para a conservação de florestas. Desse modo, o lucro das aplicações será usado para remunerar países que mantêm suas florestas bem, com prioridade para nações como Brasil, Indonésia e Congo, pelo tamanho de florestas tropicais úmidas que eles possuem.


Ministra do Meio Ambiente Marina Silva e o Presidente do Brasil Lula discursando sobre investimentos no TFFF (Vídeo: reprodução/Instagram/@canalgov)


A ideia é que esse mecanismo funcione como uma espécie de “renda florestal global”, sendo aberto na bolsa de valores para investidores, assim incentivando a adesão de investimentos públicos e privados para compensar o valor econômico. Também terá alguns critérios bem claros e simples de compreensão para que os países recebam esse incentivo financeiro para manter a floresta viva e não derrubá-las.

Critérios e funcionabilidade do TFFF

 Para resumir, o TFFF funciona com uma estrutura que adota um modelo de fundo de investimento com gestão de carteira de renda fixa voltado ao financiamento climático. Assim, pretende mobilizar cerca de R$ 625 bilhões (US$ 125 bilhões) em recursos, juntando aportes de países e fundações com emissões de títulos no mercado financeiro para o funcionamento do fundo.

E, portanto, o dinheiro será aplicado em ativos globais, com foco em investimentos seguros e sustentáveis que gerem retorno acima do custo do fundo. Parte do lucro irá para os investidores, e a outra parte será usada para remunerar países que preservam florestas tropicais, proporcionalmente à área conservada.

Desse modo, temos como critérios o pagamento anual por hectare de floresta preservado; e, neste pagamento, cerca de 20% no mínimo são destinados a recursos a povos indígenas e comunidades locais. Além disso, é proibido utilizar esse dinheiro para investir em combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás).


Imagem da Floresta Amazônia próximo ao Rio Tocantins no Estado do Pará (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Mauro Pimentel)


Para concluir, a verdade, olhando pelo lado somente financeiro, é que, na prática, a destruição das florestas tropicais ainda gera mais retorno econômico do que sua conservação. O TFFF aparece na contramão para criar um incentivo para ter lucro em preservar as florestas.

O Fundo Florestas Tropicais para Sempre acaba se diferenciando de outros mecanismos, como o REDD+, ao propor um modelo de pagamento direto para a preservação das florestas, e não somente pelo carbono que deixa de ser emitido. O modelo do REDD+ é uma espécie de mecanismo criado pela ONU que recompensa financeiramente alguns países pela redução de emissões de carbono causadas pelo desmatamento e pela degradação florestal.

Porém, no caso do TFFF, o plano proposto pelo Brasil vai muito além da lógica de só diminuir a produção de carbono, sendo um pagamento direto pela floresta que permanece em pé e pela conservação a longo prazo dessas mesmas florestas tropicais.

 

 

Ivete Sangalo deixa escapar romance de Bruna Marquezine e Shawn Mendes

A atriz Bruna Marquezine e o cantor canadense Shawn Mendes estão sendo frequentemente flagrados juntos após a vinda do cantor ao Brasil para participar dos eventos climáticos da COP30. A cantora Ivete Sangalo, amiga da atriz, ao ser questionada sobre o possível affair, respondeu em clima descontraído: “Eu cuido do meu genro”.

Relação

A atriz e o cantor se conheceram em 2017, durante o Rock in Rio. Ao longo dos anos, os dois passaram a conversar e a manter uma amizade à distância. O cantor declarou, na época, que estava fazendo novos amigos brasileiros. As interações e curtidas nas redes sociais eram algo frequente.


Bruna Marquezine e Shawn Mendes (Foto: reprodução/Instagram/@paulogermano)


Durante sua participação no Domingão com Luciano Huck, Ivete Sangalo, amiga de Bruna, revelou que Shawn ligou para ela e pediu para conhecer a cidade de Salvador. Ivete declarou que o acolheu, brincou que ele varreu a casa e que se divertiu com suas filhas em sua casa na capital baiana, dizendo que estava cuidando muito bem referindo-se a Bruna como sua filha e Shawn, agora, como seu genro.

Vida amorosa

Ao longo de sua carreira, a vida amorosa de Bruna Marquezine sempre foi um dos destaques. Recentemente, o retorno com seu ex-namorado João Guilherme já era dado como certo pelos fãs, mas, com os registros ao lado do cantor, ficou evidente que o retorno não passou de especulações.

Outra relação que não sai da boca do povo, mesmo após o término, é o famoso “Brumar”, apelido carinhoso dos fãs para o antigo relacionamento com Neymar. Apesar de todas as especulações, a atriz mantém uma postura de privacidade e costuma fugir dessas perguntas.

Até o momento, Shawn e Bruna não se pronunciaram e estão curtindo os dias aqui no Brasil em shows, comemorações e encontros com amigos. Os fãs estão na expectativa, mas Ivete já entregou, em clima descontraído, que além dos flagrantes, o clima entre os dois é de paquera.

Shawn Mendes visita COP30 em Belém e fortalece laços com movimentos da Amazônia

Shawn Mendes segue vivendo dias intensos no Brasil, agora com foco voltado para causas socioambientais. Depois de aproveitar um período de descanso em Salvador ao lado de Ivete Sangalo e de sua família, o cantor canadense desembarcou em Belém–PA para acompanhar de perto a COP30, a conferência global dedicada às mudanças climáticas e ao futuro ambiental do planeta. A presença do artista, conhecido mundialmente, chamou atenção nas ruas da capital paraense e reforçou seu interesse crescente por temas ligados à preservação ambiental.

Conexão com o movimento Amazônia de Pé ganha força

O movimento Amazônia de Pé tem ganhado visibilidade global ao agregar líderes indígenas, artistas e influenciadores engajados na proteção do bioma. Em agosto, por exemplo, Anitta posou com a bandeira do movimento ao lado de Kaianaku Kamaiurá, coordenadora de incidência, durante o Ritual do Kuarup, no Mato Grosso, ampliando ainda mais o alcance das pautas ambientais. A interação de Shawn Mendes com representantes da iniciativa reforça a expansão desse diálogo para novos públicos internacionais.

Durante sua passagem pelo Brasil, Mendes tem mostrado disposição em entender mais profundamente questões ligadas ao clima, tradições indígenas e preservação da floresta. Sua participação na COP30, aliada aos encontros com ativistas locais, evidencia o compromisso do artista em apoiar narrativas que ecoem além do entretenimento e contribuam para mobilizações reais.


Shawn participou do Earthshot Prize no Rio (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Pool)


Dias de descanso na Bahia antes da COP30

Antes de seguir rumo ao Pará, o cantor aproveitou momentos de lazer em Salvador. Na segunda-feira, ele visitou a Ilha dos Frades acompanhado de Ivete Sangalo, aproveitando as paisagens da Baía de Todos-os-Santos e interagindo com fãs que o reconheceram. O grupo almoçou no tradicional Restaurante da Preta, comandado pela chef Angelucci Figueiredo, onde Shawn provou uma farofa de ovo preparada especialmente para recebê-lo.

No sábado (8), o artista foi visto no píer do edifício Morada dos Cardeais, onde Ivete reside. À noite, Marcelo Sangalo publicou uma foto ao lado do cantor com a legenda: “Sempre bem-vindo”, mostrando que Shawn já se tornou praticamente um convidado da família.

Shawn Mendes chegou a Salvador na sexta-feira (7), vindo do Rio de Janeiro. Antes de viajar ao Nordeste, ele havia participado do Earthshot Prize, premiação criada pelo príncipe William e conhecida como o Oscar da Sustentabilidade, que reconhece projetos inovadores para a proteção ambiental.

ONU e Brasil apuram invasão de manifestantes durante a COP30

O governo brasileiro e a ONU (Organização das Nações Unidas) abriram uma investigação para apurar a invasão de manifestantes na COP30, em Belém, nesta terça-feira (11). O grupo de manifestantes portavam cassetetes na tentativa de invadir área restrita do evento e entraram em confronto físico com a equipe de segurança do local.

De acordo com um porta-voz da UNFCC (Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima) à CNN, o ocorrido está sendo investigado pelas autoridades brasileiras e da ONU, mas o local permanece seguro e as negociações da COP30 continuam em andamento.

Manifestação na Zona Azul

A tentativa de invasão do grupo de manifestantes ocorreu na Zona Azul, uma área fechada ao público e destinada exclusivamente a delegações oficiais, chefes de Estado, observadores e imprensa credenciada, sendo um espaço de negociação. O protesto ocorreu por volta das 19h20 e houve confronto físico entre os manifestantes e a segurança local.

Dois seguranças tiveram ferimentos leves e foram levados para a área médica da COP. A saída foi bloqueada para pessoas que estavam credenciadas para a Zona Azul e a estrutura do local foi levemente danificada durante a manifestação.


Vídeo mostra momento em que manifestantes tentam invadir a área restrita (Mídia: reprodução/Instagram/@portalg1)


Reação da ONU e do governo brasileiro

Segundo a UNFCC, “autoridades do governo brasileiro e da ONU estão investigando o incidente e o local está seguro e as negociações da COP continuam”. O porta-voz afirmou que foram tomadas medidas de proteção que buscam garantir a segurança do local, de acordo com os protocolos de segurança estabelecidos, após o ocorrido.

Já o secretário extraordinário da COP, Valter Correia, declarou que a organização do evento estava tomando as devidas providências acerca da manifestação, completando que a ONU tem todos os protocolos de seguranças.

A segurança da Zona Azul é realizada por agentes contratados pela própria ONU, que depois pediram reforços a agentes do Estado e bombeiros civis. Depois da confusão, o local foi evacuado, mas ainda não há informações acerca da identificação dos protestantes, nem sobre possíveis detenções que ocorreram no momento ou depois da tentativa de invasão.

Lula abre COP30 em Belém e destaca a importância do evento para o clima global

Nesta segunda-feira (10), iniciou em Belém (PA) a 30ª Conferência Climática das Nações Unidas (COP30). O evento, promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU), reúne líderes de diversos países para discutir ações e iniciativas voltadas ao clima. Na abertura oficial, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, fez um discurso destacando a importância da realização da conferência em Belém e afirmou que “é mais fácil financiar o clima do que guerras”.

O discurso do Presidente

Durante o discurso de abertura, o presidente Lula destacou a importância da realização do evento na capital paraense, mesmo diante dos desafios logísticos e estruturais que todo o estado vem enfrentando ao longo do ano. Lula ressaltou que sediar a conferência no Pará foi um grande desafio, mas se tornou uma demonstração de comprometimento, verdade e coragem. “Quando se tem disposição e compromisso com a verdade, a gente prova que não tem nada impossível. O impossível é não ter coragem para enfrentar desafios.”


Presidente Lula para COP30 em Belém (Foto: reprodução/Bruno Peres/Agência Brasil)


O presidente também afirmou que esta será “a COP da verdade”, enfatizando a necessidade de combater a desinformação e valorizar estudos e informações científicas.
“Vivemos uma era de desinformação e rejeição aos estudos científicos. É momento de impor uma nova derrota aos negacionistas”, declarou. Além disso, o presidente fez comparações sobre os gastos de países que estavam ou estão passando por guerras e afirmou que ”É mais barato financiar o clima do que a guerra”.

Pautas políticas da COP30

As principais pautas de negociação foram definidas previamente, durante uma reunião da chamada Cúpula dos Líderes, que se encerrou na última sexta-feira (7). As pautas incluem acelerar a transição energética; ampliar o financiamento climático e promover a proteção das florestas e matas tropicais.
Apesar da presença de representantes de diversas nações, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não compareceu e tampouco enviou representantes ao evento até o momento.

A COP30 irá reunir cerca de 500 mil participantes até o dia 21 de novembro, incluindo empresários, cientistas, ativistas, líderes políticos e etc. Consolidando a cidade de Belém como um importante centro de debates globais sobre o futuro climático do planeta nos próximos dias.

Belém se torna o centro do debate climático global com início da Cop30

A capital paraense se tornou, na última quinta-feira (6), o foco das discussões sobre o futuro do planeta com o início da Cúpula dos Líderes, evento que antecede a COP30. A Conferência do Clima das Nações Unidas se inicia oficialmente nesta segunda-feira (10) no coração da Amazônia, que é a maior floresta tropical do mundo e símbolo da biodiversidade global. Em Belém, chefes de Estado e representantes de dezenas de países se reuniram para debater medidas urgentes contra as mudanças climáticas.

O primeiro dia do encontro foi marcado por altas temperaturas, chuva leve no fim da tarde e um clima político intenso. Os líderes debateram os obstáculos para diminuir as emissões de gases que intensificam o efeito estufa e conter o aquecimento global, que já atingiu patamares críticos.

ONU solicita medidas urgentes

Na cerimônia inaugural do evento, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, proferiu um apelo veemente por medidas efetivas, declarando que a comunidade internacional não conseguiu honrar o compromisso estabelecido no Acordo de Paris (COP21), que visa restringir o aumento da temperatura a 1,5ºC em comparação com a era pré-industrial.

“Chega de discussões. É hora de agir”, declarou Guterres.

Segundo relatório divulgado pela ONU nesta quinta-feira, a temperatura média global entre janeiro e agosto de 2024 ficou 1,42ºC acima da média histórica, superando o limite estabelecido no acordo. O líder classificou o resultado como uma “falha moral e uma negligência mortal” das nações que não cumpriram suas metas ambientais.

Lula reforça compromisso com o meio ambiente

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi um dos principais oradores da sessão de abertura e defendeu que ainda há tempo para reverter o cenário climático.

Em seu discurso, o presidente destacou o papel do Brasil na liderança ambiental e defendeu medidas conjuntas e justas para combater o desmatamento e reduzir a dependência dos combustíveis fósseis. “Estou convencido de que, apesar das dificuldades e contradições, é possível planejar e agir de forma justa para frear o aquecimento global”, afirmou.

Durante a agenda do dia, Lula também se reuniu com o Príncipe William e o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, mas, segundo a imprensa britânica, o Reino Unido não deve participar do fundo climático proposto pelo Brasil.


 

Cobertura da Cop30 (Vídeo: reproduçã0/ YouTube/G1)


Do lado de fora da conferência, grupos indígenas realizaram protestos pedindo ações mais efetivas. Entre eles, um artista paraense chamou atenção ao expor esculturas que retratavam líderes mundiais descansando em redes, em uma crítica simbólica à lentidão das ações e à ausência de resultados concretos nas políticas climáticas.

Belém, sede da COP30 em 2025

A reunião de líderes realizada na última semana serviu como uma prévia do que Belém viverá em 2025, a cidade amazônica será palco oficial da COP30. O evento irá reunir representantes e chefes de Estado de diversos países, reforçando o papel do Brasil como protagonista nas discussões globais sobre o clima.

Para o governo federal, o evento é visto como uma oportunidade estratégica para reafirmar os compromissos do país com o desenvolvimento sustentável e evidenciar a importância da Amazônia na regulação climática do planeta. A expectativa é que, até o próximo ano, o Brasil apresente avanços concretos na redução do desmatamento e na transição para uma economia mais verde e inclusiva.

Ano de 2025 pode estar entre os 3 mais quentes desde 1850, diz ONU

Às vésperas da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que se inicia na próxima segunda (10) em Belém do Pará, a Organização Meteorológica Mundial (OMM), filiada à ONU, divulgou um relatório sobre os efeitos catastróficos do aquecimento global. O documento publicado hoje (06) revelou que 2025 será o segundo ou terceiro ano mais quente desde o início dos registros, que ocorreu em 1850, atrás apenas de 2024.

Se comparado a 2024, este ano foi marcado pela desintensificação do fenômeno El Niño, caracterizado pelo aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico na região do Equador, o que explica porque o período anterior foi mais quente. Apesar disso, a OMM indicou que, entre junho de 2023 a agosto de 2025, houve 26 meses seguidos de recordes mensais de calor, com exceção de fevereiro de 2025. Da mesma forma, o período de 2015 a 2025 registrou os 11 anos mais quentes da série histórica. A explicação para essas temperaturas superlativas é a sistemática queima de combustíveis fósseis, apontou o documento.

Entre outros números alarmantes, o relatório apontou o aumento da concentração de gases de efeito estufa e do degelo das calotas polares e a preocupante incidência de eventos climáticos extremos.

Planeta ultrapassa 1,5ºC

Embora a temperatura média global da superfície terrestre, desde janeiro deste ano, tenha sido menor do que a do período passado (1,42 °C. em 2025, contra 1,55 °C, em 2024), especialistas já consideram praticamente impossível que a população global limite o aquecimento global, nos próximos anos, a 1,5 °C. Em outras palavras, a humanidade fracassou em impedir que o planeta aqueça mais de 1,5 °C nos quase 300 anos desde que houve a Revolução Industrial, o que, se à primeira vista pode parecer inofensivo, na realidade, representa riscos fatais e sofrimento para centenas de milhões de indivíduos.

O limite de 1,5ºC foi estabelecido pelo Acordo de Paris de 2015 para evitar impactos extremos do clima, como secas, elevação do mar e colapso de geleiras.

Em cada ano em que se ultrapassar o limiar de 1,5 °C, as economias serão severamente afetadas, as desigualdades se agravarão e ocorrerão danos irreversíveis“, declarou secretário-geral da ONU, António Guterres, hoje em Belém.


O presidente Lula e o secretário-geral da ONU, António Guterres (Foto: reprodução/Wagner Meier/Getty Images Embed)


Especialistas alertam, porém, que, embora o aumento térmico já seja uma realidade, é possível e fortemente encorajado que se trabalhe para que, ao final do século XXI, esse aumento esteja controlado.

Ainda é totalmente possível e essencial reduzir as temperaturas para 1,5 °C até o final do século“, disse Celeste Saulo, secretária-geral da OMM.

2025 é marcado por eventos climáticos extremos

O aumento térmico presenciado já deixou, ainda neste ano, impactos destrutivos ao redor do mundo, à medida que influencia as dinâmicas climáticas planetárias e gera desequilíbrios catastróficos. A destruição da natureza afeta a economia, alimentação, saúde e tira milhares de vidas a cada ano.

As enchentes no Texas (Estados Unidos), em julho, deixaram 135 mortos, o pior desastre do tipo em quase meio século. 

Na região do Mar Mediterrâneo, uma onda de calor entre junho e agosto fez os termômetros atingirem 50,5 °C na Turquia e gerou incêndios que afetaram a agricultura e turismo. 

Na África, milhares de pessoas perderam suas casas devido a ciclones e inundações em Moçambique, República Democrática do Congo e África do Sul, enquanto que cerca de 1,5 milhão de paquistaneses e indianos tiveram de se deslocar por conta de enchentes na Ásia.

No Brasil, a Amazônia e o Centro-Sul sofreram com seca prolongada, ocasionando incêndios florestais e submetendo a risco os serviços de abastecimento de água e energia.

Para que os próximos anos não continuem a registrar recordes negativos, o documento da OMM divulgado hoje clamou pela priorização de energias renováveis.

 

Na véspera da COP30, líderes selam clima com imagem

Belém, no Pará, se tornou o centro das atenções globais ao receber a cúpula pré-COP30, um encontro preparatório que reuniu chefes de Estado e representantes de diversos países para alinhar compromissos e discutir metas ambientais. O momento mais marcante do evento foi a tradicional foto de família, em que os líderes posaram juntos em um gesto simbólico de união e compromisso pela proteção do planeta.

A imagem, registrada no Hangar Centro de Convenções, marcou o encerramento das reuniões da pré-COP30 e reforçou a expectativa para a conferência oficial, que acontecerá em 2025. A fotografia foi vista como um símbolo de cooperação internacional e uma mensagem de que o mundo está atento às ações climáticas. Em meio aos desafios globais, o Brasil busca se firmar como protagonista na transição verde e na construção de um futuro sustentável.

Belém no centro das atenções globais

A cúpula pré-COP30 contou com a presença de representantes de dezenas de países, além de organizações internacionais e especialistas em meio ambiente. O evento teve como objetivo preparar o terreno para as negociações da COP30, que será realizada em Belém no próximo ano, e definir os pontos mais urgentes da agenda climática.

Durante os encontros, os líderes discutiram a necessidade de transformar promessas em ações concretas para conter o aquecimento global. Foram debatidos temas como financiamento climático, preservação de florestas tropicais e redução das emissões de carbono. A presença de tantos chefes de Estado reforçou a importância da Amazônia nas decisões ambientais e consolidou o papel do Brasil como referência em diplomacia ecológica.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou que o país está pronto para conduzir o debate sobre sustentabilidade de forma justa e equilibrada. Ele ressaltou que o desenvolvimento econômico pode caminhar ao lado da preservação ambiental e reafirmou o compromisso do governo em reduzir o desmatamento e incentivar fontes de energia limpa. Lula também afirmou que o Brasil quer liderar pelo exemplo e cobrar dos países desenvolvidos ações concretas, especialmente no financiamento de projetos verdes em nações em desenvolvimento.

A realização da pré-COP30 em Belém foi elogiada por lideranças internacionais, que destacaram o simbolismo de realizar um encontro desse porte no coração da Amazônia. A cidade se transformou em um ponto de convergência global, reunindo vozes de diferentes partes do mundo em defesa do meio ambiente. Além dos debates políticos, o evento também contou com apresentações culturais e manifestações de povos indígenas e comunidades tradicionais, que pediram mais respeito aos territórios e participação nas decisões climáticas.


O presidente Lula e líderes mundiais (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Pablo Porciuncula)

Foto de família reforça união e compromisso

A tradicional foto de família, tirada ao fim da cúpula, representou mais do que um simples registro oficial. Reunidos lado a lado, os líderes expressaram, em um gesto coletivo, o compromisso de fortalecer a cooperação internacional para enfrentar os desafios ambientais. A imagem simbolizou a necessidade de união global diante das crises climáticas que afetam o planeta de forma cada vez mais intensa.

O encontro em Belém reforçou que a COP30 será um marco importante para as negociações climáticas. Com o Brasil na presidência da conferência, a expectativa é de que o país apresente propostas voltadas à preservação da Amazônia e ao desenvolvimento sustentável. A região amazônica, por sua biodiversidade e papel essencial na regulação do clima, foi um dos principais temas abordados pelos participantes.

Além dos líderes políticos, o evento contou com a presença de cientistas e representantes de entidades ambientais, que alertaram sobre a urgência de ações conjuntas. De acordo com especialistas, a próxima década será decisiva para limitar o aumento da temperatura global e evitar danos irreversíveis aos ecossistemas. Eles destacaram que as metas atuais ainda são insuficientes e que é preciso fortalecer os compromissos assumidos no Acordo de Paris.

Durante o encerramento, Lula ressaltou que a união entre os países é a chave para enfrentar a crise climática. Ele defendeu a criação de mecanismos que garantam o cumprimento das metas ambientais e destacou que o planeta não pode mais esperar. “A foto de família simboliza nossa esperança, mas também nossa responsabilidade”, afirmou o presidente, lembrando que a próxima conferência em Belém será o momento de transformar palavras em atitudes concretas.

O clima de cooperação e otimismo marcou o fim da cúpula pré-COP30. Belém saiu fortalecida como anfitriã do maior evento ambiental do planeta, enquanto o mundo volta os olhos para a Amazônia. A imagem dos líderes reunidos ficará como símbolo de uma nova fase do debate climático, em que a união e a ação serão decisivas para garantir o futuro das próximas gerações.