ONU pede investigação rápida em megaoperação no Rio de Janeiro
Em meio à operação policial que deixou dezenas de mortos no Rio, a ONU pede transparência e rapidez nas apurações, classificando o cenário como alarmante
A operação policial lançada nos Complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, resultou em pelo menos 64 mortos até o momento, incluindo suspeitos, policiais civis e militares. O número já é considerado recorde em confrontos recentes na cidade. A ONU divulgou nota afirmando estar horrorizada com a escala da ação e reforçando que operações desse tipo devem ser acompanhadas de apuração imediata para garantir a proteção dos direitos humanos.
Além disso, a organização internacional destacou que é fundamental avaliar os impactos sobre a população civil, considerando que moradores relataram bloqueios de ruas, interrupção de serviços básicos e medo generalizado. A entidade cobrou que se realizem investigações rápidas e eficazes, lembrando que o Brasil possui compromissos internacionais em matéria de direitos humanos.
A operação e seus desdobramentos
Segundo informações iniciais, a ação contou com milhares de agentes, uso de blindados, drones e barricadas estratégicas. O governador Cláudio Castro afirmou que a operação visa conter a expansão da facção Comando Vermelho (CV) e que se trata da maior ação desse tipo nos últimos 15 anos.
A Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro lamenta profundamente a perda de nossos heróis, que deram suas vidas em defesa da sociedade durante a Megaoperação Contenção, na Zona Norte do Rio.
São eles:
Marcus Vinícius Cardoso de Carvalho
Rodrigo Velloso Cabral
PM Heber Carvalho… pic.twitter.com/Xf7UlK2Kvt— Polícia Civil RJ (@PCERJ) October 28, 2025
Polícia Civil lamenta falecimento de policiais que participaram da megaoperação (Reprodução/X/@PCERJ)
No entanto, críticos apontam que o uso de força intensa em áreas densamente povoadas aumenta os riscos para civis e questionam se houve planejamento adequado para minimizar danos. Especialistas em segurança pública e direitos humanos chamaram atenção para a necessidade de protocolos claros, sobretudo em operações que envolvem tantas vidas.
Repercussão local e internacional
Nas comunidades, o clima foi de medo e tensão. Moradores relataram tiros, fumaça e interrupções em escolas e transporte. A situação se espalhou rapidamente nas redes sociais, gerando debates sobre o impacto das operações policiais em áreas vulneráveis.
Internacionalmente, a nota da ONU gerou atenção imediata, com órgãos de mídia repercutindo a preocupação global. A pressão sobre o governo fluminense aumentou: agora, além de justificar a operação, as autoridades precisam demonstrar transparência e responsabilidade em relação às vítimas e às consequências da ação. O episódio levanta um alerta sobre como equilibrar combate ao crime e proteção da população em áreas sensíveis.
