Justiça argentina condena brasileiro que tentou matar Cristina Kirchner

Nesta quarta-feira (08), a Justiça da Argentina condenou o brasileiro Fernando Sabag Montiel pelo atentado à ex-presidente argentina Cristina Kirchner. A pena é de 10 anos de prisão. O atentado aconteceu no dia 01 de setembro de 2022 em frente à casa de Cristina, que era vice-presidente do país na época, em Buenos Aires.

O Atentado

No atentado, o brasileiro Fernando Sabag Montiel se misturou a apoiadores de Cristina Kirchner, que estavam na frente da casa de Kirchner, na capital argentina Buenos Aires. Ao se aproximar da vice-presidente, na época dos fatos, apontou uma arma a poucos centímetros do seu rosto. A arma usada foi Bersa calibre 32 e estava carregada, porém ao apertar o gatilho ela não disparou. Ele foi contido pelos seguranças de Cristina imediatamente após a tentativa. 

Cristina não se machucou no incidente. Após o susto, a vice-presidente continuou a atender os apoiadores que a esperavam, na época ela contava com uma equipe de segurança com 100 agentes. 

Julgamento

O julgamento começou no ano passado, em 2024 e terminou nesta quarta-feira (08). O tribunal declinou o pedido da advogada de defesa de Fernando alegando que ele era inimputável. O seu crime foi agravado pelo uso de arma de fogo e pelo porte de arma de guerra sem a autorização legal.


Vídeo do momento do atentado contra Cristina Kirchner em 2022 (Vídeo: reprodução/YouTube/BBC News Brasil)

Além de Fernando, sua namorada de 26 anos, Brenda Uliarte, também foi condenada com a pena de 8 anos de regime fechado. Ela foi considerada no processo por ser uma “participante considerável” no caso, com o agravante do uso de arma de fogo. Um terceiro réu, Gabriel Carrizo, foi absolvido. A pena de Fernando, que seria de 10 anos inicialmente, foi somada a uma pena de 4 anos e 3 meses por posse de material de pronografia infantil, portanto, irá cumprir uma pena única de 14 anos e 3 meses de regime fechado. 

Em tribunal, o brasileiro admitiu que tentou assassinar Cristina Kirchner e que não se arrependia. Porém, na sessão de hoje, afirmou que o seu julgamento havia sido armado e que a arma do crime foi implantada para incriminá-lo. 

Advogado de Cristina Kirchner pede prisão domiciliar em Buenos Aires

Com a sentença de Cristina Kirchner confirmada pela Suprema Corte da Argentina nesta terça-feira (10), a ex-presidente do país vizinho pediu para cumprir a pena de seis anos em um endereço divulgado pela Todo Notícias. Assim, a condenada por desvios de fundos públicos escolheu passar seus dias na residência da filha em Buenos Aires sem o uso de tornozeleira, pois segundo a CNN Brasil, ela já se encontra cercada por guardas e não vê a necessidade do rastreamento eletrônico.

Advogado de Kirchner relembra atentado para defender solicitação

De acordo com as informações noticiadas pela mídia argentina, em poucas horas depois do resultado do caso, o advogado de Kirchner, Carlos Beraldi, enviou para a justiça Argentina um pedido de prisão domiciliar que deveria ser realizada no bairro de San Telmo, na cidade de Buenos Aires. Além disso, Beraldi também entrou com o pedido da retirada da tornozeleira eletrônica geralmente utilizada nesse tipo de condenação, pois a ex-presidente da Argentina está cercada por um volume intenso de políciais.


Cristina Kirchner discursa para seus apoiadores nesta última segunda-feira (09) (Foto: reprodução/Instagram/@cristinafkirchner)


Ademais, o advogado da indiciada relembrou o atentado que Kirchner sofreu em 2022 e concluiu que sua solicitação visa a segurança de sua cliente. Assim, a Todo Notícias esclareceu que, Baldani, fez questão de pontuar que a cidadã argentina é uma autoridade de alto escalão e por isso necessita ser protegida de outros condenados.

Cristina Kirchner e amigo íntimo

Conforme a CNN Brasil, a viúva do também ex-presidente Néstor Kirchner, destacou-se em um processo que ganhou o nome de “Caso Valiedad” e já havia sido condenada em primeira instância no ano de 2022 e em seguida, recebeu sua segunda condenação em 2024 por liderar um esquema de corrupção enquanto governava o país vizinho em um longo período entre 2007 e 2015.

Em concordância com os dados apurados e divulgados, o Ministério Público Argentino afirmou que em colaboração com uma gama de ex-funcionários do governo Kirchner, a ex-presidente beneficiou empresários com acordos milionários para obras rodoviárias incompletas, superfaturadas e, às vezes, desnecessárias. Vale ressaltar, que outra figura essencial no caso de Cristina, é o empresário Lázaro Báez, um dos principais favorecidos no esquema de corrupção.