Apagão global causa queda em ações da empresa responsável 

Na última sexta-feira (19/07), a internet vivenciou um apagão global, tendo por responsável a empresa de tecnologia de segurança cibernética, CrowdStrike.

Desde a manhã de sexta-feira, as ações da empresa vêm sendo desvalorizadas na Bolsa de Valores dos Estados Unidos, e seu valor de mercado decaiu R$ 50 bilhões desde o apagão.

Ações na bolsa

O mercado mexicano abriu às 10h30 (horário de Brasília) e, cerca de meia hora depois, as ações da CrowdStrike estavam sendo vendidas a US$ 78,93, com recuo de 9,6%. A empresa mais afetada pela falha foi a Microsoft, a qual teve uma queda mínima, de 0,1%.

As ações da Microsoft e da CrowdStrike são negociadas na Bolsa de Tecnologia Nasdaq, que teve um aumento de 0, 05% no mesmo momento em que as ações destas duas caiam. Outras quedas ocorreram, como a da Bolsa de Nova Iorque, a qual teve uma decaída de 0,51%.

Mesmo com essas quedas, a Bolsa brasileira não teve impacto pelo apagão, com o principal índice acionário da B3, IBOVESPA, tendo inclusive um aumento de 0,48%.


Ações da CrowdStrike e da Microsoft decaem após apagão online (Foto: Reprodução/Pinterest/@themotleyfool)

Impacto do apagão

Além de ter afetado os sistemas da Microsoft, causando “tela azul” em computadores ao redor do mundo, bancos tiveram seus serviços prejudicados, voos foram atrasados, e serviços de comunicação foram afetados.

Através de seu site, a Microsoft relatou que as falhas iniciaram na quinta-feira (18/07), às 16h (horário de Brasília). Os problemas abalaram inclusive a plataforma de nuvem Azure, assegurada pelo software CrowdStrike Falcon.

Segundo George Kurtz, CEO das CrowdStrike, os usuários foram impactados devido uma falha de atualização de conteúdo do Windows. Em suas redes sociais, Kurtz declarou que a falha foi identificada, isolada e uma solução foi instaurada.

A Microsoft também informou que o problema foi resolvido, contudo, o Office 365 e alguns de seus aplicativos permanecem com falhas.

Especialista aponta falha cibernética como uma das maiores já registradas

O apagão cibernético desta sexta-feira (19), impactou diversos setores ao redor do mundo. Serviços de aeroportos, bancos, hospitais, empresas de telecomunicações e infraestrutura foram diretamente afetados provocando caos e instabilidade. 

Segundo o especialista de segurança cibernética Troy Hunt, historicamente este é o maior apagão já registrado no mundo, ressaltando ainda a preocupação com o acontecimento do que chamam de “bug do milênio” (Y2K).

“Não acho que seja muito cedo para dizer: esta será a maior paralisação de TI da história” (…) Isso é basicamente o que todos nós estávamos preocupados com o Y2K [“bug do milênio”], mas dessa vez realmente aconteceu”, escreveu em duas postagens na rede social “X”.


Postagem de Troy Hunt (Foto: Reprodução/X/@troyhunt)



A empresa CrowdStrike, responsável pela falha na atualização do software de segurança que causou a pane global, informou por meio de nota que o problema foi identificado e resolvido, descartando a possibilidade de ataques de hackers.

Falhas registradas

O apagão de hoje, relembra outros incidentes que aconteceram anteriormente e que colocaram o mundo em alerta, especialmente pelo fato de que 90% dos serviços necessitam de rede e conectividade para o bom funcionamento.

É o caso do ataque cibernético “NotPetya” que aconteceu em 2017, e afetou empresas e instituições governamentais ao redor do mundo. Começou no Kremlin e tinha como objetivo atingir servidores da Ucrânia, porém, o impacto foi a nível mundial, causando prejuízos que chegaram a 10 bilhões de dólares, considerado o maior ataque cibernético e o mais custoso da história.

Em 2021 a internet colapsou com a falha da Fastly, que distribui conteúdo de servidores, deixando milhares de pessoas “offline”.

Há 14 anos atrás, a guerra cibernética afetou ambientes online e offline com a descoberta de um “malware” (software criado para danificar servidores), pela VirusBlokAda, uma empresa de segurança da Bielorrússia quando detectou falha nos sistemas ao executar um antivírus.

Stuxnet, nome dado ao “vírus”, foi criado pela NSA (Agência de Segurança Nacional EUA) e a inteligência israelense com o objetivo de minar centrífugas de enriquecimento nuclear do Irã, para impedir a criação de uma bomba nuclear. O vírus conseguiu destruir milhares delas acelerando a pressão para que se quebrassem.

No ano passado, houve mais um caso, com a falha foi nos sistemas de Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos, que impactou o setor aéreo com atrasos e cancelamentos de voos.

O último caso cibernético registrado foi uma interrupção nos sistemas da CDK Global que garante ter sido vítima de um “ataque cibernético de hackers”, causando falhas em sistemas de concessionárias de vendas e pedidos nos EUA.

Últimas atualizações do apagão

Apesar do informe de que a falha foi corrigida, milhares de voos foram cancelados e remarcados, causando tumulto em aeroportos. As companhias aéreas estão solicitando aos passageiros com viagem marcada, que entrem em contato com as centrais para as próximas orientações.

Empresas de diversos setores continuam com lentidão nos sistemas que podem estar sobrecarregados, gerando atraso em atendimentos, cancelamentos e alteração de agenda.

No mercado financeiro, as bolsas seguem “desorientadas”, com “queda” e “alta” desproporcionais. Alguns investidores relatam que não sofreram nenhum impacto até o momento e a maior queixa é a dificuldade em negociar papeis. 

As orientações da CrowdStrike é que as organizações entrem no portal oficial para acompanhar as últimas atualizações e instruções caso permaneçam com sistemas parados ou instáveis. 

Do ponto de vista de especialistas, o apagão de hoje poderia ter sido evitado com a precaução em testes e cuidado redobrado ao “subir” atualizações para ambientes de “produção” (quando atualizações saem da área de teste e passam para o ambiente de funcionamento).

Falha cibernética global não afeta funcionamento dos aeroportos brasileiros

Nesta sexta-feira (19), diversos países e empresas sofreram uma crise cibernética, causando problemas de comunicação, em empresas, bancos e empresas de telecomunicações por todo o mundo, incluindo diversos aeroportos, especialmente na América do Norte.

Empresas como American Airlines, Delta Air Lines, United Airlines precisaram suspender diversos voos pouco tempo depois que a Microsoft declarou ter resolvido a situação de falha nos serviços de nuvem. 

Entretanto, Silvio Costa Filho, ministro dos Portos e Aeroportos, afirmou na manhã desta sexta que os aeroportos brasileiros não sofreram impacto em suas operações em meio a falha cibernética que afetou diversos países do mundo.


CrowdStrike causa falha cibernética global (Vídeo: reprodução/Youtube/CNN Brasil)

Crise cibernética global

Esse apagão cibernético é decorrente de um problema na empresa de segurança CrowdStrike, que vende a seus clientes uma plataforma com indicadores de ataque aos dados em tempo real, uma detecção hiper precisa e proteção automatizada contra ameaças à segurança cibernética. 

George Kurtz é o CEO da empresa e, algumas horas depois do primeiro relato de falha, declarou ter identificado um problema técnico em uma atualização de conteúdo do software em sistemas rodados em Microsoft Windows e, de acordo com ele, uma solução já está sendo implementada.

Já a Microsoft informou que o motivo da interrupção já foi corrigido.

Efeitos no Brasil

Alguns bancos brasileiros, como: Bradesco e Nubank, sofreram consequências da falha cibernética global. Os canais digitais do Bradesco continuam indisponíveis e o Nubank informou que o canal de atendimento aos clientes, sofreu impactos e esta tendo um tempo de resposta maior do que o habitual.

Embora o Ministério da Saúde tenha informado que não foi impactado pela instabilidade por não utilizar o software que teve a instabilidade, já alguns clientes do Hospital Sírio-Libanês relataram problemas com a queda do sistema em relação a exames agendados que não foram realizados. 

Por fim, as companhias aéreas Azul e Latam avisaram que alguns voos poderiam ter atrasos e instruíram seus clientes a chegarem com antecedência aos aeroportos. A Gol declarou que não foi afetada em suas operações pelo apagão cibernético.

Apagão cibernético global afeta serviços de voos, bancários e de telecomunicações

Nesta sexta-feira (19), ocorreu um apagão cibernético global, que desencadeou uma série de contratempos e transtornos em diversas nações ao redor do globo.

A causa do erro está ligada com a forma de operação da comunidade de sistemas operacionais Windows, elaborados pela Microsoft, e geridos pela companhia CrowdStrike, que presta serviços de segurança virtual.

Conforme anunciado pela Microsoft, não há registros de invasão criminosa ou atentado de hackers ao sistema operacional da empresa, e que o problema já foi solucionado.


Apagão cibernético causa diversos problemas no planeta (Foto: Reprodução/Europa Press News/Getty Images Embed)


Microsoft se pronuncia após a detecção do problema

A companhia declarou que embora a falha cibernética tenha sido reparada, ainda poderá haver resquícios das consequências ocasionadas pelo apagão cibernético, que afetou grande parte do mundo. Conforme anunciado pela Microsoft, não há problemas relacionados com ataques de criminosos virtuais, sendo esse um problema interno relacionado a sistemas.

Segundo a Microsoft, a falha técnica se originou no modo de operação dos sistemas Windows, em decorrência do processo para atualizar a plataforma de software, feita por uma empresa terceirizada que oferece serviços de segurança cibernética.

CrowdStrike, a companhia que realiza ações de segurança cibernética para as mais importantes e renomadas empresas espalhadas pelo planeta, é a responsável por prestar esse tipo de serviço para a Microsoft.

CEO da CrowdStrike comenta sobre o assunto

Durante uma conversa com a rede televisiva estadunidense NBC, nesta sexta (19), o líder da CrowdStrike, George Kurtz, de 59 anos, pediu perdão pelos transtornos causados pela falha. Em nota, a companhia ainda informou que sabe do erro ocorrido no sistema de operações Windows, o qual está ligado ao sensor Falcon.


Falha está ligada a sensor Falcon (Foto: reprodução/Europa Press News/Getty Images Embed)


Quais as consequências do apagão cibernético

A falha, que atingiu proporções mundiais, teve como resultado alterações no funcionamento de vários aeroportos ao redor do planeta, afetou a atuação de instituições de bancos, como também prejudicou alguns serviços de telecomunicações.

Aeroportos como o de Viracopos, no Brasil, grande parte da Europa, Índia e outras localidades, foram prejudicados pelo apagão cibernético global. Os norte-americanos também afetados e tiveram mais de mil voos interrompidos e outros adiados, conforme informado pelo site FlightAware.