Sabrina Carpenter condena uso de sua música em vídeo do governo americano

Sabrina Carpenter se tornou centro de um debate político após descobrir que sua música “Juno” foi utilizada, sem consulta ou autorização, em um vídeo institucional que mostrava operações de prisão de imigrantes nos Estados Unidos. O material, divulgado por órgãos ligados ao governo, exibia agentes perseguindo, algemando e escoltando pessoas enquanto trechos da canção apareciam como trilha sonora, criando uma montagem que gerou forte repercussão nas redes.

Segundo Sabrina, a descoberta foi feita na última terça-feira (2) e a reação da artista veio de imediato. Ela afirmou que nunca foi procurada para liberar direitos autorais e que o uso de sua obra em um contexto que considera antagônico ao que defende é “inaceitável”.

Repercussão e indignação nas redes sociais

Em seus perfis, Sabrina Carpenter expressou revolta e classificou o vídeo como “maligno e repugnante”. Para a cantora, o conteúdo extrapola uma simples infração de direitos autorais e toca em um tema sensível: o tratamento dado a imigrantes e refugiados no país.


Tweet que desencadeou o episódio (Foto: reprodução/Twitter/@WhiteHouse)


A artista afirmou que a forma como as cenas foram editadas, misturando perseguições, abordagens violentas e trechos de sua música, dava ao material um caráter manipulador, usando sua imagem e sua arte para reforçar políticas que ela considera violadoras de direitos humanos.

A declaração rapidamente tomou força na internet, com fãs e figuras públicas demonstrando apoio. Para muitos, o episódio reacende discussões sobre o uso político de obras artísticas sem consentimento, especialmente quando envolve pautas humanitárias.

Sabrina reforça compromisso com causas sociais

Ao encerrar seu pronunciamento, Sabrina destacou que não permitirá que sua música seja associada a discursos que desumanizam imigrantes e reproduzem estigmas. Ela reafirmou seu compromisso com pautas sociais e aproveitou o momento para incentivar que seus seguidores busquem informações sobre políticas migratórias e seus impactos reais na vida das pessoas. O episódio acrescenta mais um capítulo às frequentes disputas entre artistas e figuras políticas pelo uso de músicas em campanhas, eventos partidários e materiais oficiais.

SaferNet afirma que sete em cada dez notificações estão relacionadas a abuso e exploração sexual infantil

Entre 1º de janeiro e 31 de julho de 2025, a SaferNet, organização que promove a defesa dos Direitos Humanos na internet no Brasil, recebeu 76.997 denúncias de crimes digitais, sendo 49.336 relacionadas a abuso e exploração sexual infantil. Além disso, o levantamento aponta um avanço preocupante no uso da IA generativa para criar e disseminar material sexual envolvendo crianças e adolescentes.

Esses aplicativos permitem gerar imagens hiper-realistas, e também fotos manipuladas e animações — os famosos “deepfakes” — com vozes e rostos de pessoas comuns, famosos e principalmente de menores.

Desse modo, conteúdos como esses circulam em redes sociais, aplicativos de mensagens e sites de pornografia com pouca moderação, expondo as vítimas a assédio, bullying e traumas. Por ser uma ferramenta online de fácil acesso e usada de forma mal-intencionada, é rapidamente disseminada, aumentando seu alcance. Muitos casos ocorrem em ambiente escolar, entre adolescentes.

Casos no Brasil

Segundo levantamento da SaferNet, quatro casos de deepfakes sexuais envolvendo estudantes foram registrados em escolas de São Paulo. Em território nacional, o estudo identificou ocorrências em 10 estados: Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Bahia e Minas Gerais.



Além disso, a ONG identificou que sites de pornografia e conteúdo adulto, devido a grandes falhas ou, às vezes, ausência de mecanismos que possam moderar com eficácia, acabam armazenando materiais de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes criados por ferramentas de inteligência artificial. Do mesmo modo, em agosto houve um aumento nas denúncias — mais de 6.278 novas denúncias. Metade delas após o vídeo do influenciador Felca, que aborda o assunto “adultização” e atingiu 46 milhões de visualizações. Após esse vídeo, ele também fomentou um aumento nas denúncias.

Advertência antiga da SaferNet

A SaferNet já havia sinalizado esse problema no Brasil em 2024. As denúncias levaram à descoberta de um grupo com 46 mil membros que vendia deepfakes de celebridades brasileiras por valores entre R$ 19,90 e R$ 25, mostrando que essa indústria estava em expansão e poderia se tornar um problema ainda maior com o avanço da tecnologia. Na ocasião, foram identificadas 95 denúncias com a palavra-chave “inteligência artificial” em sites que hospedavam material de abuso infantil entre 2024 e 2025.


Foto ilustrativa de jovem sofrendo com deepfake (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Yuliya Taba)


Para Juliana Cunha, diretora da SaferNet responsável pela pesquisa, trata-se de um fenômeno recente e em rápida crescente. Esses números representam somente a ponta do iceberg; possivelmente ainda há muitas vítimas fora do radar das autoridades. A criação e divulgação desses conteúdos configuram crime previsto no Código Penal (art. 6°, II), com possibilidade de responsabilização civil e criminal. Seguem as investigações dos casos citados e, possivelmente, o quanto antes, os responsáveis serão presos e irão responder na Justiça pelos crimes cometidos.

Lula e Anielle Franco discutem futuro de Silvio Almeida no governo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reunirá com a ministra da Igualdade Racial Anielle Franco, antes de tomar uma decisão definitiva sobre a permanência do ministro Silvio Almeida no governo. A reunião ocorrerá em um momento delicado, onde discussões sobre a continuidade de Almeida à frente da pasta de Direitos Humanos estão ganhando destaque.

O presidente busca ouvir a opinião de Anielle, que também desempenha um papel importante na agenda social de seu governo, antes de finalizar sua avaliação.

Contexto político e avaliações

A possibilidade de mudanças no ministério de Silvio Almeida tem gerado debates dentro do governo. Almeida, que assumiu o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania no início do atual mandato de Lula, tem enfrentado desafios ao lidar com pautas sensíveis e complexas, como a defesa de direitos fundamentais e a promoção da igualdade social. O presidente Lula tem sido cauteloso em lidar com essa questão, ponderando os impactos de uma possível alteração na pasta.

Anielle Franco, à frente da Igualdade Racial, tem uma visão alinhada com a de Almeida em várias pautas e já demonstrou apoio a sua atuação no governo. A reunião entre os dois membros do alto escalão é vista como uma tentativa de manter a coesão nas políticas sociais da gestão, especialmente em temas relacionados à igualdade de direitos.


Lula e Anielle Franco discutem futuro de Silvio Almeida no governo (Foto: Reprodução/Mauro Pimentel/Evaristo Sa/Getty Images Embed)

Apoio e alinhamento no governo

Internamente, a ministra Anielle Franco tem sido uma figura chave nas pautas sociais, e seu alinhamento com Silvio Almeida em questões de direitos humanos e igualdade é notório. O diálogo entre Lula e Anielle reforça a intenção do governo de preservar a harmonia em sua equipe ministerial, evitando atrito que possam comprometer o andamento de suas principais políticas sociais.

O futuro de Silvio Almeida no governo continua em aberto, mas Lula deseja ponderar todos os aspectos antes de tomar uma decisão final. O encontro com Anielle será decisivo para definir os rumos da pasta de Direitos Humanos, para manter a agenda social do governo alinhada e focada em suas metas prioritárias.

A realidade das ruas: desafios e direitos negados

A ausência de uma moradia estável traz uma série de dificuldades e privações para milhares de brasileiros. A vida nas ruas, não é apenas uma questão de falta de um teto, mas também de exclusão de diversos direitos fundamentais, como saúde, educação e segurança.

A exclusão de direitos básicos

Moradores de rua enfrentam desafios constantes que vão além da busca por abrigo. A falta de um endereço fixo impede o acesso a serviços de saúde, já que muitos não conseguem marcar consultas ou receber atendimento adequado. Além disso, a educação torna-se um privilégio inacessível para as crianças e adolescentes que vivem nessas condições, perpetuando o ciclo de pobreza e marginalização.

A segurança é outra questão crítica. Morar na rua expõe essas pessoas a diversos riscos, incluindo violência e abusos. Sem um lugar seguro para dormir, muitos se tornam vítimas de agressões e roubos. A falta de políticas públicas eficazes para proteger e apoiar essa população agrava ainda mais a situação.

Organizações não governamentais e movimentos sociais têm desempenhado um papel crucial na defesa dos direitos dos sem-teto. Contudo, sem o apoio e a ação do poder público, essas iniciativas são insuficientes para resolver o problema de forma abrangente.


A falta de moradia impede o acesso a direitos básicos, exigindo políticas públicas para garantir dignidade e inclusão(Reprodução/ Welcomia/Stock Photo)

A urgência de políticas públicas eficazes

Para enfrentar esses desafios, é fundamental serem implementadas políticas públicas que garantam a dignidade e a inclusão social dos moradores de rua. Iniciativas que promovam acesso à moradia, saúde, educação e segurança são essenciais para transformar a realidade dessas pessoas.

A criação de centros de acolhimento com serviços integrados de saúde, assistência social e capacitação profissional pode proporcionar um caminho para a reintegração dessas pessoas na sociedade. Esses centros oferecem suporte essencial e criam oportunidades para que os moradores de rua reconstruam suas vidas com dignidade e segurança.

A conscientização da população sobre a situação dos moradores de rua também é essencial. Campanhas de sensibilização podem ajudar a combater o preconceito e promover a empatia, incentivando a colaboração de todos os setores da sociedade na busca por soluções. Somente com políticas integradas e um olhar atento para as necessidades dessa população será possível garantir um futuro mais justo e inclusivo.