Mercado brasileiro tem leve alívio, mas segue atento à ameaça de tarifa de 50% dos EUA

A semana começou com certo alívio para o mercado financeiro brasileiro, em meio à apreensão quanto à possível imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos nacionais importados pelos Estados Unidos. Em entrevista à rádio CBN nesta segunda-feira (21), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que continuará tentando negociar com Washington, mas admitiu que a medida pode entrar em vigor a partir de 1º de agosto, conforme anunciado pelo governo norte-americano. Segundo Haddad, apesar de tentativas de diálogo feitas em maio, ainda não houve qualquer resposta oficial por parte dos EUA.

Mais uma queda do dólar americano

O dólar à vista encerrou o dia com queda de 0,40%, cotado a R$ 5,5651, acompanhando o recuo da moeda americana no cenário externo. Já o Ibovespa avançou 0,59%, aos 134.166 pontos, revertendo parte das perdas acumuladas na semana anterior, quando o índice cedeu 2%. O movimento foi impulsionado, em parte, por notícias corporativas e pelo desempenho positivo das bolsas internacionais.

Em Nova York, S&P 500 e Nasdaq renovaram suas máximas históricas, com altas de 0,14% e 0,38%, respectivamente, puxadas por ações de megacapitalizadas como a Alphabet. O mercado aguarda a divulgação dos balanços corporativos nos próximos dias. O índice Dow Jones, por outro lado, recuou 0,04%, destoando do restante.


Fernando Haddad ministro da Fazenda (Foto: reprodução/Arthur Menescal/Bloomberg via Getty Images Embed)


Guerra comercial e cenário político-jurídico

Haddad também declarou que o governo brasileiro avalia a adoção de medidas de apoio a setores afetados pelas tarifas norte-americanas, reforçando que tais ações não necessariamente implicariam impacto fiscal. A complexidade da negociação, no entanto, vai além do campo comercial. Segundo interlocutores, o presidente Donald Trump estaria condicionando um possível recuo à suspensão do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado, tema jurídico que foge da alçada do Executivo.

Na última sexta-feira (18), os EUA intensificaram a pressão sobre o Brasil ao restringirem a emissão de vistos para autoridades do Judiciário brasileiro e seus familiares, alegando preocupações com os processos legais que envolvem Bolsonaro.

Destaques corporativos

Entre os destaques do pregão, as ações da Fleury ON dispararam 15,44%, após a coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo, noticiar uma possível fusão com a Rede D’Or. As ações da Rede D’Or ON subiram 0,4%. Em comunicado nesta manhã, porém, ambas as empresas negaram que haja qualquer acordo fechado. Para analistas do Santander, a eventual união seria positiva, embora não se espere um prêmio elevado, como no caso da aquisição da SulAmérica.

A Petrobras PN teve leve alta de 0,19%, mesmo com a queda de 0,1% no preço do barril de petróleo Brent no exterior. Já a Brava Energia ON recuou 1,49%, após uma sequência de ganhos. A empresa informou que concluiu a conexão dos poços 2H e 3H, que agora estão em fase de testes e estabilização — ambos já haviam operado anteriormente por meio do sistema antecipado FPSO Petrojarl I.

Meta investirá bilhões em superinteligência artificial, anuncia Zuckerberg

O CEO da Meta, Mark Zuckerberg, anunciou nesta segunda-feira (14) que a empresa destinará bilhões de dólares em poder de computação para desenvolver uma superinteligência artificial. A iniciativa marca um novo capítulo na corrida global pela liderança no setor de IA, com a Meta disputando espaço com gigantes como Google, Microsoft, Amazon e OpenAI.

“Temos o capital do nosso negócio para fazer isso”, afirmou Zuckerberg em uma publicação na rede social Threads, sinalizando que a companhia está disposta a fazer investimentos agressivos para atingir seus objetivos tecnológicos. O anúncio vem em meio a um cenário de intensa competição por engenheiros altamente qualificados e aquisição de empresas estratégicas, à medida que as big techs tentam assumir a dianteira na próxima geração da inteligência artificial.

Reforçar as redes sociais

Para centralizar seus esforços, a controladora do Facebook, Instagram e WhatsApp criou recentemente a Meta Superintelligence Labs (MSL), uma nova divisão dedicada exclusivamente ao desenvolvimento de tecnologias avançadas de IA. A iniciativa surge após desafios enfrentados pela empresa com o modelo Llama 4 e a saída de figuras-chave da equipe de pesquisa em inteligência artificial.

Divisão por setores

A nova divisão será liderada por dois nomes de peso no setor: Alexandr Wang, ex-CEO da Scale AI, e Nat Friedman, ex-presidente do GitHub. A chegada de ambos ocorre após a Meta investir cerca de US$ 14,3 bilhões na Scale AI, reforçando o compromisso da companhia em recrutar os principais talentos da indústria.


Ilustração da meta (Foto: reprodução/Jakub Porzycki/NurPhoto via Getty Images Embed)


O movimento da Meta reflete uma tendência cada vez mais visível no setor tecnológico: o avanço rumo à chamada superinteligência, uma forma de IA mais poderosa e autônoma do que os modelos atuais, com potencial para transformar setores inteiros da economia. Para isso, empresas como a Meta estão investindo não apenas em infraestrutura e chips de ponta, mas também em capital humano e conhecimento especializado.

Com essa aposta bilionária, a Meta reforça sua intenção de liderar a próxima revolução digital, coloca ainda mais pressão sobre seus concorrentes na disputa pelo futuro da inteligência artificial.

Governo dos EUA aprova nova taxa e encarece visto de turismo

O governo dos Estados Unidos confirmou a aprovação de uma nova tarifa de US$ 250 (equivalente a aproximadamente R$ 1.390) direcionada a turistas que buscam obter o visto de entrada no país. Essa cobrança extra foi integrada a um pacote tributário que recebeu sanção do então presidente Donald Trump no início de julho. No entanto, uma data específica para a implementação dessa medida ainda não foi determinada.

Nova tarifa pode dobrar custo do visto dos EUA

Com a inclusão dessa nova tarifa, o custo total para a emissão do visto americano poderá mais do que dobrar em relação aos valores praticados atualmente. Essa alteração impactará diretamente brasileiros e outros viajantes internacionais com planos de visitar os EUA. A legislação pertinente prevê que o montante dessa taxa poderá ser ajustado pela então secretária de Segurança Nacional, Kristi Noem, e que, em determinadas condições, o valor pago poderá ser reembolsado.

O visto é uma autorização formal concedida por um país a cidadãos estrangeiros, permitindo sua permanência por um período específico, seja para fins de turismo, estudo, trabalho ou outras finalidades. Para iniciar o processo de solicitação, é indispensável possuir um passaporte válido, documento que serve como identificação internacional do viajante e registra suas entradas, saídas e os vistos concedidos.


Notas de dólares (Foto: reprodução/Boy_Anupong/Getty Images Embed)


Processo segue igual, mas taxa pode passar de US$ 400

Apesar da aprovação da nova taxa, o procedimento padrão para a solicitação do visto permanece o mesmo. O interessado deve preencher o formulário online DS-160, efetuar o pagamento da taxa consular vigente, agendar a entrevista no consulado ou embaixada, e comparecer com todos os documentos exigidos. Com a adição da nova cobrança, o custo final total do processo poderá ultrapassar os US$ 400. Essa iniciativa do governo norte-americano faz parte de um esforço mais amplo para incrementar a arrecadação e fortalecer o controle migratório. Especialistas aconselham que quem planeja viajar para os EUA nos próximos meses acompanhe de perto as atualizações sobre a entrada em vigor dessa nova tarifa.

BIS faz alerta severo sobre stablecoins e defende tokenização das moedas nacionais

O Bank for International Settlements (BIS), conhecido como o banco central dos bancos centrais, emitiu seu alerta mais duro até o momento sobre os riscos representados pelas stablecoins. Em um capítulo antecipado do relatório anual que será divulgado no próximo domingo (29), a instituição conclama os países a avançarem rapidamente na tokenização de suas moedas soberanas como resposta às ameaças crescentes do mercado de criptoativos.

Entre os principais riscos destacados pelo BIS estão o potencial das stablecoins de minar a soberania monetária, a falta de transparência quanto aos ativos que lastreiam essas moedas e o risco de fuga de capitais em economias emergentes.

O posicionamento da entidade ocorre poucos dias após o Senado dos Estados Unidos aprovar um projeto de lei que cria um marco regulatório para stablecoins atreladas ao dólar. A proposta, se confirmada pela Câmara, poderá impulsionar ainda mais a adoção dessas moedas digitais — que já movimentam mais de US$ 260 bilhões (R$ 1,42 trilhão), sendo 99% atreladas ao dólar.

Críticas à estabilidade e à transparência

“As stablecoins não conseguem se equiparar ao dinheiro sólido”, aponta o relatório. Segundo Hyun Song Shin, conselheiro econômico do BIS, esses ativos digitais não oferecem o mesmo nível de segurança e estabilidade nas transações que os bancos centrais garantem

Ele alerta ainda para o risco de colapsos, como o ocorrido com o TerraUSD (UST) e a criptomoeda LUNA em 2022, que provocaram “vendas de emergência” dos ativos que sustentavam o sistema.

Outra grande preocupação é a opacidade sobre quem controla o lastro dessas moedas.

Sempre haverá incerteza quanto à solidez do ativo que garante o valor da stablecoin. O dinheiro está realmente lá? Onde ele está?”, questionou Andrea Maechler, gerente geral adjunta do BIS.

Tokenização como solução


Criptomoedas (Foto: Reprodução/reprodução/Jakub Porzycki/NurPhoto/Getty Images Embed)

Como alternativa, o BIS sugere a criação de um sistema unificado e tokenizado, que integraria, em uma só plataforma digital, as reservas dos bancos centrais, os depósitos bancários e os títulos públicos. A ideia é que as moedas nacionais passem a ser emitidas em formato programável, permitindo liquidações de pagamentos e negociações de forma quase instantânea, com mais eficiência, menor custo e maior segurança.

Esse novo modelo, segundo o BIS, tornaria o sistema financeiro global mais transparente, resiliente e interoperável, ao mesmo tempo em que protegeria a economia dos riscos trazidos por criptoativos pouco regulados.

A realização de todo o potencial do sistema exige uma ação ousada”, afirmou Agustín Carstens, diretor-geral do BIS, que está em sua última semana no cargo.

No entanto, a implementação de uma infraestrutura digital global enfrenta obstáculos significativos, como a preservação da soberania regulatória de cada país e a complexa definição das regras de governança que irão orientar o funcionamento da plataforma.







Mercado financeiro reage a planos tarifários de Trump e inflação nos EUA

O dólar encerrou esta última terça-feira (14), em queda de 0,84%, cotado a R$ 6,0466, isso foi reflexo a reação dos investidores a novos dados de inflação nos Estados Unidos e a informações sobre os planos tarifários do presidente eleito, Donald Trump. Já o Ibovespa, o principal índice da bolsa brasileira, avançou 0,25%, fechando em 119.298,67 pontos, recuperando parte do otimismo após oscilações no pregão, que ajudaram na última alta do dólar.

Trump virou fator

Nos Estados Unidos, uma reportagem feita pela impressa local apontou que a equipe econômica de Trump, que assume em 20 de janeiro, avalia implementar gradualmente tarifas de importação prometidas durante sua campanha. A abordagem mais moderada reduziu o pessimismo entre investidores e ajudou a limitar a valorização do dólar no mercado internacional.


Mercado vem reagindo a recentes medidas do Federal Reserve (Foto: reprodução/AFP/ADEK BERRY/Getty Images Embed)


No entanto, a perspectiva de uma postura mais cautelosa do Federal Reserve (Fed) em seu ciclo de afrouxamento monetário também trouxe incertezas. Os dados sólidos de emprego divulgados na última semana reforçam a percepção de que o banco central norte-americano poderá manter os juros mais altos por um período prolongado, o que pode criar um maior flutuação da moeda.

Cenário doméstico

No cenário doméstico, o mercado segue atento às promessas do governo em relação ao equilíbrio das contas públicas. Entrevistas recentes de membros do Ministério da Fazenda indicam novas medidas fiscais para o ano. O ministro Fernando Haddad já havia sinalizado que ajustes estão sendo analisados, enquanto o secretário executivo Dario Durigan reafirmou em entrevista ao jornal O Globo a intenção de implementar ações adicionais para sanear as finanças públicas.

Com a agenda política ainda esvaziada devido ao recesso parlamentar, o cenário externo tem ditado o ritmo das negociações, enquanto investidores aguardam novidades que possam dar maior direção ao mercado brasileiro nas próximas semanas, que deve se agitar com o retorno das atividades parlamentares.

Preço do dólar deve cair com aprovação de medidas da reforma tributária

O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), declarou nesta quarta-feira (18) que a cotação do dólar deve recuar com a aprovação das medidas de contenção de despesas em tramitação no Congresso Nacional. A fala ocorre após um evento sobre direitos das mulheres no Palácio do Planalto.

“O governo brasileiro, o governo do presidente Lula, tem compromisso com a responsabilidade fiscal. Então, acredito que, com a aprovação das medidas do governo, de contenção de gastos, tende a cair a questão do câmbio, reduzindo o preço do dólar”

Geraldo Alckmin (PSB) durante evento

O chamado pacote fiscal, atualmente em apreciação na Câmara dos Deputados, ainda precisa passar pelo Senado. O governo espera que as medidas sejam aprovadas até o fim deste ano, o que significa que nos próximos dias já deve haver atualizações.

Dúvidas do mercado

A instabilidade no mercado financeiro tem sido alimentada por dúvidas sobre as expectativas fiscais do governo. A isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000, anunciada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com as medidas de contenção de despesas, gerou incertezas. Nesta terça-feira (17), o dólar encerrou o dia cotado a R$ 6,27, reforçando o nervosismo dos operadores.


Reforma tributária vem sendo prioridade do governo (Foto: reprodução/Moment/Priscila Zambotto/Getty Images Embed)


Alckmin também destacou como “histórica” a aprovação do projeto que regulamenta a reforma tributária. “A Câmara melhorou o texto, reduziu o valor do IVA”, disse o vice-presidente.

Pauta importante do governo Lula

O primeiro projeto de regulamentação da reforma tributária foi aprovado em definitivo pela Câmara dos Deputados e segue agora para a sanção presidencial. A reforma é considerada uma das mais importantes agendas econômicas do governo, com potencial de simplificar o sistema tributário e melhorar o ambiente de negócios no país, além de ser uma pauta importante para o governo Lula.

Dólar bate recorde e chega a R$ 6,07, valor mais alto da história

Nesta sexta (06), foi anunciada a chegada da moeda no valor de R$ 6,0766, com avanço de 1,13%. A crescente constante entre as vagas de emprego nos EUA, com a criação de mais de 227 mil empregos, somente no mês passado, é dada como um dos fatores para a disparada da cotação. – Fonte: CNN.

Chegada de Donald Trump ao poder impactou na valorização


Donald Trump durante coletiva (Foto: reprodução/Allison Robbert-Pool/Getty Images Embed)


A chegada de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos teve um impacto profundo nessa subida. Com um plano de governo focado em políticas liberais, como cortes de impostos, redução de regulações e incentivo ao setor privado, sua gestão chamou rapidamente a atenção de investidores ao redor do mundo. Essa perspectiva de um ambiente mais favorável aos negócios nos EUA gerou especulações financeiras intensas por parte de grandes investidores, que buscaram oportunidades de lucro em meio às novas diretrizes econômicas.

Em reportagem a CNN, o economista-chefe da corretora Monte Bravo, Luciano Costa, especula que o valor da moeda americana tende a continuar nessa altura a médio prazo.

A razão para isso, primeiro na parte global, é a aproximação da posse do novo governo dos EUA em janeiro. Então, o mercado vai continuar com uma tendência do dólar ficar mais forte frente às demais moedas, principalmente as moedas emergentes, relatou o economista

Cenário preocupa economia brasileira


Fernando Haddad (Esquerda), ministro do governo Lula (Direita) (Foto: reprodução/Sergio Lima /AFP/Getty Images Embed)


A disparada da cotação também gera preocupação em setores estratégicos da economia brasileira, como o comércio exterior e a indústria, que enfrentam custos mais elevados com importações, além de uma inflação interna cada vez mais pressionada. O projeto de reforma do imposto de renda, apresentando pelo Ministro da Economia, Fernando Haddad, isentando a declaração para indivíduos com salário de até R$ 5 mil por mês, contribui ainda mais para o temor.

Dólar em alta em meio a crescente da economia americana

Auxiliada pela percepção da força da economia dos Estados Unidos no exterior e pelas apostas na vitória de Donald Trump na eleição presidencial do país, que se aproxima, faltando menos de duas semanas para o pleito que vai definir os rumos que a nação deve tomar nos próximos quatro anos, o dólar fechou em alta nas negociações desta última segunda-feira.

Cenário positivo a frente

Recentemente, o cenário para o dólar tem sido bastante positivo. Os dados sólidos de emprego e consumo dos Estados Unidos, divulgados recentemente, reduziram as expectativas dos investidores de um afrouxamento monetário agressivo pelo Federal Reserve, o que elevou os rendimentos do Treasuries, gerando um cenário favorável para o dólar.


Dólar vem em momento de alta (Foto:reprodução/Moment/Boy_Anupong/Getty Images Embed)


Outro ponto importante dessa recente alta é a expectativa de que o ex-presidente republicano Donald Trump vença as eleições. Isso é visto como positivo, já que suas propostas, como tarifas e cortes de impostos, são consideradas inflacionárias, o que manteria os juros do Fed elevados, algo favorável para o dólar e que poderia ajudar a impulsionar a economia do país.

“Estamos vendo os holofotes sendo redirecionados para os EUA, onde os mercados temem não apenas o retorno de Trump à Casa Branca, mas também uma vitória em massa do Partido Republicano em todo o Congresso. Esse cenário seria, sem dúvida, o menos favorável para os mercados emergentes”

Eduardo Moutinho, analista de mercados do Ebury Bank.

Dólar vem avançando

O dólar avançava nesta sessão, superando moedas de países emergentes, como o peso mexicano e chileno. A alta foi impulsionada pela recuperação de commodities, como petróleo e minério de ferro, após novas medidas de estímulo anunciadas pela China, que cortou taxas de empréstimo conforme esperado. O índice do dólar, que compara a moeda norte-americana a seis outras divisas, subia 0,12%, alcançando 103,580. A força do dólar reflete tanto as expectativas em torno da economia dos EUA quanto o impacto dessas medidas de estímulo na economia chinesa.

Ibovespa tem alta consecutiva e dólar fecha a R$ 5,44

O dólar fechou em alta na última segunda-feira, 15 de julho, após o atentado contra o ex-presidente Donald Trump, que elevou as apostas de sua vitória nas eleições de novembro nos EUA. O índice Ibovespa estendeu sua sequência de altas, impulsionado pelo desempenho positivo de Wall Street e das exportadoras brasileiras.

Moeda americana valoriza após atentado contra Trump

Na última segunda-feira (15), o dólar à vista encerrou em alta, refletindo o avanço da moeda americana em relação a outras divisas de países emergentes e exportadores de commodities.


Ibovespa (Foto: reprodução/Patricia Monteiro/Bloomberg via/Getty Images Embed)


Apesar da alta de 0,26% no dia, o dólar acumula uma baixa de 2,61% no mês de julho. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento também registrou alta, subindo 0,14% e sendo negociado a R$ 5,4510 na venda.

Ibovespa registra 11ª alta consecutiva

O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, manteve sua sequência de ganhos, fechando em alta. O índice avançou 0,33%, encerrando o dia a 129.320,96 pontos, após atingir 129.485,44 pontos na máxima do dia e 128.723,20 pontos na mínima.

Com esse resultado, o Ibovespa se iguala a uma série de ganhos registrada entre o final de 2017 e o início de 2018, embora ainda acumule uma queda de mais de 3% no ano. O volume financeiro totalizou R$ 15,3 bilhões.

Esse cenário de otimismo no mercado brasileiro foi impulsionado pelo desempenho positivo das principais bolsas de valores globais, como o Dow Jones e o S&P 500 nos Estados Unidos, que fecharam em alta, refletindo expectativas de uma recuperação econômica favorável ao mercado de exportações. 


Bolsa de Valores Ibovespa (Foto: reprodução/Getty Images Embed)


Essa tendência, do excelente desempenho das exportadoras brasileiras, favorece a continuidade da alta nos índices no Ibovespa, demonstrando confiança dos investidores no potencial de recuperação e crescimento do mercado financeiro nacional.


Senado Federal aprova projeto para taxar importações de até 50 dólares

Nesta quarta-feira (05), o projeto que visa taxar compras internacionais de até 50 dólares foi aprovado pelo Senado e deve retornar novamente à Câmara dos Deputados após os senadores realizarem mudanças no texto. A discussão sobre esse projeto acontece desde 2023, com forte pressão do varejo brasileiro apoiando o fim da isenção para garantir uma disputa justa e equilibrada entre as vendas e tributações de compras nacionais e internacionais. 

O tributo estabelecido será de 20% sobre o valor do produto adquirido e deve impactar o consumidor e as grandes marcas estrangeiras asiáticas, como AliExpress, Shein e Shopee. 

Como foi feita a votação

O projeto se trata de um plano do Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), e diferente de outras votações, não contou com o registro de voto dos políticos no painel eletrônico.

A aprovação aconteceu por meio de um acordo entre a base e oposição para não desagradar o comércio nacional e nem os próprios senadores, já que as eleições municipais serão este ano.


Visão geral da Câmara dos Senadores (Foto: reprodução/SERGIO LIMA/AFP via Getty Images Embed)


A votação sobre a taxação das compras internacionais ocorreu separadamente, pois um dos relatores da proposta, Rodrigo Cunha, declarou que iria excluir o trecho do texto. Para Cunha, a medida era estranha e afirmou que não seria essa cobrança de imposto que salvaria o país, mas mesmo assim o governo decidiu continuar com a proposta que foi aprovada pelos parlamentares. 

Devido a essa mudança, não seguida, estabelecida por Rodrigo, o texto irá passar novamente pela Câmara dos Deputados para que os trechos alterados sejam analisados. Após isso, a lei seguirá para a sanção presidencial. O presidente Lula chegou a declarar que iria vetar o projeto, mas Jaques Wagner, líder do governo, declarou que o presidente deve assinar a sanção visando cumprir um acordo entre os parlamentares e a equipe econômica.

Como funcionará a “Taxa das Blusinhas”

Atualmente, os produtos de lojas internacionais recebiam a isenção do imposto de importação em compras abaixo de US$50, sendo cobrado apenas o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) estadual já quitado no ato da compra. 

Muitos brasileiros realizavam pequenas compras de produtos nos sites internacionais por serem mais baratos, e a proposta recebeu o nome de “Taxa das blusinhas”, fazendo referência a isso.

No entanto, muitos comércios nacionais começaram a reclamar alegando ser uma concorrência desleal e, apesar da aprovação, a lei não foi bem recebida pela população brasileira. 


Rodrigo Cunha, relator do projeto (Foto: reprodução/Waldemir Barreto/Agência Senado/Senado Federal)

Agora, serão cobrados os 20% do imposto de importação em cima do valor do artigo adquirido, podendo ser acrescido por cobranças de frete e seguro, e os 17% de ICMS será cobrado sobre o valor da compra já somada com o imposto da importação. Para exemplificar, se um consumidor realizar a compra de uma peça de 50 dólares, os 20% farão com que esse preço chegue a 60 dólares e, mais os 17%, a compra pode chegar até 70 dólares, com a cotação atual do dólar em R$5,30, o produto poderá custar 390 reais. 

A Receita Federal defende a proposta afirmando que se a isenção continuasse o Brasil poderia perder até 34 bilhões em arrecadações de impostos, mas a medida não foi vista com bons olhos pelas empresas internacionais que declaram que os produtos irão ficar mais caros e isso seria uma ação de retrocesso.