Caribe vira palco de nova escalada militar entre Trump e Maduro

Nesta quinta-feira (4), dois caças venezuelanos sobrevoaram um destróier americano no Caribe. A capital Washington classificou o episódio como provocativo e prometeu reação imediata.

No dia seguinte, Donald Trump ordenou o envio de dez caças F-35 para Porto Rico, o que ampliou a tensão militar com Caracas. Assim, os jatos modernos se somam a sete navios de guerra e um submarino com 4,5 mil militares a bordo. Em paralelo, fuzileiros navais treinam operações terrestres e marítimas.

O Pentágono divulgou nota alertando que “o cartel que controla a Venezuela” não deve interferir em ações dos Estados Unidos. Caracas respondeu acusando Washington de preparar uma invasão.

Histórico de ações e reações

Na semana passada, militares americanos bombardearam um barco acusado de transportar drogas. Consequentemente, o ataque deixou 11 mortos e gerou protestos de Nicolás Maduro. Logo, especialistas afirmam que a ofensiva marca uma mudança de paradigma.


Caças venezuelanos sobrevoaram navio americano (Vídeo: reprodução/YouTube/Record News)

Em contrapartida, o novo secretário de Guerra, Pete Hegseth, afirmou que as operações continuarão. Ele também anunciou intensificação do combate ao narcotráfico na região.

Maduro eleva tom contra Washington

Diante das movimentações, Maduro convocou 4,5 milhões de milicianos e reforçou a prontidão das Forças Armadas Bolivarianas. Para ele, os EUA representam a maior ameaça ao país em cem anos.

Em discurso transmitido pela TV estatal, o líder venezuelano disse que Caracas não aceitará provocação estrangeira. Ele acusou Washington de usar a pauta do narcotráfico como pretexto para pressionar governos que não seguem sua linha política.

Apoio internacional a Trump

Diante disso, a crise ganhou respaldo em países sul-americanos após Argentina, Equador e Paraguai apoiaram a ofensiva americana contra o Cartel de los Soles, classificado como organização terrorista.

Trump afirmou que os caças enviados não sobrevoaram o destróier americano, mas advertiu: “Se nos colocarem em perigo, serão abatidos”. Apesar disso, ainda não está claro até onde a escalada militar pode chegar. Contudo, entre ameaças e movimentações, o Caribe tornou-se novamente palco de uma disputa geopolítica de alto risco.

Governo Trump pode impedir acesso de autoridades brasileiras à sede da ONU

Em coletiva de imprensa no Salão Oval da Casa Branca nesta sexta-feira (5), o presidente norte-americano, Donald Trump, revelou que não descarta a possibilidade de restringir os vistos de representantes brasileiros que pretendem participar da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) deste ano. 

“Estamos muito chateados com o Brasil. Já aplicamos tarifas pesadas porque eles estão fazendo algo muito lamentável”, disse o republicano, que impôs taxas de até 50% aos produtos brasileiros, em vigor desde 1º de agosto. 

Insatisfação com o governo brasileiro

Apesar de afirmar que ama e mantém uma excelente relação com o povo do Brasil, Trump acusou as autoridades brasileiras de terem se voltado radicalmente para a esquerda, o que, segundo ele, prejudica o país. O presidente norte-americano afirmou que o governo dos Estados Unidos vai analisar a situação.


A decisão de restringir vistos de autoridades brasileiras pode elevar tensão diplomática (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Uma decisão política, e não econômica, fez com que Trump elevasse as taxas de produtos importados sobre o Brasil por causa do que ele chama de “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, que responde a um processo no Supremo Tribunal Federal (STF). A ação penal que acusa Bolsonaro pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do estado democrático de direito e criminosa foi o argumento usado pelo republicano.

Outros governos em risco

Além das autoridades brasileiras, representantes de outros países-membros da ONU também podem ser impedidos de entrar nos Estados Unidos para partiticipar do encontro mundial. 

Cerca de 80 representantes palestinos que participariam da assembleia deste ano tiveram seus vistos negados ou revogados pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos no dia 29 de agosto. Dentre estes, está o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas; ainda não está evidente se ele poderá ir até Nova Iorque, onde é esperado para discursar na assembleia anual.

A Associated Press teve acesso a um memorando interno do Departamento de Estado americano e informou que as delegações do Irã, Sudão e Zimbábue podem sofrer sanções do governo Trump. Seus representantes podem ser impedidos de viajar para fora do estado, de fazer contatos com outras autoridades norte-americanas ou reuniões bilaterais fora do estado, além de também poderem ter seus vistos negados ou revogados.

Estados Unidos como anfitrião

O “Acordo de Sede da ONU” (1947) estabelece que os Estados Unidos não podem impedir o acesso de representantes estrangeiros à sede das Nações Unidas. No entanto, o governo americano se defende sob a alegação de que pode negar vistos por questões de “segurança, terrorismo e política externa”


Tratado estabelece as condições de operação da sede da ONU em Nova Iorque (Vídeo: reprodução/X/@Boscardin)

A decisão do governo dos Estados Unidos em restringir o acesso de líderes mundiais ao país pode impactar as relações bilaterais entre os países-membros e o papel que os Estados Unidos desempenham como país anfitrião de organismos internacionais. 

A abertura da 80ª Assembleia Geral da ONU acontecerá no próximo dia 23, na sede da organização em Nova Iorque. Por tradição, o Brasil é o primeiro país a discursar no evento, devido a uma homenagem ao diplomata brasileiro Oswaldo Aranha, por sua atuação no início da organização. Em seguida, os Estados Unidos discursam como país anfitrião.

Elon Musk é excluído de jantar da Casa Branca com líderes de big techs

O evento acontece nesta quinta-feira (04), na Casa Branca, e irá reunir as principais big techs dos Estados Unidos, entre elas o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, o cofundador da Microsoft, Bill Gates, Tim Cook, executivo da Apple, e Sam Altman, CEO da OpenAI.

O empresário sul-africano, dono do X e fundador da Tesla, ficou de fora da lista de convidados. A relação entre Trump e Musk ficou abalada após o empresário deixar o cargo de destaque que ocupava no governo de Trump.

Disputa de poder entre Trump e musk

A relação entre Donald Trump e Elon Musk começou como uma parceria estratégica. Musk investiu pesado na campanha do republicano e chegou a ocupar um cargo de destaque no governo, prometendo cortar gastos. O rompimento ocorreu quando Musk criticou duramente um pacote bilionário de despesas aprovado por Trump, chamando a medida de irresponsável e prejudicial ao déficit público. A crítica pública foi o estopim para o desgaste, com Trump reagindo de forma agressiva e tratando Musk como inimigo político.


Entenda o rompimento de Donald Trump e Elon Musk em detalhes (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

O embate ganhou força nas redes sociais e se intensificou na esfera política. Musk passou a considerar a criação de um terceiro partido e fez acusações que atingiram diretamente a imagem de Trump, enquanto o ex-presidente revidava com ataques pessoais e ameaças de cortar contratos ligados às empresas do bilionário. O que antes era uma aliança de conveniência se transformou em uma disputa aberta por poder e influência.
O impacto do embate entre Donald Trump e Elon Musk no setor tecnológico

O impacto do embate entre Donald Trump e Elon Musk no setor tecnológico

O rompimento entre Donald Trump e Elon Musk provocou turbulência no setor tecnológico. A exclusão de Musk de eventos estratégicos evidencia a ruptura política e afeta diretamente suas empresas, incluindo Tesla e SpaceX. A tensão se refletiu na confiança dos investidores, contribuindo para a queda de 14% nas ações da Tesla em junho de 2025. Ao mesmo tempo, o movimento “Tesla Takedown” ganhou força, com protestos e boicotes que buscam desmoralizar a imagem pública de Musk e de suas empresas.

O conflito também impactou o Vale do Silício. Aliados de Musk foram pressionados a escolher um lado, criando divisões que ameaçam projetos em conjunto, especialmente em inteligência artificial e veículos elétricos. O efeito vai além das empresas diretamente envolvidas, atingindo a confiança do mercado e a colaboração no setor tecnológico americano.

Caso Jeffrey Epstein: brasileira diz ter sido abusada pelo milionário quando criança

Nesta quarta-feira (3), Marina Lacerda, brasileira de 37 anos, revelou ter sido abusada pelo empresário Jeffrey Epstein durante sua adolescência. Lacerda foi uma das vítimas a comparecer a uma entrevista coletiva para pressionar o Congresso dos EUA a aprovar uma lei que obrigue a ampla divulgação dos documentos anexados na investigação do caso. 

De acordo com o depoimento da brasileira, ela teria conhecido o empresário em 2002, após ser convidada a uma proposta de trabalho quando tinha apenas 14 anos. Segundo ela, na época, uma amiga teria a convidado para fazer mensagem em um “cara velho” e, após a realização do trabalho, Marina receberia cerca de US$300.

Depoimento de Marina Lacerda

Em entrevista à ABC News, Marina Lacerda diz ter participado de um grupo de meninas que eram forçadas a ter casos sexuais com Jeffrey Epstein. De acordo com a brasileira, ela teria acreditado que poderia receber uma proposta de emprego do milionário e que, assim, poderia deixar de ser mais uma imigrante e mudar a situação financeira de sua família. 

Ainda de acordo com o depoimento dado ao veículo de notícia, Marina disse que os abusos duraram três anos e, quando ela completou 17 anos, Epstein teria perdido o interesse na adolescente por ser “velha demais”. 

A brasileira contou também que, em 2008, chegou a ser procurada pelo FBI, mas não teria sido ouvida pela Justiça americana, pois o empresário havia feito um acordo judicial. No entanto, em 2013 foi chamada para depor após a investigação ter sido reaberta. 

Entenda o caso Jeffrey Epstein

Jeffrey Epstein ficou conhecido pelos eventos que organizava entre os anos 1990 e 2000, essas festas contavam com a presença de figuras públicas americanas, como políticos e celebridades. Nesse contexto, em 2005, após uma denúncia, a polícia passou a investigar o milionário e concluíram que ele havia cometido crime sexual com mais de 30 meninas.


Segundo jornal americano, Donald Trump teria sido mencionados em documentos anexados na investigação sobre crimes sexuais cometidos pelo empresário Jeffrey Epstein (Foto: reprodução/Davidoff Studios/Getty Images Embed)


Três anos depois do início da investigação, em 2008, Epstein foi condenado e cumpriu 13 meses de detenção por prostituição. Já em 2019, o milionário foi preso novamente, dessa vez, pelo crime de abusar sexualmente de menores de idade. Ainda durante o cumprimento da pena, o empresário foi encontrado morto. De acordo com a autópsia, ele teria cometido suicídio. 

Nesse sentido, após a saída de Elon Musk do governo de Donald Trump, em que o dono da plataforma X acusou o presidente americano de envolvimento no caso Epstein, membros dos partidos Republicano e Democrata passaram a cobrar a Justiça dos EUA para mais investigações, visando maiores esclarecimentos sobre o possível envolvimento de pessoas públicas no processo. No entanto, em julho deste ano, o FBI em parceria com o Departamento de Justiça do governo Trump informou que não havia evidências da participação de outros suspeitos e, por isso, os documentos anexados no processo contra o empresário não poderiam ser divulgados publicamente.

Dessa forma, o caso passou ser mais ainda comentado após a publicação do Wall Street Journal sobre as supostas menções de Trump nos arquivos do processo, opositores e apoiadores do presidente dos EUA se organizaram no Congresso a fim de aprovar um projeto de lei que obrigue a Justiça dos EUA a divulgar à sociedade americana todos os documentos anexados na investigação. 

Suposta ligação de Trump no caso Epstein

Em julho desse ano, o Wall Street Journal publicou uma reportagem intitulada “Os amigos de Jeffrey Epstein enviaram-lhe cartas obscenas para o álbum do 50° aniversário. Uma delas era de Donald Trump” nela, o jornal afirma que o nome do presidente americano é mencionado diversas vezes nos documentos anexados na investigação.

De acordo a reportagem, em 2003, Trump teria enviado um cartão de aniversário a Epstein o parabenizando pelos seus 50 anos. Nesse cartão, segundo o jornal, havia o desenho de uma mulher nua, além da seguinte mensagem: “que todo dia seja um novo segredo maravilhoso”, ao lado, um desenho de uma mulher nua. 

Além de Trump, o veículo também acusa a menção de outras figuras públicas no caso. Ainda assim, mesmo que possivelmente o nome do presidente dos EUA tenha sido referido na investigação, não há comprovações de que ele tenha cometido algum delito, apenas comprova sua relação com Epstein. Após a publicação da reportagem, Donald Trump processou judicialmente o jornal americano Wall Street pela acusação.

Grupo Hamas reitera acordo de paz em Gaza, mas primeiro-ministro de Israel mantém exigência rígida

Grupo Palestino Hamas reiterou nesta quarta feita (3) sua disposição para cumprir com o acordo abrangente na Faixa de Gaza, que incluiria a libertação de todos os cidadãos israelenses presos, em troca o Hamas solicita a soltura dos prisioneiros palestinos detidos em Israel. A declaração ocorre em meio a um cenário de impasse diplomático e militar, marcado por pressões de líderes internacionais e exigências conflitantes entre as partes envolvidas no conflito.

Pressão internacional

A decisão do grupo palestino veio logo após o pronunciamento do presidente norte-americano, Donald Trump, em cobrar publicamente a libertação dos cerca de 20 reféns ainda mantidos na Faixa de Gaza. Em resposta, o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, desqualificou a proposta, classificando-a como uma repetição de promessas sem avanços concretos. Para o primeiro-ministro israelense, o conflito na região só pode ser considerada encerrada se todos os reféns forem libertos, o Hamas for desarmado, a Faixa de Gaza for desmilitarizada do poder de fogo e uma nova administração civil for estabelecida na região sob rígido controle de segurança de Israel.

As negociações entre os dois lados vêm sendo marcadas por idas e vindas. Em agosto, o Hamas aceitou uma proposta de cessar-fogo mediada por atores regionais, que previa a suspensão de operações militares israelenses por 60 dias e a libertação parcial de reféns e prisioneiros. A proposta do acordo estabelece um esboço para futuras negociações de paz mais amplas entre as nações, visando encerrar o conflito que já se estende por quase dois anos. No entanto, a implementação das medidas encontrou resistência em postos-chaves, especialmente no que diz respeito às condições impostas por Israel para garantir sua segurança.


Palestinos detidos na fronteira entre Israel e Gaza, após serem detidos por forças israelenses que operavam na faixa de Gaza (Foto: reprodução/David Furst/Getty Images Embed)


Apesar das dificuldades, a diplomacia internacionais de países como o Egito e o Catar, continuam buscando métodos para uma ação diplomáticas que permitam avanço na construção de um acordo definitivo na região. A pressão de líderes da comunidade internacional de segurança e paz também tem aumentado, sobretudo diante do impacto humanitário da guerra sobre a população civil da Faixa de Gaza, que enfrenta escassez de alimentos de recursos de assistência básica, deslocamentos em massa da população e destruição de infraestrutura social.

Negociação diplomática

O desenrolar dos próximos dias será crucial para chegar a um acordo definir se as declarações recentes resultarão em avanços concretos ou se permanecerão apenas como movimentos estratégicos de retórica. Diante da pressão de potências globais e a mediação de países árabes na região, existem a possibilidade de uma trégua no conflito entre as duas nações ou de um acordo abrangente ainda não está descartada, mas depende diretamente da disposição das lideranças em abrir mão de posições rígidas em favor de um consenso que possa oferecer estabilidade à região e esperança às populações afetadas.

A postura do Hamas em reafirmar abertura para um pacto total e a resposta negativa de Israel revelam a complexidade das negociações. Enquanto o grupo palestino tenta manter o foco na troca de prisioneiros, o governo israelense insiste em condições estruturais de segurança e governança como pré-requisito para encerrar a ofensiva militar. Nesse cenário, o futuro das tratativas depende da capacidade de ambas as partes em flexibilizar exigências e encontrar um terreno comum que permita, ao menos, aliviar as tensões e abrir caminho para uma solução duradoura.

EUA prometem intensificar ações contra cartéis venezuelanos

O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, na data de ontem, quarta-feira (3), informou que as operações contra o narcotráfico internacional não apenas continuarão, mas devem se intensificar nas próximas semanas, sob o comando de Donald Trump.  A declaração ocorreu após um ataque militar estadunidense, realizado terça-feira (2), que resultou na morte de 11 pessoas a bordo de uma embarcação suspeita de transportar drogas, identificada como sendo venezuelana. 

Apesar da repercussão internacional, pouco se sabe sobre a operação, uma vez que as autoridades dos EUA não revelaram com precisão quais substâncias ilícitas estariam no barco ou qual base legal foi utilizada para justificar o uso da força em águas internacionais. O Pentágono permanece em silêncio sobre a forma exata do ataque, e o que se sabe até o momento é que a embarcação foi completamente destruída, e nenhuma pessoa sobreviveu à ofensiva.

Declarações

A ofensiva marca a primeira ação pública desde que o governo Trump enviou navios de guerra ao sul do Caribe, em uma escalada de combate aos cartéis de drogas na região sul-americana, sobretudo contra o governo de Nicolás Maduro. 

Em entrevista à Fox News, Hegseth justificou a ação como parte de uma missão “extremamente séria” e declarou que qualquer embarcação associada a organizações narcoterroristas será tratada da mesma maneira. “Temos recursos no ar, na água e em navios. Esta missão não vai parar aqui”, afirmou. O presidente Donald Trump reforçou o discurso, afirmando que o grupo a bordo pertencia à gangue venezuelana “Tren de Aragua“, classificada como organização terrorista pelos EUA em fevereiro. Ele alegou, sem apresentar provas, que “quantidades massivas de drogas” estavam sendo transportadas.


Publicação referente a ofensiva dos EUA no mar do Caribe (Vídeo: reprodução/X/@WhiteHouse)


A narrativa de Trump foi endossada por outras figuras do alto escalão do governo estadunidense. O secretário de Estado Marco Rubio, em viagem à Cidade do México, disse que “ações similares já estão sendo preparadas” e que os EUA “não pedirão permissão para defender seu povo”. Discurso alinhado com o de Pete Hegseth, quando questionado sobre a crescente tensão com a Venezuela: “A única pessoa que deveria estar preocupada é Nicolás Maduro, chefe de um narcoestado”, declarou Hegseth. A administração Trump, inclusive, dobrou a recompensa para US$ 50 milhões, por informações que levem à prisão de Maduro.


Pete Hegseth, secretário de Defesa dos EUA em entrevista à Fox News (Vídeo: reprodução/X/@DODResponse)

No entanto, a operação gerou críticas dentro e fora dos EUA. Para especialistas, o governo estadunidense não tinha o direito de realizar a ofensiva, mesmo sob alegação de que fora praticada em alto-mar. Ainda que tenha como base a declaração de Marco Rubio de que era “um barco cheio de cocaína ou fentanil”.

Na Venezuela, tanto o governo quanto membros da oposição levantaram dúvidas sobre a veracidade do vídeo divulgado por Donald Trump, mostrando o momento exato do ataque à embarcação. Eles alegam que as imagens podem ter sido manipuladas digitalmente, algo ainda sob investigação por agências internacionais de verificação.

Controvérsias

Enquanto o governo Trump insiste que se trata de uma guerra contra o narcotráfico, críticos veem na ação uma tentativa de justificar uma possível intervenção militar na Venezuela. Contudo, a líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, apoiou a ofensiva, dizendo que ela salva-vidas “em ambos os lados do continente”. No entanto, nomes da oposição, como Henrique Capriles, levantaram dúvidas sobre a ofensiva realizada pelo governo estadunidense: “Como sabiam que eram venezuelanos? Como contaram exatamente 11 mortos? Alguém recuperou documentos no mar?”, questionou o ex-candidato à presidência venezuelana.


Entrevista de María Corina Machado à Fox News sobre o governo de Nicolás Maduro (Vídeo: reprodução/Instagram/@mariacorinamachado)


O incidente é visto por parte da comunidade internacional como o início de uma nova e controversa fase da política externa de Donald Trump na América do Sul. Nos últimos dias, a chegada de militares, navios e armamentos de guerra tem se intensificado no mar do sul do Caribe. Cerca de 4.500 combatentes, entre fuzileiros navais e marinheiros, foram deslocados para a região em uma ofensiva contra o cartel “Tren de Aragua” que, segundo informações, possui ramificações em países latino americanos e, também, na Flórida, nos EUA. Para o alto escalão do governo Trump, este é apenas o início da guerra travada entre o governo estadunidense e o narcotráfico na América do Sul.

Congresso Americano torna público arquivos do caso Jeffrey Epstein, condenado por exploração sexual menores

Um comitê da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos divulgou nesta terça-feira (2) mais de 30 mil páginas enviadas pelo Departamento de Justiça sobre o caso de Jeffrey Epstein, condenado por exploração sexual e facilitação à exploração de menores, e de sua ex-namorada, Ghislaine Maxwell. A divulgação dos arquivos secretos foi promessa de campanha de Donald Trump e voltou à tona em junho deste ano, após Elon Musk mencionar que o nome do presidente constava nas investigações. 

Imagens e entrevistas do caso Epstein 

Morto em 2019, Jeffrey Epstein foi um bilionário financista que administrava grandes fortunas em Wall Street, conhecido por ser próximo de poderosos como o presidente americano, Donald Trump, o príncipe britânico, Andrew, e o empresário Bill Gates. Em 2008, Epstein foi condenado por exploração sexual e facilitação à exploração de menores. Após um acordo polêmico, cumpriu 13 meses de prisão e recebeu imunidade contra acusações federais. 

Em 2019, Jeffrey foi novamente acusado e preso por tráfico sexual. Um mês depois da prisão, aos 66 anos, ele foi encontrado morto com sinais de suicídio. O agressor aguardava novo julgamento. 


Protesto na Times Square, NY, com outdoor com a frase: “Trump, por que você não divulga os arquivos do Epstein?” em julho deste ano
(Foto: reprodução/Adam Gray/Getty Images Embed)


Os arquivos divulgados pelo Congresso Americano incluem centenas de imagens, vídeos com entrevistas das vítimas com o rosto à mostra e 33 mil páginas de processos antigos relacionados a Epstein e sua ex-namorada, Ghislaine Maxwell. A oposição, como o deputado democrata Robert Garcia, da Califórnia, criticam o ato por ter liberado grande parte dos documentos que já eram públicos. 

Ligação com Trump 

Entre os anos de 1990 e 2000, o agressor sexual manteve relações de amizade com o presidente dos EUA, Donald Trump. O presidente nunca foi investigado pelo caso e, segundo ele, se afastou de Jeffrey após o conhecimento das denúncias. Na sua campanha presidencial de 2024, Trump prometeu que, sendo eleito, tornaria público os arquivos dos documentos secretos da investigação do caso e questionou a ausência de uma lista de clientes de Epstein. 


Registro de Donald Trump em festa com Jeffrey Epstein em 1992
(Vídeo: reprodução/YouTube/CNBC television)


Em junho deste ano, durante briga com Trump, o bilionário Elon Musk publicou no X que o nome do presidente aparecia nos arquivos da investigação, o que fez com que o caso voltasse à mídia. Musk apagou a postagem e pediu desculpas. Um mês depois, o Departamento de Justiça americano afirmou que Epstein cometeu suicídio e que não havia uma “lista de clientes”. 

Tribunal dos EUA classifica tarifas de Trump como ilegais

O Tribunal de Apelações do Circuito Federal, dos Estados Unidos, determinou na última sexta-feira (29) que a maior parcela da recente e agressiva política tributária imposta por Donald Trump a outros países é ilegal. A decisão, apoiada por 7 de 11 juízes, indicados tanto por presidentes democratas quanto republicanos, considerou que a Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA), mobilizada por Trump como justificativa ao combate do déficit comercial histórico e desindustrialização estadunidense, não permitiria a imposição de tarifas, atribuição que, ao ver do tribunal, é apenas do Congresso.

A medida analisou as tarifas impostas por Trump a China, Canadá e México em fevereiro e a outros países em abril deste ano e não afeta aquelas cujo arcabouço legal não envolve a IEEPA, como as sobre aço e alumínio estrangeiro.

O órgão colegiado determinou que as taxas sejam retiradas até 14 de outubro. O governo americano pode recorrer na Suprema Corte, o que, já declarou Trump, deve ser feito.

Presidente estadunidense critica decisão

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se manifestou em sua rede social, Truth Social, logo após a publicação da resolução judicial. 

“Hoje, um Tribunal de Apelações altamente partidário disse incorretamente que nossas tarifas deveriam ser retiradas, mas eles sabem que os Estados Unidos da América vencerão no final”, escreveu ele.


Jornal da Band repercute a decisão estadunidense sobre ilegalidades das tarifas estrangeiras impostas por Donald Trump (Vídeo: reprodução/YouTube/Band Jornalismo)


“Se essa decisão for mantida, ela literalmente destruiria os Estados Unidos da América. No início deste fim de semana do Dia do Trabalho, todos devemos lembrar que as TARIFAS são a melhor ferramenta para ajudar nossos trabalhadores e apoiar empresas que produzem excelentes produtos FEITOS NOS EUA”, prosseguiu.

Futuro é incerto

Trump disse ainda acreditar que a Suprema Corte dos EUA manterá as tarifas impostas por ele, em um movimento que sugere que o governo americano recorrerá a fim de consolidar a validade de suas medidas. 

Posicionamentos passados recentes da Corte Constitucional estadunidense em relação a políticas de grande abrangência que não passam por aprovação do Congresso, no entanto, mostram que a mais alta instância do Judiciário do país não estaria propensa a agir conforme seu presidente espera.


A Suprema Corte Americana, em Washington (Foto: reprodução/Robert Alexander/Getty Images Embed)


Pesa a favor do chefe do Executivo, por outro lado, o fato de que 6 dos 9 atuais membros da Suprema Corte dos EUA foram indicados por presidentes republicanos (três dos quais pelo próprio Trump), contra apenas 3 dos 11 juízes do Tribunal de Apelações do Circuito Federal.

Segundo mandato é marcado por política tarifária agressiva

Tendo iniciado sua segunda gestão presidencial em 20 de janeiro deste ano, Donald Trump anunciou as primeiras de uma série de tarifas comerciais a países estrangeiros em 1 de fevereiro, com taxação de 10% à China e 25% ao Canadá e México. 

Depois, impôs uma taxa de 25% a importações de alumínio e aço de todos os países, um imposto universal de 10% e uma série de “tarifas recíprocas”, como chamou, a diversos países. 

A escalada de tensões, em especial, com a China chegou à prescrição de uma taxa de 145% sobre produtos exportados aos EUA.

Donald Trump anula proteção federal de Kamala Harris

O presidente Donald Trump assinou o “Memorando para o secretário de Segurança Interna” determinando o fim da proteção do Serviço Secreto à ex-vice-presidente Kamala Harris a partir de 1° de setembro de 2025. A prorrogação de um ano concedida por Joe Biden — que ia além dos seis meses previstos por lei — foi anulada no momento exato em que Harris inicia sua turnê de divulgação do livro “107 Days”, que será lançado em 23 de setembro, aumentando sua exposição pública e sua vulnerabilidade.

O que é o Serviço Secreto e por que isso importa

O Serviço Secreto dos Estados Unidos é a agência federal responsável pela proteção de ex-presidentes, com cobertura vitalícia, e de ex-vice-presidentes, por apenas seis meses após deixarem o cargo. No caso de Harris, Biden havia estendido esse prazo em mais um ano, até julho de 2026. A revogação abrupta dessa proteção expõe Harris a riscos diretos, especialmente em um contexto de polarização política. Sem a cobertura federal, ela pode ter de recorrer a segurança privada, o que implica custos elevados e logística complexa para sua equipe.

Contexto político e impacto simbólico

A decisão de Trump ocorre justamente quando Harris retoma os holofotes políticos com o lançamento do livro “107 Days”, publicado pela Simon & Schuster. A obra relata os bastidores de sua breve candidatura presidencial em 2024 e será seguida por uma turnê em 15 cidades nos EUA e no exterior, a partir de 24 de setembro. A retirada da proteção federal amplia o risco em aparições públicas e simboliza um ato de fragilização política em um momento de maior visibilidade. Medidas semelhantes já foram aplicadas por Trump contra outros adversários, incluindo Hunter e Ashley Biden, além de ex-assessores como Mike Pompeo e John Bolton, em gestos que críticos classificam como retaliações pessoais.


Kamala Harris, ex-vice-presidente dos Estados Unidos, discursa no evento “State of the People Power” (Foto: reprodução/Mario Tama/Getty Images Embed)


Reações à decisão

A medida gerou fortes críticas. A líder democrata no Senado, Patty Murray, classificou a revogação como “um ato de perseguição política perigoso e sem precedentes”. O ex-presidente Barack Obama afirmou em nota que a decisão “coloca em risco não apenas Kamala Harris, mas também a tradição de proteger a integridade do processo democrático”. Já aliados republicanos de Trump defenderam a medida, alegando “corte de privilégios excessivos” e “ajuste legal necessário”.

Para especialistas em segurança, no entanto, a decisão rompe com práticas consolidadas de proteção institucional. “Mesmo sem obrigação legal, há precedentes de manutenção de segurança a figuras públicas com forte exposição, como foi o caso do ex-vice-presidente Dick Cheney”, disse o ex-agente do Serviço Secreto Jonathan Wackrow à CNN.

A decisão final sobre eventuais recursos ainda poderá ser contestada judicialmente, mas, por ora, Harris inicia sua turnê literária sem o amparo da proteção federal.

Senadores brigam no México após debate sobre intervenção dos EUA

O presidente do Senado mexicano, Gerardo Fernández Noroña, da esquerda governista, e o líder do Partido Revolucionário Institucional (PRI), Alejandro “Alito” Moreno, de viés opositor e minoritário, trocaram agressões físicas na quarta-feira (27), diretamente do Congresso, após acusações de que a oposição seria favorável a uma invasão estrangeira ao território nacional. Um jornalista ficou ferido e precisou de ajuda médica.

Governistas acusam opositores de estimular invasão dos EUA

Na sessão de quarta, uma parte majoritária do Senado, ligada à presidente Claudia Sheinbaum, sustentou que o PRI e o conservador PAN estariam agindo em prol de uma intervenção militar dos EUA após a senadora de oposição Lilly Téllez conceder entrevista ao canal estadunidense Fox News no domingo apontando uma suposta presença de cartéis no governo de seu próprio país.


Senadores mexicanos entraram em confronto físico ontem, na Casa legislativa nacional, causando confusão generalizada (Vídeo: reprodução/YouTube/UOL)


O dia foi finalizado de forma acalorada, sem que, alega o opositor, Moreno pudesse proferir suas últimas palavras. Nesse sentido, ele se levantou durante a execução do hino nacional, que sinaliza o fim dos trabalhos diários da Casa legislativa mexicana, e empurrou o líder governista repetidamente, que também revidou. Um jornalista acabou empurrado, caiu no chão e, depois, recebeu assistência médica.


Registro do momento da briga entre senadores na Casa Legislativa Nacional (Foto: reprodução/Stringer/Getty Images Embed)


Trump envia forças estadunidenses ao Caribe

O presidente americano, Donald Trump, enviou tropas militares para o sul do Caribe há cerca de duas semanas, a fim de combater facções ligadas ao narcotráfico, como o Tren de Aragua (da Venezuela) e MS-13 (de Los Angeles, com origens em imigrantes ilegais da América Central). Trump considera a atuação desses grupos uma modalidade de terrorismo. A decisão ocorreu sem a autorização do Congresso dos EUA, que, pela Constituição, deve autorizar a incursão militar em territórios estrangeiros. 

Frente à atitude, o líder venezuelano Nicolás Maduro convocou cerca de 4,5 milhões de mercenários, aprofundado a já conturbada relação entre Caracas e Washington.

Claudia Sheinbaum, do México, por sua vez, disse ter sido informada sobre as movimentações, mas que elas não ocorreriam. A julgar pelos recentes acontecimentos no Senado mexicano, no entanto, a tensão permanece.