Zuckerberg pressiona Trump por impostos digitais antes do “tarifaço”

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou impor tarifas sobre países que adotarem impostos digitais. A decisão surge após reunião na Casa Branca com Mark Zuckerberg, que expressou preocupações sobre o impacto desses impostos.

Para Trump, esses impostos prejudicam empresas americanas e podem favorecer concorrentes de outros países, como sua principal rival nessa corrida tecnológica, a China. Por outro lado, a União Europeia alega que suas regulamentações digitais são neutras e aplicadas igualmente a todas as plataformas.

Principais temas discutidos

Na reunião realizada na Casa Branca, segundo pessoas próximas, um dos principais temas discutidos foi a tributação digital adotada por outros países. O CEO da Meta alertou que medidas excessivas poderiam reduzir investimentos e prejudicar a competitividade e a influência das empresas dos EUA no exterior.
Principais temas discutidos

Outro tema abordado foi o avanço da liderança tecnológica americana e os investimentos em infraestrutura. Mark Zuckerberg detalhou planos da empresa para construir um grande data center de inteligência artificial nos Estados Unidos, destacando que a iniciativa fortaleceria os sistemas de IA, geraria empregos e consolidaria a hegemonia do país, tornando-o uma referência global na corrida tecnológica.


Encontro em Mar-a-lago nos EUA no início desse ano (Vídeo: Reprodução/ YouTube/CNN Brasil)

A importância dos semicondutores para a Meta e a liderança americana

Os semicondutores são peças-chave para o desenvolvimento de tecnologias avançadas, como inteligência artificial, realidade aumentada e processamento de dados em larga escala.

Donald Trump taxou a China em 100% no início de seu mandato. A produção e o fornecimento de semicondutores são estratégicos para a liderança tecnológica americana. A discussão incluiu medidas para incentivar a fabricação doméstica e reduzir a dependência de fornecedores estrangeiros, especialmente em meio à crescente competição com países como a China, reforçando a relevância do setor na corrida tecnológica global.

Com essas medidas, os EUA reforçam sua posição na corrida tecnológica mundial, equilibrando interesses econômicos, inovação e segurança nacional, ao mesmo tempo em que empresas como a Meta tentam consolidar sua presença e influência no cenário internacional.

‘Brasil dá aulas aos Estados Unidos sobre maturidade democrática’, diz The Economist

A revista britânica The Economist, um dos veículos jornalísticos mais respeitados e influentes do mundo, publicou, nesta quinta-feira (28), sua edição semanal. A capa é estampada por uma ilustração do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro. No especial, o periódico enaltece os passos da democracia brasileira, em contraste à atual onda autoritária dos EUA de Donald Trump, ainda que critique supostas incongruências do Supremo e do Congresso Nacional.

Artigo compara gestão democrática brasileira e estadunidense

O artigo propõe uma avaliação sobre o combate ao autoritarismo em solo brasileiro e estadunidense, partindo do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro por uma suposta tentativa de golpe, marcado para setembro deste ano.

“Imagine um país onde um presidente polarizador perdeu a corrida pela reeleição e recusou aceitar o resultado. Ele declarou a votação manipulada e usou as mídias sociais para motivar seus apoiadores a se insurgir. Eles o fizeram aos milhares, atacando prédios governamentais. Então a insurreição falhou, o ex-presidente encarou uma investigação criminal e promotores o processaram por arquitetar um golpe de Estado. Isso soa como uma fantasia da esquerda americana. Em outra gigantesca democracia do hemisfério, é uma realidade” – assim começa a reportagem especial do The Economist desta semana.


Leonardo Sakamoto, do UOL, analisa capa da The Economist desta semana (reprodução/Youtube/UOL)


Em outro momento do texto, o periódico reforça o contraste entre a autointitulada “maior democracia do mundo” com seu par latino-americano, que superou sua última ditadura em 1985.

“Os Estados Unidos está se tornando mais corrupto, protecionista e autoritário – com Donald Trump mexendo nesta semana com o Banco Central e ameaçando cidades comandadas por políticos democratas. Do outro lado, mesmo que a gestão Trump puna o Brasil por processar Bolsonaro, o país em si está determinado a proteger e fortalecer sua democracia”, escreveu o The Economist.

Opinativo expõe críticas ao STF e Congresso Nacional

Embora enalteça o regime tropical, a revista também mostra o que considera ser os desafios políticos da maior economia da América Latina.


The Economist analisa com ambivalência a instituição do Supremo Tribunal Federal, com sede na Praça dos Três Poderes, em Brasília (reprodução/Gustavo Gomes/Getty Images Embed)


“Paradoxalmente, uma tarefa chave é frear a Corte Constitucional, apesar de seu papel de guardiã da democracia brasileira. Como árbitra de uma Constituição que se prolonga por 65.000 palavras, a corte supervisiona uma gama vertiginosa de regras, direitos e obrigações, de políticas tributárias a cultura e esportes. Grupos como sindicatos e partidos políticos podem recorrer diretamente ao colegiado. Às vezes, a Justiça inicia casos por conta própria, incluindo uma investigação acerca de ameaças virtuais, algumas das quais contra a própria corte – o que faz dela a vítima, promotora e juíza. (…) Há um amplo reconhecimento de que o fato de juízes não eleitos terem tanto poder pode corroer a política, assim como salvá-la de golpes”, apontou o veículo estrangeiro, referindo-se ao Supremo Tribunal Federal.

Ele aborda ainda o desequilíbrio fiscal interno, alimentado, entre outros fatores, segundo cita, por projetos individuais de congressistas, sem efetiva necessidade no contexto nacional, que aumentam os gastos públicos e limitam o crescimento.

Frente às críticas, o periódico britânico, que, ao longo de sua trajetória, apoiou os neoliberais Donald Reagan e Margaret Tatcher, aposta na pauta reformista.

“Tensões serão, portanto, inevitáveis, mas, ao contrário de seus pares nos Estados Unidos, muitos dos políticos de grande alcance do Brasil, de todos os partidos, querem atuar conforme as regras e progredir através de reformas. Essas são as marcas registradas da maturidade política. Temporariamente, ao menos, o papel do adulto democrático do Hemisfério Ocidental se transferiu para o sul”, finalizou.

EUA aplicam tarifas sobre aço importado de 10 países, incluindo o Brasil

Na terça-feira (26), o Departamento de Comércio dos Estados Unidos anunciou a aplicação de tarifas antidumping dos EUA contra o Brasil e outros nove países nas importações de aço resistente à corrosão. A medida segue investigação que identificou práticas comerciais consideradas desleais e tem como objetivo proteger o setor siderúrgico norte-americano.

A aplicação da tarifa

As importações afetadas chegam a cerca de US$ 2,9 bilhões, equivalentes a aproximadamente R$ 15,75 bilhões na cotação atual. Além do Brasil, a decisão abrange Austrália, Canadá, México, Holanda, África do Sul, Taiwan, Turquia, Emirados Árabes Unidos e Vietnã. Além disso, o Departamento de Comércio apontou que o aço Core desses países estava sendo vendido abaixo do preço de mercado ou recebendo subsídios indevidos.

O aço resistente à corrosão é amplamente usado na produção de automóveis, eletrodomésticos, equipamentos industriais e construções civis. Por isso, a aplicação das tarifas busca garantir que empresas e trabalhadores americanos compitam em condições justas. William Kimmitt, subsecretário de Comércio Internacional, afirmou: “Empresas e trabalhadores dos EUA merecem competir em igualdade de condições.”


EUA analisam possível aplicação de tarifas antidumping contra siderúrgicas brasileiras (Vídeo: reprodução/YouTube/BM&C NEWS)

Próximos passos e efeitos das tarifas antidumping dos EUA contra o Brasil

A Comissão de Comércio Internacional (ITC) agora fará uma análise sobre possíveis prejuízos ao setor siderúrgico dos EUA. Caso a ITC confirme impactos negativos, o Departamento de Comércio em seguida emitirá oficialmente as tarifas antidumping (AD) e compensatórias (CVD). Além disso, especialistas alertam que a decisão também pode refletir no comércio global, levando países exportadores a revisar preços e práticas comerciais.

No caso do Brasil, o setor siderúrgico já avalia alternativas para minimizar impactos sobre exportações e, assim, manter a competitividade internacional. Portanto, as tarifas antidumping dos EUA contra o Brasil não apenas protegem a indústria americana, mas também podem influenciar negociações e preços no mercado mundial.

De forma adicional, analistas reforçam que a medida pode gerar debates sobre acordos comerciais e, consequentemente, revisões tarifárias futuras, afetando políticas de comércio exterior de diversos países. Em resumo, a ação destaca a importância de acompanhar políticas comerciais e compreender seus efeitos sobre o comércio brasileiro.

Governo dos EUA estuda restringir vistos de estudantes e profissionais de imprensa

O governo norte-americano publicou nesta quarta-feira (27) uma proposta de regulamentação que visa limitar a duração dos vistos para estudantes e profissionais da imprensa que desejam entrar nos Estados Unidos. Essa proposta tem sido acompanhada da pressão que o governo de Donald Trump tem feito contra os imigrantes, limitando e revogando vistos e pedidos de green card. 

Proposta de regulamentação

A proposta enviada pelo governo dos Estados Unidos pretende limitar e restringir ainda mais o acesso de estrangeiros ao país, algo que Donald Trump tem investido desde sua reeleição. 

Estudantes, trabalhadores de intercâmbio e jornalistas estrangeiros terão mais limitações para estender o prazo do visto no país. No texto da proposta, propõe-se a criação de períodos fixos para vistos. Sendo eles: visto F para estudantes internacionais; visto J para intercambistas que desejam trabalhar no país e visto I para profissionais de imprensa.


Estudantes e pais de uma escola de imigrantes se reúnem no primeiro dia de aula em Washington (Foto: reprodução/ANDREW CABALLERO-REYNOLDS/AFP/Getty Images Embed)


Atualmente, esses tipos de visto estão disponíveis pelo programa de duração ou de emprego norte-americano. O governo norte-americano apresentou a proposta afirmando que ela era importante monitorar e supervisionar os portadores de visto que estiverem no país. O público tem 30 dias para opinar sobre a proposta.

Histórico de vistos

Segundo o governo dos Estados Unidos, apenas em 2024, mais de 1,6 milhão de vistos do tipo F, para estudantes estrangeiros, estavam ativos. No ano fiscal de 2024, que se iniciou em 1 de outubro de 2023, o país havia concedido mais de 355 mil vistos para estudantes e mais de 13 mil vistos para jornalistas. 

Em 2020, foi apresentada uma proposta semelhante, que foi recusada por mais de 4 mil instituições educacionais ao redor do mundo e pediu para que Donald Trump descartasse essa nova proposta. A primeira proposta relacionada à restrição de vistos foi derrubada pelo ex-presidente Joe Biden, do partido Democrata, em 2021.

Trump defende retomada de diálogo sobre desnuclearização

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a defender a abertura de conversações sobre desnuclearização com Rússia e China. A iniciativa, segundo ele, deve se somar aos esforços para reativar a diplomacia estagnada com a Coreia do Norte.

O então presidente Donald Trump afirmou a jornalistas, na segunda-feira (25), que a desnuclearização da Rússia e da China é uma das prioridades de seu governo. A declaração foi feita na Casa Branca, pouco antes de uma reunião com o presidente sul-coreano Lee Jae Myung. O republicano disse acreditar que Moscou e Pequim demonstram disposição para discutir limites em seus arsenais, ressaltando que a proliferação nuclear não pode continuar.

Temos que acabar com as armas nucleares. O poder é muito grande”, declarou.

Trump falou com o Presidente Putin


Putin e Donald Trum conversando(Foto:Reprodução/Andrew Harnik/Getty Images Embed)


Mais cedo, em evento separado na Casa Branca, Trump revelou ter tratado do tema com o presidente russo, Vladimir Putin, embora não tenha detalhado quando a conversa ocorreu.

Estamos falando sobre a limitação das armas nucleares. Vamos envolver a China nisso”, acrescentou.

Os comentários coincidem com o desejo expresso por Trump de se reunir ainda este ano com o líder norte-coreano, Kim Jong Un. Até agora, porém, o dirigente de Pyongyang tem ignorado os apelos para retomar o diálogo direto, retomando uma agenda que marcou o primeiro mandato de Trump, entre 2017 e 2021, mas que não resultou em acordos concretos para frear o programa nuclear da Coreia do Norte.

Falou com o Presindente da China também

A proposta de relançar o debate sobre controle de armas nucleares não é inédita. Em fevereiro, o republicano já havia indicado que pretendia envolver Putin e o presidente chinês, Xi Jinping, em discussões sobre limites para os arsenais estratégicos. À época, afirmou que a desnuclearização seria uma prioridade de um eventual segundo mandato.

O movimento ganha força diante da aproximação do prazo de expiração do Novo Tratado de Redução de Armas Estratégicas (Novo Start), firmado em 2010 e válido até 5 de fevereiro de 2026. O acordo é hoje o último em vigor entre EUA e Rússia para restringir o número de ogivas nucleares e sistemas de lançamento.

Moscou, no entanto, já alertou que as chances de renovação são baixas. Sob o governo anterior, de Joe Biden, Washington tentou atrair a China para negociações formais sobre o tema, mas sem avanços significativos.

Navios de guerra americanos intensificam tensão com Venezuela

De acordo com a Agência Reuters, os Estados Unidos determinaram o deslocamento de mais um navio de guerra, além de um submarino de ataque veloz, para as águas do sul do Caribe, em proximidade ao litoral da Venezuela. A agência de notícias afirma que a confirmação partiu de duas fontes anônimas do Pentágono.

EUA e Venezuela

Na terça-feira passada (19), os EUA já tinham enviado três embarcações militares para perto do litoral venezuelano, alegando que precisavam frear a possível ameaça de grupos de traficantes de drogas por ali. Em contrapartida, Trump tem sinalizado que seu próximo alvo é Nicolás Maduro, já que, de acordo com informações da Reuters, seis navios de guerra foram mandados para o sul do Caribe. A justificativa oficial veio da porta-voz do governo, Karoline Leavitt, que fez declarações fortes contra Maduro e afirmou que os EUA usariam “toda a força” contra o governo venezuelano.

Segundo alegações de Donald Trump, Nicolás Maduro estaria à frente de uma organização denominada Cartel de los Soles, supostamente comandada pela alta cúpula das Forças Armadas da Venezuela. A mídia latino-americana reporta que o grupo funcionaria como um facilitador de rotas de narcotráfico para outras organizações que comercializam substâncias ilícitas no mercado americano, a exemplo do Cartel de Sinaloa, do México, e do Tren de Aragua, também da Venezuela.


Coletiva de imprensa com a porta-voz do governo dos EUA, Karoline Leavitt ( Vídeo: reprodução/Instagram/@belavista neves.panama)


Os Equipamentos

Fontes da área confirmaram que o USS Lake Erie, um cruzador de mísseis guiados, e o Uss Newport News, um submarino de ataque veloz com energia nuclear, são os novos recursos aguardados para o começo da próxima semana. Próximo à costa venezuelana, já estão presentes três destróieres da marinha americana, dotados do avançado sistema de combate Aegi, três embarcações de assalto anfíbio, aeronaves de reconhecimento P-8 Poseidon e, no mínimo, um submarino, somando um contingente de 4.000 marinheiros e fuzileiros

Diante dessa situação, Maduro comunicou o acionamento de 4,5 milhões de integrantes da milícia nacional, com o objetivo de neutralizar o que ele descreve como um perigo vindo dos Estados Unidos. A capacidade bélica venezuelana enfrenta dificuldades. De acordo com o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS), as Forças Armadas da Venezuela funcionam com limitações e dificuldades de preparo, em virtude das sanções internacionais, do isolamento na região e da crise econômica, que, ao longo das últimas décadas, reduziram a possibilidade de adquirir equipamentos militares de ponta.

A mesma tem orçamento militar de US$ 640 milhões em 2024 queé 0,1 do orçamento dos EUA no mesmo ano. Por conta disso muita incerteza se cria em relação as capacidade mi litar real da Venezuela mesmo tendo alguns equipamentos modernos.

EUA pressionam exportações chinesas com nova ameaça comercial

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a tensionar as relações com a China na segunda-feira (25), ao declarar que poderá aplicar uma tarifa de 200% sobre produtos chineses. A medida foi vinculada ao envio de ímãs de terras raras, considerados insumos estratégicos para os setores automotivo, militar e eletrônico americanos.

A fala foi feita durante a recepção oficial ao presidente sul-coreano, Lee Jae Myung, na Casa Branca. Diante da imprensa, Trump afirmou que os EUA “precisam receber ímãs”, e que, sem isso, “não haverá outro caminho senão aplicar uma taxa pesada”. A declaração marca um novo capítulo na guerra comercial entre Washington e Pequim.

Conflito comercial ganha novo fôlego com ameaça tarifária

Os ímãs de terras raras voltaram a ocupar o centro das disputas após a imposição, pela China, de licenças de exportação para o insumo. Embora parte dessas restrições tenha sido flexibilizada após reuniões diplomáticas, o governo americano alega que o fornecimento ainda está sendo atrasado intencionalmente.


Publicação de President Donald J. Trump (Foto: reprodução/Instagram/@realdonaldtrump)


Trump indicou que, se a exportação não for destravada rapidamente, os EUA deixarão de fazer negócios com a China, como já ocorreu durante tarifas anteriores de até 145%. “Desta vez, pode chegar a 200%”, disse, ao mencionar que “não teremos problemas com isso”.

Relações bilaterais continuam frágeis apesar de trégua

Apesar de uma trégua tarifária de 90 dias, prorrogada até novembro, o clima entre os dois países permanece instável. Negociações foram realizadas nos últimos meses para reequilibrar o fluxo comercial, mas os avanços foram limitados. Washington continua pressionando por mais agilidade nas concessões chinesas.

Trump, contudo, buscou amenizar o tom ao lembrar que mantém diálogo direto com Xi Jinping. “Temos uma relação estupenda”, afirmou. Ainda assim, ele reforçou que os EUA possuem “cartas poderosas”, sugerindo novas ações, caso o impasse continue. A declaração repercutiu imediatamente nos mercados e reacendeu o debate sobre a dependência americana de insumos estratégicos importados. A comunidade internacional acompanha com cautela os próximos desdobramentos.

Moraes aciona PGR sobre pedido de reforço policial na casa de Bolsonaro

O ministro e vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, solicitou nesta segunda-feira (25), no prazo de cinco dias, que a Procuradoria-Geral da República (PGR) reforce o policiamento na casa do ex-presidente e réu Jair Bolsonaro.

No pedido da Polícia Federal (PF), há a solicitação imediata de policiamento ostensivo nas imediações de seu endereço residencial, além da manutenção e checagem constante do sistema de monitoramento eletrônico.

Risco de fuga, pressão internacional e as articulações de Bolsonaro e seus aliados

As informações levantadas pela Polícia Federal sobre a possibilidade de Jair Bolsonaro buscar refúgio na Embaixada dos Estados Unidos, a poucos minutos de sua residência em Brasília, reforçam a preocupação das autoridades com um eventual pedido de asilo político. O tema ganha ainda mais relevância pelo histórico de proximidade do ex-presidente brasileiro com o norte-americano Donald Trump.


Matéria sobre os desdobramentos da decisão do STF (Vídeo: reprodução/ YouTube/CNN Brasil)

Paralelamente, Bolsonaro, seus familiares e aliados intensificam suas articulações políticas. Enquanto a defesa busca estratégias para conter o avanço das investigações no Supremo Tribunal Federal, aliados atuam nos bastidores para manter apoio político e mobilizar sua base social.

Essas movimentações refletem a tentativa do ex-presidente de preservar sua influência, mesmo em meio a acusações e medidas cautelares. Nesse contexto, Bolsonaro enviou aos Estados Unidos seu filho Eduardo Bolsonaro, que pediu licença de 120 dias de seu mandato na Câmara para articular junto a membros do governo americano uma possível anistia ao pai e aos acusados do golpe de 8 de janeiro.

Como o ‘tarifaço’ se conecta à narrativa de ‘caça às bruxas’

Em uma carta divulgada em 9 de julho, o ex-presidente Donald Trump justificou a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de agosto, chamando o julgamento de Jair Bolsonaro de “caça às bruxas” e afirmando que deveria acabar imediatamente. A medida afetou itens como café, carne, aço, suco de laranja e mel.

As sanções refletem a tentativa de Trump de pressionar o processo judicial brasileiro e de apoiar Bolsonaro e seus aliados. O governo brasileiro, por sua vez, criticou a ação como uma interferência indevida nos assuntos internos do país. O ex-presidente Jair Bolsonaro está em prisão domiciliar desde 4 de agosto e precisa cumprir medidas cautelares.

Efeito Magnitsky: aplicação da lei americana gera temores no Brasil após sanção a Moraes

A Lei Magnitsky, criada nos Estados Unidos em 2016, voltou ao centro do debate após atingir o ministro Alexandre de Moraes. A princípio, embora a norma seja vista como rigorosa, sua aplicação resultou em poucas punições financeiras nos últimos dez anos.

Deste modo, o Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC) apresentou dados de que apenas duas penalizações foram ligadas diretamente à Magnitsky entre os anos de 2016 e 2025. Nesse sentido, o órgão aplicou 148 multas por descumprimento de diferentes sanções, o que mostra o peso reduzido da lei no universo total.

Punições milionárias expõem contraste

À primeira vista, apenas uma pessoa e uma corretora receberam multa especificamente com base na Magnitsky. As autoridades aplicaram valores muito abaixo de punições em outros casos. Em 2023, por exemplo, a Microsoft pagou quase US$ 3 milhões por serviços em países sancionados. Por outro lado, a Binance aceitou pagar US$ 968 milhões após investigações sobre transações de grupos terroristas.


Brasil pode ficar à beira de risco fiscal (Vídeo: reprodução/YouTube/Os Pingos nos Is)

Já em 2025, a GVA Capital pagou a maior punição: US$ 216 milhões por negócios com um oligarca russo. Esse contraste mostra que, apesar da repercussão política, a aplicação da Magnitsky atinge pouco em termos econômicos.

Reação no Brasil e incertezas jurídicas


O ministro Alexandre de Moraes, em 5 de agosto de 2025 (Foto: reprodução/Sergio Lima/AFP/Getty Images Embed)


A sanção contra Moraes provocou reações imediatas no setor bancário brasileiro. O Banco do Brasil suspendeu cartões do ministro vinculados a bandeiras americanas e ofereceu alternativas nacionais. Embora a decisão tivesse caráter preventivo, alguns especialistas defendem um diálogo direto com órgãos americanos para definir os limites da lei em território brasileiro.

Concomitantemente, o ministro Flávio Dino reforçou que medidas estrangeiras não têm validade imediata no Brasil sem chancela do Supremo Tribunal Federal (STF). Assim, a posição aumentou as dúvidas do mercado, que teme violar normas brasileiras ou americanas.


Trump vai às ruas de Washington com tropas policiais e militares

O Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou na noite desta quinta-feira (21), que planeja patrulhar pessoalmente as ruas da capital Washington, acompanhado por forças policiais e militares da cidade. A declaração ocorre em meio ao reforço da presença da Guarda Nacional e de agentes federais na capital, medida determinada pelo governo federal com o argumento de conter o avanço da criminalidade.

Patrulhamento em Washington

A decisão surge após o envio de batalhões de soldados para as ruas na semana anterior, operação que Trump classificou como indispensável diante do aumento da violência urbana. A decisão, no entanto, tem sido alvo de críticas de autoridades locais, que contestam a justificativa do governo.

Dados estatísticos das forças de seguranças federais e municipais recentes indica altos índices de crimes violentos em Washington registraram queda significativamente em relação aos picos registrados ao mesmo período em 2023, pondo em xeque a narrativa de agravo da situação. Enquanto o presidente se prepara para a ação simbólica, integrantes de seu governo têm buscado consolidar apoio junto às forças destacadas para a capital.

O vice-presidente J.D. Vance e o secretário de Defesa, Pete Hegseth, estiveram na quarta-feira (20) na Union Station, principal terminal ferroviário da cidade, em visita às tropas mobilizadas. No mesmo local, grupos de manifestantes realizaram protestos contra a presença militarizada, alegando que a medida representa um excesso de poder federal e ameaça às liberdades civis.


Trump anuncia ordens de segurança na aviação e fala com repórteres após nomear novo administrador adjunto da aviação no Salão Oval (Foto: reprodução/Chip Somodevilla/Getty Images Embed)


Operação de patrulhamento na Capital

A expectativa agora recai sobre os desdobramentos do anúncio presidencial de Trump. O porta-voz da Casa Branca afirmou sobre a participação de Trump no patrulhamento, que os detalhes ainda serão divulgados oficialmente, o que gera incerteza sobre a iniciativa presidencial. Especialistas em segurança pública avaliam que a presença de um chefe de Estado em operações de policiamento pode ter caráter mais simbólico do que efetivo, servindo como uma mensagem política em um momento de alta polarização no país.

A medida também coloca em evidência o embate entre o governo federal e a administração municipal da capital, tradicionalmente alinhada ao Partido Democrata. Líderes locais defendem que os recursos poderiam ser destinados a programas comunitários de prevenção, em vez de operações de caráter militar. A grande mobilização do patrulhamento nas ruas, reforça o clima de tensão política em Washington, onde segurança pública e disputa institucional se entrelaçam em um cenário de incertezas e segurança pública.