Corte na educação gera protestos na Argentina

Na Argentina, uma onda de protestos massivos está varrendo o país em resposta aos cortes substanciais no orçamento da educação, desencadeados pelo presidente ultraliberal Javier Milei. Na última terça-feira (23), dezenas de milhares de pessoas, entre estudantes, professores e opositores políticos, saíram às ruas em uma das maiores manifestações já vistas contra os cortes de verbas para universidades públicas.

Os protestos ganharam força em Buenos Aires, onde os manifestantes se reuniram nas sedes das 13 faculdades da Universidade de Buenos Aires (UBA), que recentemente declarou emergência orçamentária. A marcha seguiu em direção à Praça de Maio, local simbólico para protestos na capital argentina.


Manifestantes fazem escárnio da imagem do presidente argentino Javier Milei (Foto: reprodução/Instagram/Natacha Pisarenko)

Mobilizações

Empunhando livros e cartazes com mensagens como “Milei ou educação” e “a universidade lutando também está ensinando”, a mobilização não ficou restrita a Buenos Aires. Em várias cidades argentinas, alunos, ex-alunos e professores de 57 universidades nacionais convocaram marchas em defesa da educação pública e gratuita.

O protesto contou com o apoio de diversas entidades, incluindo centrais sindicais, partidos políticos, professores universitários e até mesmo universidades privadas. Figuras políticas proeminentes, como Sergio Massa, ex-ministro da Economia, marcaram presença, destacando a importância do movimento. No entanto, Massa optou por não fazer declarações, afirmando que era o momento dos reitores e dos jovens se pronunciarem.

Superávit

O motivo dos protestos é a decisão do governo de repetir o orçamento do ensino superior de 2023 para este ano, sem fazer ajustes para compensar a inflação, que atingiu quase 290% ao ano. Isso resultou em diversas universidades declarando emergência orçamentária.

Enquanto o governo afirma ter registrado superávit no primeiro trimestre, as instituições educacionais estão enfrentando cortes de funcionamento que colocam em risco suas atividades.

Os cortes afetam diretamente os salários dos professores, com alguns já abaixo da linha da pobreza. Além disso, o aumento exorbitante nas tarifas de energia tem deixado as universidades à beira da paralisia. O presidente Milei questionou a transparência no uso dos fundos e a qualidade do ensino, sugerindo que as universidades públicas são utilizadas para “negócios obscuros e doutrinação”.

Alunos do Ensino Médio querem escolher o que estudar, aponta pesquisa do Datafolha

A ONG Todos Pela Educação publicou os resultados de uma pesquisa encomendada ao Datafolha, que aponta o desejo de estudantes do Novo Ensino Médio por autonomia no currículo, o que significa ter a possibilidade de escolher o que estudar.

A maioria dos estudantes ouvidos, entre 14 e 16 anos, não concorda com o modelo antigo do Ensino Médio, vigente até 2017, quando todos faziam as mesmas disciplinas.

Estudantes desejam currículo ‘flexível’

Segundo o levantamento mostrado no site do Todos pela Educação, 65% dos entrevistados desejam um currículo “flexível”. Isso, para eles, significa poder se aprofundar em temas de seu interesse, alinhados a seus projetos de vida.

Nesse grupo, 35% preferem uma escola que ofereça, em parte do tempo, as mesmas disciplinas para todos os alunos e, em outra, a possibilidade de aprofundar conhecimentos em disciplinas escolhidas por eles.

Outros 30% optariam por uma escola que combine uma parte com as mesmas disciplinas para todos os alunos e outra com a possibilidade de fazer um curso técnico profissional. E 35% defendem a manutenção do modelo pré-reforma do ensino médio: uma escola com as mesmas disciplinas para todos os alunos durante toda a etapa.


O novo ensino médio foi aprovado em 2017 e começou a ser implementado nas escolas em 2023 (Foto: reprodução/Senado Federal) 

Novo Ensino Médio sofre críticas

O formato do Novo Ensino Médio tem sido criticado por vários setores, desde especialistas e pesquisadores, a professores e estudantes. Alguns pedem sua revogação completa, outros grupos sugerem que a proposta deveria ser, pelo menos, ajustada.

Entre as críticas, está justamente o fato de que a parte flexível do currículo se afastou do aprofundamento das matérias que são cobradas na prova do Enem, que é realizada no terceiro ano do Ensino Médio.

Curso técnico sem perder foco no Enem

O Datafolha também perguntou para os jovens que mostraram interesse em fazer um curso técnico integrado ao ensino médio se eles desistiriam dessa opção, caso tivessem menos aulas de disciplinas que caem nas provas do Enem e de vestibulares. Para essa questão, 77% indicaram que ainda escolheriam fazer o técnico, e 21% disseram que abririam mão. Esses alunos também demonstraram, segundo a pesquisa, disposição em ficar mais horas na escola para fazer o curso técnico.

Prouni 2024: após adiamento de resultados, sistema libera um novo calendário

O Programa Universidade para Todos (PROUNI) divulgou mais uma vez nesta quinta-feira (29) as novas datas de liberação dos resultados da segunda-chamada para a disponibilização de bolsas universitárias de 2024.

Vale ressaltar que a divulgação desta lista sofreu alterações duas vezes apenas na última semana e agora está como data vigente para ser compartilhada na sexta-feira (1°). O Ministério da Educação (MEC) não expos os possíveis motivos para o atraso, mas assegurou que, em breve, os alunos conseguirão ter acesso a seus resultados.

“As equipes técnicas da Subsecretaria de Tecnologia da Informação e Comunicação (Stic) e da Secretaria de Educação Superior (Sesu) estão trabalhando para divulgar os resultados da segunda chamada do Prouni o mais rápido possível.” escreveu a pasta. Para além da segunda-chamada, outras datas referentes a prazos de inscrição também foram modificadas.

O que é o Prouni e quem pode participar


Registro de estudantes a caminho das instituições para realizar o enem 2023 (Reprodução/Carlos Abelha/G1)

Com mais de 716.759 cadastros registrados apenas este ano, o sistema do Prouni oferece mais de 400 mil bolsas para estudantes – nas modalidades integrais e parciais – em inúmeras instituições universitárias privadas ao redor do Brasil.

O programa é válido para cursos de graduação e sequenciais de formação específica e neste ano, de acordo com dados do próprio MEC, o número de bolsas para os cursos de Direito e Medicina tiveram um aumento relevante.

A bolsa Prouni é válida por toda a graduação. No entanto, o estudante tem que passar por uma avaliação documental a cada semestre de acordo com os requisitos necessários a fim de permanecer no programa. Entre os critérios para integrar o Prouni estão:

  • Ser estudante de escola pública ou bolsista integral em instituições particulares
  • Ter feito a prova do Enem correspondente ao ano anterior (no caso, 2023)
  • Ser professor de escola pública
  • Pessoas com deficiência

Em relação aos tópicos socioeconômicos, o candidato que deseja uma bolsa integral, deve apresentar uma renda familiar mensal de até um salário mínimo e meio. Já aqueles que se inscreverem para as bolsas de nível parcial, devem comprovar uma renda familiar mensal de até três salários mínimos.

Confira o calendário dos resultados do Prouni 2024

  • Resultado 2ª: 1/3*
  • Comprovação de informações da 2ª chamada: 1/3 a 12/3
  • Inscrição da lista de espera: 18 e 19/3
  • Resultado da lista de espera: 22/3

Para quem quer acessar seu cadastro no Prouni 2024, basta entrar na ramificação do programa que existe no site do governo (gov.com). Após a realização deste passo, será possível conferir se o estudante foi ou não selecionado para a chamada regular. Para além disso, ele também tem o direito de entrar em uma lista de chamada da universidade de seu interesse.