A ONG Todos Pela Educação publicou os resultados de uma pesquisa encomendada ao Datafolha, que aponta o desejo de estudantes do Novo Ensino Médio por autonomia no currículo, o que significa ter a possibilidade de escolher o que estudar.
A maioria dos estudantes ouvidos, entre 14 e 16 anos, não concorda com o modelo antigo do Ensino Médio, vigente até 2017, quando todos faziam as mesmas disciplinas.
Estudantes desejam currículo ‘flexível’
Segundo o levantamento mostrado no site do Todos pela Educação, 65% dos entrevistados desejam um currículo “flexível”. Isso, para eles, significa poder se aprofundar em temas de seu interesse, alinhados a seus projetos de vida.
Nesse grupo, 35% preferem uma escola que ofereça, em parte do tempo, as mesmas disciplinas para todos os alunos e, em outra, a possibilidade de aprofundar conhecimentos em disciplinas escolhidas por eles.
Outros 30% optariam por uma escola que combine uma parte com as mesmas disciplinas para todos os alunos e outra com a possibilidade de fazer um curso técnico profissional. E 35% defendem a manutenção do modelo pré-reforma do ensino médio: uma escola com as mesmas disciplinas para todos os alunos durante toda a etapa.
Novo Ensino Médio sofre críticas
O formato do Novo Ensino Médio tem sido criticado por vários setores, desde especialistas e pesquisadores, a professores e estudantes. Alguns pedem sua revogação completa, outros grupos sugerem que a proposta deveria ser, pelo menos, ajustada.
Entre as críticas, está justamente o fato de que a parte flexível do currículo se afastou do aprofundamento das matérias que são cobradas na prova do Enem, que é realizada no terceiro ano do Ensino Médio.
Curso técnico sem perder foco no Enem
O Datafolha também perguntou para os jovens que mostraram interesse em fazer um curso técnico integrado ao ensino médio se eles desistiriam dessa opção, caso tivessem menos aulas de disciplinas que caem nas provas do Enem e de vestibulares. Para essa questão, 77% indicaram que ainda escolheriam fazer o técnico, e 21% disseram que abririam mão. Esses alunos também demonstraram, segundo a pesquisa, disposição em ficar mais horas na escola para fazer o curso técnico.