Desemprego fica em 6,6% no trimestre encerrado em abril, diz IBGE

Após registrar 6,2% no trimestre encerrado em janeiro, a taxa de desemprego no Brasil subiu para 6,6% no trimestre encerrado em abril, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse é o menor índice para um trimestre encerrado em abril desde o início da série histórica, em 2012.

Apesar do crescimento em relação ao trimestre anterior, quando a taxa ficou em 6,5%, o número de pessoas desocupadas ainda está abaixo dos 8,3 milhões registrados em igual período de 2024, representando uma queda de 13,1%.

População ocupada e trabalhadores por categoria

A população ocupada no Brasil totalizou 103 milhões de pessoas, apresentando uma leve redução de 0,6% (menos 641 mil) no trimestre. Entre os trabalhadores, 39,3 milhões possuem carteira assinada, número estável em comparação com o trimestre anterior.

Os empregados sem carteira somam 13,9 milhões, número que caiu no trimestre, mas cresceu 3,2% em relação ao ano anterior. No setor público, há 12,5 milhões de trabalhadores, com queda de 2,8% no trimestre e alta de 2,9% na comparação anual.

Já os trabalhadores por conta própria somam 25,8 milhões, apresentando estabilidade tanto no trimestre quanto no ano.


Taxa de desocupação é a menor para este período do ano ( Foto: reprodução/ Instagram/@globonews)


Dados adicionais da pesquisa

  • Taxa de desocupação: 6,6%
  • População desocupada: 7,2 milhões
  • População ocupada: 103 milhões
  • População fora da força de trabalho: 66,8 milhões
  • População desalentada (que desistiu de procurar emprego): 3,2 milhões
  • Empregados com carteira assinada: 39,3 milhões
  • Empregados sem carteira assinada: 13,9 milhões
  • Trabalhadores por conta própria: 25,8 milhões
  • Trabalhadores domésticos: 5,8 milhões
  • Trabalhadores informais: 39,5 milhões

Segundo o analista do IBGE William Araujo Kratochwill, o aumento no desemprego neste trimestre é explicado principalmente pelas demissões temporárias, comuns após o período de festas e alta demanda no último trimestre do ano.

Demissões temporárias impactam a taxa de desemprego no primeiro trimestre, mas não refletem tendência negativa.
O número de empregados com carteira assinada se mantém estável, sinalizando segurança para trabalhadores.

Desemprego no Brasil atinge a menor taxa em 10 anos

O Brasil registrou uma taxa de desemprego de 7,5% nos três meses encerrados em abril, o nível mais baixo para esse período em uma década, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta quarta-feira.

Queda em desemprego comprada ao trimestre anterior

Este resultado, que surpreendeu positivamente o mercado, veio abaixo da expectativa de 7,7% prevista em pesquisa da Reuters e representa uma queda de 0,1 ponto percentual em relação aos 7,6% do trimestre anterior, finalizado em janeiro. No mesmo período do ano passado, a taxa de desemprego era de 8,5%.

A coordenadora da pesquisa, Adriana Beringuy, destacou que este resultado confirma a tendência de redução do desemprego observada desde 2023. Com isso, o número de desempregados no trimestre até abril foi de 8,213 milhões, uma queda de 0,9% em relação ao trimestre até janeiro e de 9,7% em comparação com o mesmo período do ano passado.


Homem sendo contratado (Foto: Reprodução/Getty Images Embed/courtneyk)


O total de ocupados no mercado de trabalho aumentou 0,2% em relação aos três meses até janeiro e 2,8% em comparação ao mesmo período de 2023, totalizando 100,804 milhões de pessoas. Notavelmente, o número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado atingiu 38,188 milhões, um aumento de 0,6% ante o trimestre anterior e um recorde na série histórica iniciada em 2012. O contingente de trabalhadores sem carteira assinada também cresceu, chegando a 13,538 milhões, um aumento de 0,7% na mesma base de comparação.

Aumento de empregados comparado ao ano anterior

A renda média real dos trabalhadores foi de R$ 3.151 no trimestre encerrado em abril, um aumento de 0,8% em relação ao trimestre anterior e de 4,7% em relação ao mesmo período de 2023. Com isso, a massa de rendimentos atingiu R$ 313,1 bilhões, estabelecendo um novo recorde.

Especialistas apontam que o mercado de trabalho brasileiro deve continuar aquecido, embora haja preocupações com a inflação, especialmente nos preços dos serviços, à medida que a economia se expande.

Brasil registra recorde de demissões por justa causa

Segundo levantamento feito pela LCA consultores — a maior consultoria econômica do Brasil — o país registrou grande número de demissões por justa causa na primeira parte do ano. O mês de janeiro, por exemplo, obteve 39.111 desligamentos, maior número do mês desde 2004.

Dados

Na apuração da LCA com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego, em janeiro as demissões por justa causa ficaram 11,5% acima dos 34.131 de dezembro e 25,6% a mais do que os 31.454 desligamentos desse tipo em janeiro de 2023.

Já analisando os dados de fevereiro, o total da “famosa” justa causa chegou a 35.667, o que representa uma alta de 25,9% em relação ao mesmo mês do ano anterior, quando houve 28.310 desligamentos.

Possíveis causas

Economistas dizem que a alta se deve à dinâmica do mercado de trabalho, com muitas contratações e demissões, além de influências culturais e conjunturais pós-pandemia.

O responsável pelo levantamento, Bruno Imaizumi, economista da LCA, comentou que “Não sabemos até que ponto essa volta ao trabalho presencial pós-pandemia pode ter contribuído para isso”, diz. “Essas demissões podem ter ocorrido com mais força por conta do comportamento de parte de alguns empregados no local de trabalho, neste momento em que as empresas estão conseguindo avaliar e mensurar melhor o tempo de trabalho de seus funcionários”. Ou seja, muitos trabalhadores se acostumaram com a flexibilidade e conforto do trabalho remoto, onde mesmo com demandas a cumprir, o empregado pode fazer a sua própria maneira.


Número de justa causa acumulado em 12 meses (Gráfico elaborado pela LCA com dados do MTE)

O economista afirmou que o número total de demissões por justa causa ao longo de 12 meses sugere que a tendência de aumento desses desligamentos continuará. O maior número somando os 12 meses anteriores foi de 411.165 demissões, o fato ocorreu em dezembro de 2014. Em fevereiro de 2024, já chegamos em 392.96. Podemos observar o crescimento em relação ao número de janeiro, que foi de 385.605.

O que pode causar justa causa?

Comportamentos inaceitáveis como bullying ou atitudes discriminatórias, furto, fraude, ausência sem justificativa, violação da política da empresa e agressão são alguns dos exemplos das 14 situações em que a justa causa pode ser aplicada.

O artigo 482 descreve outras situações onde o colaborador poderá ser desligado por justa causa.