Esofagite em foco, entenda o problema que levou Bolsonaro ao hospital

O ex-presidente Jair Bolsonaro, de 70 anos, foi diagnosticado com esofagite e gastrite após passar por exames médicos no Hospital DF Star. A inflamação no esôfago, se não tratada adequadamente, pode causar complicações sérias. O boletim médico divulgado no sábado (16) aponta que o quadro é persistente e requer acompanhamento especializado.

A esofagite é uma condição de saúde caracterizada pela inflamação do esôfago, o tubo muscular responsável por transportar alimentos e líquidos da boca até o estômago. Embora possa parecer um problema simples à primeira vista, essa inflamação pode causar desconforto significativo e, se não for tratada corretamente, levar a complicações sérias. Recentemente, a condição ganhou destaque após o diagnóstico do ex-presidente Jair Bolsonaro, o que trouxe a esofagite para o centro das discussões sobre saúde pública.

Causas e Tipos da Esofagite

A causa mais comum da esofagite está diretamente ligada ao refluxo gastroesofágico (DRGE). Esse quadro ocorre quando a válvula na parte inferior do esôfago, chamada cárdia, não se fecha corretamente. Com isso, o conteúdo ácido do estômago consegue retornar, agredindo a mucosa esofágica e causando a inflamação.

Além do refluxo, a esofagite pode ter outras origens, cada uma com suas particularidades:

  • Esofagite eosinofílica: uma condição crônica relacionada a alergias alimentares. Nela, células inflamatórias chamadas eosinófilos se acumulam no esôfago, causando a inflamação.
  • Esofagite medicamentosa: ocorre quando certos medicamentos, como anti-inflamatórios, antibióticos e corticoides, permanecem por tempo prolongado em contato com a parede do esôfago, irritando-a.
  • Esofagite infecciosa: É causada por infecções por vírus, fungos ou bactérias, sendo mais comum em pessoas com o sistema imunológico debilitado.

Matéria sobre a esofagite, condição diagnosticada em Bolsonaro (Vídeo: reprodução/YouTube/Metrópoles)

Sintomas, Diagnóstico e Fatores de Risco

Os sintomas da esofagite podem variar, mas frequentemente incluem azia e uma sensação de queimação persistente. Outros sinais comuns são a dificuldade e dor para engolir (conhecida como disfagia), dor no peito que pode ser confundida com problemas cardíacos, além de rouquidão, tosse seca e um gosto amargo na boca.

Para chegar a um diagnóstico preciso, é fundamental consultar um gastroenterologista. O médico pode solicitar exames como a endoscopia digestiva alta, que permite uma visualização direta do esôfago, e a pHmetria esofágica, que mede o nível de acidez no esôfago ao longo de 24 horas.

Diversos fatores aumentam a predisposição para desenvolver a doença. Entre eles estão o histórico familiar, alergias alimentares, obesidade, tabagismo e consumo excessivo de álcool.

Tratamento e Prevenção

O tratamento da esofagite depende da sua causa. Para casos de infecção, são usados medicamentos específicos, como antibióticos ou antifúngicos. Já para a esofagite causada por refluxo ou a eosinofílica, que são quadros crônicos, o tratamento geralmente envolve mudanças no estilo de vida e o uso de medicamentos contínuos. Em situações mais graves, a cirurgia pode ser uma opção.

O tratamento adequado é crucial para evitar complicações como o estreitamento do esôfago (estenose) e o desenvolvimento de úlceras. A complicação mais séria é o Esôfago de Barrett, uma alteração no revestimento interno do órgão que, em casos raros, pode evoluir para um câncer.

A prevenção da esofagite e o controle de seus sintomas passam pela adoção de hábitos saudáveis:

  • Evitar deitar-se logo após as refeições.
  • Reduzir o consumo de alimentos gordurosos, condimentados e bebidas alcoólicas.
  • Manter um peso saudável e praticar exercícios físicos.
  • Parar de fumar.
  • Evitar roupas muito apertadas, que podem aumentar a pressão abdominal.
  • Nunca se automedicar.

Em última análise, o acompanhamento médico contínuo e a adoção de uma dieta equilibrada são os pilares para o controle da esofagite, garantindo mais qualidade de vida para quem vive com a condição.

Ex-presidente Jair Bolsonaro, tem “intensa esofagite” e “gastrite moderada”, informa boletim médico

Em boletim médico divulgado nesta quarta-feira (2), pela equipe médica de Jair Bolsonaro (PL), indica que o ex-presidente está com uma ‘intensa esofagite” e gastrite moderada”.

Nesta terça (1º), Bolsonaro foi atendido em consulta de emergência, tendo sido orientado pelos médicos a repousar durante todo o mês de julho. O diagnóstico foi divulgado nesta quarta após Jair Bolsonaro ser submetido a realização de uma endoscopia.

O boletim que informou que na manhã de hoje (quarta-feira), o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro se submeteu a uma endoscopia digestiva alta no Hospital DF Star. De acordo com o boletim, foi constatada a presença de intensa esofagite com processo inflamatório, além de erosões da mucosa esofágica e gastrite moderada.


Após ser submetido a uma endoscopia, médicos recomendam repouso ao ex-presidente Jair Bolsonaro (Foto: reprodução/Instagram/@jairmessiasbolsonaro)


Compromissos cancelados

Jair Bolsonaro utilizou uma rede social para informar que diante do seu quadro de saúde, vai cancelar compromissos agendados para Santa Catarina e Rondônia. Bolsonaro disse ainda que ficará em casa em Brasília neste mês. O político de 70 anos, tem sofrido com soluços e vômitos. Em junho Bolsonaro fez exames em um hospital privado em Brasília, depois de ter se sentido mal durante compromissos políticos em Goiás.

No último domingo (29), o ex-presidente esteve presente em uma manifestação em São Paulo.


Equipe médica de Jair Bolsonaro recomenda “moderação na fala”, “dieta regrada” e repouso domiciliar (Foto: reprodução/Instagram/@portalg1)


Intervenção cirúrgica

No mês de abril, Jair Bolsonaro passou por um processo cirúrgico o qual teve a duração de 12 horas. A intervenção cirúrgica teve como objetivo liberar aderências intestinais e reconstruir a parede abdominal. Problemas adquiridos após processos cirúrgicos realizados desde a facada sofrida no período da campanha eleitoral à presidência da república em 2018.

Depois de passar por esse procedimento, Bolsonaro necessitou ficar duas semanas internado no Hospital DF Star para se restabelecer.

Diante do quadro atual do ex-presidente, os médicos optaram por aumentar os medicamentos, os quais Bolsonaro já havia começado a utilizar faz alguns dias, e sugeriram ao político “moderação na fala”, “Dieta regrada” e repouso domiciliar. A ex- primeira dama Michelle Bolsonaro disse que ele precisa “deste tempo para se recuperar completamente”. Disse ainda que tem fé que Deus o ajudará e que em breve ele estará 100% para voltar a sua agenda de trabalho.