EUA, Reino Unido e França defendem Israel durante ataque do Irã

Estados Unidos, Reino Unido e França ofereceram apoio a Israel para enfrentar o ataque de mísseis e drones enviados pelo Irã no último sábado (13). A Jordânia também esteve no combate, mas o país árabe afirma ter atuado por defesa de seu próprio território. 


Mísseis vistos no céu, em Israel. Foto: (Reprodução/Mostafa Alkharouf/Anadolu/Getty Images Embed)


Envolvimento dos Estados Unidos, França e Reino Unido

O Comando Central (Centcom) dos Estados Unidos publicou um comunicado, neste domingo (14), que confirmou a destruição de 80 drones e pelo menos seis mísseis balísticos enviados do Irã e Iêmen, onde está o grupo rebelde aliado ao Irã, o Houthis. 

O porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF), Daniel Hagari, explicou que a França contribuiu para patrulhar o espaço aéreo. De acordo com o Wall Street Journal, navios e caças franceses também foram utilizados no combate. 

O Ministério da Defesa do Reino Unido afirmou ter contribuído com caças da Força Aérea Real britânica e aviões-tanques de reabastecimento que serviram para interceptar ataques aéreos.

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, compartilhou na rede social X (antigo Twitter) um post de agradecimento aos países. “Pelo seu apoio inabalável e pela sua verdadeira amizade em tempos de necessidade”, publicou.



O comunicado do governo da Jordânia, um país árabe, afirmou que derrubou mísseis iranianos para que não caíssem em seu território. Em entrevista à televisão estatal Al-Mamlaka, o ministro das Relações Exteriores da Jordânia, Ayman al-Safadi, comentou que o país iria reagir da mesma forma se os mísseis viessem de Israel. 

Chuva de mísseis

O Irã lançou, no último sábado (13), cerca de 170 drones, 30 mísseis de cruzeiro e 120 mísseis balísticos em direção ao território de Israel. A ofensiva foi uma reação ao ataque israelense contra a embaixada iraniana na Síria, no início do mês, que matou sete membros da Guarda Revolucionária iraniana, incluindo um comandante sênior da guarda. As Forças de Defesa de Israel concluíram que houve a interceptação de 99% dos artefatos lançados pelo Irã.

Israel conta com um sistema de defesa antiaérea composto por diversos mecanismos, incluindo o “Domo de Ferro”, capaz de interceptar e explodir artefatos ainda pelo ar. Entretanto, uma agência estatal de notícias iraniana informou que mísseis conseguiram ultrapassar a proteção israelense.

Donald Trump tem tentativa de adiar julgamento negada

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, teve sua tentativa de adiar o julgamento contra o pagamento de suborno para a atriz pornô Stormy Daniels rejeitada. O julgamento está programado para começar nesta próxima segunda-feira, dia 15.

O juiz Juan Merchan emitiu uma ordem na última sexta-feira, onde negou a moção feita pelos advogados de Trump para adiar o julgamento devido ao excesso de publicidade pré-julgamento, que tem recebido ampla cobertura da mídia.

Decisão não foi surpreendente

A decisão não chegou a ser surpreendente, pois esta é a mais recente de uma série de decisões do tribunal, rejeitando as tentativas que o ex-presidente vinha fazendo para adiar o que será o primeiro julgamento criminal que ele enfrentará.

Mesmo tendo negado uma tentativa semelhante anteriormente, o juiz permitiu que os advogados de Trump iniciassem uma nova moção, que novamente foi negada.


Trump durante campanha presidencial (reprodução/Instagram/@realdonaldtrump)

Donald Trump, no entanto, ainda enfrenta 34 acusações, que incluem a falsificação de registros comerciais sobre o reembolso de pagamentos feitos antes do período eleitoral de 2016, quando ele foi eleito presidente. Os pagamentos foram feitos em dinheiro para a estrela de filmes adultos, alegando um caso extraconjugal que possivelmente ocorreu cerca de uma década antes. Trump se declarou inocente das acusações e negou que o caso tenha ocorrido.

Trump vai comparecer ao tribunal?

Chegou a ser ventilada a informação de que Trump possivelmente não compareceria ao tribunal. No entanto, o pré-candidato replicando a presidência afirmou na última sexta-feira que vai testemunhar no julgamento, que deve começar na próxima segunda-feira.

Durante entrevista coletiva em Mar-a-Lago, enquanto protestava contra as acusações feitas contra ele, afirmou “Estou testemunhando. Eu digo a verdade. Quero dizer, tudo o que posso fazer é dizer a verdade. E a verdade é que não há caso, eles não têm caso”.

Agora, com o tribunal já marcado, ele deve começar com a escolha do júri nesta próxima segunda-feira, onde então deve seguir para as próximas fases.

Faixa de Gaza: ONG dos EUA continua operações humanitárias após ataques

Nesta última quinta-feira (11), o projeto humanitário American Near East Refugee Aid (Anera) retomou as suas operações na Faixa de Gaza. Isso ocorre apesar do ataque de Israel que matou trabalhadores da World Central Kitchen (WCK) no dia 1ª de abril, a razão pela qual as operações foram inicialmente pausadas.

Como sabem, a decisão de interromper temporariamente nossas operações não foi fácil”, afirmou Sean Carrol, presidente e CEO da Anera. “Com o total apoio de nossa equipe de Gaza, determinamos que as circunstâncias mudaram o suficiente para retomar nosso trabalho humanitário vital em Gaza”.

De acordo com Carrol, as autoridades israelenses garantiram maior segurança está sendo estabelecida a partir de medidas que vão proteger os trabalhadores de ajuda humanitária – incluindo os da Anera. Em grande parte, tais concessões podem ser traçadas como conclusões do ataque de 1º de abril, que despertou maior pressão do cenário internacional.


Veículo de ajuda humanitária atingido por ataque israelense (Foto:Reprodução/Mohammed Saber/IstoE)

World Central Kitchen

O incidente, que repercutiu na mídia por todo o mundo, resultou na morte de trabalhadores humanitários do Reino Unido, Polônia, Austrália, Canadá, e Estados Unidos por ataque de drone das Forças de Defesa de Israel (IDF) contra o veículo demarcado onde se encontravam.

Após a confirmação do ataque, várias ONGs optaram por interromper seus esforços na região, uma vez sinalizada a hostilidade de Israel à ajuda humanitária. Mas agora, o evento parece ter sido superado, com a retomada parcial das iniciativas de pacotes de alimentos, kits de higiene, tratamentos médicos, e tendas, entre outras coisas.

Seguimos a direção de nossa equipe em Gaza, que enfrentou morte, perda e destruição desde o início da guerra,” disse Sean Carroll.

Ajuda Humanitária

Desde o início do conflito, Israel tem demonstrado uma atitude quase completamente focada em seus objetivos militares, optando por prosseguir com bombardeios na Faixa de Gaza mesmo com a presença de civis, e aprovando operações na cidade de Rafah, que era para ser um local seguro para refugiados.

Também esse ano, ao final de fevereiro, ocorreu o incidente em que soldados israelenses atiraram contra caminhões que carregavam mantimentos e ajuda humanitária, matando mais de 100 palestinos que se encontravam no local. Apesar da pressão da ONU para um cessar-fogo, Israel deu continuidade ao conflito, priorizando os seus próprios objetivos nacionais.

Durante todo o período do conflito, também foram mortos mais de 175 trabalhadores humanitários da UNRWA, agência das Nações Unidas.

México pede que o Equador seja expulso da ONU após invasão de embaixada

Nesta quinta-feira (11), o México apresentou uma forte denúncia contra o Equador para a Corte Internacional de Justiça (CIJ) em Haia por causa de um ataque à embaixada mexicana, que estava abrigando um refugiado político. Tratava-se do ex-vice-presidente Jorge Glas Espinel, que possuía um mandato de prisão devido à suspeita de corrupção.

O Governo Nacional informa aos cidadãos que Jorge Glas Espinel, condenado à prisão pela justiça equatoriana, foi preso esta noite e colocado sob as ordens das autoridades competentes,” afirmou o secretaria do Equador, após a invasão na sexta-feira passada (6) que causou tensões com o México.

A sede diplomática mexicana abrigava o político desde dezembro do ano passado, e após rompidas as relações com o Equador, imediatamente entrou com um pedido para julgar o caso e expulsão do país como membro da Organização das Nações Unidas (ONU), até que peça desculpas publicamente pela transgressão.


Policiais invadem a embaixada mexicana para prender o ex-vice-presidente (Foto:Reprodução/AFP)

Direito Internacional

O pedido já conseguiu o apoio de países como os Estados Unidos, Canadá, além de vários representantes da América Latina e do Caribe.

A agressão violenta é o que estamos levando à Corte Internacional de Justiça. Esta ação é baseada na convicção de que o uso da força não é o mecanismo,” afirmou a ministra das Relações Exteriores do México, Alicia Bárcena, que adicionou que a ação também deve servir para “estabelecer o precedente de que qualquer Estado que atue como o Equador será expulso das Nações Unidas.

Após divulgadas imagens fortes de policiais invadindo a sede e apontando armas para funcionários mexicanos, até mesmo o governo estadunidense passou de neutro para o lado do México na questão, considerando a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas.

Jorge Glas

De acordo com o Equador, o asilo concedido pelo México seria “ilegal” e continuou dizendo que não deixaria Jorge Glas sair do país. Ele foi vice do presidente Rafael Correa (2007-2017), e foi acusado de desviar fundos públicos durante sua atuação política.

Após a sua prisão na sexta-feira, ele foi hospitalizado nesta segunda (8) por overdose de ansiolíticos, antidepressivos e sedativos, de acordo com um relato policial. Ficou um dia no Hospital Naval do porto de Guayaquil e rapidamente retornou à prisão, mas o caso foi relatado pelo ex-presidente Rafael Correa como tentativa de suicídio, pelo qual o atual presidente Daniel Noboa seria responsável.

Kim Jong-un declara que a Coreia do Norte se preparará para a guerra

Segundo a agência de notícias KCNA, o líder da Coreia do Norte Kim Jong-un afirmou na quarta-feira (10) que é a hora do seu país se preparar para a guerra. A declaração foi feita enquanto ele visitava a Universidade Militar e Política Kim Jong-il, a principal do país, que leva o nome do seu pai. 

De acordo com informações divulgadas, o líder estaria acompanhado de Pak Johg-chon, vice-presidente da Comissão Militar Central, Ri Yong-gil, chefe de Estado-Maior e de Kang Sun-nam, ministro da Defesa Nacional. Ele informou que, devido à situação complexa internacional e da política instável da Coreia do Norte, é necessário “estar mais preparado do que nunca”.  


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Líder norte-coreano em visita a monumento (Foto: reprodução/Kham/Pool via Bloomberg/Getty Images Embed)


Desenvolvimento de armas

O país, ao longo dos anos, focou muito no desenvolvimento de suas armas e em formar laços militares e políticos com a Rússia. Kim afirmou a estudantes e funcionários que, caso o país entre em conflito, é preciso vencer ele de qualquer maneira e que se inimigos optarem por um combate militar, a Coreia fará um golpe final utilizando todos os meios a seu favor. 


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Kim Jong-un e Vladimir Putin (Foto: reprodução/Contributor/Getty Images Embed)


A declaração foi feita após Estados Unidos e Japão anunciarem uma revisão militar de aliança entre os países e dos acordos de tecnologia e defesa. O acordo também visa convencer a Coreia do Norte a desistir do programa nuclear e de mísseis.

Tensão entre países

A Coreia do Norte vive um momento de tensão com a Coreia do Sul, Japão e Estados Unidos. Em fevereiro, Kim Jong-un avisou que não manteria uma conversa com o país vizinho que seria seu inimigo número um e acusou recentemente os americanos e sul-coreanos de praticarem intensamente e com frequência estratégias militares conjuntas.

Os três países vêm fortalecendo sua aliança política e a colaboração militar, já o líder mantém atualmente o mesmo em relação à Rússia e Vladimir Putin. 

Brasileiras são vítimas de racismo durante palestra em Harvard

Duas brasileiras embaixadoras do “Brazil Conference”, evento na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, foram vítimas de racismo, no último sábado (6). As palestrantes Naira Santa Rita e Marta Melo denunciaram três brasileiras que estavam na plateia, ambas brancas, que comentaram sobre as tranças das duas. No final da apresentação, no painel sobre impacto social, as duas comentaram sobre o que haviam acabado de presenciar.

Reação das palestrantes

Naira relatou que três mulheres que estavam sentadas próximo ao palco, em determinado momento do evento, se questionaram “se havia piolho nessas tranças e dreads”. Segundo a brasileira, as agressoras estavam falando sobre o cabelo das duas embaixadoras em inglês, deduzindo que as duas não sabiam falar a língua. Naira disse que, assim que ouviu a conversa das três, repreendeu por um olhar os comentários racistas e as mulheres se retiraram do auditório.

 “O que elas não esperavam é que eu falo inglês. Eu imediatamente as olhei de forma que elas entenderam que eu havia compreendido o racismo que estava acontecendo ali e as mesmas se retiraram”

No final do segundo dia de evento, Naira e Marta se posicionaram sobre a situação que haviam vivido no painel sobre impacto social, mediado pela atriz Regina Casé. Naira disse, no relato, que costuma confrontar o racismo, mas , naquele momento, julgou que poderia perder mais que aquelas mulheres brancas.

“Pois eu e Marta, mulheres negras, temos muito mais a perder do que 3 meninas brancas de Harvard. Se nós as tivéssemos confrontado, nós teríamos sido vistas como mulheres negras raivosas, escandalosas e até mesmo vitimistas”

A carta das duas embaixadoras também reivindicou mais representatividade para o evento e solicitaram medidas efetivas para combater atitudes ou falas racistas no Brazil Conference.

“Enquanto estivermos com discursos cheios de práticas vazias, não só o Brasil, nosso amado país, mas também a Brazil Conference e suas estruturas vão continuar refletindo e perpetuando a manutenção das estruturas racistas, excludentes, que não representam o Brasil que queremos de forma alguma”


Naira e Marta se abraçando depois ler o relato da situação racista que sofreram no Brazil Conference (foto: reprodução/ Brazil Conference)

Quando Naira terminou seu depoimento, as duas pesquisadoras, que estavam visivelmente emocionadas, foram aplaudidas de pé pelo auditório e receberam um abraço de Regina Casé. 

Posicionamento da Conferência

A organização do Brazil Conference lamentou no seu Instagram oficial a situação vivenciada pelas palestrantes e disse repudiar qualquer atitude de discriminação racial. Na nota divulgada, a Conferência afirmou estar trabalhando para encontrar as três agressoras e se comprometeu em desenvolver melhorias na realização do evento do ano que vem.  

“Em elaboração feita de forma coletiva e pelas mãos de todos, o grupo formado se comprometeu em publicar, até a próxima 6ª feira (12.abr.2024), os compromissos para melhorias na realização da conferência de 2025. Como princípio norteador está o comprometimento de que tais episódios não se repetirão”

A Brazil Conference é um evento anual organizado desde 2015 por alunos brasileiros que estudam na Universidade de Harvard. A conferência ocorre sempre no mês de abril.

NASA faz transmissão ao vivo de astronauta voltando à Terra após mais de 200 dias

Neste sábado (6), a NASA realizou uma transmissão ao vivo no X (antigo Twitter) divulgando o retorno da astronauta Loral O’Hara à Terra após 204 dias no espaço. O evento marca o encerramento de uma pesquisa de 6 meses na Estação Espacial Internacional (ISS), e foi acompanhado de outros tripulantes.

Também voltaram à Terra o astronauta russo Oleg Novitskiy (não da NASA, mas sim da Roscosmos), e a participante Marina Vasilevskaya, que é a primeira mulher da Bielo-Rússia após ter sido selecionada para o projeto “Belarusian Woman in Space” em 2022. Os dois passaram 14 dias no espaço durante este voo, mas no total Novitskiy já contabilizou 545 dias registrados no espaço, durante quatro voos.

Os três realizaram a descida na espaçonave Soyuz MS-24, e pousaram de paraquedas na estepe do Cazaquistão, a sudeste da cidade de do Dzhezkazgan, aproximadamente às 4:15 da manhã (horário de Brasília). Além de ser transmitida nas redes sociais (X e YouTube), a cobertura ocorreu no site da agência espacial e no seu aplicativo, NASA+.



Campanha Artemis

Loral O’Hara já afirmou em uma palestra TEDx de 2015 que sempre quis ser uma astronauta, desde ao menos os 8 anos de idade. Em junho de 2017, foi selecionada pela NASA a integrar na turma de próximos tripulantes. Em setembro de 2023, ela foi lançada ao espaço.

Em seu tempo trabalhando para a agência espacial, Loral integrou em vários projetos relacionados à Campanha Artemis, que pretende trazer os Estados Unidos de volta à Lua antes do final da década. Entre as suas colaborações, O’Hara realizou o extenso monitoramento de saúde cardíaca, tratamentos de câncer e técnicas de fabricação espacial durante sua estadia no laboratório em órbita.

Corrida espacial

São pesquisas científicas de valor crescente em anos recentes, com a volta da corrida pela avanço tecnológico no setor astronômico. Trata-se do único setor onde os Estados Unidos (NASA) e a Rússia (Roscosmos) ainda mantém projetos colaborativos após a invasão da Ucrânia.

Além desses dois países, a Agência de Exploração Aeroespacial do Japão (JAXA) recentemente pousou uma sonda na Lua, sinalizando que vários países podem estar na disputa para dominância da última fronteira. São importantes menções também a Índia, e a China, dois países que podem ultrapassar os EUA na corrida espacial.

GPS: sistema pode ser alvo das tensões entre Estados Unidos e China

Entre as várias fragilidades do cenário geopolítico global que foram expostas com o início da guerra entre a Ucrânia e a Rússia, foi fácil para vários países observarem a dependência crítica nos satélites: com um simples ataque de hackers russos na infraestrutura terrestre do sistema Kyivstar, mais de 24 milhões de ucranianos ficaram incomunicáveis em janeiro deste ano. E agora os Estados Unidos se preocupam em relação ao próprio sistema de GPS, em relação a seus rivais.

Além da Rússia, que poderia facilmente lançar um míssil nuclear para a órbita dos satélites, o atual GPS (Sistema de Posicionamento Global) também está ameaçado pela competição com outros sistemas, seja o da União Europeia ou o da China. Com espaço de órbita limitado e em alta demanda, especialistas como o general da Força Aérea americana, John E. Hyten, já advertiram que a vulnerabilidade do sistema transforma os satélites em “alvos grandes, gordos, e suculentos“.

Em anos recentes, a Rússia, a China, a Índia, e os Estados Unidos já testaram mísseis antissatélites. Com o desenvolvimento da tecnologia de comunicações, há uma corrida entre as ferramentas que interrompem os sinais no espaço e as ferramentas que superam esses bloqueios.


Waze poderá ser afetado caso o sistema de GPS seja derrubado (Foto:Reprodução/Globo/Epoca Negócios)

Alternativas ao GPS

O equivalente ao GPS na Rússia é o Glonass, na União Europeia é o Galileo, e na China é o Beidou. Todos tem expandido em anos recentes, e embora a constelação de 32 satélites dos Estados Unidos ainda seja a principal, os seus competidores tem realizado esforços significantes para se tornarem independentes do espaço.

Por exemplo, a China tem investido em uma infraestrutura de 20 mil km de cabos de fibra óptica no subsolo, só para fornecer serviços de tempo e navegação sem depender de sinais do seu sistema Beidou, que é prevista ainda assim para expandir com o lançamento de novos satélites na forma de um sistema parcial.

Devemos aproveitar essa oportunidade estratégica, dedicando todos os nossos esforços para desenvolver capacidades que abranjam todos os domínios – subaquático, terrestre, aéreo, espacial e espacial profundo – o mais rápido possível,” escreveram pesquisadores da China Aerospace Science and Industry Corporation.

Atraso dos Estados Unidos

Em contraste, os Estados Unidos tem tido noção do problema desde a administração de Barack Obama, em 2010, mas nenhum dos planos projetos foi efetivamente posto em prática para lidar com o problema.

Os chineses fizeram o que nós, nos Estados Unidos, dissemos que faríamos,” disse Dana Goward, presidente da Resilient Navigation and Timing Foundation. “Eles estão decididamente em um caminho para serem independentes do espaço.

Caso o sistema americano seja derrubado do ar, é esperado que as consequências afetem desde os aplicativos de navegação civil (Waze, Google Maps, e outros) como também sistemas científicos e militares que utilizam o poder de geolocalização dos satélites, e até navios cargueiros, que ao interrompidos poderiam bloquear o comércio em uma escala global.

Conselho de Direitos Humanos da ONU exige que países parem de vender armas à Israel

Nesta sexta-feira (5) o Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou uma resolução para que países parem de fornecer armas e munições ao país de Israel, seja por meio de repassagem ou venda. A medida foi elaborada pelo Paquistão e tem em mente “prevenir novas violações do direito humanitário internacional e violações e abusos dos direitos humanos”.

O texto teve a maioria de votos a favor (incluindo o Brasil) e também recomenda o cessar imediato de comércio envolvendo equipamentos militares, pedindo pela interrupção de tais operações. Dos 47 países no Conselho, 28 votaram em favor, 6 votaram contra, e 13 se abstiveram.

Entre os países que votaram contra a medida (Argentina, Paraguai, Bulgaria, Malawi) dois deles, a Alemanha e os Estados Unidos, são notáveis porque compõem parte dos poucos países que ainda comercializam armamentos com Israel. Por ter sido aprovado pelo Conselho de Direitos Humanos mas não pelo Conselho de Segurança, é possível que esses países continuem o comércio, sem obrigação por lei internacional.


Em verde, países que reconhecem o Estado da Palestina (Foto:Reprodução/Wikipedia Commons)

Países fornecedores

Atualmente, existem cinco países que fornecem armas e munições à Israel:

  • Os Estados Unidos;
  • O Reino Unido;
  • A França;
  • A Alemanha;
  • A Austrália.

Há pouco tempo, este número era maior, mas outros seis países (Itália, Espanha, Holanda, Bélgica, Japão e Canadá) suspenderam suas exportações de equipamento militar após o início do conflito.

Conselhos da ONU

Em alguns casos, tais resoluções tem como objetivo mais aumentar a pressão geopolítica internacional do que de fato impor um julgamento final. Por exemplo, embora o Conselho de Segurança tenha acordado por um cessar-fogo na Faixa de Gaza semana passada (25 de março), o governo israelense ignorou a resolução.

O que de fato pode ajudar a resolver a guerra são as consequências de tal pressão, que faz com que países se tornem menos populares por rejeitar a decisão da ONU. Em ano de eleição nos Estados Unidos, a esfera política tem maior preocupação com tais detalhes, o que pode acabar influenciando diretamente a situação de Israel, que depende de seus aliados internacionais.

Casa Branca força Israel a abrir rotas de ajuda humanitária para Gaza

Nesta sexta-feira (5), o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu anunciou que Israel vai permitir a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza a partir de pontos seletos. Isso ocorreu após um pedido do presidente estadunidense Joe Biden, e a decisão foi saudada pela Casa Branca.

O pedido ocorreu nesta última quinta-feira (4) após um telefonema entre os dois líderes, e forçou a ação de Netanyahu ao estabelecer uma condição para a continuidade do apoio dos Estados Unidos à Israel: a proteção dos civis palestinos em Gaza, que foi pela primeira vez imposta como necessária pelo presidente. E tal proteção requer, de acordo com Washington, a implementação de certas medidas.

Essas medidas, incluindo um compromisso de abrir o porto de Ashdod para a entrega direta de assistência em Gaza, abrir a passagem de Erez para uma nova rota de assistência para chegar ao norte de Gaza e aumentar significativamente as entregas da Jordânia diretamente em Gaza, agora devem ser implementadas completa e rapidamente,” comunicou Adrienne Watson, a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional.


Ajuda humanitária é lançada pelo ar sobre Gaza (Foto:Reprodução/REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa/CNN)

Resposta de Israel

Assim, o gabinete de guerra de Israel rapidamente afirmou a autorização de “medidas imediatas para aumentar a ajuda humanitária à população civil da Faixa de Gaza” que deverão evitar uma crise humanitária sem comprometer a missão de “alcançar os objetivos da guerra“.

No entanto, ainda serão avaliadas as ações imediatas de Israel nos próximos dias, e os Estados Unidos poderão de forma correspondente mudar sua política internacional com relação à Gaza.

Estamos preparados para trabalhar em plena coordenação com o Governo de Israel, os Governos da Jordânia e do Egito, as Nações Unidas e as organizações humanitárias, para garantir que essas importantes medidas sejam implementadas e resultem em um aumento significativo da assistência humanitária que chegue a civis em extrema necessidade em toda Gaza nos próximos dias e semanas,” adicionou Watson.

Ajuda Humanitária

Desde o início do conflito, Israel tem tido problemas com as organizações de ajuda humanitária atuantes na Faixa de Gaza, o que tem criado tensões. De forma mais significativa, Israel manteve bombardeios na cidade de Rafah, que atuava como o principal ponto de escape para o Egito para civis que buscavam se refugiar.

Como ponto ainda mais recente, vale apontar o caso desta terça-feira (2), em que Netanyahu confirmou que as Forças de Defesa de Israel (FDI) mataram sete agentes humanitários da World Central Kitchen (WCK) que estavam em carros blindados e sinalizados como pertencentes da organização.

Agora, os novos pontos de entrada para ajuda humanitária serão o porto de Asdod (35 km de Gaza), e a passagem de Erez (norte do território palestino). Durante os próximos dias, os Estados Unidos devem averiguar se as medidas para a evacuação de civis é satisfatória, ou requer mais alterações.