Brasil aumenta seu estoque de etanol como antídoto para casos de metanol

Na última semana de setembro, foram registradas mortes de jovens em decorrência do consumo de bebidas alcoólicas no estado de São Paulo. O episódio gerou grande preocupação em todo o país, evidenciando a falta de conhecimento sobre os riscos do metanol e a importância de medidas de prevenção para evitar esse tipo de intoxicação, tanto antes quanto após a ingestão de bebidas alcoólicas.

Casos identificados

Até o momento, o Brasil já registra 59 casos de infecção por álcool metanol em todo o país, sendo 53 casos em São Paulo, onde começaram os casos e onde se concentra a maior incidência deles, 5 em Pernambuco e 1 no Distrito Federal.

Dessas infecções, 11 foram identificadas por detecção laboratorial da presença de metanol. O Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse que foi instalado um estoque de etanol farmacêutico nos hospitais federais, além da compra de mais de 4.000 ampulas, frascos pequenos para conter amostras, para abastecer os hospitais públicos em caso de internações.


Alerta do Ministério da Saúde sobre o caso (Foto: reprodução/X/@minsaude)

Posição de Padilha

O Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que, em caso de suspeita de infecção por metanol, os médicos ou farmacêuticos devem indicar, de maneira imediata, o uso do etanol: “Se for mais rápido, o efeito vai ser maior porque ele compete com o metanol no processo de metabolização. Com isso, ele reduziria os efeitos. A utilização dele pode não só evitar a morte, mas também evitar sequelas e agravos”, disse.

O profissional de saúde é obrigado a perguntar àquela pessoa o que ela acha que ingeriu. Se foi em uma festa, a gente identifica e vai identificar quem forneceu a bebida para aquela festa, se alguém que comprou em uma festa menor. Isso permite o rastreamento de onde vem aquela bebida”, completou Padilha.

Como o metanol e o etanol agem no corpo

O etanol pode atuar como antídoto em casos de intoxicação por metanol porque ambos utilizam a mesma via metabólica no organismo, sendo metabolizados pela enzima álcool desidrogenase no fígado.

O problema é que, quando o metanol é metabolizado, gera compostos altamente tóxicos, como formaldeído e ácido fórmico, que causam danos graves ao sistema nervoso central, à visão e podem levar à morte.

O etanol, ao competir com o metanol pela ação dessa enzima, reduz a velocidade com que o metanol é transformado em seus metabólitos tóxicos. Com isso, o organismo ganha tempo para eliminar o metanol de forma mais segura pelos rins e pulmões, diminuindo os efeitos letais da intoxicação.

Preço do Etanol aumenta novamente e chega a R$ 4,11

Pela quarta semana seguida, o preço do combustível etanol aumentou no Brasil. A confirmação veio após uma nova pesquisa da Agência Nacional do Petróleo (ANP) divulgada nesta última sexta-feira (2). Gasolina matém o valor de R$ 6,13. 

Preço dos combustíveis

O valor médio do litro do biocombustível passou de R$ 4,08 (entre os dias 14 e 20 de julho) para R$ 4,11 (de 21 a 27 de julho). Durante a semana ele foi o combustível que sofreu o maior impacto em seu preço médio, enquanto sua versão aditivada sofreu um aumento de 5% indo de R$ 4,12 para R$ 4,33.  

O Valor da gasolina nos postos se manteve estável em relação a semana. Conforme a ANP o patamar atual é o maior do combustível desde setembro de 2023. 


Preço da gasolina se mantém estável (Foto: reprodução/Thiago Gadelha)

Tal como a gasolina, o diesel não obteve alteração em seu valor, ficando em R$ 5,95 o litro médio, assim, interrompendo a sequência de três semanas seguidas em alta. Enquanto o GLP (gás de botijão) teve uma redução de valor, caindo de R$ 103,86 para R$ 103,67.  

Reajuste de Julho

As recentes alterações nos valores são consequências do reajuste de preço da gasolina e do GLP nas refinarias e distribuidoras feita pela Petrobras no início do mês passado. A mudança fez a alta da gasolina ser de 7,11%, indo de R$ 0,20 por litro, para R$ 3,01. 

O reajuste da estatal também aumentou o preço do GLP para distribuidoras para R$ 3,10, fazendo o valor médio do botijão de 13hg chegar a R$ 34,70. 


Petrobras fez reajuste de valores no inicio de julho (Foto: Reprodução/ Fernando Frazão/Agência Brasil)

“Como reflexo do último reajuste de +7,11% anunciado pela Petrobras, no fechamento de julho, tanto o preço do litro da gasolina quanto o do etanol aumentaram em grande parte do País’’, comentou Douglas Pina, Diretor-Geral de Mobilidade da Edenred Brasil, exposto em matéria da UOL.

Já no caso do diesel, a estatal não altera os preços das refinarias desde 27 de dezembro de 2023, no dia foi anunciada a queda de 3,78 para R$ 3,48 no preço do litro. 

Conforme a Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), os preços dos combustíveis continuam defasados após a alteração. A Petrobras estaria vendendo a gasolina com o preço 8% menor em relação ao mercado internacional, enquanto para o diesel a diferença chega a 12%.