ONU reativa sanções contra o Irã após dez anos de suspensão

As sanções da ONU contra o Irã voltaram a vigorar neste sábado (27), encerrando uma década de suspensão. A medida foi acionada pelo mecanismo conhecido como “snapback”, previsto no Acordo Nuclear de 2015 (JCPOA), que permite reativar restrições caso Teerã descumpra suas obrigações.

A iniciativa partiu das potências europeias, Reino Unido, França e Alemanha, que acusam o Irã de violar quase todos os compromissos assumidos no tratado, especialmente no que diz respeito à transparência de seu programa nuclear e à cooperação com inspetores internacionais.

Como foi a votação da ONU

O chamado mecanismo de “snapback”, aprovado pelo Conselho de Segurança na sexta-feira (26), reativa as sanções da ONU impostas entre 2006 e 2010. Na reunião, China e Rússia apresentaram uma proposta para estender por mais seis meses a validade da resolução que sustenta o acordo nuclear de 2015 com o Irã que vence em 18 de outubro.

A ideia era prolongar o prazo até abril de 2026, mas a medida não avançou: apenas quatro dos 15 membros apoiaram o texto, enquanto nove votaram contra e dois se abstiveram.

França, Alemanha e Reino Unido foram contrários ao projeto, reforçando acusações de que Teerã descumpriu compromissos firmados em 2015, cujo objetivo era evitar que o país desenvolvesse uma arma nuclear. O Irã rejeita essas alegações e sustenta que seu programa tem fins exclusivamente pacíficos.


Votação do Conselho de Segurança da ONU sobre sanções ao Irã (Foto: reprodução/Leonardo Munoz/AFP)


Após a votação, o embaixador francês na ONU declarou que o reestabelecimento das sanções não deve ser interpretado como o fim da via diplomática. Já o chanceler iraniano, Abbas Araqchi, pediu ao presidente do concelho que considerasse a decisão inválida e acusou as potências europeias, junto aos Estados Unidos, de criarem um cenário de instabilidade.

Em seu discurso, classificou a medida como “ilegal, imprudente e frágil” e alertou que a postura ocidental estaria dificultando qualquer possibilidade de diálogo.

No dia anterior, o presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, havia dito que o país estava pronto para responder a qualquer cenário, caso as sanções fossem de fato restabelecidas, mas manteve certo otimismo de que a decisão poderia ser revertida.


Presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, durante coletiva de imprensa, em Nova York (Foto: reprodução/AP/Angelina Katsanis)


Ainda na quinta-feira (25), o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores criticou Washington, chamando de contraditórias as declarações sobre negociações diplomáticas. “Não é possível bombardear um país e ao mesmo tempo alegar disposição para o diálogo”, disse no X.

Qual é a situação do programa nuclear iraniano?

Depois da ofensiva israelense contra o Irã, que se estendeu por 12 dias em junho, e dos bombardeios dos Estados Unidos à usina nuclear de Fordow, o real estado do programa nuclear iraniano permanece incerto.

Trump afirmou que a usina de Fordow foi totalmente destruída, enquanto outras análises indicam que o local sofreu sérios danos, mas que o impacto real teria sido apenas o atraso de cerca de dois anos no programa nuclear iraniano.

Segundo o chanceler do Irã, boa parte do urânio enriquecido permanece soterrada sob os escombros. Ainda não há clareza, porém, sobre a situação do maquinário em Isfahan, responsável por enriquecer urânio em nível militar e convertê-lo em metal.

Desde os ataques de junho, inspetores internacionais não conseguiram retomar as visitas às instalações nucleares iranianas.

Trump recorre à Suprema Corte e tenta alterar cidadania por nascimento nos EUA

O governo do presidente Donald Trump levou à Suprema Corte dos Estados Unidos um pedido para revisar a regra da cidadania por nascimento. A solicitação foi feita na sexta-feira (26) e busca dar validade a um decreto assinado em sua gestão.

Atualmente, a 14ª Emenda da Constituição garante que qualquer pessoa nascida em solo americano seja considerada cidadã, mesmo que os pais não tenham documentação regular. Esse entendimento existe há mais de cem anos, mas o governo Trump alega que a interpretação é incorreta e que a regra traz prejuízos ao país.

Questionamentos sobre a 14ª Emenda

No documento enviado ao tribunal, o procurador-geral D. John Sauer afirmou que decisões de instâncias inferiores derrubaram uma medida considerada essencial pela administração Trump, especialmente no controle de fronteiras. Para o governo, manter a cidadania automática significa conceder um direito que, segundo eles, não teria respaldo legal.

O recurso argumenta ainda que a atual interpretação beneficia milhares de pessoas que, de acordo com a visão da gestão Trump, não se enquadrariam nas condições para serem cidadãs americanas. Apesar de já estar em circulação, o material ainda não foi oficialmente protocolado pela Suprema Corte, segundo informações da CNN.

Esse posicionamento contrasta com o entendimento jurídico consolidado nos Estados Unidos desde o fim do século XIX, que considera a 14ª Emenda clara quanto ao direito de nacionalidade. Por isso, a tentativa do governo Trump representa um desafio direto a uma das bases do sistema constitucional do país.

Decisões recentes e novos processos

Esse debate não é inédito. Em junho, a Suprema Corte analisou um processo relacionado ao tema, mas, naquela ocasião, a discussão se concentrou nos limites do poder de tribunais inferiores de suspender medidas presidenciais. O resultado foi de seis votos a favor e três contrários, restringindo, mas não eliminando, a capacidade de barrar políticas desse tipo.


Donald Trump em coletiva de imprensa (Foto: Reprodução/Leon Neal/Getty Images Embed)


A partir dessa decisão, estados e grupos de cidadãos passaram a mover novas ações contra o decreto de Trump, incluindo processos coletivos. Na prática, esses questionamentos jurídicos mantiveram a medida suspensa, impedindo que fosse aplicada de maneira efetiva.

Agora, o pedido apresentado pelo governo busca que a Suprema Corte dê uma resposta definitiva. Caso aceite julgar o mérito, o tribunal terá de decidir se a cidadania por nascimento continuará assegurada pela Constituição ou se a interpretação poderá ser modificada para permitir mudanças na regra. Essa decisão tem potencial de encerrar uma disputa que se arrasta há anos no Judiciário americano.

Justin Bieber se irrita após segurança encostar nele ao sair de culto

Justin Bieber protagonizou um momento de desconforto na noite de quarta-feira (24), após participar de um culto religioso em Los Angeles. Ao deixar o local, o cantor reagiu com uma expressão de incômodo quando um segurança encostou em seu braço para conduzi-lo, atitude que rapidamente chamou atenção do público presente e, depois, das redes sociais. O gesto, aparentemente simples, gerou comentários sobre os limites de contato entre artistas e suas equipes.

A cena foi registrada por câmeras de fãs e repercutiu em sites e perfis dedicados ao cantor, levantando discussões sobre respeito ao espaço pessoal de celebridades. Para muitos admiradores, a reação de Bieber é compreensível, já que até mesmo figuras públicas precisam ter sua privacidade preservada. O episódio reacende um debate constante: até que ponto a proteção e a fama podem invadir o espaço íntimo de quem vive sob os holofotes?

Reação imediata e repercussão

Logo após o culto, o momento viralizou: fãs e espectadores registraram imagens e vídeos em que Bieber repuxa levemente o braço, demonstra contrariedade e até lança um olhar de reprovação ao segurança. A atitude gerou especulações sobre o grau de desconforto do cantor, que costuma manter uma postura reservada em eventos religiosos e públicos.

Nas redes sociais, muitos seguidores defenderam Bieber, alegando que mesmo figuras públicas têm direito à integridade física e que toques, ainda que bem intencionados, devem respeitar o espaço alheio. Outros comentaram que um integrante da equipe de segurança deve estar atento ao “timing” dos contatos com o artista, principalmente em momentos de fragilidade ou introspecção.


Justin Bieber faz cara feia para segurança que o toca após um culto. (foto: reprodução/Instagram/@quem)


A figura da segurança entre artista e público

A presença de seguranças pessoais entre celebridades é prática comum, sobretudo em figuras de grande visibilidade como Bieber. Eles atuam para evitar aglomerações, invasões de coxia e riscos pessoais, mas seu posicionamento exige sensibilidade. Um toque abrupto ou uma abordagem invasiva pode gerar reações inesperadas — como ocorreu.
Especialistas em comportamento e gestão de imagem ressaltam que uma equipe alinhada à personalidade do artista é essencial. Muitos profissionais sugerem que o contato físico só ocorra quando necessário e com aviso prévio, evitando surpresas que podem incomodar ou constranger.

Esse episódio serve como alerta para que artistas e seguranças determinem regras claras de proximidade, toque e comunicação antecipada durante eventos públicos ou momentaneamente íntimos. A confiança mútua é essencial: o artista precisa se sentir livre; a equipe, segura de agir.

Além disso, a situação fortalece o debate sobre limites pessoais, mesmo em contextos de grande visibilidade. No fim, artistas também são humanos e merecem que seu corpo e espaço sejam respeitados, inclusive por aqueles que trabalham para protegê-los.

TikTok está à venda nos EUA após decreto de Trump

O presidente americano Donald Trump, assinou um decreto nesta quinta-feira (25), sobre a venda do aplicativo chinês TikTok, decisão que movimenta o mercado de tecnologia e chama atenção de investidores internacionais.

A gigante chinesa é apontada pelo governo americano como um risco à segurança nacional e aos usuários. Segundo os EUA, o aplicativo coleta dados e realiza espionagem. A ByteDance, empresa que gerencia a plataforma, nega as acusações.

Principais pontos do decreto

A nova empresa que assumirá o TikTok nos Estados Unidos terá sede no país e será controlada majoritariamente por investidores americanos, com menos de 20% da propriedade pertencendo a entidades estrangeiras, incluindo a ByteDance, criadora chinesa da plataforma.

O decreto garante que a companhia americana terá controle total sobre os algoritmos, o código-fonte e as decisões de moderação de conteúdo, com o objetivo de reduzir riscos à segurança nacional e proteger a privacidade dos usuários. Os dados confidenciais dos usuários americanos deverão ser armazenados em um ambiente de nuvem gerido por uma empresa dos EUA, sem interferência de países considerados adversários.

Parceiros confiáveis americanos serão responsáveis por supervisionar atualizações de software, fluxos de dados e algoritmos, além de “retreinar” sistemas que utilizem informações dos usuários locais. O decreto ainda reforça a necessidade de transparência e auditoria constante, garantindo que a operação da plataforma esteja alinhada às exigências de segurança e proteção de dados do governo americano.


As articulações entre EUA e China sobre o aplicativo Tik Tok (Vídeo: reprodução/YouTube/SBT news)

Quem deve entrar na disputa pelo TikTok

A venda do TikTok nos EUA vai atrair grandes empresas e investidores internacionais. Oracle, Silver Lake e MGX devem controlar 45% da nova divisão, enquanto Michael Dell, Rupert Murdoch e fundos como General Atlantic somam 35%. A ByteDance ficará com menos de 20%, como exige a legislação americana.

A Oracle terá papel central, controlando algoritmos, código-fonte e dados dos usuários americanos, em atenção às preocupações de segurança nacional. O conselho terá sete membros, seis indicados por investidores americanos e um pela ByteDance. A transação foi avaliada em US$ 14 bilhões e deve ser concluída em até 120 dias, marcando uma das maiores movimentações recentes do mercado de tecnologia.

Trump amplia poder federal e autoriza pena de morte em Washington

Donald Trump, atual presidente dos Estados Unidos da América, assinou nesta quinta-feira (25) um decreto autorizando a aplicação da pena de morte em Washington. A princípio, a medida amplia o controle da Casa Branca sobre a capital federal e fortalece sua ofensiva contra crimes violentos.

Ainda assim, Trump declarou estado de emergência e enviou tropas da Guarda Nacional e agentes federais para apoiar a polícia local. Segundo ele, a cidade enfrenta níveis inaceitáveis de violência, apesar de estatísticas oficiais mostrarem queda nos crimes desde 2023.

Reação local e embate político

Simultaneamente, autoridades municipais contestaram a visão de Trump e destacaram a autonomia do Distrito de Columbia. Assim, a lei de 1973 permite que os moradores elejam um prefeito e um conselho, mas crimes locais e federais seguem sob jurisdição do Congresso. A capital estadunidense proibiu a pena de morte para crimes locais, embora a lei federal ainda a permita em determinados casos.

Por outro lado, a procuradora-geral Pam Bondi afirmou que o Departamento de Justiça buscará ampliar o uso da pena de morte em todo o país. Já promotores federais foram incentivados pelo governo a endurecer as acusações, mesmo em delitos considerados locais.


Trump pede pena para assassinos (Vídeo: reprodução/YouTube/@JovemPanNews)

Outras polêmicas recentes

Nos últimos meses, Trump acumulou novas controvérsias. Ele acusou o Partido Democrata de pagar US$ 11 milhões à cantora Beyoncé para apoiar Kamala Harris na corrida presidencial. A declaração surgiu em sua rede Truth Social e provocou forte reação. Em outro cenário, o republicano classificou o movimento Antifa como grupo terrorista e criticou a Organização das Nações Unidas, a ONU, durante um discurso na 80ª Assembleia Geral. Para Trump, a organização tem “muito potencial”, mas se perde em discursos sem efeito real.

A polêmica mais recente surgiu com uma estátua em frente ao Capitólio que retrata Trump ao lado de Jeffrey Epstein. Concomitantemente, a obra finca em questionamentos sobre a relação entre o presidente e o empresário, acusado de crimes sexuais antes de sua morte.

Trump ameaça reduzir G20 a fórum econômico e cortar debates sociais

O governo do presidente Donald Trump anunciou que pretende reduzir o G20 a um fórum restrito a questões econômicas quando assumir a Presidência rotativa do bloco, em 2026. Na sequência, a representante americana Allison Hooker divulgou a decisão nesta quinta-feira (25), em reunião paralela à Assembleia Geral da ONU, em Nova York.

Hooker afirmou que Washington cortará da agenda todos os temas secundários, como inclusão social e igualdade de gênero. Por isso, destacou: “O G20 precisa voltar às suas origens”, lembrando que o grupo surgiu em 1999 apenas como espaço de ministros da Fazenda para enfrentar crises financeiras. Também, Hooker reforçou que os Estados Unidos concentrarão esforços em resultados econômicos concretos para os países participantes.

Estratégia americana transforma G20 em 2026

Hooker detalhou que os Estados Unidos simplificarão os processos internos do G20. Eles também reduzirão grupos de trabalho e concentrarão esforços em resultados econômicos concretos.

Não vamos gastar horas debatendo questões sociais controversas. Palavras vazias não resolvem crises financeiras”.

Allison Hooker

Além disso, a estratégia de Trump reforça o caráter isolacionista da política externa americana. O país segue o lema “America first”. Entretanto, muitos líderes consideram o G20 um espaço essencial para tratar de desafios globais além da economia. Isso gera tensão sobre a direção futura do grupo. Por isso, aliados do bloco já planejam formas de manter debates sociais e inclusão na agenda, mesmo diante da pressão americana.


Trump anuncia que a cúpula do G20 2026 será realizada nos EUA, com Miami como sede (Foto: reprodução/X/@alertanews24)

Brasil e África do Sul desafiam mudanças no G20

O Brasil assumiu a presidência do G20 em 2024 e priorizou iniciativas sociais e de inclusão. Por isso, lançou a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Em seguida, promoveu a primeira Cúpula Social do bloco, envolvendo dezenas de países. Além disso, o país impulsionou a reforma de bancos multilaterais de desenvolvimento, ampliando o acesso a crédito para nações do sul global.

Com isso, os Estados Unidos ameaçam reduzir o alcance do G20, mesmo diante dos avanços que o Brasil conquistou e da agenda que a África do Sul conduz na presidência temporária. Entretanto, outros líderes, como o presidente sul-africano Cyril Ramaphosa, destacam a importância de manter debates sobre inclusão social e desigualdade. Por sua vez, há expectativa de que os países do bloco equilibrem prioridades econômicas e sociais. Dessa forma, o G20 sob Trump em 2026 mantém parte dos avanços recentes do bloco.

Mahmoud Abbas pede Estado Palestino e condena Hamas em discurso na ONU

Nesta quinta-feira (25), Mahmoud Abbas, então presidente da Autoridade Palestina, discursou por videoconferência na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (AGNU). De antemão, Abbas não recebeu visto para entrar nos Estados Unidos da América, decisão tomada pelo governo de Donald Trump.

Assim, o político palestino afirmou que não haverá paz sem a criação de um Estado da Palestina. Ele também condenou o grupo Hamas e declarou disposição para dialogar com Trump, mesmo reconhecendo a aliança norte-americana com Israel.

Defesa da Palestina e reconhecimento internacional

A princípio, o líder palestino reforçou que a convivência pacífica entre Palestina e Israel só será possível com justiça. Além disso, destacou a necessidade de instituições modernas, capazes de garantir segurança e estabilidade. Abbas agradeceu o apoio dos 149 países que já reconheceram a Palestina como Estado, incluindo Canadá, França, Portugal e Reino Unido.


Mahmoud Abbas discursa virtualmente durante a AGNU em Nova York, EUA (Foto: reprodução/David Dee Delgado/Bloomberg/Getty Images embed)


Apesar do avanço, Donald Trump criticou esses reconhecimentos em seu discurso na ONU. Sendo assim, o republicano reiterou sua oposição à legitimidade internacional da Palestina e cobrou a libertação imediata de reféns israelenses mantidos pelo Hamas.

Condenação ao Hamas e promessa de governo sem armas

Ainda, Abbas fez duras críticas ao ataque do Hamas contra Israel em outubro de 2023. Ele afirmou que as ações não representam o povo palestino. Além disso, assegurou que o grupo não terá papel em um eventual novo governo de Gaza.

O presidente também pediu que as facções armadas entreguem suas armas à Autoridade Palestina. Segundo ele, o objetivo é criar um Estado estruturado, com forças legais e seguras. Abbas classificou os ataques israelenses em Gaza como “crimes de guerra” e acusou Netanyahu de usar a fome como arma.

Relação com Trump e críticas a Israel


Donald Trump discursa durante a Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU) (Foto: reprodução/Michael M. Santiago/Getty Images embed)


Apesar das divergências, Abbas disse estar pronto para trabalhar com Donald Trump no plano de paz aprovado em setembro. Ele acusou Israel de descumprir os Acordos de Oslo e de prolongar o conflito. Segundo Abbas, apenas o fim da ocupação militar pode abrir caminho para a paz duradoura.

Ao passo que o conflito israelense-palestino continua como um dos maiores impasses do século XXI. Com a guerra em Gaza e as negociações paralisadas, consequentemente o discurso do presidente da Autoridade Nacional Palestiniana traz novamente à tona o debate sobre a criação de um Estado Palestino no centro da Assembleia Geral da ONU.

Estados Unidos afirmam ter identificado sucessivos terremotos na Venezuela

Uma série de ao menos 10 terremotos atingiu o noroeste do território venezuelano na noite dessa quarta-feira (24), segundo dados do Serviço Geológico dos Estados Unidos e do Serviço Geológico da Colômbia. Dos abalos sísmicos, os órgãos consideraram que 2 foram acima de 6 na escala Richter, que mede, comumente entre 0 e 10, a magnitude desses fenômenos. No X, a Fundação Venezuelana de Pesquisas Sismológicas (Funvisis) alertou acerca de um único tremor, de magnitude 3,9. A incompatibilidade de informações surge em um momento de crescente tensão entre Washington e Caracas.

Terremotos não deixaram mortos nem feridos

Entre os abalos de maior magnitude, um avaliado em 6,2 teve seu epicentro a 24km do povoado de Mene Grande, uma área petrolífera do estado de Zulia. Já o outro, de 6,5, concentrou-se no estado de Trujillo. Ambos se fizeram sentir em regiões vizinhas do mesmo país e até na Colômbia, nação que compartilha fronteira com a terra de Nicolás Maduro.

Apesar de circularem vídeos nas redes sociais de danos materiais causados pelos tremores, não houve, até o momento, nenhum comunicado a respeito de vítimas.


Terremoto em Mene Grande causa tremores nas redondezas (Vídeo: reprodução/YouTube/Notícias de Maracaibo)


“Estamos avaliando os danos estruturais que até este momento foram reportados, entre eles, o Hospital Luis Razetti, na localidade de Pueblo Nuevo, no município Baralt, a ponte de San Pedro, também nesse município”, disse o governador do estado de Zulia, Luis Caldera.

“Não temos vítimas ou feridos devido a esse movimento sísmico”, acrescentou ele.

Discordâncias entre EUA e Venezuela aumentam

A diferença do discurso acerca dos recentes fenômenos naturais no país sul-americano não é isolada. Na verdade, Washington e Caracas vivenciam um aumento de tensões a partir de agosto deste ano, quando o líder estadunidense, Donald Trump, dobrou a recompensa financeira por informações que levem à prisão do presidente venezuelano Nicolás Maduro. Com isso, o montante chegou a U$50 milhões, que respondem por mais de R$250 milhões. A justificativa de Trump está no suposto envolvimento de Maduro com o tráfico de drogas direcionado aos Estados Unidos.

Desde então, Trump deslocou frotas navais para o sul do Caribe, nas proximidades com a Venezuela, e alegou, nas redes sociais, ter bombardeado ao menos 3 navios pertencentes a traficantes venezuelanos. O movimento teria gerado a morte de 14 indivíduos.

Há poucas semanas, Maduro reagiu convocando milhares de civis, integrantes da Milícia Bolivariana, para uma preparação militar intensiva na ilha caribenha de La Orchila, além de anunciar a mobilização de 4,5 milhões de milicianos em prol da defesa do país. Pouco depois, os Estados Unidos enviaram 5 caças a uma base militar desativada no Porto Rico.

Ouro e ações dos EUA batem recordes simultaneamente em meio a otimismo do mercado

O mercado financeiro global assiste a um fenômeno incomum: o ouro e o índice acionário S&P 500 dos EUA atingem picos históricos simultaneamente. Na segunda-feira (22), ambos renovaram suas máximas, um feito que se repetiu seis vezes só neste ano e dez vezes no ano passado. Este alinhamento é notavelmente raro, tendo ocorrido antes, de 1970 a 2023, apenas em duas ocasiões, em 1972, logo após o fim da conversibilidade do dólar em ouro.

Historicamente, esses ativos caminham em direções opostas. O ouro, um tradicional “porto seguro“, prospera em tempos de incerteza e pessimismo econômico. Já as ações costumam subir em cenários de crescimento ou quando a expectativa de estímulo monetário é alta. A convivência atual sugere uma encruzilhada, onde medo e confiança se sobrepõem, ou que uma dinâmica mais profunda está em jogo.

Desvalorização do dólar impulsiona ouro e ações americanas

A principal tese para explicar o inusitado recorde duplo é a forte desvalorização do dólar americano. Analistas como Marko Papic, da BCA Research, e Peter Corey, da Pave Finance, apontam para o enfraquecimento da moeda como o catalisador. O Índice Dólar já recuou 10% neste ano, o que favorece o ouro, cotado em dólares, e torna as ações americanas mais atraentes para investidores estrangeiros.

Este declínio é atribuído, em parte, ao esgotamento do impulso fiscal gerado pelos trilhões de dólares injetados na economia dos EUA durante a pandemia. Segundo Papic, o fim da “dominância fiscal americana” é um ponto de virada.


Ouro e ações dos EUA estão em alta simultaneamente (Foto: reprodução/X/@bahiaeconomica)


Risco de repetição histórica, inflação pode ameaçar os recordes de mercado

O paralelo com o início da década de 1970, o último momento de convergência, é um alerta. Na época, a queda da inflação entre 1970 e 1972 impulsionou as ações. Contudo, a aceleração inflacionária em 1973 levou a um aumento brusco nas taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed), resultando na perda de metade do valor do S&P 500.

Especialistas alertam que a sustentação dos recordes atuais dependerá do rumo da economia: se o crescimento for consistente, as ações podem se decolar e manter a alta; se a inflação ressurgir e o Fed agir drasticamente, o mercado pode enfrentar um desfecho semelhante ao de 1973.

Trump insere imagem de caneta automática no lugar da foto de Joe Biden na Casa Branca

 O presidente dos EUA, Donald Trump, na data de ontem, quarta-feira (24), decidiu substituir o retrato oficial do seu antecessor, Joe Biden, por uma imagem de uma caneta automática usada para replicar a assinatura humana, conhecida como “autopen”. A decisão foi tomada em meio à inauguração de sua “Presidential Walk of Fame”, ou “Calçada da Fama Presidencial” em tradução livre, local decorado com fotos em preto e branco de ex-presidentes, na Ala Oeste da Casa Branca. 

A substituição do retrato de Biden, frequentemente alvo de críticas por Trump devido ao uso da autopen durante sua administração, gerou atenção imediata, denotando mais uma vez o embate simbólico entre os dois líderes. Em outras ocasiões, Biden já havia rebatido as falas do atual presidente estadunidense, declarando que: “Eu tomei as decisões sobre os perdões, ordens executivas, legislações e proclamações. Qualquer sugestão de que eu não as fiz é ridícula e falsa”.

Início da polêmica

A questão sobre o uso do autopen ganhou força este ano (2025), após Donald Trump vencer as eleições presidenciais pela segunda vez. Trump ordenou uma investigação oficial sobre o uso do autopen por Biden, alegando que poderia haver uma conspiração para ocultar o estado mental do ex-presidente, declarando que o uso do equipamento indicava um “declínio cognitivo” do ex-mandatário.

Essa mudança de retrato na Casa Branca, portanto, não só reforça uma disputa de narrativas, como também a postura crítica de Trump sobre o uso da autopen em detrimento de uma assinatura manual. A passarela na Ala Oeste não apenas celebra o legado de outros presidentes, mas enfatiza a singularidade de Trump, tanto em seus feitos quanto em suas críticas ao governo anterior.


Donald Trump em inauguração da “Presidential Walk of Fame”, Ala Oeste da Casa Branca (Foto: reprodução/Instagram/@whitehouse)


A criação da “Presidential Walk of Fame” e a escolha de imagens para decorar a Casa Branca têm sido um reflexo das ideias de Trump sobre a construção de seu próprio discurso político. Para especialistas, a inauguração da nova Ala é uma forma de se distanciar das escolhas de Biden e estabelecer uma visão própria de sua presidência, colocando um marco pessoal em um dos espaços mais simbólicos do governo estadunidense.

Resposta de apoiadores de Joe Biden

A resposta veio de Chris Meagher, ex-assistente do secretário de Defesa dos EUA na gestão Biden. Meagher ironizou a atitude de Trump, declarando estar “impressionado” como a Casa Branca tem se empenhado em “tornar a vida mais fácil para as famílias que lutam para sobreviver”. A fala do ex-assistente denota que o ato de Donald Trump seria uma distração sobre temas mais urgentes. 


Publicação de Chris Meagher sobre a “Presidential Walk of Fame”, inaugurada por Donald Trump (Vídeo: reprodução/X/@chrismeagher)

Contudo, a troca de retratos e a inauguração da passarela também revelam uma estratégia de Trump em relação à reeleição e ao seu posicionamento referente ao Partido Democrata. O presidente estadunidense tem moldado seu legado, muitas vezes desafiando as convenções da Casa Branca, indicando que busca a construção de uma imagem de poder pessoal. 

Dessa forma, para especialistas, gestos simbólicos, como a substituição do retrato de Biden por uma caneta automática, fazem parte de uma estratégia maior para reforçar sua identidade e seus princípios políticos para o futuro. Ao utilizar símbolos e imagens, Trump busca por uma narrativa sobre seu mandato presidencial, marcado por decisões consideradas audaciosas e polarizadoras. 

Assim sendo, a atitude do atual mandatário dos EUA, é visto por estudiosos e analistas políticos como um movimento que simboliza mais do que uma simples questão de decoração é uma reafirmação de seu compromisso em contrastar com a administração de Joe Biden, ao mesmo tempo, uma maneira de consolidar sua marca política diante de um público cada vez mais dividido.