16 bilhões de senhas são reveladas no maior vazamento de dados

Pesquisadores da Cybernews descobriram um vazamento de dados que divulgou 16 bilhões de credenciais de login e senhas de contas das mais diversas empresas, como Google, Apple, Facebook, Telegram, GitHub, incluindo até mesmo serviços governamentais.

Os pesquisadores apontaram 30 conjuntos de informações inéditos, com dados que variam entre dezenas de milhões e 3,5 bilhões. O Google sugeriu que os usuários trocassem suas senhas, e o risco sobre links falsos foi notificado via SMS pelo FBI.


Vazamento de dados divulgado pela Cybernews diz que usuários devem se preocupar com suas contas e especialistas averiguam o dado (Foto: reprodução/Freepik/@freepik)

O vazamento de dados

O site The Independent ouviu especialistas sobre o tema, que informaram que os dados roubados não são antigos, mas sim novos, e com alto potencial para exploração e possíveis usos. Os dados foram coletados por meio de infostealers (“ladrões de informações”, em tradução livre), que são malwares capacitados para o roubo de dados.

A maioria dos dados estava disposto em URLs, e em seguida constavam os logins e senhas; desta forma, o acesso a basicamente qualquer serviço online era realizado imediatamente.

Por mais que a exposição tenha durado pouco, o impacto para os usuários pode ser longo. Assim, o ideal é que se use um gerenciador de senha para gerar uma senha forte para sua conta; ativar a autenticação de dois fatores, garantindo maior segurança a conta, e notar qualquer atividade suspeita, como um login ou dispositivo desconhecido.

Os pesquisadores informam que este vazamento de dados é o início de um projeto de exploração em massa, tratando-se de uma inteligência nova e armamento inédito que cresce cada vez mais.

Reação de especialistas

Desde que a notícia sobre o vazamento de dados foi postada pela Cybernews, especialistas analisam a veracidade da informação; seja pelo número exorbitante informado, ou pelo fato de todos os dados serem recentes. A data de todos os registros roubados não foi comentada pela empresa, que notou somente que existem alguns dados de 2025.

Em sua conta do X, um perfil conhecido por sua contribuição na cibersegurança conta que se trata de um compilado de dados que já haviam sido vazados.


Especialista de cibersegurança fala sobre o “megavazamento” de dados (Foto: reprodução/X/@vxunderground)

O comentário é afirmando por Alon Gal, CTO da Hudson Rock, que disse que é uma junção de logins antigos e informações falsas, que provavelmente foram “inventadas”.

Paolla Oliveira defende regulamentação das redes sociais após ação contra perfil fake

Atriz Paolla Oliveira usou suas redes sociais nesta quarta-feira (4) para defender publicamente a regulamentação das plataformas digitais. A declaração ocorre um mês após a Justiça de São Paulo autorizar sua entrada como assistente em uma ação contra o Facebook — caso que envolve o uso indevido de sua imagem por um perfil fake. A publicação de Paolla também coincidiu com a retomada, no Supremo Tribunal Federal (STF), do julgamento que discute a responsabilidade das big techs por conteúdos veiculados em suas plataformas

Plataformas digitais

“É necessário repensar a dinâmica das redes sociais. Ninguém está protegido quando nome e imagem são usados sem consentimento. É urgente impor regras e consequências para esse tipo de conduta”, comentou Paolla Oliveira.

O caso que motivou o desabafo teve início quando Fábio Lucas de Queiroz, criador de uma conta falsa no Facebook com mais de três milhões de seguidores, entrou com ação contra a rede social para tentar recuperar o perfil que havia sido retirado do ar. O detalhe que chamou atenção: o perfil usava a imagem de Paolla Oliveira para promover conteúdo, inclusive publicidade de casas de apostas online. A atriz, ao tomar conhecimento, ingressou como parte interessada no processo, apoiando a decisão da plataforma de excluir a conta.

Embora Queiroz alegue que se tratava apenas de uma “página de fã”, o uso comercial da imagem da atriz sem autorização levanta questões legais delicadas sobre limites entre homenagem e exploração indevida.

“Não se trata de censura, mas de responsabilidade”, ressaltou Paolla, ecoando um debate cada vez mais presente na sociedade brasileira.


Paolla Oliveira e Taís Araújo na EuroDisney (Foto: reprodução/Instagram/@paollaoliveirareal)


Pedido de regulamentação

A discussão sobre a regulamentação das redes sociais avança no país, com o STF analisando a constitucionalidade de eventuais sanções às plataformas por omissão diante de conteúdos ilegais. Especialistas apontam que casos como o de Paolla ilustram o vácuo jurídico atual, onde vítimas de falsidade ideológica ou uso indevido de imagem ainda enfrentam obstáculos para responsabilizar os envolvidos.

Ao se posicionar, Paolla Oliveira dá rosto e voz a uma demanda crescente por regras claras, que protejam não apenas celebridades, mas todos os cidadãos. Em tempos de fake news, perfis falsos e desinformação, a atriz reforça um chamado: redes sociais não podem continuar sendo um “faroeste digital” onde vale tudo — e ninguém responde por nada.

Depoimento de Zuckerberg no processo contra a Meta revela detalhes

Nesta segunda-feira (14), Mark Zuckerberg, prestou depoimento no julgamento antitruste da comissão federal do comércio nos EUA, o FTC. Sendo a primeira pessoa a testemunhar na audiência. Ele respondeu a algumas perguntas relacionada as empresas que estavam em questão durante esse início de processo. Enquanto falava, lembrou do início de seu projeto, descrevendo os anos iniciais, de trabalho e como não ouviu determinados conselhos para vender a empresa no começo.

A situação

A FTC (Comissão Federal dos EUA), deseja que a Meta se desfaça da empresa que engloba o WhatsApp e o Instagram, eles alegam que as aquisições acabaram concedendo um monopólio ilegal, sobre as partes do setor das redes sociais para eles. Mark Zuckerberg já informou que existem mais concorrentes da sua empresa do que foram citados durante o período em que acontecia a audiência. Ele continuou depondo relatando um pouco do que foi a sua trajetória no início das empresas.

Facebook

Conforme o CEO da empresa informou, o Facebook foi criado no ano de 2006, com o intuito de facilitar conexões reais como amigos de verdade, sendo esse o argumento fundamental da FTC, da empresa ser focada no compartilhamento de informações, entre amigos e familiares. Já o dono da Meta informou que a conexão de amigos reduziu, enquanto com o tempo outras partes pertencentes a empresa foram crescendo mais, para Mark Zuckerberg, o foco continua sendo seria a conexão entre pessoas.


Mark Zuckerberg e esposa em evento no dia 5 de abril de 2025 (Foto: Reprodução/Graig T.Fruchtman/Getty Images Embed)


Concorrentes

A Meta vem entrando em conflito com a argumentação relacionada ao número de concorrentes que a comissão de comércio dos EUA esta utilizando, segundo eles plataformas como Tik Tok pertencente a ByteDance, Snapchat da Snap, o YouTube da Google, o iMessage da Apple e o X do Elon Musk, o advogado que defende a empresa, falou que vai contra a lei esse processo que a comissão abriu contra eles.

O julgamento ocorreu nesta segunda-feira (14), dando início ao processo.

AGU remove postagens falsas e combate desinformação nas redes sociais

A Advocacia-Geral da União (AGU) informou que, na última quinta-feira (27), o Facebook e o Instagram removeram postagens que falavam sobre um suposto pedido de indenização. A remoção de conteúdos enganos nas plataformas se deu após solicitação da instituição. As mensagens indicavam que seria necessário pagar uma taxa para resgatar valores devidos a futuras vítimas. As publicações foram retiradas dentro do prazo de 48 horas, conforme pedido da AGU.

Ação Contra Desinformação nas Redes Sociais

A AGU explicou, em comunicado enviado à Justiça, que as plataformas de internet tem o direito de excluir ou bloquear conteúdos que não sigam suas regras de uso. Essa posição está alinhada com uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Segundo a AGU, divulgar informações falsas não é protegido pela liberdade de expressão, uma vez que esse tipo de conteúdo pode causar danos ao público e à administração pública.

A AGU também destacou que a propagação de mentiras nas redes sociais tem como objetivo prejudicar tanto a imagem do governo quanto os usuários das plataformas. Essas informações erradas tentam deslegitimar o trabalho do governo e atrapalhar o funcionamento das instituições.


Monitoramento das Redes Sociais (Foto: reprodução/d3sign/Getty Images Embed)


Outras Ações Contra Fake News

Este não é o primeiro caso de desinformação envolvendo as redes sociais. Em janeiro deste ano, a AGU já havia solicitado a remoção de um vídeo manipulado que circulava no Facebook. O vídeo, que usava inteligência artificial para alterar a fala do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, espalhava uma informação falsa sobre novos impostos, como taxação de animais de estimação, pré-natal e prêmios de apostas esportivas.

A AGU afirmou que a intenção do vídeo era criar confusão e fazer o público acreditar que o ministro havia defendido essas medidas, quando, na realidade, isso não era verdade. A instituição tem tomado medidas para evitar a disseminação de notícias falsas que possam enganar a população e afetar a confiança no governo.

Meta responde AGU sobre retirada de checagem de fatos

Durante esclarecimento para Advocacia-Geral da União (AGU), Meta indicou que suas mais recentes mudanças acontecerão somente nos Estados Unidos, tendo como comprometimento a liberdade de expressão, os direitos humanos e a transparência.

No início do mês, a empresa responsável por redes sociais como o Facebook, Instagram, e WhatsApp, relatou a retirada da checagem de fatos em suas plataformas, o que poderá disseminar, ainda mais, as fake news.


Mark Zuckerberg anuncia fim da verificação de fatos nas plataformas da Meta (Vídeo: reprodução/Instagram/@meta)


Questionamentos da AGU

A Advocacia-Geral da União indagou como a empresa comprovaria o combate de crimes como racismo e homofobia em suas plataformas, que é um preceito legal; depois que o CEO , Mark Zuckerberg, informou que o programa de verificação de fatos será finalizado.

Com as mudanças das plataformas da Meta, comportamentos que antes eram intolerados, agora podem ser realizados nas plataformas. Entre os exemplos está postar xingamento em publicações que falam sobre os direitos de pessoas transgêneros, e relacionar a comunidade LGBTQIA+ a doenças mentais.

A preocupação da AGU é com a violação de normas que asseguram direitos essenciais do povo brasileiro, permitindo a Conduta de Ódio.

Na próxima quinta-feira (16), será realizada uma audiência pública com a participação de agências de checagem de dados, especialistas, entidades da sociedade civil e órgãos do governos, a fim de debater a nova política da empresa.

Esclarecimentos da Meta

O G1 acessou o documento que a Meta encaminhou a AGU quanto ao cumprimento legal. Segundo a empresa, a retirada do programa de verificação ocorrerá somente nos Estados Unidos, onde será testado um sistema de notas da comunidade, similar ao utilizado pelo X (antigo Twitter).

A empresa continua tendo como foco a segurança e privacidade de seus usuários, levando a sério a sua parte na extinção de quaisquer abusos que possam ocorrer em suas plataformas, além de estar comprometida com os direitos e a liberdade de expressão.

Mesmo com as mudanças da “Conduta de Ódio”, a companhia conta que características como etnia, raça, deficiência, religião, nacionalidade, orientação sexual e identidade de gênero continuarão sendo protegidas, e que conteúdos incentivadores de violência e ameaças plausíveis à segurança pública e pessoal serão retiradas.

Postagem com desinformação que possam ocasionar danos físicos, ou interferência direta em processos políticos, como eleições, serão excluídas.

Biden critica retirada de verificadores de fatos pela Meta

Durante uma entrevista nesta sexta-feira, 10 de janeiro, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, criticou a decisão da Meta de encerrar seu programa de verificação de fatos. Biden destacou a necessidade de fornecer contexto e informações adicionais para os usuários das redes sociais. Ele apontou que os gestores dessas plataformas parecem não se importar com a responsabilidade de garantir informações precisas.

A declaração foi feita na Casa Branca, durante o evento de apresentação de um relatório sobre o crescimento do emprego ao longo de seu mandato. Após a divulgação dos dados, o presidente respondeu a perguntas dos jornalistas presentes, incluindo questões sobre a polêmica decisão da Meta.


Símbolos das redes socias que fazem parte do grupo Meta (Foto: reprodução/x/@updatecharts)

Mudanças na política de moderação da Meta

O CEO da empresa Meta, que possui quatro redes sociais, Mark Zuckerberg, anunciou recentemente o fim do programa de verificação de dados, implementado após críticas em 2016 sobre a disseminação de desinformação em suas plataformas. Na época, a empresa lançou a iniciativa para combater fake news e discursos prejudiciais. Agora, Zuckerberg adotou uma abordagem semelhante à do X (antigo Twitter), liderado por Elon Musk, implementando “notas da comunidade“, rótulos de contexto gerados por usuários.

Zuckerberg justificou a decisão alegando que o sistema anterior de verificação era politicamente tendencioso e minava a confiança do público. A mudança foi anunciada pouco tempo depois de Donald Trump assumir o cargo de presidente.

Impacto e controvérsias

A retirada dos verificadores de fatos levanta preocupações sobre a qualidade da informação disponível nas redes sociais. Para Biden, o contexto adicional é essencial para evitar a desinformação e proteger os usuários. No entanto, a decisão da Meta reflete uma tendência crescente entre as grandes plataformas digitais de reduzir as ferramentas formais de moderação e transferir essa responsabilidade para a comunidade. A medida contínua gerando debates sobre o equilíbrio entre liberdade de expressão e combate à desinformação.

Mudanças da Meta sobre temas LGBT+ e discurso de ódio provocam críticas

A Meta, empresa responsável por redes como Facebook, Instagram e Threads, realizou mudanças que afetam diretamente a comunidade LGBTQIA+.

A gigante da tecnologia voltou atrás nas alterações realizadas nos temas LGBT+ disponíveis no Messenger, mas excluiu opções importantes e atualizou suas políticas, permitindo que orientações sexuais e identidades de gênero sejam associadas a doenças mentais. As alterações, anunciadas na última terça-feira (7), estão causando revolta entre usuários, especialistas e organizações que defendem os direitos humanos.

Mudanças nos temas LGBT+ geram críticas

A troca dos temas no Messenger gerou grande repercussão. O tema “Orgulho LGBTQIA+”, que havia sido renomeado para “Arco-Íris”, foi restaurado após críticas nas redes sociais.

Porém, outras opções de diversidade ainda não tiveram o mesmo destino: “Transgênero” foi renomeado para “Doce”, e o tema “Não Binário” simplesmente foi retirado.


Temas alterados do Messenger, que voltaram ao normal após críticas (Foto: reprodução/X)

Ao mesmo tempo, a Meta atualizou suas diretrizes sobre discurso de ódio, permitindo que gênero ou orientação sexual sejam associados a doenças mentais em discussões políticas, ou religiosas.

Para a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), isso representa um grave retrocesso. A entidade já levou o caso ao Ministério Público Federal, pedindo providências, assim como fez no passado com outra rede social, o X (antigo Twitter).

Mudanças nas diretrizes e o fim da checagem de dados

As ações fazem parte de uma reformulação nas políticas da Meta, que inclui o fim do sistema de checagem de fatos nas plataformas e a flexibilização de regras contra discursos de ódio.

Em um vídeo publicado no Instagram, o CEO Mark Zuckerberg justificou as mudanças com a necessidade de proteger a “liberdade de expressão”, apesar dos riscos apontados por especialistas.

As reações nas redes sociais foram imediatas. Especialistas alertam que essas mudanças podem aumentar a disseminação de discursos de ódio e desinformação, especialmente contra minorias.

Para a Antra, a nova postura da empresa pode aumentar casos de discriminação e violência online, principalmente contra pessoas LGBTQIA+.


Mark Zuckerberg falando sobre as novas diretrizes da Meta (Vídeo: reprodução/Instagram/@zuck)


Resta saber como a Meta vai lidar com a crescente pressão por regulamentação em suas redes sociais e pelo respeito aos direitos humanos.

Meta substitui checagem de fatos por notas da comunidade

A Meta, empresa responsável pelo Facebook, Instagram e Threads, anunciou nesta terça-feira (7) a substituição de seu programa de checagem de fatos nos Estados Unidos por um sistema de Notas da Comunidade.

O modelo é inspirado no já usado pelo X (antigo Twitter), a ferramenta permite que os próprios usuários contribuam para a moderação de conteúdos, adicionando informações a publicações consideradas enganosas.


Meta (Foto: reprodução/Yui Mok/Getty Images Embed)


O que são as Notas da Comunidade?

As Notas da Comunidade são uma iniciativa de moderação colaborativa. Usuários voluntários podem propor notas explicativas para publicações, avaliadas por outros participantes da rede. 

Caso uma nota seja amplamente considerada útil e clara, ela será exibida junto à publicação original. Com isso, o sistema busca reduzir a subjetividade e aumentar o alcance das avaliações, funcionando de forma similar à Wikipédia.

Programa de checagem da Meta

Desde 2016, a Meta contava com um programa de checagem de fatos realizados por organizações independentes, como a Reuters e a AFP. Essas parceiras analisavam conteúdos virais nas plataformas e, caso detectassem informações falsas, a Meta aplicava restrições, como redução de alcance ou exibição de alerta. 

Com o novo modelo, o foco será em violações de alta gravidade, enquanto conteúdos menos críticos poderão permanecer no ar com correções colaborativas.

Riscos do novo modelo

Especialistas alertam para os perigos de um sistema dependente da “sabedoria das multidões”. Embora possa democratizar a moderação, há o risco de que indivíduos mal-intencionados disseminem desinformação. 

Além disso, temas sensíveis, como vacinas, eleições e discursos de ódio, podem ganhar mais espaço nas plataformas, já que as ações da Meta serão menos rigorosas.

Funcionalidade das Notas da Comunidade contra desinformação

Estudos apontam que sistemas como este podem reduzir a disseminação de desinformação em cerca de 20%. Contudo, a eficácia depende da diversidade dos participantes e da imparcialidade das avaliações. 

A Meta defende o modelo como mais democrático e menos passível de censura, mas admite que ajustes serão necessários ao longo do tempo.

Impactos e o futuro da moderação de conteúdo

A mudança reflete um movimento da Meta para priorizar a liberdade de expressão, mas levanta dúvidas sobre a segurança informacional dos usuários. Com a implementação gradual nos EUA, a empresa promete aprimorar o sistema antes de expandi-lo globalmente. 

Resta saber se as Notas da Comunidade conseguirão equilibrar liberdade de expressão e combate à desinformação.

MPF busca esclarecimentos da Meta sobre a decisão de Zuckerberg no Brasil

O Ministério Público Federal (MPF), irá formalizar um ofício à Meta, a grande empresa de tecnologia responsável por plataformas como Facebook, Instagram, Threads e WhatsApp.

Essa ação tem como objetivo avaliar as possíveis consequências das novas diretrizes relacionadas à checagem de fatos e políticas de combate à desinformação que foram anunciadas pelo CEO da companhia, Mark Zuckerberg, nesta terça-feira. A preocupação do MPF está centrada em entender como essas mudanças poderão afetar o cenário informativo no Brasil.



Procuradores

Os procuradores estão exigindo que a Meta forneça respostas detalhadas a questionamentos para avaliar o impacto potencial de novas regras no Brasil. Essa ação é motivada pela preocupação com as consequências legais e sociais dessas diretrizes.

Segundo informações do Ministério Público Federal (MPF), o contato com a empresa faz parte de um esforço maior para garantir que qualquer alteração nas suas práticas esteja em conformidade com os direitos dos cidadãos e a legislação brasileira, evitando impactos negativos no sistema jurídico e na segurança dos dados dos usuários.

Mark Zuckerbeg

Mark Zuckerberg, CEO da Meta, anunciou mudanças significativas nas políticas da empresa para combater desinformação e discurso de ódio nas plataformas digitais. As novas diretrizes incluem o término da utilização dos checadores independentes de fatos, que antes ajudavam a identificar informações falsas, e a flexibilização nas diretrizes que regulam a remoção de postagens consideradas problemáticas.

Isso está promovendo uma abordagem mais liberal em tópicos controversos como imigração e questões de gênero, priorizando a liberdade de expressão dos usuários.

Ao invés de confiar em organizações de notícias para verificação de fatos, a Meta passará a permitir que usuários adicionem notas ou correções a informações potencialmente falsas, através de um sistema de “Notas de Comunidade”, semelhante ao utilizado na plataforma X (anteriormente Twitter). Essa estratégia visa modificar a gestão de informações nas plataformas da Meta, levantando questões sobre a responsabilidade e precisão do conteúdo compartilhado.

Meta irá encerrar verificação de fatos e adotar “notas da comunidade”

A Meta, empresa responsável pelo Facebook, WhatsApp e Instagram, anunciou nesta terça-feira (7) que irá encerrar o sistema atual de verificação de fatos, ou ‘fact checking’. A empresa revelou que pretende usar uma solução semelhante à rede social X, antigo Twitter, onde usuários podem escrever notas, sinalizando conteúdo potencialmente inverídico. O anúncio pegou de surpresa as empresas parceiras no modelo atual, que eram especializadas em verificação de fatos.

Os motivos da mudança

Mark Zuckerberg demonstrou discordância sobre o modelo das empresas de verificação de fatos, o bilionário tem apresentado argumentos semelhantes aos do dono do X, Elon Musk.

Tem sido muito tendenciosos politicamente e destruíram mais confiança do que criaram.”

– Mark Zuckerberg

Com a mudança, a Meta espera um efeito semelhante ao visto no X, onde há uma quantidade maior de conteúdo sensível ou falso; mas maior assertividade no banimento de contas ou remoção de conteúdo que vão contra as diretrizes da plataforma


Mark Zuckerberg já enfrentou o Congresso americano, em casos de proteção de dados. (Foto: reprodução/ X/ @iluminatibot)

Usando essa nova política, Mark Zuckerberg demonstra um alinhamento à nova administração da Casa Branca. Em declaração, o bilionário indicou que pretende trabalhar juntamente ao governo de Donald Trump, a partir do dia 20 de janeiro.

Questões políticas

Entre as medidas anunciadas pela Meta, está uma maior recomendação de conteúdo de política nas plataformas. Uma equipe da empresa, focada em moderação de conteúdo, deixará a Califórnia e será fixada no Texas.

Mas parece que estamos em uma nova era agora, e estamos recebendo feedback de que as pessoas querem ver esse conteúdo novamente. Então, vamos começar a colocar isso de volta no Facebook, Instagram e Threads, enquanto trabalhamos para manter as comunidades amigáveis e positivas.”

– Mark Zuckerberg

Zuckerberg também fez declarações sobre países europeus e da América Latina. Sobre esse ponto, ele indicou a necessidade de apoio do governo americano contra uma tendência global de censura, por parte de governos dessas regiões. Sobre a questão da censura, ele mencionou o que chamou de “tribunais secretos”, que solicitam a remoção de conteúdo de maneira discreta.