EUA ampliam triagem em redes sociais de quem solicita visto após passagem por Gaza

Solicitantes de visto dos Estados Unidos que estiveram na Faixa de Gaza a partir de 1º de janeiro de 2007 passam, a partir desta quinta-feira (17/04), a ter suas redes sociais analisadas. A medida foi determinada em todos os consulados norte-americanos por meio de um telegrama interno do Departamento de Estado, assinado pelo secretário Marco Rubio. A decisão foi tomada durante o governo do ex-presidente Donald Trump, com o objetivo de intensificar o controle de entrada de estrangeiros no país.

Segundo o documento obtido pela agência Reuters, todos os pedidos de visto — tanto de imigrantes quanto de não imigrantes — serão submetidos a essa triagem, incluindo aqueles de trabalhadores humanitários e diplomatas. A ordem se estende a qualquer pessoa que tenha estado no enclave palestino, independentemente da finalidade da visita.

Vistos podem ser barrados após análise de segurança

Segundo o telegrama, caso sejam encontradas informações “potencialmente depreciativas” nos perfis analisados, será necessário o envio de um SAO (Security Advisory Opinion). Essa ferramenta consiste em uma investigação interinstitucional que avalia se o requerente do visto representa ameaça à segurança nacional dos EUA.

A decisão foi tomada após a revogação de centenas de vistos pelo governo Trump, incluindo documentos de residentes permanentes legais. A medida foi embasada na Lei de Imigração e Nacionalidade de 1952, que autoriza a deportação de estrangeiros cuja presença seja considerada prejudicial à política externa americana.

Monitoramento atinge organizações humanitárias

O monitoramento das redes sociais dos solicitantes de visto dos EUA também inclui funcionários de organizações não governamentais que atuam ou tenham atuado em Gaza. Mesmo pessoas com funções diplomáticas podem ter seus pedidos afetados, dependendo da avaliação feita durante o processo.


Emblema do Departamento de Estado dos EUA26/01/2017 (Foto: reprodução/Joshua Roberts)

Até o momento, o Departamento de Estado norte-americano não se pronunciou oficialmente sobre a medida. O telegrama com as diretrizes foi enviado a todas as embaixadas e consulados norte-americanos.

Israel recebe corpos de reféns em meio a tensão no Oriente Médio

Os caixões pretos chegaram nesta quinta-feira (20). Dentro deles, estavam os corpos de quatro reféns israelenses, incluindo um bebê de apenas oito meses. A cena, carregada de luto e indignação, marcou um dos momentos mais dolorosos desse conflito.

Entre as vítimas estavam Shiri Bibas, de origem argentina, seus filhos Kfir, de oito meses, e Ariel, de quatro anos, e o idoso Oded Lifschitz, de 83 anos. A família Bibas tornou-se um símbolo do sofrimento dos reféns em Gaza, e a confirmação de suas mortes destruiu as esperanças de quem ainda sonhava com um final diferente.

Indignação global e apelos por dignidade

A ONU condenou a maneira como os corpos foram devolvidos. Volker Turk, chefe de Direitos Humanos da organização, chamou o ato de “abominável” e ressaltou a necessidade de respeito à dignidade das vítimas e suas famílias.

O Hamas alegou que os reféns faleceram em ataques aéreos israelenses e, durante a entrega dos corpos, exibiu um cartaz com a imagem do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu retratado como um vampiro. O gesto provocou revolta e reforçou as tensões entre os dois lados.


Ataque aéreo israelense no campo de refugiados palestinos de Bureij (Foto: reprodução/Eyad Baba/Getty Images Embed)


O luto em Israel e o peso da culpa

Em Israel, o choque se transformou em luto nacional. O presidente Isaac Herzog expressou sua dor e pediu desculpas às famílias. “Não há palavras. Apenas agonia. Perdão por não termos conseguido trazê-los de volta com vida”, declarou.

Enquanto isso, o primeiro-ministro Netanyahu foi alvo de protestos. Familiares dos reféns que ainda permanecem em Gaza marcharam exigindo respostas.

Até agora, 19 reféns israelenses foram libertos em um acordo de cessar-fogo que também resultou na liberação de mais de 1,1 mil palestinos presos. Agora, as negociações para uma nova fase do acordo seguem indefinidas.

O Hamas declarou estar disposto a libertar os reféns restantes, mas as condições para um novo entendimento seguem nebulosas. Enquanto isso, para as famílias que ainda esperam por respostas, o tempo passa cruelmente, entre a esperança e o medo de um desfecho semelhante ao da família Bibas.

Plano dos EUA de assumir a Faixa de Gaza é duramente criticado por Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reprovou a decisão dos Estados Unidos de assumir a Faixa de Gaza. Em uma entrevista a rádios de Minas Gerais nesta quarta-feira (5), Lula acusou mais uma vez Israel de genocídio e afirmou que o plano de Trump é “praticamente incompreensível”.

Lula acusa Israel de genocídio e critica decisão de Trump

Segundo Lula, os EUA incentivaram todas as ações de Israel à Faixa de Gaza, logo, é incompreensível a decisão de Trump de assumir o controle da Faixa de Gaza com o objetivo de recuperá-la enviando tropas para o local.


Lula critica decisão de Trump para Gaza (Vídeo: reprodução Vídeo/YouTube/CNN)

Os EUA participaram do incentivo a tudo que Israel fez na Faixa de Gaza. Então, não faz sentido se reunir com o presidente de Israel e dizer: ‘nós vamos ocupar Gaza, vamos recuperar Gaza, vamos morar em Gaza.’ E os palestinos vão para onde, onde vão viver? Qual o país dele?”, questionou.

Lula continua seu discurso acusando Israel mais uma vez de genocídio. Além disso, afirmou que as pessoas precisam parar de falar “o que lhe vem à cabeça” e que cada um deve “governar o seu país e deixar os outros em paz”.

O que aconteceu em Gaza foi um genocídio, e eu sinceramente não sei se os Estados Unidos, que fazem parte de tudo isso, seriam o país para tentar cuidar de Gaza. Quem tem que cuidar de Gaza são os palestinos.”, continuou.


Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: reprodução/Agência Brasil)

Criação do Estado Palestino e política de convivência harmônica

O presidente concluiu sua fala defendendo a criação do Estado Palestino tal como o Estado de Israel e a criação de uma política de convivência harmônica entre eles. “É disso que o mundo precisa. O mundo não precisa de arrogância, de frases de efeito. O mundo precisa de paz e tranquilidade”, concluiu.

A proposta de Trump foi duramente condenada por diversos especialistas. Segundo a ONU, o Plano dos Estados Unidos se trata de uma limpeza étnica e um crime de guerra.

Trump propõe que EUA assumam controle da Faixa de Gaza

Em coletiva na Casa Branca ao lado do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que os EUA assumirão o controle da Faixa de Gaza, propondo a reconstrução da região e o reassentamento dos palestinos em países como Egito e Jordânia.

A proposta de Trump inclui transformar Gaza em uma “Riviera do Oriente Médio”, desenvolvendo economicamente a área e criando empregos, enquanto os palestinos seriam realocados para nações árabes vizinhas.


Trecho da coletiva (Vídeo: reprodução/YouTube/Metrópoles)

Críticas internacionais e reações adversas

A declaração de Trump gerou reações imediatas e intensas na comunidade internacional. Países como Egito, Jordânia e Arábia Saudita rejeitaram a proposta, argumentando que forçar o reassentamento dos palestinos em nações vizinhas configuraria uma violação dos direitos humanos. O governo saudita reafirmou seu apoio à criação de um Estado palestino soberano, com Jerusalém Oriental como capital, e enfatizou que qualquer solução para Gaza deve respeitar o direito dos palestinos de permanecer em suas terras.

Além disso, organizações humanitárias criticaram a ideia de realocação forçada. A Anistia Internacional classificou a proposta como uma possível limpeza étnica, violando o direito internacional. A ONU também se manifestou contra a iniciativa, alegando que qualquer solução para o conflito deve ser negociada dentro dos parâmetros estabelecidos pelas resoluções do Conselho de Segurança.

Internamente, setores políticos dos Estados Unidos também reagiram. Membros do Partido Democrata classificaram a proposta como impraticável e contrária aos princípios diplomáticos que guiaram a política externa americana por décadas. Em contrapartida, alguns aliados republicanos de Trump demonstraram apoio, destacando que a reconstrução de Gaza sob supervisão americana poderia garantir estabilidade à região.

Implicações geopolíticas e possíveis desdobramentos

Caso a proposta de Trump avance, as consequências podem ser profundas tanto para os palestinos quanto para a estabilidade do Oriente Médio. Especialistas alertam que o deslocamento forçado da população de Gaza poderia intensificar as tensões na região, aumentando a resistência dos grupos palestinos e gerando novos confrontos.

Além disso, a retirada da autonomia palestina na reconstrução do território pode minar os esforços diplomáticos de longo prazo, tornando inviável qualquer negociação futura para um Estado palestino independente. A proposta também afeta diretamente as relações dos EUA com seus aliados árabes, que podem se distanciar da política externa americana caso percebam a medida como uma ameaça à soberania palestina.


Mapa da localização da Faixa de Gaza (Foto: reprodução/Crysal/Shutterstock)

Outro ponto crucial envolve a aceitação da proposta por Israel. Embora Netanyahu não tenha endossado abertamente o plano de reassentamento, Israel mantém uma posição firme contra o retorno do Hamas à governança da Faixa de Gaza. No entanto, delegar o controle total da reconstrução aos Estados Unidos poderia criar atritos com setores mais nacionalistas dentro do governo israelense.

No cenário doméstico, a decisão de Trump pode impactar sua campanha para a reeleição, especialmente entre eleitores conservadores que apoiam uma postura mais firme em relação ao Oriente Médio. Seu governo já havia sinalizado anteriormente um distanciamento das políticas adotadas por administrações anteriores, e essa proposta reforça seu compromisso com uma abordagem mais intervencionista na região.

Trump promete retaliação severa se reféns em Gaza não forem libertos até sua posse

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, intensificou suas declarações sobre o conflito na Faixa de Gaza, enviando um recado direto aos grupos palestinos que mantêm reféns desde o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023. Em publicação na rede social, Truth Social, nesta segunda-feira (2), Trump afirmou que, caso os reféns não sejam libertos até 20 de janeiro de 2025, data de sua posse, “os responsáveis ​​serão atingidos com mais força do que qualquer outro na longa e célebre história dos Estados Unidos da América, libertem os reféns agora!”.


O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump (Foto: reprodução/Anna Moneymaker/Getty Images Embed)


“Se reféns não forem libertados antes de 20 de janeiro de 2025, data em que assumirei com orgulho o cargo de presidente dos Estados Unidos, vão pagar caro no Oriente Médio aqueles que cometeram essas atrocidades contra a humanidade”

Além disso, o Trump ainda prometeu apoio firme a Gaza e a Israel, país que o atual presidente Joe Biden também tem apoiado, embora com críticas ocasionais a maneira como o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu conduz a ofensiva militar na faixa de gaza em 7 de outubro de 2023.

Crise humanitária

Essa declaração do presidente eleito, surge em meio à escalada de tensão na região Palestina e destaca a disposição do futuro governo americano em adotar medidas drásticas contra o palestino, Hamas. Grupo esse que foi responsável por realizar o ataque mais mortal já visto contra Israel, o que resultou em 1208 mortos, sendo a maioria civis. Além de capturarem mais de 250 pessoas, conforme registros israelenses, incluindo cidadãos israelenses e estrangeiros.

Fontes israelenses relatam que cerca de 97 reféns continuam sendo mantidas em cativeiro vivos, mas enfrentam condições precárias em cativeiro. O Hamas, por sua vez, informou que 33 reféns morreram durante a represália de Israel, que resultou na morte de mais de 44.000 pessoas em Gaza, de acordo com números do Ministério da Saúde dos territórios considerados confiáveis pela ONU.


Guerra no Oriente Médio é responsável pelo sumiço de diversos cidadãos (Foto: reprodução/Sean Gallup/Getty Images Embed)


Joe Biden adotou uma postura de apoio crítico ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. A insistência de Netanyahu em continuar a guerra até a erradicação completa do Hamas tem sido alvo de críticas internacionais, principalmente por rejeitar qualquer possibilidade de trégua, ocasionando protestos dentro de Israel que pedem negociações para um cessar-fogo e a liberação dos reféns.

Futuro do conflito

Com a posse de Trump se aproximando, o impasse sobre os reféns promete se tornar um ponto central na política internacional, na diplomacia e no conflito na região, mantendo o mundo em alerta para os desdobramentos dessa questão.

O grupo Hamas exige o fim das operações militares de Israel e a retirada total das forças israelenses de Gaza como condição para libertar os reféns. Netanyahu, no entanto, rejeita categoricamente.

O conflito, que já resultou em mais de 44.400 mortes de palestinos e no deslocamento de grande parte da população de Gaza, vem criando uma situação humanitária sem precedentes.  A situação agrava quando se pensa no alerta para a falta de alimentos, medicamentos e as possíveis doenças na população fora de seu território.

A expectativa em torno das ações do futuro governo americano mantém o mundo em alerta.

Ataques em Gaza intensificam tensões antes de negociações no Egito

As forças israelenses realizaram ataques aéreos e terrestres na Faixa de Gaza, cerca de 70 mortes de palestinos foram registradas nas últimas 24h, segundo as autoridades locais. A ofensiva acontece enquanto o grupo Hamas se prepara para negociações de cessar-fogo no Cairo, com mediação do Egito. Diante do conflito que devasta o território da Faixa de Gaza, as negociações podem ser afetadas devido as tensões que se intensificam após ataques.


Crianças vasculham lixo em busca de comida após ataques na Faixa de Gaza (Foto: Reprodução/Reuters/AFP/Embed/Getty Images/Instagram/@cnnbrasil)

Ofensiva militar e crise humanitária

As operações israelenses estão concentradas em regiões como Beit Lahiya e Nuseira. Os bombardeios e mobilizações terrestres intensificam as tensões dos conflitos atuais. O exército afirma que as ações objetivam neutralizar os combates em Hamas e impedir novos ataques. Porém, mesmo com as medidas tomadas, muitos civis continuam sendo as principais vítimas que enfrentam condições críticas. No norte de Gaza, hospitais estão com as operações reduzidas devido à falta de recursos e ao deslocamento de profissionais de saúde.


Beirute, no Líbano, fica destruída após o cessar-fogo por Israel e Hezbollah (Foto: Reprodução/Reuters/AFP/Embed/Getty Imagens/Instagram/@bbcbrasil)

Esperanças para o cessamento do fogo

A delegação do Hamas, participará das negociações no Egito, busca um acordo que interrompa os ataques aéreos. Apesar das dificuldades, iniciativas recentes, como o cessar-fogo mediado pelo Líbano, renovam esperanças de avanço nas negociações e mudanças do cenário atual.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, solicitou esforços para consolidar a trégua na Faixa de Gaza, abrindo espaço para que Israel e Hamas aproveitem o momento para um diálogo significativo. O conflito foi iniciado há 13 meses após os ataques do Hamas às comunidades israelenses, com mais de 44 mil mortes na Faixa de Gaza, sendo clara a urgência de uma resolução que alivie o sofrimento da população na região.

Ministro de Israel deseja reduzir a população de Gaza pela metade

Bezalel Smotrich, ministro das finanças israelense, disse nesta terça-feira (26), que Israel deveria reduzir pela metade a população de Gaza, por meio da conquista da Faixa de Gaza, realizando uma “emigração voluntária”.

Defensor da ocupação de Israel em terras palestinas, Smotrich é um político de extrema-direita, nascido em um assentamento israelense, reconhecido como território sírio, nas Colinas de Golã.

O plano do ministro de Israel para Gaza

A fala do político sobre a conquista da Faixa de Gaza ocorreu em um simpósio organizado pelo Conselho Yesha, instituição que representa os colonos na Cisjordânia ocupada. Segundo Smotrich, a emigração voluntária é uma “oportunidade única”, que fica disponível mediante o governo de Donald Trump.

Líder do Partido Sionista Religioso, de extrema-direita, o ministro acredita que, em dois anos, a população de Gaza pode ser reduzida pela metade. Em 14 de novembro, o pedido de deslocamento forçado dos palestinos que estão na Faixa de Gaza foi tido pela Human Rights Watch como um crime contra a humanidade, o que foi negado plenamente por Israel, que informou que tais acusações são falsas.

O conflito entre Israel e Palestina

A guerra entre Israel e Palestina é histórica, e em 7 de outubro do ano passado iniciou-se o Conflito Israelo-Palestino de 2023, que vem acontecendo até hoje, deixando milhares de civis mortos na Faixa de Gaza e na Palestina como um todo, tendo o genocídio já completado um ano.


Bombardeio de Israel (Vídeo: Reprodução/Instagram/@motaz_azaiza)


O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, relatou que o número de mortos devido à ofensiva militar desde o princípio da guerra entre Israel e Palestina ultrapassou 44 mil pessoas. Destas mortes, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), aproximadamente 70% são mulheres ou crianças.

O Tribunal Penal Internacional (TPI), emitiu um mandado de prisão na última quinta-feira (21) contra Netanyahu pelos crimes de guerra; bem como para Mohammed Deif, líder do Hamas, que Israel afirma ter matado; e também para Yoav Gallant, ex-ministro da Defesa de Israel.

Bombardeio Israelense em Jabalia na Faixa de Gaza deixa 33 mortos e 85 feridos

Nesta sexta-feira (18), um bombardeio israelense em Jabalia, o maior campo de refugiados da Faixa de Gaza, causou a morte de pelo menos 33 pessoas e deixou 85 feridos, segundo informações da Defesa Civil de Gaza e de médicos locais.

Entre as vítimas fatais, estão crianças, conforme relatado pela agência palestina Wafa. A destruição atingiu várias casas e algumas pessoas permanecem sob os escombros. O ataque ocorre em meio a escalada de tensão entre Israel e o Hamas, que domina a região.

Destruição e vítimas civis

Os moradores de Jabalia, relataram que o exército israelense destruiu dezenas de casas tanto por ataques aéreos quanto por explosões no solo, afirmando que os tanques avançaram pelo campo após atravessarem áreas residenciais.

A operação em Jabalia faz parte de uma ofensiva militar israelense contínua, que começou após os ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023. Segundo as autoridades israelenses, o objetivo da operação é eliminar a presença militar do Hamas na região, mas os danos colaterais aos civis aumentam a cada dia. São mais de 42 mil de palestinos que perderam a vida desde o início dos ataques.


Jabalia, no norte da Faixa de Gaza (Foto: reprodução/Instagram/@cnnbrasil)

Condições críticas e apelo por ajuda humanitária

Os hospitais no norte de Gaza, enfrentam uma crítica situação com os suprimentos médicos e os alimentos estão em níveis alarmantes e apelam por ajuda. O Hospital Kamal Adwan, em particular, está sobrecarregado e teve que tomar decisões difíceis, priorizando casos de adultos gravemente feridos, o que deslocou crianças internadas em cuidados intensivos.

Apesar do envio de caminhões de ajuda por Israel, autoridades locais afirmam que os suprimentos não estão chegando às áreas mais atingidas, incluindo as cidades isoladas. A ONU também relatou ataques a suas instalações, com 231 membros da equipe mortos durante o conflito.

Porta-voz da UNRWA diz que a morte é certa para milhões de palestinos

A Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA) é uma agência que presta assistência humanitária e seu trabalho tem sido de grande importância para os 2,4 milhões de refugiados que vivem na Faixa de Gaza.

Sua porta-voz, a agente sênior de comunicações Louise Wateridge, disse à Agência France-Presse (AFP) nesta terça-feira (20) que “a morte parece ser a única certeza” para os habitantes da região. Wateridge dá um recorte de um conflito que, desde 2023, já matou cerca de 40 mil pessoas.

Ameaça à segurança

Segundo a AFP, nenhum jornalista internacional tem autorização para adentrar o território por Israel, que lança ataques incessantes para eliminar os integrantes do grupo terrorista Hamas. Os palestinos da Faixa de Gaza foram forçados a se deslocar para fugir dos bombardeios, muitas vezes se abrigando em escolas, que servem como acampamentos improvisados.

“Temos a impressão de que as pessoas estão à espera da morte, que parece ser a única certeza nessa situação“, disse Louise, que acredita que nem mesmo estas instituições estão a salvo de ataques, já que nesta terça 12 pessoas morreram em uma escola. Segundo ela, os refugiados têm a impressão de andar em círculos, que as ordens de deslocamento são constantes.


Os palestinos refugiados são obrigados a deslocar em meio ao conflito Israel-Hamas (Foto: Reprodução/Mahmud Hams/AFP/Getty Images Embed)


Os palestinos relataram à AFP que estão esgotados e não querem mais se deslocar, com alguns denunciando a falta de clareza dos mapas israelenses contendo ordem de evacuação, que esses mapas são lançados de aviões ou disponibilizados pela internet, em um território com falta de eletricidade e com redes de comunicação que não funcionam bem.

Risco de doenças

Além de todas as dificuldades trazidas pela guerra, como desabastecimento e o iminente risco à vida, o povo palestino precisa se preocupar com os riscos à saúde. Louise Wateridge reporta que ratos, escorpiões e baratas levam doenças de um abrigo a outro. Ela destaca que o vírus da poliomielite, erradicado há 25 anos no território, voltou a mazelar a população infantil.

A ONU aguarda autorização de Israel para lidar com a situação e garantir a vacinação para crianças menores de dez anos. A porta-voz ressalta: “há desafios terríveis e sem precedentes em termos de propagação de doenças e higiene, devido, em parte, ao cerco imposto por Israel“.

Mesmo com todos estes desafios, Louise afirma que os habitantes de Gaza esperam por um cessar-fogo. O Egito, Catar e Estados Unidos têm agido como mediadores para a negociação com Israel e realizam nesta semana um novo esforço para conseguir uma trégua com o movimento islamista palestino.

Novos ataques de Israel deixam mais de 50 mortos na Faixa de Gaza

Recentemente, o exército israelense realizou novos ataques na Faixa de Gaza, inclusive em uma escola que, segundo estes, estava sendo utilizada por terroristas, justificando as 41 pessoas mortas no local, e os mais de 100 feridos, que foram socorridos pelas equipes de emergência.


Momento em que a escola Deir al-Balah é bombardeada por Israel (Vídeo: reprodução/X/@BeckettUnite)

Segundo o Ministério da Saúde do Hamas, a escola Deir al-Balah, na região central da Faixa de Gaza, abrigava civis que se moveram por conta da guerra, inclusive crianças e adolescentes. Já os militares israelenses dizem que o local era usado por terroristas; um grupo do Hamas estaria se escondendo ali, e mantinham armas e munição.

Demais ataques de Israel

Outros locais foram atacados pelo exército israelense, como Khan Younis, onde, segundo o Hamas, 14 pessoas faleceram. Após alguns foguetes terem sido lançados a partir de certos pontos do bairro, considerados como seguros, uma ordem de retirada foi proferida pelos militares.


O ataque de Israel em Khan Younis (Vídeo: reprodução/X/@ajplus)

Nos últimos três dias, as autoridades de Khan Younis reportaram mais de 400 feridos, e pelo menos 129 mortos. O números se dão devido os “ataques surpresa” israelenses que.

A região, definida como segura por esse mesmo exército, voltou a ser atacada inúmeras vezes. Ainda segundo o gabinete de imprensa de Gaza, mais de 40 pessoas estão desaparecidas desde que os ataques recomeçaram, e cerca de 1.350 chamadas de socorro foram efetuadas por famílias que ficaram presas no leste de Khan Younis.

Segundo o povo que tentou sair de Khan Younis após o alerta de evacuação, a cena das pessoas correndo, desesperadamente, a fim de tentar salvar suas vidas, era como o dia do julgamento.

Investigação de Israel

Um campo de futebol foi atingido nas Colinas de Golã, área da Síria anexada por Israel, deixando mais de 20 feridos, e ao menos 10 mortos. O ataque está sendo averiguado por Israel.

O ataque foi condenado pelo Líbano, de onde vieram os foguetes. O grupo terrorista libanês, Hezbollah, aliado do Hamas, foi culpabilizado pelo bombardeio. Por mais que tenham negado, Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro, relatou que o grupo pagará um alto preço pelo ataque.

Uma nova discussão ocorrerá neste domingo (28), com representantes do Catar, Egito e Estados Unidos. A reunião ocorrerá na Itália, a fim de que Hamas e Israel aceitem a proposta de cessar-fogo, que foi pedido pelo governo do Reino Unido.