Militares israelenses são adicionados à lista de violência contra crianças pela ONU

Os militares de Israel foram adicionados a uma lista mundial de criminosos que cometem violência contra crianças. O Secretário Geral do Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, foi o responsável pela inclusão.

A lista está incluída em uma apresentação para o Conselho de Segurança da ONU, que acontecerá no dia 14 de junho.

O documento aparece dentro de um relatório sobre crianças e conflitos armados.

O relatório

Além da comentada lista, seis violações estão relatadas no relatório, como: Assassinato, ataques a escolas e hospitais, privação de acesso à ajuda e recrutamento, utilização de crianças na guerra, rapto e mutilação. De acordo com uma fonte diplomática anônima, O Hamas e a Jihad Islâmica também estarão na lista, mas ainda não foi divulgada a participação específica de cada grupo nos crimes.

Resposta de Israel


Benjamin Netanyahu e Gilad Erdan, em 2016 (Foto: reprodução/ GALI TIBBON/POOL/AFP via Getty Images Embed)


Segundo Gilard Erdan, emissário de Israel, ele foi devidamente notificado da decisão nesta sexta-feira (07), e classificou a medida como vergonhosa.

“Estou totalmente chocado e enojado com esta vergonhosa decisão do Secretário-Geral”, afirmou ele.

“O exército de Israel é o exército mais moral do mundo, por isso esta decisão imoral apenas ajudará os terroristas e recompensará o Hamas”, disse Erdan.

Guterres não se pronunciou sobre as acusações.

Stephane Dujarric, porta-voz da ONU, disse que o Secretário, ligou para Erdan como “uma cortesia concedida aos países recentemente listados no anexo do relatório”.

Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro do país israelense, foi ainda mais enfático, e disse que a ONU  “se adicionou à lista negra da história quando se juntou àqueles que apoiam os assassinos do Hamas”.

Os dados

A ONU divulgou em maio, dados do Ministério da Saúde de Gaza, em que pelo menos 7.797 crianças foram mortas na faixa de Gaza, nesses 8 meses de guerra.

Mas, sobre o mesmo tema, o gabinete de comunicação social do governo de Gaza levanta o número de 15.500 crianças mortas.

Já em Israel, conta-se que no ataque de 7 de outubro, arquitetado pelo Hamas, 38 crianças foram mortas e mais 42 foram feitas de reféns. Dessas, 40 foram libertas, e 2 ainda estão sendo mantidas em cativeiro, segundo o Conselho Nacional para a Criança de Israel.

O objetivo, com a lista posta no relatório, é condenar ataques que atinjam crianças e pressionar os citados a tornarem indispensáveis medidas de proteção a crianças nos conflitos.

Biden anuncia proposta de cessar-fogo de Israel

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou nesta sexta-feira (31), que Israel tem planos para um acordo de cessar-fogo “global”. Biden discursou na Casa Branca e apresentou a proposta do país, que consiste em um plano de três fases.

A proposta

Israel propôs três fases para negociar com o Hamas:

  • Primeira fase: prevê um cessar-fogo de seis semanas, onde as forças israelenses seriam retiradas de áreas onde habitam o povo no território palestino. Durante essa brecha na guerra, começariam as negociações para a próxima fase.
  • Segunda fase: consiste no fim dos combates e consequentemente a troca de reféns. Muitos palestinos estão presos em Israel, inclusive mulheres e crianças. Nessa fase, alguns reféns israelenses voltariam para seu povo, e eles libertariam o mesmo número de prisioneiros do rival, como recompensa.
  • Terceira fase: caso as anteriores sejam devidamente seguidas, e ainda seja o interesse, o cessar-fogo pode ganhar mais tempo, e chegar então à última fase: a libertação de todos os reféns de Gaza e o fim total do conflito.

O presidente Biden, apelou para que o Hamas considere e aceite o acordo, e que Israel resista a pressão de continuar a guerra.

Após o pedido do norte-americano, o Hamas (que já havia demostrado interesse em uma trégua na Faixa de Gaza, nesta quinta-feira (30), com a mesma troca de prisioneiros, mas tendo o cessar de bombardeios de Israel como tópico essencial) emitiu um comunicado onde diz que irá avaliar a proposta de forma positiva.

Invasão do centro de Rafah e a preocupação de Biden


Palestinos procuram vítimas nos escombros de uma casa destruída por Israel, no centro de Rafah (Foto: reprodução/AFP/Embed From Getty Images)


Em 7 de maio, Israel lançou uma operação a fim de eliminar o Hamas de uma vez por todas, e nesta sexta, seu exército confirmou o avanço de suas tropas no centro de Rafah.

Biden havia dado o ultimato, e ameaçou não apoiar Israel pela primeira vez em anos de história, caso a ofensiva terrestre continuasse. Esse posicionamento teria sido essencial para o pronunciamento de hoje na Casa Branca e todo o planejamento para que a paz reine entre os dois lugares. Segundo Biden esse é o “momento decisivo” e reforçou que criar uma relação aceitável dos israelense com a Arábia Saudita é um objetivo a longo prazo, citando inclusive um grande plano de reconstrução de Gaza ao fim da guerra.

Itamaraty se solidariza pela morte de brasileiro que foi refém do Hamas 

Nesta sexta-feira (24), a morte de Michel Nisenbaum (59) foi lamentada pelo Itamaraty. O brasileiro estava sob o poder do Hamas desde os últimos ataques no dia 7 de outubro do último ano.

O governo brasileiro emitiu um comunicado se solidarizando com a família de Michel e repudiando os atos terroristas do Hamas, que mataram diversas pessoas inocentes. O governo também pediu a libertação dos reféns e o fim das hostilidades na Faixa de Gaza.

A nota emitida diz o seguinte:“O governo brasileiro solidariza-se e manifesta sinceras condolências aos familiares e amigos de Michel Nisembaum, bem como ao povo de Israel”.

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil ainda afirma que Michel estava na lista de sequestrados pelo Hamas desde seu último ataque:“Os atentados tiveram como saldo mais de 1.200 pessoas assassinadas no território israelense e cerca de 250 tomadas como reféns”

Pronunciamento do Presidente Lula

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva se pronunciou no X sobre a morte de Michel, afirmando que o país continuará lutando pela libertação dos reféns do Hamas.

“Soube, com imensa tristeza, da morte de Michel Nisembaum, brasileiro mantido refém pelo Hamas Conheci sua irmã e filha, e sei do amor imenso que sua família tinha por ele. Minha solidariedade aos familiares e amigos de Michel. O Brasil continuará lutando, e seguiremos engajados nos esforços para que todos os reféns sejam libertados, para que tenhamos um cessar-fogo e a paz para os povos de Israel e da Palestina.”, escreveu Lula em sua publicação. 


Presidente Lula e familiares de Michel Nisenbaum (Reprodução/CNN)

Michel já residia em Israel 

O brasileiro, que era nascido em Niterói no Rio de Janeiro, já morava em Israel desde os seus 12 anos e era profissional de computação e possuía dupla nacionalidade. Ele morou na cidade israelense de Sderot, perto da Faixa de Gaza, por 40 anos. Michel deixa dois filhos e seis netos. 

Transporte de ajuda humanitária em píer da Faixa de Gaza é retomado pela ONU

A Organização das Nações Unidas (ONU), retomou, na última sexta-feira (17), o transporte da ajuda humanitária enviada à Faixa de Gaza. Os recursos chegam à costa da região através de um píer construído pelos Estados Unidos; o processo ficou interrompido por dois dias devido à intercepção dos caminhões de ajuda.

Retomada do transporte

De acordo com a CNN, o recebimento de ajuda através do píer voltou a acontecer durante um momento de crescimento da pressão sobre Israel para que seja permitida a entrada de mais ajuda humanitária ao povo da região da Faixa de Gaza. Segundo o veículo, a fome espreita o local.


Palestinos aguardam chegada de ajuda humanitária na costa da Faixa de Gaza (Foto: reprodução/Getty Images embed)


A ONU, por sua vez, diz que o transporte dos suprimentos por terra é a forma mais “viável, eficaz e eficiente” no momento para combater a crise humanitária. A organização afirma que são necessários 500 caminhões por dia para entrar em Gaza; por conta do planejamento de uma nova rota, os transportes ficaram parados por dois dias.

Distribuição de alimentos suspensa

Na última terça-feira (21), a agência da ONU para refugiados palestinos afirmou que a distribuição de alimentos em Rafah foi suspensa. A cidade fica no sul da Faixa de Gaza e a paralisação ocorreu devido a falta de suprimentos e segurança.

Os ataques de Israel nos extremos norte e sul de Gaza neste mês restringiu de forma drástica o fluxo de ajuda à região, levando ao aumento do risco de fome no território palestino. Centenas de milhares de pessoas saíram em êxodo de suas moradias.


Refugiados de Rafah em acampamento (Foto: reprodução/Getty Images embed)


O diretor geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu, em uma coletiva em Genebra, para que Israel permitisse a entrada de auxílio no território, uma vez que o povo corre risco de fome. A passagem de fronteira de Rafah situada entre Gaza e o Egito foi fechada por Israel no dia 7 de maio, com isso, ficou impedido o recebimento de auxílio humanitário e a entrada e saída de pessoas.

Governo israelense apreende equipamentos de trabalho da Associated Press

A agência de notícias Associated Press (AP) teve seus equipamentos de câmera de gravação confiscados, nesta terça-feira (21), por autoridades israelenses. O motivo, segundo as autoridades, é por violação da lei ao transmitir informações ao vivo para a rede de televisão Al Jazeera. 

Os equipamentos foram devolvidos à AP ainda no mesmo dia, após determinação do Ministério de Comunicações do país. 

Emissora fechada 

Em abril, o Estado de Israel determinou o fechamento de todos os escritórios locais da rede de notícias estrangeira Al Jazeera, abrindo espaço para uma disputa entre a emissora e o governo de Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro israelense. 

Junto à proibição de operar no país, a Al Jazeera também teve seu equipamento de trabalho confiscado pelas autoridades, assim como o impedimento de transmissão e o bloqueio de seus websites. 

A Al Jazeera debutou o tenso marco de ser a primeira emissora retirada do ar pelo governo israelense.

A emissora foi removida do ar dos principais serviços de streaming logo após a medida de censura. 

Na época do ocorrido a emissora se manifestou:

“A supressão contínua de Israel à imprensa livre, vista como um esforço para esconder suas ações na Faixa de Gaza, viola o direito internacional e humanitário.”

Além da AP, a Reuters também fornece transmissão ao vivo de Gaza para diversas emissoras e similares, inclusive a Al Jazeera, que criticou a medida e classificou a acusação de ser uma ameaça nacional como uma “mentira perigosa e ridícula”.



Interligados 

Pelo bloqueio da Al Jazeera no país, qualquer transmissão em sua função se tornou uma violação da legislação aprovada em abril, que dá permissão ao governo israelense para a retirada de emissoras estrangeiras, interrompendo por tempo indeterminado suas operações para, segundo eles, garantir a segurança nacional. 

O Ministério de Comunicações de Israel afirmou em um comunicado que a apreensão temporária dos equipamentos da AP em Sderot foi ligada ao fato do fornecimento de material para a Al Jazeera, detalhando que a Associated Press foi notificada na semana passada sobre a proibição de contribuir para a imprensa Jazeera. 

No comunicado, o Ministério afirmou que a câmera confiscada transmitia ilegalmente o norte da Faixa de Gaza ao vivo para a Al Jazeera, inclusive suas atividades de forças de defesa de Israel, o que colocava em risco os combatentes.

Repercussão e movimentações 

A Casa Branca se manifestou quanto ao ocorrido, evidenciando sua preocupação quanto ao incidente. Karine Jean-Pierre, a secretária de imprensa, disse que a Casa Branca analisaria a situação e que acredita existir o direito de um jornalista realizar o seu trabalho. 

A Associated Press (AP), em nota, também deu seu parecer, afirmando que recebeu a ordem de desligar uma transmissão ao vivo que mostrava uma vista da Gaza a partir da cidade de Sderot, em Israel, dizendo que não se baseava no conteúdo, mas sim pautado nos uso abusivo do governo israelense da lei que permite a proibição de emissoras estrangeiras no país. 

A AP afirmou que recebeu uma ordem verbal, em 16 de maio, para encerrar a transmissão, mas no entanto, as recusou a cumpri-la. A agência de notícias não evidenciou seus motivos. 

“A Associated Press condena com veemência as ações do governo israelense de encerrar nossa transmissão ao vivo, mostrando uma visão da Faixa de Gaza, e apreender o equipamento da AP”, afirmou Lauren Easton, representante da AP.

A agência ainda afirmou que cumpriu com a censura militar empregada pelo governo israelense quanto a transmissão de detalhes específicos, como as movimentações das tropas e que as filmagens ao vivo geralmente mostravam a fumaça sobre Gaza.

Autoridade do Hamas promete “arruinar Israel” após ataque com palestinos mortos e feridos

Após 33.545 mortes de palestinos, a guerra entre Israel e Palestina continua. Nesta sexta-feira (12), o exército israelense lutou contra os palestinos no norte e no centro da Faixa de Gaza.

As tropas israelenses se retiraram de Gaza para se prepararem para um ataque à cidade de Rafah, ao sul, onde mais de 1 milhão de palestinos estão abrigados. No entanto, os combates persistiram em várias regiões.

Número de mortos não para de subir

Moradores do campo de Al-Nusseirat (onde refugiados palestinos se abrigam, localizado no meio da Faixa de Gaza), disseram que após uma ofensiva terrestre surpresa na quinta-feira, dezenas de pessoas foram relatadas como mortas ou feridas devido aos bombardeios israelenses por ar, terra e mar, entre eles estava um jornalista turco, identificado como Sami Shahada, que teve sua perna amputada em consequência. Houve relatos de casas e duas mesquitas destruídas durante os ataques.

Já na cidade de Gaza, o ministério da saúde (hoje controlado pelo Hamas), afirmou que 89 palestinos foram mortos por ataques militares israelenses em 24 horas, sendo pelo menos 25 da mesma família, os Tabaribi.

De acordo com a agência de notícias palestina Wafa, helicópteros de guerra israelenses também atingiram casas nos bairros de Zeitoun, Shujayea e Remal, causando mais ferimentos a civis.

O IDF (Forças de Defesa de Israel), afirmou que estavam realizando “uma operação precisa baseada em inteligência” contra militares e sua infraestrutura no centro de Gaza.

No último dia, os caças da IDF atingiram mais de 60 alvos terroristas na Faixa de Gaza, incluindo postos de lançamento subterrâneos, infraestrutura militar e locais onde operavam terroristas armados“, disseram em comunicado militar. “Paralelamente, a artilharia da IDF atingiu a infraestrutura terrorista na região central da Faixa de Gaza.”

Khaled Meshaal


Khaled Meshaal (PPM via Getty Images)


Khaled Meshaal, um dos dirigentes da organização islâmica Hamas, grupo que liderou um ataque ao sul de Israel em 7 de outubro de 2023, disse que vai “arruinar o inimigo em breve”, depois de 6 meses de guerra.

Biden faz críticas a  Netanyahu sobre a guerra em Gaza

Em entrevista ao canal de TV Univision que foi ao ar nesta terça–feira (09), Joe Biden criticou abertamente o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em relação à sua atuação na Faixa de Gaza. Além disso, Biden também cobrou que o chefe do poder  Executivo de Israel acate um cessar-fogo com o Hamas. 

“Peço simplesmente que os israelenses estabeleçam um cessar-fogo, que permitam durante as próximas seis, oito semanas, acesso total a todos os alimentos e medicamentos que entrem [em Gaza]” , enfatizou Joe Biden em entrevista à televisão norte-americana que foi ao ar nesta terça-feira (09). 

Além disso, Biden também teceu fortes críticas direcionadas ao primeiro-ministro israelense, inclusive apontando que não concorda com seu posicionamento diante do conflito. “Acho que ele comete um erro no que faz. Não concordo com o ponto de vista dele”, concluiu o presidente dos EUA. 


Mais de 30 mil pessoas foram mortas na Faixa de Gaza em seis meses de conflito. (Foto: reprodução/Mohammed Faeq/AFP)

Seis meses de guerra em Gaza

O conflito que teve início em outubro de 2023 devido a um ataque do Hamas, que matou cerca de 1.200 pessoas e fez mais de 200 reféns, na fronteira de Gaza com Israel, acaba de completar seis meses de duração. Na atual situação em que se encontra a guerra, tropas israelenses continuam seu domínio sob a Faixa de Gaza, além de bombardeamentos constantes que se concentram principalmente no norte e no centro do território. 

Nesses seis meses em que se perdura o conflito, mais de 30.000 pessoas já foram mortas na Faixa de Gaza, de acordo com o Ministério da Saúde palestino, controlado pelo Hamas. No entanto, no último domingo (7),  países que atuam como mediadores do diálogo entre o grupo terrorista e Israel , como Egito, Estados Unidos e Catar, apresentaram uma proposta de trégua dividida em três fases. 

Histórico do conflito

Em 1947 a Organização das Nações Unidas (ONU) propôs a criação do  Estado de Israel em área na qual pertencia à Palestina, com o intuito de solucionar o antissemitismo. Assim, a partir de 1948, a região foi dividida em dois Estados, um judeu, pertencente à Israel e um árebe, pertencente à Palestina

A configuração proposta pela ONU gerou uma série de conflitos históricos entre os dois povos, com a ocupação de judeus em áreas que, inicialmente, deveriam pertencer aos palestinos.

 Segundo relatório da ONU, desde 2008, Israel matou mais de 6.300 árabes, sendo mais da metade civis, e feriu cerca de 150 mil. Pelo outro lado, o relatório registrou 308  mortes de israelenses por palestinos, no qual 131 eram civis, os feridos somam-se mais de 6.307.

Joe Biden configura mortes de trabalhadores de ONG em Gaza como “inaceitáveis”

Nesta quinta-feira (4), um comunicado emitido pela Casa Branca revelou detalhes da conversa do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. A ligação telefônica entre os líderes ocorreu após a tragédia envolvendo sete funcionários da ONG World Central Kitchen.

No relato compartilhado pelo representante Antony Blinken, Biden classifica as mortes como “inaceitáveis”. Além disso, o presidente exige que Israel tome medidas mais concretas de proteção, tanto para os cidadãos resididos em Gaza, quanto aos voluntários que permanecessem no local para auxiliar nas ajudas humanitárias.

Joe ainda teria reforçado a ideia do cessar-fogo entre o conflito Israel e Palestina – o qual vem defendendo em seus discursos nos últimos meses, assim como outros países.

Posicionamento dos EUA acerca de Israel pode mudar

Ainda segundo o comunicado da Casa Branca, Joe Biden foi firme ao relatar que, se as melhorias acerca das condições de segurança destas pessoas não forem providenciadas, o posicionamento dos Estados Unidos de continuar apoiando o governo israelense pode sofrer alterações.

O ataque horrível dessa semana aos agentes humanitários da World Central Kitchen não foi o primeiro do tipo, mas tem que ser o último. Se não virmos Israel fazendo as mudanças que devem ser feitas, nós mudaremos a nossa política com eles.

Antony Blinken

Entretanto, não foi dito ao certo quais ações políticas o país de fato pretende tomar em relação ao acontecido. No momento, eles esperam apenas uma atualização acerca das atitudes do governo de Israel.

O que aconteceu com os funcionários da ONG na Faixa de Gaza


Comunicado da World Central Kitchen sobre as vítimas do ataque ocorrido na Faixa de Gaza (Foto: reprodução/Instagram/@wckitchen/@chefjoseandres)

Na última segunda-feira (1), um veículo que transportava funcionários da ONG World Central Kitchen (WCK) foi atingido por um ataque aéreo comandado pelo exército israelense. Segundo os responsáveis gerais pela ONG, o transporte já havia passado por uma identificação previamente na região de Gaza.

Ao todo, foram sete mortes confirmadas – três britânicos, uma australiana, um estadunidense e canadense, um polonês e um palestino. A WCK foi fundada pelo chef de cozinha espanhol José Andrés.

Nos últimos meses, a ONG vem traçando uma longa jornada de fornecimento de recursos alimentícios para cidadãos que vivem em situações precárias nos arredores da Faixa de Gaza.

Palestinos morrem afogados em busca de ajuda humanitária

Palestinos morrem novamente, após envios de pacotes de ajuda humanitária, ao menos 12 cidadãos não sobreviveram nesta terça-feira(26), tentando alcançar nos pacotes aéreos que caíram no mar. 

Os habitantes de Gaza sofrem frequentemente com os arremessos dos recursos que lhe são feitos. Recentemente, no início de março, 5 palestinos foram mortos e 10 ficaram feridos, após pacotes caírem do céu sobre eles.

A chegada das ajudas humanitárias 

Segundo imagens recebidas pela CNN, é possível ver diversos palestinos que se arriscaram nadando no mar, para tentar chegar em pacotes arremessados a uma grande distância. 

Uma testemunha que presenciou o acontecido de hoje comentou à CNN, que as ajudas caíram no oceano a pelo menos um quilômetro de distância, além de dar explicações sobre as condições marítimas do dia.



“Havia fortes correntes e todos os paraquedas caíram na água. As pessoas querem comer e estão com fome”, disse Abu Mohammad. “Não tenho conseguido receber nada. Os jovens podem correr e buscar esses auxílios, mas para nós é uma história diferente” completou. A modalidade de envio da ajuda humanitária vem sendo duramente criticada pelos palestinos que não gostam do jeito que são feitas.

Palestinos argumentam a maneira que é disponibilizada essas ajudar

Após entrevista a TV Al Jazeera, o morador de Gaza, Muhammad Sobeih, contestou a proibição de transportes terrestres para a entrega dos pacotes de ajuda. “Porque aqueles que entregam ajuda não podem entregá-la através das travessias?” indagou Sobeih em entrevista. Além disso, esses modelos podem apresentar riscos para os habitantes locais, caso cai em cima deles, tendo em vista os últimos acontecimentos.

Mesmo após diversos questionamentos por parte dos Palestinos, o fornecimento destas ajudas continua sendo feito de forma violenta e apresenta críticas até da ONU(Organização das Nações Unidas).Segundo Richard Gowan, diretor da ONU, seria “uma péssima maneira de entregar ajuda”.

Enquanto não é feita mudanças no jeito de disponibilizarem essas ajudas, autoridades locais reforçam que essas ações feitas são “falhas” e não são “a melhor forma de trazer ajuda”.

Hamas se mostra disposto a cooperar com cessar-fogo aprovado pela ONU

A aprovação do acordo de cessar-fogo imediato feita pelo Conselho de Segurança da ONU nesta segunda-feira (25), fez o grupo islâmico Hamas celebrar a votação do documento. Segundo a CNN, Hamas e expressou sua vontade de iniciar o processo de troca de reféns pelos prisioneiros palestinos imediatamente. O grupo indicou também a vontade de ter um cessar-fogo permanente que retire todos os soldados israelenses da região da Faixa de Gaza. 


Votação do Conselho de Segurança da ONU na cidade de Nova York nos EUA (Foto: reprodução/ John Lamparski/Getty Images – Embed) 


A votação ocorreu em meio a tensão de uma possível intervenção militar israelense em Rafah, que fica no sul da Gaza, onde se encontra milhares de palestinos refugiados e segundo Israel, seria o refúgio de Hamas. 

No relatório aprovado nesta segunda, além da exigência do cessar-fogo, estava também a condição de libertar todos os reféns que continuam no controle de Hamas e a urgência de ampliar o fluxo de ajuda humanitária aos residentes da Faixa de Gaza. O documento foi aprovado com quase unanimidade do conselho que conta com 15 membros permanentes. Apenas os Estados Unidos se abstiveram da votação.  

Relação EUA e Israel 

Após o resultado positivo da reunião do conselho, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, cancelou sua viagem para Washington, para resolver sobre os próximos passos em relação à guerra em Gaza. Segundo o CNN, o porta-voz da Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Kirby, disse estar desapontado com a decisão do ministro, mas deixou claro que não há mudança de posição em relação à abstenção no Conselho de Segurança da ONU. 

Números preocupantes em Gaza 

O Ministério da Saúde de Gaza, disse nesta segunda-feira (25), que mais de 32 mil palestinos foram mortos por militares israelenses, sem contar os que não foram encontrados entre os escombros. Em seis meses de guerra, pelo menos meio milhão de pessoas estão vivendo em condições de fome extrema na região da Gaza, devido à falta de ajuda humanitária, informações da ONU.