Os militares de Israel foram adicionados a uma lista mundial de criminosos que cometem violência contra crianças. O Secretário Geral do Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, foi o responsável pela inclusão.
A lista está incluída em uma apresentação para o Conselho de Segurança da ONU, que acontecerá no dia 14 de junho.
O documento aparece dentro de um relatório sobre crianças e conflitos armados.
O relatório
Além da comentada lista, seis violações estão relatadas no relatório, como: Assassinato, ataques a escolas e hospitais, privação de acesso à ajuda e recrutamento, utilização de crianças na guerra, rapto e mutilação. De acordo com uma fonte diplomática anônima, O Hamas e a Jihad Islâmica também estarão na lista, mas ainda não foi divulgada a participação específica de cada grupo nos crimes.
Resposta de Israel
Benjamin Netanyahu e Gilad Erdan, em 2016 (Foto: reprodução/ GALI TIBBON/POOL/AFP via Getty Images Embed)
Segundo Gilard Erdan, emissário de Israel, ele foi devidamente notificado da decisão nesta sexta-feira (07), e classificou a medida como vergonhosa.
“Estou totalmente chocado e enojado com esta vergonhosa decisão do Secretário-Geral”, afirmou ele.
“O exército de Israel é o exército mais moral do mundo, por isso esta decisão imoral apenas ajudará os terroristas e recompensará o Hamas”, disse Erdan.
Guterres não se pronunciou sobre as acusações.
Stephane Dujarric, porta-voz da ONU, disse que o Secretário, ligou para Erdan como “uma cortesia concedida aos países recentemente listados no anexo do relatório”.
Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro do país israelense, foi ainda mais enfático, e disse que a ONU “se adicionou à lista negra da história quando se juntou àqueles que apoiam os assassinos do Hamas”.
Os dados
A ONU divulgou em maio, dados do Ministério da Saúde de Gaza, em que pelo menos 7.797 crianças foram mortas na faixa de Gaza, nesses 8 meses de guerra.
Mas, sobre o mesmo tema, o gabinete de comunicação social do governo de Gaza levanta o número de 15.500 crianças mortas.
Já em Israel, conta-se que no ataque de 7 de outubro, arquitetado pelo Hamas, 38 crianças foram mortas e mais 42 foram feitas de reféns. Dessas, 40 foram libertas, e 2 ainda estão sendo mantidas em cativeiro, segundo o Conselho Nacional para a Criança de Israel.
O objetivo, com a lista posta no relatório, é condenar ataques que atinjam crianças e pressionar os citados a tornarem indispensáveis medidas de proteção a crianças nos conflitos.