Novas doses de Mounjaro são anunciadas no Brasil

A empresa farmacêutica Eli Lilly informou nesta segunda-feira (15), que trará ao mercado brasileiro novas versões de Mounjaro em dosagens mais elevadas. Segundo a companhia, as canetas contendo 7,5 mg e 10 mg de tirzepatida, substância ativa do remédio, estarão disponíveis nas farmácias a partir da segunda quinzena de setembro e da segunda metade de outubro, respectivamente. 

Dessa forma, os pacientes no Brasil passarão a ter acesso a quatro opções de concentração: 2,5 mg, 5 mg, 7,5 mg e 10 mg. Todas as variações passaram por estudos clínicos e receberam aprovação quanto à segurança.

Preços e dosagens

A Eli Lilly comunicou estar satisfeita em ampliar as opções de dosagens disponíveis no Brasil. Com mais de um século de atuação e conhecimento consolidado na área de cardiometabolismo, a companhia destacou a relevância que o tratamento oferece para pessoas com diabetes tipo 2 e obesidade, ressaltando que agora esses pacientes terão acesso a opções mais potentes, pensadas para atender demandas médicas personalizadas.

A empresa informou ainda que as novas apresentações de Mounjaro serão incluídas no programa “Lilly Melhor Para Você”. Os valores máximos estipulados chegam a R$ 2.599,00 (7,5 mg) e R$ 2.999,00 (10 mg) nas compras realizadas online, enquanto nas farmácias físicas os preços serão de R$ 2.699,00 (7,5 mg) e R$ 3.099,00 (10 mg). Cada caixa corresponde a um mês de tratamento, contendo quatro canetas autoinjetoras.

Em nota oficial, a companhia destacou seu compromisso em manter o fornecimento do medicamento no Brasil, de forma a acompanhar o crescimento da procura. Desde 2020, já foram destinados mais de US$ 50 bilhões para ampliar a estrutura produtiva e garantir a disponibilidade do tratamento.

Outros medicamentos

A tirzepatida faz parte da classe das incretinas, fármacos utilizados para controlar os níveis de glicose no sangue e que também contribuem para a perda de peso. No Brasil, além do Mounjaro, já estão disponíveis outros medicamentos desse mesmo grupo, como a semaglutida, encontrada nas versões Ozempic e Wegovy.


Funcionamento e efeito do Mounjaro (Vídeo: reprodução/Youtube/@BBC News Brasil)

A expansão do uso dessas terapias no país acompanha o aumento das condições que elas tratam. De acordo com o Ministério da Saúde, mais de 10% dos adultos brasileiros convivem com diabetes, enquanto 57% apresentam sobrepeso. Esse cenário coloca o Brasil entre os principais mercados para esse tipo de tratamento.

Mounjaro tem lançamento antecipado no Brasil

Nesta sexta-feira (25), o laboratório Eli Lilly anunciou que o lançamento do Mounjaro no Brasil foi oficialmente antecipado. Marcando um passo importante na chegada do medicamento ao país. A expectativa inicial era de que o remédio só estaria disponível no segundo semestre, mas, agora, a previsão é que ele chegue às farmácias brasileiras a partir da primeira quinzena de maio.

Valores e dosagens revelados

O Mounjaro será vendido em cinco apresentações diferentes: 2,5 mg, 5 mg, 7,5 mg, 10 mg e 15 mg. Cada embalagem virá com quatro canetas injetáveis, e o valor sugerido é de R$ 1.690. Embora o medicamento tenha sido desenvolvido para tratar o diabete tipo 2, estudos e relatos de pacientes também apontam para resultados expressivos na redução de peso — fator que aumentou ainda mais o interesse em torno do produto.


Medicamento Mounjaro fabricado pela Eli Lilly (Foto: reprodução/Jakub Porzycki/Getty Images Eme)

Receita simples e pedido à Anvisa

Uma novidade relevante é a mudança na exigência da prescrição médica: inicialmente considerada de receita azul (controlada), a Anvisa autorizou o uso de receita branca comum, facilitando o acesso para os pacientes. Além disso, o laboratório já solicitou à Anvisa a ampliação da bula para incluir a indicação do Mounjaro no tratamento da obesidade, algo que já ocorre nos Estados Unidos.

Grande expectativa no mercado

A antecipação do lançamento mostra como o laboratório Eli Lilly tem buscado atender de forma rápida a crescente demanda do público brasileiro. A decisão reforça o interesse e a urgência em torno do Mounjaro, considerado por muitos médicos e pacientes como uma alternativa promissora no tratamento do diabetes tipo 2 e, possivelmente, da obesidade.

Agora, todas as atenções estão voltadas para a chegada do Mounjaro às prateleiras das farmácias e para como o mercado vai receber essa novidade tão esperada. Com a expectativa crescendo a cada dia, há uma forte esperança de que o medicamento não só cumpra o que promete, mas também traga mudanças reais e positivas na rotina de quem convive com o diabetes tipo 2 — e, futuramente, da obesidade. Para muitos, ele representa mais do que um tratamento: é uma nova chance de bem-estar e qualidade de vida.

Farmacêuticos são autorizados a prescrever medicamentos; medida gera polêmica

O Diário Oficial publicou, na segunda-feira (17), uma nova resolução do Conselho Federal de Farmácia (CFF) que autoriza farmacêuticos a prescrever medicamentos, inclusive os que exigem receita médica. A norma entra em vigor em 30 dias.

O que permite a nova resolução

A nova resolução do Conselho Federal de Farmácia (CFF), publicada em 20/02/2025, amplia as funções dos farmacêuticos. Agora, eles podem:

  • Prescrever medicamentos, incluindo os que precisam de receita médica (exceto os de “tarja preta”);
  • Renovar receitas feitas por outros profissionais de saúde;
  • Fazer exames físicos, solicitar e interpretar exames para acompanhar o tratamento do paciente;
  • Prescrever medicamentos em emergências, quando houver risco de morte.

Farmacêutica pegando medicamentos (Foto: reprodução/George Frey/Getty Images Embed)


O CFF justificou que as mudanças foram baseadas nas Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Farmácia, a qual prevê que instituições de ensino farmacêutico do país tem como obrigação formar profissionais capacitados para prescrição de medicamentos e outras intervenções em saúde. No entanto, para prescrever medicamentos sob prescrição, o farmacêutico precisa ter Registro de Qualificação de Especialista (RQE) em Farmácia Clínica.

Críticas da classe médica

A resolução causou forte oposição de entendidas médicas. Francisco Eduardo Cardoso, conselheiro do Conselho Federal de Medicina, afirmou que a resolução é “absolutamente ilegal”. O argumento contra a decisão é que a formação do farmacêutico não inclui disciplinas essenciais do curso de medicina, como exame clínico e interpretação de exames. E que aos médicos são requeridos mais tem de experiência em campo antes de formar e poder estabelecer diagnóstico seguro.

“Eles vão ter que responder na Justiça por editarem uma resolução ilegal. O farmacêutico não tem competência legal e técnica para isso. São competências complementares”, afirmou Cardoso.

Posição do Conselho Federal de Farmácia

Mediante as críticas, o CFF rebateu os argumentos médicos, afirmando que a medida é com base na Lei n.º 13.021, de 8 de agosto de 2014, que estabelece como competência dos farmacêuticos “definir o perfil farmacoterápico do paciente”. Com isso, a prescrição terapêutica não é uma atividade exclusiva dos médicos. E que a medida é coberta pela lei que regula a profissão.


Nova norma para prescrição de remédios (Reprodução/YouTube/Jovem Pan News)

O embate entre farmacêuticos e médicos reacende o debate sobre a autonomia dos profissionais da saúde e até que ponto o farmacêutico pode atuar na prescrição de medicamentos sem comprometer a segurança dos pacientes.