Furacão Melissa perde força após devastar o Caribe e segue para a América do Norte

Após atingir o Caribe com uma força fora do comum, o furacão Melissa foi visto se distanciando rapidamente das Bermudas nesta sexta-feira (31). Considerada a pior tempestade que impactou as ilhas caribenhas em um século, Melissa perdeu força e deve atingir o nordeste dos Estados Unidos e o leste do Canadá ainda esta noite, rebaixada a um ciclone extratropical.

De acordo com o Centro Nacional de Furacões (NHC, na sigla em inglês), a passagem deve provocar chuvas intensas e rajadas de vento no sul da península de Avalon, na ilha de Terra Nova, no Canadá. “Depois que Melissa se tornar pós-tropical, é possível que essa noite ocorra um breve período de chuvas intensas e ventos fortes”, informou o NHC em boletim.

Avaliação de danos

Nos países mais atingidos, Jamaica e Cuba, as autoridades seguem contabilizando os danos. Como as estradas estão bloqueadas e os sistemas de comunicação ficaram fora do ar, a avaliação completa pode levar dias. O governo jamaicano confirmou 19 mortes provocadas pela passagem do furacão, que chegou ao país como uma tempestade de categoria 5, o nível mais alto da escala Saffir-Simpson. O Haiti, apesar de não ter sido diretamente atingido, registrou 30 mortos e 20 desaparecidos após fortes chuvas causarem cheias repentinas no sudoeste do país. 


Imagens de destruição do furacão Melissa na Jamaica (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)


Em Santiago de Cuba, segunda maior cidade cubana, Melissa provocou o desabamento de casas e apagões em diversas regiões. Segundo o governo local, cerca de 735 mil pessoas foram evacuadas. O presidente Miguel Díaz-Canel visitou as áreas afetadas e afirmou que o furacão causou “danos significativos”, mas não houve vítimas fatais no país.

O governo dos Estados Unidos anunciou o envio de equipes de resgate e ajuda humanitária para Jamaica, Haiti, República Dominicana e Bahamas, além de ter oferecido apoio a Cuba.

Por que Melissa entrou para a história

Com ventos máximos de 298 km/h, Melissa empatou com outros quatro furacões como a segunda tempestade mais intensa do Atlântico desde 1851 — ficando atrás apenas de Allen (1980), que atingiu 306 km/h, provando a sua devastação. Além disso, a temporada de 2025 já contabiliza três furacões de categoria 5 — Erin, Humberto e Melissa —, o que reforça a tendência de tempestades cada vez mais violentas no Atlântico.

Segundo uma análise do Imperial College de Londres, o fenômeno foi potencializado pelas mudanças climáticas provocadas por atividades humanas, que aumentam o contraste térmico e a energia disponível para formação de ciclones mais destrutivos.

Tornado atinge a França e deixa nove feridos e um morto

Um forte tornado atingiu cidades da região nordeste da França na última segunda-feira (20), deixando nove pessoas feridas e uma morta. A cidade mais afetada foi Ermont, comuna que fica á cerca de 20km de distância de Paris. O fenômeno provocou grandes estragos em residências, comércios e vias públicas, e seu ápice ocorreu por volta das 17h50 (horário local).

O tornado no departamento de Val-d’Oise se destacou entre internautas e profissionais por sua força e alcance, provocando danos severos na cidade e surpreendendo moradores que estão acostumados com tempestades sazonais e ventos fortes na região.

Imagens desesperadoras

Os vídeos registrados por moradores circularam em redes sociais e veículos de imprensa, mostrando a chegada do funil de vento sobre áreas residenciais. As imagens revelam casas destruídas, árvores arrancadas e ruas cobertas por destroços.


Tornado em Ermont, filmado por morador (Vídeo: reprodução/Instagram/@meteoredoffical)

Além disso, três guindastes instalados no centro de Ermont também desabaram com a força dos ventos – um deles caiu sobre um posto de saúde, mas não deixou feridos. A única vítima fatal confirmada até o momento é um homem de 23 anos, cuja identidade não foi revelada. A vítima era trabalhador da construção civil, e estava num canteiro de obras no momento do colapso dos equipamentos.

Segundo autoridades, quatro pessoas estão em estado grave e outras cinco foram feridas. Em sua conta oficial no X (antigo Twitter), o ministro do Interior francês, Laurent Nuñes, lamentou o ocorrido: “Um tornado repentino e extremamente intenso atingiu vários municípios na região #ValdOise, matando uma pessoa e ferindo gravemente várias outras”.

O ministro declarou, ainda, estar acompanhando a situação de perto, expressando seu apoio às autoridades locais e às vítimas. Além de prestar condolências aos familiares, as autoridades locais ainda estão avaliando os danos, e não há confirmação oficial sobre a classificação do tornado na escala de intensidade.

Histórico e contexto

Embora tempestades severas serem relativamente comuns na França, tornados dessa magnitude são raros. A região da Bretanha, onde o fenômeno começou, costuma registrar ventos intensos, mas raramente formam colunas rotativas de ar potentes como as vistas na tarde de ontem.

Especialistas em meteorologia destacam que os eventos climáticos intensos como esse tem se tornado cada vez mais frequente ao redor do mundo – incluindo países como Estados Unidos e Chile, que também foram vítimas de tornados devastadores em 2025. Segundo pesquisadores, o avanço das mudanças climáticas tem aumentado o contraste térmico e instabilidade atmosférica, o que favorece a formação de fenômenos intensos e imprevisíveis. 

 

Espanha: Enchentes devastadoras afetam regiões inteiras

Após as enchentes devastadoras em Valência, Espanha, que deixaram mais de 150 mortos e inúmeras pessoas desabrigadas, moradores acusam o governo de demorar a emitir alertas sobre o perigo iminente. A Defesa Civil enviou o primeiro aviso de emergência apenas na noite de terça-feira, quando chuvas intensas já causaram inundações significativas há quase dois dias. As autoridades de Valência justificaram a demora, alegando que o sistema de alerta segue protocolos específicos, mas prometeram melhorias após as críticas pela resposta lenta. Especialistas também apontaram a necessidade de melhorias no gerenciamento de desastres locais.

Situação aérea também se encontra com dificuldade

Segundo o site O Hoje, mais de 50 voos foram cancelados ou sofreram longos atrasos, e muitos outros foram desviados, e em Tarragona, a quase 250 km de Valência, o leito do rio transbordou, agravando ainda mais a situação. As equipes de resgate estão focadas em áreas mais críticas, como garagens subterrâneas e porões, e devido às inundações, o número de mortes subiu para 222, ainda segundo o site.


Rainha Letícia, com barro no rosto (Foto: reprodução / TV Globo/ site G1)

No domingo (3) moradores jogaram lama contra as autoridades, a rainha Letícia, com barro no rosto, chorou ao ver os estragos, o primeiro-ministro, Pedro Sánchez, foi retirado do local por razões de segurança.

Entenda o fenômeno climático que atinge a Espanha

A tempestade que devastou a Espanha recentemente foi intensificada por uma combinação de fatores meteorológicos e problemas estruturais. O fenômeno DANA (Depressão Isolada em Níveis Altos), responsável pelas chuvas extremas, causou uma precipitação intensa e concentrada, característica dessas formações. A rápida elevação dos rios e a saturação dos solos provocaram enchentes graves, especialmente em áreas urbanizadas sem drenagem adequada. Além disso, o atraso no sistema de alerta de emergência impediu que muitos moradores tivessem tempo para se proteger. Esses fatores, junto com a urbanização crescente em áreas vulneráveis, contribuíram para a severidade da catástrofe​​.


Defesa Civil testa novo sistema de alerta para eventos climáticos

Um novo sistema de alerta para situações de risco começa a ser testado pela Defesa Civil Nacional. O teste envolve moradores de sete estados brasileiros. O objetivo é salvar vidas e informar a população sobre possíveis desastres causados por fenômenos climáticos.

Inovações no novo sistema

A principal diferença desse sistema é que ele alerta todas as pessoas que estiverem na área de risco, sem necessidade de cadastro prévio dos usuários. A nova ferramenta representa um avanço importante na prevenção de desastres e na proteção da população.

O funcionamento é o seguinte: os moradores recebem uma mensagem de texto e um sinal sonoro. As mensagens serão enviadas para aparelhos que operem nas faixas 4G ou 5G, abrangendo a maioria dos dispositivos lançados desde 2020.

Ainda não há informações sobre a participação de órgãos como o Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden) ou o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) no envio desses alertas.


Morador caminha em rua inundada do bairro Cidade Baixa em Porto Alegre (Foto: reprodução/Jefferson Bernardes/Getty Images Embed)


Como funciona o alerta

Ao detectar uma área de risco, a Defesa Civil municipal ou estadual informará o sistema nacional, que, por sua vez, disparará o alerta para a região. A nova tecnologia visa alertar sobre situações de risco relacionadas a eventos climáticos, como chuvas intensas ou ondas de calor.

Dessa forma, caso haja previsão de fortes chuvas nas próximas 24 horas, os moradores poderão se preparar para evacuar as áreas de alto risco e evitar tragédias como a que ocorreu no Rio Grande do Sul. Outro caso em que o alerta será necessário é durante ondas de calor, que afetam principalmente crianças e idosos, e podem levar a problemas graves de saúde devido à desidratação.

O novo sistema será acionado em casos de eventos extremos e integrará outras estratégias já utilizadas pela Defesa Civil, como mensagens SMS, redes sociais, site oficial, e comunicados enviados diretamente às prefeituras.

Com o avanço dos testes, espera-se que a tecnologia seja implementada em todo o território brasileiro, contribuindo para a redução de perdas humanas e materiais causadas por desastres ambientais.

Costa rica é atingida com seca extrema e decreta racionamento elétrico

Nesta quinta-feira (09), foi anunciado oficialmente o racionamento elétrico na Costa Rica por conta da extrema seca que o país tem vivido, afetando a capacidade das usinas hidrelétricas que apresentam níveis críticos e insuficientes para manter todo funcionamento normal.

A ICE, empresa de eletricidade do país, alega que a principal causa da seca se deve ao fenômeno conhecido como El Niño, que altera a temperatura das águas superficiais do mar, ocasionando em impactos no clima global e desequilíbrio com enchentes, secas e outros extremos em vários locais.

O diretor de eletricidade da ICE Roberto Quiros, também revelou atrasos nas entregas das contratações feitas para usinas privadas, o que agrava não deixou outra alternativa senão decretar o racionamento elétrico.


Maior seca registrada em 50 anos

A Costa Rica é um país conhecido pela beleza de suas praias, responsáveis por parte do ecoturismo e não passava por uma seca há pelo menos 5 décadas -“Esta é uma seca que não víamos há 50 anos”, como informou a especialista em hidroclimatologia do ICE, Berny Fallas.

O último racionamento elétrico registrado no país aconteceu em 2007 também em decorrência do fenômeno El Niño. A partir de segunda-feira (13), a programação para cortes de energia terá duração de até três horas diárias e não afetará os principais serviços como indústrias, hospitais e outros com alta tensão. A Companhia elétrica também tem sinalizado aos usuários para que diminuam ao máximo o consumo de energia.

O presidente Rodrigo Chaves também fez um apelo a população enfatizando o momento atual e a dificuldade de conseguir a tempo outras usinas de forma privada, frisou ainda que tem rezado todos os dias por chuvas para que os problemas sejam reduzidos.


Costa Rica decreta racionamento de energia devido a seca na região (foto:reprodução/Moment/Kryssia Campos/GettyImages embed) 

Impactos regionais da falta de chuva

Enquanto a Costa Rica declara o racionamento elétrico por conta da seca, países vizinhos como o México, Colômbia e Equador, passam por problemas semelhantes atribuídos a ondas de calor e falta de chuva nos locais, além de padrões imprevisíveis de ventos que tem afetado os parques eólicos.

Além disso, há um enorme desequilíbrio entre os fenômenos climáticos e o aumento significativo na demanda em 9% se comparado ao mesmo mês do ano passado, comprometendo totalmente a capacidade das usinas em atender 100% das necessidades.

A medida de racionamento não tem prazo para terminar e vai se basear nas chuvas que virão com temporadas entre maio e novembro.

 

Nova onda de calor: Mato Grosso do Sul e Paraná podem chegar até 35ºC

O Climatempo alerta para a quarta onda de calor do ano, que deve afetar principalmente Mato Grosso do Sul, Paraná, centro e oeste de São Paulo, Triângulo Mineiro e sul de Goiás. Nessas regiões, os termômetros podem registrar até 35°C, intensificando o calor já persistente.

Sistema de alta pressão atmosférica bloqueia frentes frias e intensifica o calor. Segundo os meteorologistas, a formação da onda de calor se deve a um sistema de alta pressão atmosférica que impede a chegada de frentes frias e intensifica o calor na região. Essa massa de ar quente e seco, característica do Centro-Oeste, deve permanecer sobre a região no final de abril, influenciando todo o país.

Apesar do início do outono, as altas temperaturas persistem, configurando um cenário de “verão prolongado”. Segundo o meteorologista Fábio Luengo, do Climatempo, essa situação é comum no início da estação, que representa uma transição entre as estações.


Infográfico sobre a nova onda de calor (Foto: reprodução/Arte G1/Kayan Albertin)


O que são ondas de calor?

Ondas de calor são fenômenos climáticos caracterizados por temperaturas elevadas que persistem por um período prolongado, geralmente cinco dias ou mais. Para ser considerada uma onda de calor, a temperatura deve estar pelo menos 5°C acima da média para a região naquele período do ano.

Uma onda de calor se forma quando uma massa de ar quente fica bloqueada na atmosfera, geralmente devido a sistemas de alta pressão que impedem a chegada de frentes frias e intensificam o calor.

Além disso, o El Niño desempenha um papel importante no surgimento das ondas de calor, aquecendo a atmosfera e intensificando as altas temperaturas. As mudanças climáticas também estão contribuindo para a ocorrência de eventos climáticos extremos, como as ondas de calor, tornando-as mais frequentes e intensas.

Locais que serão afetados pela onda de calor

Segundo a Climatempo, o calor intenso continuará nos próximos dias no Centro-Sul do Brasil, especialmente em áreas como Mato Grosso do Sul, Paraná e oeste de São Paulo, devido ao fluxo de ar quente.

A quarta onda de calor em quatro meses se intensifica gradualmente, resultado do sistema de alta pressão atmosférica que inibe a formação de nuvens e intensifica o calor, impedindo também a ocorrência de chuvas.

Apesar de algumas regiões serem mais impactadas, o Climatempo alerta que a maioria dos brasileiros deve se preparar para temperaturas excessivamente altas. Hidratação constante e cuidados com a saúde são essenciais para enfrentar esse período de calor intenso.

Enquanto isso, em regiões como Minas Gerais, leste de São Paulo, Goiás e Distrito Federal, as temperaturas mínimas podem registrar valores mais baixos devido à presença de ar seco. Esse padrão climático deve persistir até pelo menos 2 de maio, podendo estender-se até a primeira semana do próximo mês.