Melissa atinge força histórica e se torna o segundo furacão mais potente já registrado no Atlântico
Com ventos de quase 300 km/h, fenômeno atinge intensidade histórica e levanta alertas sobre o avanço das mudanças climáticas e os riscos para o Caribe
O furacão Melissa alcançou nesta terça-feira (28) a marca de segundo mais forte da história do Oceano Atlântico, segundo informações do Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC).
O sistema registrou ventos sustentados de aproximadamente 297 km/h, superando os parâmetros de um furacão de categoria 5 na escala Saffir-Simpson, que mede a força dos ventos e o potencial destrutivo. O fenômeno segue avançando em direção ao norte do Caribe, com alertas emitidos para diversas ilhas da região e para a costa sudeste dos Estados Unidos.
Intensificação recorde e risco para o Caribe
De acordo com meteorologistas, Melissa passou por um processo de intensificação rápida, quando o furacão ganha força em poucas horas devido a temperaturas elevadas da superfície do mar, alta umidade e baixos ventos de cisalhamento, condições ideais para o crescimento explosivo de sistemas tropicais. A temperatura das águas do Atlântico, atualmente acima da média, contribuiu de forma decisiva para o fortalecimento do fenômeno.
O NHC alertou que os efeitos mais severos incluem ventos devastadores, chuvas torrenciais e marés de tempestade com potencial de causar inundações costeiras e deslizamentos de terra.
MUNDO | Vídeo gravado a bordo de avião caça-furacões da NOAA no olho do catastrófico furacão categoria 5 Melissa ao Sul da Jamaica. Olho é a região de calmaria, mas no entorno, na parede do olho, há vento sustentado em superfície de 265 km/h com rajadas de 300 km/h. NOAA pic.twitter.com/nESHO8tW9x
— MetSul.com (@metsul) October 27, 2025
Olho do furacão Melissa registrado por um avião caça (Vídeo: reprodução/X/@metsul)
Países como República Dominicana, Porto Rico e as Ilhas Virgens permanecem em estado de vigilância, com evacuações preventivas em áreas de risco. Especialistas destacam que, embora o centro da tempestade ainda esteja sobre o oceano, as bandas externas já provocam fortes chuvas e ventos destrutivos em partes do Caribe.
Mudanças climáticas e eventos extremos
A formação do furacão Melissa reacende o debate sobre os efeitos do aquecimento global na frequência e intensidade dos furacões. Segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), o aumento da temperatura dos oceanos fornece mais energia às tempestades tropicais, resultando em sistemas mais potentes e imprevisíveis. Para cientistas, episódios como esse não são isolados, mas sinais de um novo padrão climático no Atlântico.
Nos últimos anos, especialistas têm registrado uma tendência de furacões mais intensos e com trajetórias atípicas, o que torna mais difícil o planejamento e a resposta das autoridades. O caso de Melissa reforça a urgência de políticas internacionais de mitigação e adaptação climática, especialmente para nações insulares e regiões costeiras vulneráveis.
Enquanto o furacão segue seu curso pelo Atlântico, comunidades locais e agências internacionais mantêm o monitoramento constante, reforçando que o impacto humano e ambiental desses fenômenos vai muito além da força dos ventos, é um reflexo direto de um planeta em transformação.
