Conclave: Fumaça escura surge da chaminé após primeira votação

O resultado da primeira votação para a escolha do novo Papa foi revelado na tarde desta quarta-feira (07), horário de Brasília. A fumaça escura expelida pela chaminé da Capela Sistina denota que os cardeais não chegaram a um consenso.   Vale ressaltar que pessoas de todos os credos e religiões aguardavam atentamente por este resultado que pode mudar os rumos da Igreja Católica, a depender da corrente ideológica seguida pelo novo papado. 

Uma nova votação está marcada para a próxima quinta-feira (08), por volta das 07h da manhã, horário de Brasília. Até lá a Praça de São Pedro permanece tomada por uma multidão de fiéis, demais espectadores e pela mídia internacional.


Publicação sobre o resultado da primeira votação do Conclave 2025 (Vídeo: reprodução/X/@news_vaticano)

Votações e horários

Serão duas votações, pela manhã e à tarde. Pelo fuso horário brasileiro, podemos aguardar o primeiro resultado por volta das 07h da manhã. Caso não haja consenso para a escolha de um novo Papa, a votação será reiniciada e, em torno das 14h, pelo horário de Brasília, haverá nova divulgação do segundo resultado. 

O sinal, seguindo um rito histórico da Igreja Católica, será a cor da fumaça apresentada na chaminé da Capela Sistina. Caso seja branca, teremos a confirmação de que dois terços dos votantes chegaram a um consenso e um novo Papa foi eleito para ocupar o mais alto cargo da Igreja Católica.

Total de votações

O Conclave, ou seja, as votações para a escolha de um novo Papa, foi iniciado na tarde desta quarta-feira (07), por volta das 12:45h, horário de Brasília. 

A partir de hoje, os cardeais ficam reclusos e só podem se ausentar de seus aposentos localizados na Casa Santa Marta e Santa Marta Velha para a votação realizada na Capela Sistina. 

Se após três dias de votação, não houver consenso entre os cardeais, haverá uma pausa de um dia nas votações, sendo retomada após a exortação realizada pelo cardeal-protodiácono Dominique Mamberti. O mesmo porta-voz oficial que anunciará o nome do novo Papa. 

Os próximos dias serão decisivos para podermos conhecer não só o novo líder católico, mas também, qual ala, seja ela conservadora, moderada ou modernista, conseguiu eleger o seu favorito a ocupar o lugar de Francisco, considerado um dos Papas mais populares da história.

Conclave: Presidente da CNBB prevê resultado até 09 de Maio, sexta-feira

As atenções do mundo e da mídia em geral estão voltadas para o Conclave iniciado na tarde desta quarta-feira (07), em Roma, na Itália, quando as portas da Capela Sistina foram fechadas para a escolha do novo Papa. 

No entanto, Dom Jaime Spengler, presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), declarou na noite de ontem, terça-feira (06), que a escolha para o mais alto cargo da Igreja Católica poderá ocorrer até a próxima sexta-feira (09). 

Em sua fala, o arcebispo agradeceu a todos que acompanham este momento “histórico” e pediu para que os fiéis continuassem em oração para que a escolha do novo Papa seja direcionada pelo “Pai Eterno.”

Ao ser perguntado se havia uma previsão de quanto tempo duraria o Conclave, Dom Spengler, declarou que, em torno de “uns dois ou três dias”, já poderíamos ter o resultado sobre quem será o próximo Papa que ocupará o cargo deixado por Francisco.

A fumaça que sairá pela chaminé da Capela Sistina será o sinal: se escura, não houve consenso para a escolha, caso seja uma fumaça branca, “Habemus Papam”, ou seja, um novo Papa foi escolhido.

Fechamento da Capela Sistina

Nesta quarta-feira (07), às 17:45h, horário de Roma, Itália, a Capela Sistina, local onde acontece a votação para a escolha do novo Papa, foi fechada pelo Mestre de Celebrações Litúrgicas, o bispo Diego Ravelli. 

Importante ressaltar que o fuso horário italiano, difere do fuso horário brasileiro, estando à frente em 5h. Assim sendo, pelo horário de Brasília, as portas da Capela Sistina foram cerradas por volta das 12:45h. Sob a expressão latina “Extra omnes” ou “Todos para fora”, em tradução livre.


Procissão dos votantes e fechamento das portas da Capela Sistina (Vídeo: reprodução/Youtube/@VaticanNewsES)

A partir do fechamento, os cardeais iniciaram o rito, dando início ao Conclave para a escolha do novo Papa, sucessor de Francisco.

Participantes do Conclave 2025

Ao todo, participam deste Conclave 133 cardeais, representando 71 países. Sendo 53 cardeais da Europa, 20 da América do Norte, 17 da América do Sul, 18 do continente africano, 23 asiáticos e 4 pertencentes à Oceania.


Cardeais votantes (Foto: reprodução/Instagram/@catholicnewsagency)


Em geral há 252 cardeais no mundo. Porém, para participar da escolha do novo Papa, o cardeal precisa preencher alguns requisitos, entre eles, ter menos de 80 anos. Durante a escolha, os cardeais ficam reclusos e não podem manter contato com o mundo externo, sob pena de quebra de sigilo. As penas variam de: suspensão de direito ao voto até ser excomungados da Igreja Católica.

A escolha do novo Papa 

De acordo com a Constituição Apostólica do Vaticano, qualquer homem batizado na Igreja Católica pode ser nomeado Papa. Porém, desde o século XIV, a escolha recai sobre um cardeal. Qualquer um dos cardeais, incluindo os votantes, podem ser escolhidos para ocupar o mais alto cargo da Igreja Católica. Os próprios votantes não têm autonomia para votar em si mesmo.

Os favoritos 

No Conclave mais globalizado da história, os favoritos também são de origens diversas. Países como Malta, Mianmar, Filipinas, Canadá, Gana, Hungria e Guiné, possuem cardeais e arcebispos favoritos ao papado.

Entre eles: o maltês Mario Grech, o mianmarense Charles Maung Bo, Pablo Virgilio David das Filipinas, Marc Ouellet, representando o Canadá, o ganês Peter Kodwo Appiah Turkson, o húngaro Peter Erdo e o guineense Robert Sarah. 

Além desses, países como Alemanha, EUA, França e Itália também estão entre os países com representantes favoritos a ocupar o cargo de Papa. Vale ressaltar que o italiano Pietro Parolin, de acordo com especulações da mídia internacional, é um forte candidato a substituir o Papa Francisco. Porém, até que o resultado da votação se consolide, as atenções permanecem voltadas à chaminé da Capela Sistina.

Fumaça provocada por incêndio em centro de resíduos toma o céu de Paris

Na manhã desta segunda-feira, 7 de abril, um incêndio de grandes proporções atingiu um centro de eliminação de resíduos nos arredores de Paris, lançando uma densa fumaça preta que rapidamente se espalhou pela cidade. O episódio causou preocupação entre moradores e autoridades, que emitiram alerta para que a população permanecesse dentro de casa.

As imagens que circularam nas redes sociais mostravam o céu da capital francesa encoberto por uma nuvem escura e espessa, visível a quilômetros de distância. Segundo o Corpo de Bombeiros local, o incêndio começou por volta das 10h (horário local) e mobilizou dezenas de profissionais e viaturas para conter as chamas.

Recomendações das autoridades

A fumaça, com odor forte e coloração escura, provocou desconforto respiratório em diversas regiões de Paris, levando as autoridades de saúde a recomendarem o fechamento de janelas e portas. “Pedimos à população que evite sair de casa, mantenha os ambientes ventilados com janelas fechadas e procure ajuda médica caso sinta sintomas como tosse persistente ou falta de ar”, informou um comunicado da prefeitura da cidade.

Ainda não há informações oficiais sobre a causa do incêndio, mas as investigações preliminares já estão em andamento. Também não há registro de vítimas até o momento. O centro atingido é responsável pelo tratamento e eliminação de resíduos sólidos, o que pode ter contribuído para a toxicidade da fumaça.


Armazém em chamas (Vídeo: reprodução/X/@Taticru79846829)

Moradores relataram sensação de ardência nos olhos e na garganta, além de um forte cheiro químico. “Nunca vi uma fumaça tão densa assim. A cidade parece coberta por uma neblina escura”, contou Marc Dubois, residente do 12º arrondissement, uma das áreas afetadas.

Prejuízos ao meio ambiente

As autoridades ambientais estão monitorando a qualidade do ar e devem divulgar novos boletins ao longo do dia. Enquanto isso, escolas e creches próximas à região foram orientadas a manter as crianças em ambientes fechados, e os serviços de transporte público operam com restrições em determinadas rotas.

O episódio reacende o debate sobre a localização de centros de tratamento de resíduos próximos a áreas urbanas densamente povoadas, além dos riscos ambientais associados à sua operação. As autoridades locais prometeram transparência nas investigações e reforçaram o compromisso com a segurança da população.

INPE: Brasil teve mais de 278 mil focos de incêndio em 2024

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o Brasil registrou 278.299 focos de incêndios florestais em 2024, o que representa um aumento de 46,5% em relação ao ano anterior, quando foram contabilizados 189.901 incêndios. O número de ocorrências de 2024 fica abaixo do recorde registrado em 2010, com 319.383 focos, mas ainda distante do pico histórico de 2007, quando o país enfrentou 393.915 queimadas, o maior número desde o início da série histórica em 1998.

Focos de incêndio por bioma

Na divisão por biomas, a maioria dos incêndios ocorreu na Amazônia (140.346). Em seguida estão Cerrado (81.468), Mata Atlântica (21.328), Caatinga (20.235) e Pampa (424). A análise dos dados também aponta que janeiro e fevereiro de 2024 apresentaram os maiores registros de focos de incêndio desde o início da série histórica, com 4.566 e 5.448 ocorrências, respectivamente. Em setembro de 2024, foi registrado o pico do ano, com 83.154 focos de incêndio.


Gráfico sobre os focos de incêndio durante os anos no Brasil (Reprodução/INPE/CNN Brasil)


O Ministério do Meio Ambiente anunciou que, a partir de 2025, a Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo estará em operação. A pasta destacou que a implementação da política visa fortalecer a coordenação com estados e municípios, o que é considerado essencial para respostas mais rápidas no combate aos incêndios.

Em 2024, o Fundo Amazônia aprovou a destinação de aproximadamente R$ 280 milhões para apoiar os Corpos de Bombeiros de sete dos nove estados da Amazônia Legal.

A neblina de fumaça nas cidades

Em 2024, o Brasil vivenciou um ano alarmante de incêndios florestais, com grande parte do impacto concentrado em biomas como a Amazônia e o Cerrado. Em Brasília, a situação foi alarmante, especialmente durante o incêndio no Parque Nacional de Brasília, que, além de devastar uma vasta área de cerrado, provocou uma densa neblina de fumaça que cobriu a cidade por vários dias.


Brasília coberta por fumaça (Foto: reprodução/Marcelo Camargo/Agência Brasil)


Mas a capital federal não foi a única a sofrer com a fumaça. Em outras cidades do Centro-Oeste e Norte do Brasil, a qualidade do ar também se deteriorou drasticamente. Goiânia, por exemplo, foi fortemente impactada pelos incêndios no entorno, principalmente no Cerrado e em áreas do Parque Nacional de Emas. A fumaça chegou a encobrir a cidade, criando uma nuvem espessa que afetou a visibilidade e a saúde dos moradores.


Incêndio de grandes proporções atinge o Parque Nacional das Emas, em Goiás (Foto: reprodução/Divulgação/Parque Nacional das Emas)


Da mesma forma, Cuiabá e Porto Velho enfrentaram dias de poluição extrema, com a fumaça proveniente dos incêndios em Mato Grosso e Rondônia, prejudicando a qualidade do ar e aumentando a preocupação com os efeitos na saúde pública, especialmente entre crianças e idosos.


Cuiabá foi ofuscada pela fumaça (Foto: reprodução/Adriana Furtado)


Além do Centro-Oeste, o Norte do Brasil também foi severamente afetado. Em Belém, no Pará, a fumaça de incêndios na Amazônia invadiu a cidade. O município, com outros da região, como Manaus e Rio Branco, enfrentou uma situação similar, com o ar carregado de partículas tóxicas proveniente dos focos de incêndio que devastavam a vegetação amazônica. A situação gerou um alerta geral sobre o impacto ambiental das queimadas e sobre a necessidade de medidas mais eficazes de combate ao fogo.

Pará publica decreto para combater queimadas no estado

Nesta terça-feira (27), o Diário Oficial do Estado do Pará publicou um decreto que proíbe o uso de fogo para a limpeza de áreas de manejo em todo o estado. A decisão foi tomada pelo governador Helder Barbalho (MDB), em resposta à crescente onda de queimadas que tem devastado grandes áreas de floresta no estado. A medida visa combater os incêndios que, além de destruírem a vegetação nativa, prejudicam a qualidade do ar e ameaçam a saúde da população local.

Estado de Emergência e Restrição Rigorosa

O decreto assinado pelo governador estabelece a proibição da “permissão, autorização e utilização de fogo, inclusive para limpeza e manejo de áreas, em todo o estado do Pará”. O estado de emergência declarado acompanha essa proibição e tem como objetivo mobilizar recursos e ações imediatas para enfrentar as queimadas. A proibição estará em vigor por um período inicial de 180 dias úteis, com possibilidade de prorrogação por mais 180 dias, caso a situação não apresente sinais significativos de melhora.

A decisão do governo estadual surge em um momento crítico, com o aumento significativo dos focos de incêndio nas últimas semanas. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que o Pará é um dos estados mais afetados, com mais de 67% dos focos de incêndio registrados na região Amazônica desde o início de julho. As áreas mais afetadas incluem o sul e sudeste do estado, regiões historicamente mais vulneráveis devido à prática de queimadas para preparo do solo agrícola.


Vista aérea de uma área de floresta amazônica devastada (Reprodução/Evaristo Sá/AFP/Getty Images)

Impacto Direto nas Comunidades Locais

A situação das queimadas no Pará não só afeta o meio ambiente, mas também tem um impacto direto nas comunidades locais, principalmente nas áreas rurais. A fumaça proveniente das queimadas tem causado problemas respiratórios na população, levando a um aumento na procura por atendimentos médicos e sobrecarregando o sistema de saúde local. Além disso, o avanço do fogo ameaça a subsistência de famílias que dependem da floresta para a agricultura e outros meios de vida.

As autoridades estaduais, em parceria com organizações de combate a incêndios, têm intensificado os esforços para controlar as chamas. A Secretaria de Meio Ambiente do Pará (SEMAS) está coordenando operações em áreas críticas, utilizando brigadas especializadas e recursos aéreos para combater os focos de incêndio mais agressivos. No entanto, a extensão e a intensidade das queimadas tornam o controle um desafio contínuo, exigindo uma abordagem integrada que inclua fiscalização rigorosa e medidas preventivas.

Com a publicação do decreto, o governo do Pará espera reduzir drasticamente o número de queimadas ilegais e descontroladas no estado. A expectativa é que a proibição do uso de fogo ajude a conter a propagação dos incêndios e a proteger as áreas de floresta remanescente, essenciais para a manutenção do equilíbrio ecológico da região. No entanto, a eficácia da medida dependerá da capacidade de fiscalização e do engajamento das comunidades locais em adotar práticas de manejo sustentável.