Sergio Mattarella chega ao Brasil para acordos do G20 e G7

A primeira visita de um chefe de estado italiano ao país em 24 anos terá destaque não só para acordo de agendas e de diálogos sobre o G20 e G7, como também para prestigiar o aniversário de 150 anos da imigração italiana no Brasil. O presidente italiano irá visitar Brasília, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador.

O encontro do presidente italiano com o presidente brasileiro será um grande fórum multilateral, já que o Brasil preside o G20 (grupo das 20 maiores economias do planeta) e a Itália, o G7 (grupo dos sete países democráticos mais ricos).

Acordos previstos

Outros temas de interesse são o acordo Mercosul-União Europeia, o combate às mudanças climáticas, a transição energética, o combate à fome e à desigualdade e a proposta brasileira de taxar os super-ricos, carro-chefe da presidência brasileira do G20. A visita ocorre de forma recíproca. Em junho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou a Itália, onde o Brasil participou, como convidado, da reunião do G7.

Também é previsto que Mattarella assine a renovação do acordo sobre o reconhecimento recíproco de carteiras de habilitação, e a assinatura de memorandos de entendimento entre a Universidade de Turim e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

A visita do presidente italiano ocorre também para representar uma aproximação entre os dois países. No final dos anos 2000, Brasil e Itália enfrentaram tensões sobre o processo de extradição do terrorista Cesare Battisti, bem como disputas sobre as guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza.


Lula e o presidente da Itália, Sergio Mattarella em 2023 (Foto: reprodução/Instagram/@ricardostuckert)

A Programação de Mattarella no Brasil

O presidente italiano desembarcou na noite deste domingo (14) em Brasília. Na segunda-feira (15), Mattarella e Lula realizam reunião de trabalho às 10h30. Os dois homens assinarão documentos conjuntos e farão declarações à imprensa, e logo depois iram almoçar no Palácio do Itamaraty.

Na terça-feira (16), Mattarella viajará para o Rio Grande do Sul, um dos principais redutos dos imigrantes italianos no Brasil, onde entregará uma mensagem de solidariedade à população afetada pelas enchentes no estado. Segundo a embaixada italiana no Brasil, o país europeu enviou mais de 25 toneladas de ajuda humanitária e equipamentos ao país.


Acompanhado do governador Eduardo Leite e do presidente Lula, Mattarella visitará o centro de acolhimento humanitário Recomeço, em Canoas.

Quarta-feira (17), o presidente italiano estará em São Paulo, visitando o Museu da Imigração e a organização Arsenal da Esperança, administrada pelo Serviço Missionário Juvenil de Torino, que atende a população em situação de rua. Às 16h, ele se encontrará com cerca de 200 representantes da comunidade italiana no Círculo Italiano San Paolo.


Na quinta-feira (18), Mattarella viajará para o Rio de Janeiro, onde palestrará no Centro Brasileiro de Relações Internacionais. Na sexta-feira (19), o chefe de estado italiano encerrará sua viagem a Salvador, com visita à Comunidade Franciscana de Betânia.

Putin anuncia condições para encerrar guerra contra Ucrânia

Nesta sexta-feira (14), o presidente russo Vladimir Putin revelou em um discurso oficial suas condições para encerrar a guerra da Ucrânia, querendo que o país ceda 4 cidades do país para a Rússia. Zelensky declara que as exigências são absurdas e não confiáveis. 

Condições de Putin

Durante o anúncio, o governante russo informou que para acabar com os bombardeiros seria necessário ceder a Moscou o controle de Donetsk, Kherson, Luhansk e Zaporizhzhia . Com o governo russo alegando ter anexado essas regiões em 2022, no início do conflito, em um referendo não reconhecido internacionalmente. 

“As condições são muito simples: as tropas ucranianas devem ser completamente retiradas das Repúblicas Populares de Donetsk e Luhansk, das regiões de Kherson e Zaporizhzhia. E, chamo sua atenção, de todo o território dessas regiões, dentro das fronteiras administrativas que existiam na época de sua entrada na Ucrânia’’. Disse Putin em discurso. 


Donetsk após um bombardeiro (Foto: reprodução/AP Photo/Nariman El-Mofty)

A mesma proposta também solicita que o exército ucraniano recue suas tropas, se desmilitarize e que o governo do país abandone a candidatura para entrar na Otan (a Aliança Militar do Ocidente). 

‘’Assim que Kiev declarar que está pronta para tal decisão e iniciar a retirada efetiva das tropas dessas regiões, bem como notificar oficialmente que abandonou os planos de se juntar à OTAN, uma ordem para cessar-fogo e iniciar as negociações virá imediatamente do nosso lado.’’ Continuou o presidente russo. 

Reposta de Zelensky

Como esperado, a Ucrania não concordou com as condições expostas. Durante a reunião do G7, na Itália, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky comentou que a oferta não é confiável, acreditando que mesmo cumprindo as tais exigências, Putin não pararia de atacar Kiev. 


Volodymyr Zelensky não aceita proposta de Putin (Foto: reprodução/ EPA/Sergey Dolzhenko)

Já o Secretário da defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, disse que o presidente russo não está em posição para pedir exigência a Ucrânia. 

Ajuda para Ucrânia

A proposta das autoridades russas surge um dia após o novo anúncio do G7, que promete usar juros do dinheiro russo congelado em bancos ocidentais para auxiliar a Ucrânia. Os juros vão servir como garantia para empréstimos de até US$ 50 bilhões, para o governo ucraniano utilizar em compra de armamentos e reconstrução do país, Putin respondeu alegando que isso é um roubo e que a medida não ficará impune.   
 

Forças antimáfia se preparam para recepção do G7 na Itália

Os líderes do G7, aqueles que comandam as sete maiores economias do mundo, precisarão de cuidados especiais ao serem recepcionados em Puglia, na Itália. Isso por conta de uma máfia pouco conhecida, mas poderosa, que se abriga no sul do país. A reuniões do G7 começaram e acontecem até o próximo sábado, dia 14 de junho.

Forças antimáfia


Reunião do G7, na Itália (Foto: reprodução/FILIPPO MONTEFORTE/Getty Images embed)


As forças antimáfia italianas têm criado uma operação ainda mais forte por conta de três grupos mafiosos em específico, todos ligados à perigosa Sacra Corona, que disputam espaço na região onde ocorrerá a reunião.

Ataques ligados a esses clãs estão sendo reportados a luz do dia, em um ritmo anormal e que preocupa o governo italiano. Segundo a Divisão de Investigações Gerais e Operações Especiais (DIGOS), principal unidade antiterrorismo e antimáfia da Itália, as investidas têm criado um ambiente crescente de violência na região. Por lá, roubos de carros, invasões, mutilações e assassinatos estão aparecendo.

Motivações

A mídia italiana relata que os crimes estão sendo baseados na disputa pelo território, assassinatos é uma das formas de vingança entre os clãs, além de ameaças de bombas em lugares bastante frequentados como as estações de trens.

A Sacra Corona não é a única máfia atuante no país, além dela, pelo menos outras três grandes organizações são conhecidas. Comorra, Cosa Nostra e ‘Ndrangheta estão entre elas.

Comorra, Cosa Nostra, ‘Ndrangheta e Sacra Corona

‘Ndrangheta tem sua sede em Calábria, na região mais pobre do local. O principal mantedor dessa máfia, é seu monopólio do tráfico de cocaína na Europa. É a mais rica e poderosa máfia Italiana.

Já Comorra vem da região Câmpania, ela é mantida por tráfico de drogas, extorsão de empresas de construção e firmas de descarte de lixo tóxico e da indústria têxtil, ela também é conhecida pelos seus métodos brutais.

Cosa Nostra teve seu chefe morto ano passado, depois de 30 anos fugindo das autoridades, mas a máfia continua focada em negócios sujos e na corrupção.

Junto com a Sacra Corona, essas são as famosas Máfias Italianas que assustam moradores e turistas no país, conhecida por seus métodos nada empáticos.

Papa diz ao G7 que a inteligência artificial deve ser controlada pelos humanos 

O Papa Francisco foi o primeiro pontífice a se dirigir à cúpula do G7 que aconteceu nesta sexta-feira (14), onde reuniram as 7 potências da União Europeia para uma discussão sobre o uso da Inteligência Artificial.  

Nesta reunião, o Papa alertou os líderes mundiais sobre como a Inteligência Artificial não deve ter vantagem sobre a humanidade. 


Papa Francisco sendo recebido na reunião da G7 (Reprodução/EFE)

Durante o encontro, diversos líderes mundiais mostraram acolhimento ao líder religioso, recebendo-o enquanto caminhava em torno de uma enorme mesa oval, sendo levado por uma cadeira de rodas, já que por sua idade, a sua mobilidade já está afetada.

Palavras sobre a Inteligência Artificial

De acordo com o Papa Francisco, a Inteligência Artificial representou uma transformação histórica para a humanidade, porém também frisou sobre a importância de uma supervisão para essas tecnologias, para que assim, preservem a dignidade e vida humanas. 

Ele ainda acrescentou que nenhuma máquina deve tirar a vida de um ser humano e as pessoas não podem deixar um algoritmo superpoderoso decidir o seu destino. 

O líder da Igreja Católica ainda alertou sobre o futuro da humanidade: “Condenaríamos a humanidade a um futuro sem esperança se tirássemos a capacidade das pessoas de tomar decisões sobre si mesmas e suas vidas, condenando-as a depender das escolhas das máquinas”.

A ambivalência do uso da IA também foi outro ponto apontado pelo Papa, que destacou que o uso desse mecanismo pode trazer o acesso ao conhecimento por todo o mundo. “No entanto, ao mesmo tempo, poderia trazer consigo uma maior injustiça entre as nações avançadas e em desenvolvimento ou entre as classes sociais dominantes e oprimidas”, acrescentou ele. 

Por fim, o líder da Igreja Católica concluiu seu discurso dizendo que cabe a todos fazer bom uso da Inteligência Artificial e será necessário uma criação de políticas para que seu uso seja bom e frutífero.

Políticas do uso da IA

A Itália aprovou um projeto de lei no início deste ano, que estabelece um regras básicas para o uso da Inteligência Artificial, incluindo o estabelecimento de sanções para crimes relacionados ao uso da IA e Meloni alertou sobre os risco do uso dessa tecnologia no mercado de trabalho. 

No rascunho de sua declaração final, o G7 disse nesta sexta-feira (14), que faria uma elaboração de um plano para a antecipação de um plano para futuras habilidades e necessidades da educação para o aproveitamento do uso da IA. 

Itália deve convidar o Brasil, Argentina e países africanos para a cúpula do G7

A Itália está planejando convidar para a próxima cúpula do G7 vários líderes de países da América do Sul e da África, estando confirmados Brasil, Argentina, Argélia, Egito, Tunísia, e Quênia, de acordo com uma fonte próxima ao evento. A reunião deverá ocorrer no período de 13 a 15 de junho, na Puglia.

Sei que se está trabalhando em nível de cerimonial, e ficaríamos muito felizes em acolher o presidente Lula na Itália,” afirmou Maria Tripodi, do Ministério das Relações Exteriores italiano, no Consulado-Geral em São Paulo.

Além da Itália, o Grupo dos Sete (G7) é integrado pela Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Japão, e Reino Unido. Dos países já confirmados, a Índia e a África do Sul também devem comparecer como outros membros do G20 (além do Brasil), e ainda há possibilidade de serem convidados líderes de outros países.


Líderes do G7 em 2022 (Foto:Reprodução/DPA)

Expansão do G7

Para fazer do grupo mais inclusivo do resto do mundo, além das sete potências, outros países tem sido convidados às cúpulas recentes, para estabelecer compromissos sobre pautas internacionais. Dessa vez, já foi confirmado o convite de Javier Milei, o presidente da Argentina, nesta quinta-feira (11).

A chanceler Diana Mondino recebeu o embaixador italiano na Argentina, Fabrizio Lucentini, que entregou um convite formal da presidente do Conselho de Ministros, Giorgia Meloni, dirigido ao presidente na nação, Javier Milei, para participar da cúpula do G7 que será celebrada no dia 15 de junho na Puglia,” afirmou o Ministério das Relações Exteriores de Buenos Aires em publicação no X (antigo Twitter).

Já para o Brasil, será o segundo ano seguido como convidado à cupula do G7, tendo também participado em 2023, e deve manter relevância enquanto o atual presidente do G20.

Pautas Globais

Dessa vez, deverão ser integradas na reunião as pautas do momento, como os conflitos entre Rússia e Ucrânia, e Israel e Hamas. Desenvolvimentos tecnológicos e legislativos também devem trazer de novo a questão da inteligência artificial (IA), que tem sido especialmente discutida na União Europeia.

Além dessas, são esperadas também pautas recorrentes, como discussão sobre mudanças climáticas e o aquecimento global, ou o desenvolvimento econômico dos países africanos, os quais a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni aponta como um item central de discussão, especialmente com perspectivas de aumentar os laços econômicos e reduzir a imigração.

Itália cogita convidar alguns nomes para a Cúpula do G7

A Itália quer convidar o  Brasil, e também Países africanos  para o G7 de 2024, o encontro dos chefes de estado e também do governo tem a previsão de acontecer entre os dias 13 a 15  junho e será realizado em Borgo Egnazia, em um resort localizado no sudoeste da Puglia.


Logo da Cupula G7 2023 em Hiroshima Japão (Foto: reprodução/LUDOVIC MARIN/Getty Images Embed)


Sobre a Informação

Segundo fontes próximas ao assunto, a Itália anda querendo convidar os líderes de diversos países africanos, além deles a Itália também quer que haja a  participação de líderes de países como Argentina, Brasil e Índia na cúpula do G7.  O G7 é formado pelos países:   Estados Unidos, Grã-Bretanha, Canadá, França, Alemanha, Japão e União Europeia. 

A África do Sul, o Brasil e a Índia poderão participar como  membros de um extenso fórum do G20, segundo a fonte também podem chegar a acontecer outros convites para outros países. A mesma fonte também diz que os chefes do Egito, Tunísia, Argélia e Quênia também deverão  receber convites para participar da cúpula do G7, em conjunto ao representante da União Africana.

Algumas temáticas que possam surgir

A Itália é que tem a decisão sobre a  presidência rotativa do G7 em 2024, segundo a  fala da primeira-ministra Giorgia Meloni, o desenvolvimento da África deverá ser um dos temas centrais na discussão, além também da temática sobre o  enfrentamento dos perigos colocados pela inteligência artificial. 

A primeira-ministra fez com que a África se tornasse uma plataforma central para sua política externa, após ter assumido o comando em 2022, ao lançar um projeto com diversos estados africanos, para impulsionar economicamente e criando um centro de energia para a Europa e assim reduzindo a imigração.

Além disso, a guerra na Ucrânia, também poderá ser outro dos foco das negociações do G7, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky está  esperando por sua participação na cúpula dos líderes, ato que ele também realizou em 2023, no Japão.