Avanço do exército israelense em Rafah e ataques aéreos deixam 11 mortos em Gaza

Nesta segunda-feira (24), dois ataques aéreos israelenses mataram cerca de 11 palestinos em Gaza. Os ataques ocorreram em Rafah, no sul do enclave. Os palestinos que foram mortos esperavam por suprimentos de ajuda, segundo os médicos.

Os bombardeios atingiram locais onde a população palestina buscava itens de auxílio. Um dos ataques atingiu um ponto de distribuição de alimentos na cidade de Gaza, perto do histórico campo de refugiados de Shati, matando três pessoas. O outro ataque aconteceu perto da cidade de Bani Suhaila, no sul da Faixa de Gaza, onde oito pessoas morreram, incluindo guardas que acompanhavam os caminhões de assistência.


Palestinos deslocados buscaram refúgio seguro em Khan Younis, distrito de al-Mawasi, a oeste de Rafah, ao sul de Gaza em 22 de junho de 2024 (Foto: Reprodução/ Ahmad Salem/Getty Images Embed)


O que dizem as autoridades de Israel

Israel não comentou sobre os bombardeios e negou ataques contra iniciativas de ajuda humanitária, sugerindo que os militares causam danos aos civis ao operarem entre eles.

Quanto ao ataque aéreo em uma clínica médica na cidade de Gaza que resultou na morte do diretor do Departamento de Ambulâncias e Emergências de Gaza, o comunicado oficial afirmou que o exército israelense visava Mohammad Salah, responsável, segundo eles, pelo desenvolvimento de armamentos do Hamas.

É importante destacar que muitos profissionais de saúde foram mortos durante o conflito. O número de profissionais médicos mortos por disparos israelenses desde o início dos combates em 7 de outubro atingiu 500, incluindo o assassinato de Hani al-Jaafarawi, segundo o Ministério da Saúde.

Tanques israelenses avançam em Rafah

Em Rafah, cidade palestina situada no sul da Faixa de Gaza, o exército israelense já domina as partes leste, sul e central da cidade e continua sua incursão nas áreas oeste e norte. O relato é dos residentes que descrevem combates intensos na região.

Trégua na guerra Israel x Palestina

Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, afirmou que continua comprometido com um acordo de cessar-fogo e um acordo de reféns proposto pelo presidente dos Estados Unidos em maio deste ano.

“Estamos comprometidos com a proposta israelense que o Presidente Biden acolheu. Nossa posição não mudou. Em segundo lugar, o que não contradiz o primeiro, não vamos encerrar a guerra até eliminar o Hamas”, disse Netanyahu.

A guerra entre Israel e Palestina se arrasta há oito meses sem perspectiva de acordo de paz. Apesar das mediações internacionais, um acordo de trégua ainda parece distante. Para o Hamas, o acordo de paz deve pôr fim à guerra, enquanto Israel concorda apenas com pausas no confronto até erradicar o grupo terrorista palestino.

“Não é possível eliminar o Hamas”, declara o Porta-voz do Exército Israelense 

Nesta quarta-feira (19), o porta-voz do Exército israelense declarou não haver possibilidade de eliminação do grupo terrorista Hamas e seu movimento. Comentários foram rebatidos quase imediatamente pelo gabinete do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu.

Cenário atual

Com declarações feitas sobre a situação contra o grupo terrorista Hamas, após o porta-voz do Exército israelense, Daniel Hagari, afirmar não ser possível eliminar o grupo, o governo de Israel rebateu seu discurso salientando seu compromisso em extingui-lo.  

O conflito armado na Faixa de Gaza, declarado como “ofensiva” pelo governo israelense, começou após o ataque do grupo Hamas no território de Israel, em 7 de outubro. Desde então há tentativas brutais da erradicação do grupo no território praticamente destruído de Gaza e regiões próximas.  


Destroços após bombardeio em região de Gaza (Foto: reprodução/ Agência Brasil/Shadi Tabatibi)

“Hamas é uma ideologia, não podemos eliminar uma ideologia. Dizer que vamos fazer o Hamas desaparecer é jogar areia nos olhos das pessoas”, afirmou o contra-almirante Daniel Hagari à emissora nacional, Canal 13. “Se não oferecermos uma alternativa, no final, teremos o Hamas no poder em Gaza”, acrescentou o porta-voz.  

Insatisfeitos, o governo contra-argumentou de forma quase imediata, enfatizando que a ofensiva só terminará quando o Hamas for derrotado.  

O gabinete político e de segurança liderado pelo primeiro-ministro Netanyahu definiu como um dos objetivos da guerra a destruição das capacidades militares e governamentais do Hamas“, declarou em comunicado. “As FDI — Forças de Defesa de Israel — estão, obviamente, comprometidas com isso”, foi acrescentado.

Por outro lado, o exército emitiu outro comunicado com destaque nas palavras de Hagari sobre “a destruição do Hamas como ideologia e ideia”, somando ao apontamento de que as palavras do contra-almirante foram “claras e explícitas”. “Qualquer outra declaração seria tirar as coisas de contexto”, complementou.  

Guerra Israel x Gaza

O início do conflito se deu em 7 de outubro, após ataque do Hamas em território israelense matando cerca de 1.194 pessoas, sendo em sua maioria civis, e sequestrando mais 250 no Sul do país, segundo contagem da AFP com base em dados oficiais de Israel. Segundo o Exército, estima-se que 116 pessoas continuem sequestradas em Gaza, 41 das quais teriam morrido. 

A atual ofensiva vinda de Israel se deu como resposta ao ataque em seu território. Até o momento, os ataques de Israel contra o território palestino já deixou 37.396 mortos apenas em Gaza, sua maioria sendo civis. As informações são relatadas pelo Ministério da Saúde de Gaza.  

Benjamin Netanyahu dispensa gabinete de guerra após a renúncia de Benny Gantz

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, dispensou o gabinete de guerra após a renúncia do cargo do ex-general centrista, Benny Gantz. O ex-general, que era considerado o menos radical do gabinete, acusou o Netanyahu de não possuir uma estratégia de guerra eficaz, que suas motivações estão inclinadas a posições pessoais e não para os interesses do país.

Segundo o “New York Times”, o cancelamento do gabinete já era esperado desde a saída de Gantz do governo, divulgado no domingo (9). Espera-se, agora, que o primeiro-ministro mantenha suas consultas sobre a guerra com um grupo de ministros, que inclui o ministro da Defesa, Yoav Gallant, e o ministro dos Assuntos Estratégicos, Ron Dermer, que também fazia parte do gabinete de guerra.


Benjamin Netanyahu em seu gabinete no dia 19 de abril (Foto: reprodução/Instagram/@b.netanyahu)


Exigências dos aliados

Alguns aliados nacionalistas-religiosos, como o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, e o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, estavam pressionando Netanyahu para serem incluídos no gabinete de guerra. Esta ação teria intensificado as tensões com parceiros internacionais, o que inclui os Estados Unidos.

Ben-Gvir, o ministro mais radical do governo de Benjamin Netanyahu e líder de um partido da extrema direita, ameaçou deixar o governo caso o primeiro-ministro não invadisse Rafah no início do ano. Netanyahu apenas conseguiu formar governo com a ajuda de Ben-Gvir, que é um grande defensor das incursões e bombardeios na Faixa de Gaza.


Imagem do ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir (Foto: reprodução/Instagram/@islami.soylemm)


Renúncia de Gantz

Benny Gantz, rival político de Netanyahu, ingressou ao governo como uma demonstração de unidade em decorrente ao ataque do Hamas, que ocorreu no dia 7 de outubro de 2023, no Sul de Israel. Ele renunciou o seu cargo no início deste mês, após pontuar a sua frustração com a forma como Netanyahu estava lidando com a guerra. 

Os críticos denunciam que a tomada de decisões do primeiro-ministro durante a guerra, teve grande influência dos ultranacionalistas do governo que se opõem a um acordo de cessar-fogo em troca da libertação dos reféns. Apenas manifestaram apoio à “migração voluntária” de palestinos da Faixa de Gaza e à reocupação do território.

Ajuda humanitária à crianças palestinas é prometida pelo governo Colombiano 

Foi anunciado nesta quinta-feira (13), pela vice-ministra de Assuntos Multilaterais, Elizabeth Taylor Jay, de Estocolmo, que o governo colombiano irá fornecer assistência humanitária — adendo de assistência médica — à crianças palestinas e suas famílias.  

Ajuda humanitária de Gustavo Petro

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, apresentou a proposta de ajuda humanitária destinada às famílias em Gaza fortemente afetadas pelas investidas israelenses. O anúncio veio pela parte da vice-ministra de Assuntos Multilaterais, Elizabeth Taylor Jay, durante a visita de Petro à Suécia. 


Presidente da Colômbia, Gustavo Petro, apertando mãos em sua visita à Estocolmo, Suécia (Foto: reprodução/ TT News Agency)

A vice-ministra está acompanhando o presidente colombiano em visitas oficias à Suécia e Suíça e afirmou o desejo de aproveitar a experiência da Colômbia em tratamento de vítimas de violência. Taylor não acrescentou muitas informações juntamente da declaração, logo, ainda não se tem confirmação de quantas crianças serão assistidas e nem em que data acontecerá a transferência para o país.

Tomamos a decisão de apoiar humanitariamente algumas crianças palestinas que viajariam com suas famílias para a Colômbia para reabilitação. E esperamos o apoio do Hospital Militar da Colômbia para desenvolver isso”, afirmou Taylor Jay. 

Colômbia e Israel

A principal motivação da Colômbia é caracterizada pelas descrições das declarações de Petro sobre o que acontece no território palestino. Desde o dia 1° de maio, o país cortou relações diplomáticas com Israel em consequência das operações militares fortemente descabíveis acontecidas em Gaza.  

O presidente colombiano, Gustavo Petro, já registrou publicamente que o que acontece no território palestino se trata de um genocídio comandado pelo estado de Israel. As ocasiões em que suas declarações acusaram Israel de extermínio não foram poucas, porém, ainda assim, o governo israelense salienta frequentemente se tratar de uma guerra em legítima defesa e que seus líderes não tem intenções genocidas. 

O conflito armado teve início no território israelense no dia 7 de outubro de 2023, após Israel ser atacado por vários grupos militantes. Contudo, esta não é a primeira guerra que assola as redondezas do Oriente Médio, em especial, o território da atual ofensiva armada. Conflitos israelo-palestinos são documentados logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1948.

Ofertas de cessar-fogo e a criação de um Estado Palestino ainda são debatidas por líderes de todo o mundo, inclusive entre o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e representantes do grupo terrorista Hamas.

Segundo a ONU, mundo bateu recorde de deslocados à força em 2023

Segundo anúncio feito pela Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), nesta quinta-feira (13), o número de pessoas deslocadas a força alcançou um nível recorde de 117, 3 milhões até o fim do ano passado. O relatório adicionou ainda que o número pode aumentar ainda mais durante 2024 com o advento da crise climática.

Crescimento e tendências

O relatório diz respeito a Tendências Globais no Deslocamento e foi publicado pelo ACNUR, onde ressalta o aumento significativo de deslocados forçados anualmente na última década. Acredita-se que essa tendência ao aumento reflete a intensificação de conflitos, perseguições e variadas formas de violência em diversos países do mundo.

A projeção da ACNUR para os primeiros quatro meses de 2024 é que o deslocamento forçado continuou a crescer e, provavelmente, ultrapassou a marca de 120 milhões até o final de abril. Os números são alarmantes e demonstram a necessidade urgente de intervenções políticas globais.


Recorde de pessoas deslocadas à força em 2023 (Vídeo: reprodução/Youtube/CNN Brasil)

Conflitos menos visíveis

Entre os conflitos mencionados no relatório, a guerra no Sudão ganhou destaque como uma das mais catastróficas, apesar de ganhar menos visibilidade da mídia internacional.

Já em Gaza, que ganhou bastante visibilidade e mídia, o deslocamento interno foi de aproximadamente 1,7 milhão de pessoas em meio aos bombardeios e campanha terrestre em Israel, correspondendo a quase 80% da população da região.

O relatório do ACNUR trás o foco dos conflitos para a crise global de deslocamento forçado, tentando enfatizar a necessidade urgente de soluções políticas e/ou humanitários para minimizar a tendência crescente. 

Agora, a comunidade política internacional enfrenta um enorme desafio com o cenário de conflitos e guerras, levando milhões de pessoas a saírem forçadamente de suas casas e países de maneira inesperada e forçada. Com isso, cabe a comunidade internacional cooperação e compromisso para proteger milhões de pessoas vulneráveis.

Plano dos EUA pelo cessar-fogo em Gaza é aprovado pela ONU

Nesta segunda-feira (10), o Conselho de Segurança da ONU aprovou um documento dos EUA sobre o cessar-fogo em Gaza. Após seis dias de negociação entre os integrantes, os EUA terminaram o projeto no último domingo. Na votação, 14 países votaram a favor e um se absteve, a Rússia.

Sofrimento desnecessário se prolonga a cada dia

Linda Thomas-Greenfield, embaixadora dos EUA na ONU, fez suas considerações ao conselho antes da votação.

“A resolução acolhe a nova proposta de cessar-fogo, que Israel aceitou, apela ao Hamas para que também a aceite e insta ambas as partes a implementarem integralmente seus termos sem demora e sem condições. Estamos esperando o Hamas concordar com o acordo de cessar-fogo que ele alega querer.”

Linda Thomas-Greenfield

Ela ainda acrescentou que o sofrimento desnecessário continua a cada dia que passa.


Renião do Conselho de Segurança da ONU em fevereiro de 2024 (Foto: reprodução/Angela Weiss/AFP/Getty Images embed)


Biden apresentou, em 31 de maio, um plano de cessar-fogo de três fases. Segundo ele, seria uma iniciativa israelense. Se as negociações levarem mais de seis semanas para a fase um, o cessar-fogo continuará, enquanto as negociações desenrolarem.

A sensibilização vem de todas as partes

Em março deste ano, o Conselho da ONU exigiu um cessar-fogo imediato, e que o Hamas libertasse todos os reféns, incondicionalmente.

Os EUA, Egito e Catar vem tentando, há meses, mediar um cessar-fogo. O Hamas teria dito querer interromper o conflito na Faixa de Gaza, mas que os israelenses deveriam ser retirados do território palestino, o qual abriga 2,3 milhões de pessoas.

O conflito iniciou quando o Hamas teria matado cerca de 1.200 pessoas em Gaza, no dia 7 de outubro do ano passado. De acordo com os israelenses, o Hamas mantém, desde então, mais de 100 pessoas reféns.

Israel teria lançado um contra-ataque aéreo, terrestre e marítimo no território palestino. De acordo com as autoridades de saúde de Gaza, mais de 36 mil pessoas foram mortas.

Em repúdio à guerra em Gaza, Colômbia não fornecerá carvão para Israel

No último sábado (08), O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, anunciou que vai suspender a exportação de carvão para Israel, em virtude da ofensiva militar israelense na Faixa de Gaza. A Colômbia já havia rompido relações com Israel em maio deste ano, além de ter cessado a compra de armas fabricadas por países do Oriente Médio.

Petro já havia classificado o governo do primeiro ministro de Benjamin Netanyahu como “genocida”. E agora colocou no seu perfil do X que a suspenção das exportações permanecerá até o término do genocídio.

Exportação maciça de carvão

De acordo com a Associação Nacional de Comércio Exterior da Colômbia, noventa por cento das exportações para Israel são de produtos oriundos da mineração e da energia, incluindo o carvão.

A Colômbia teria exportado uma concentração considerável de carvão para Israel no período de janeiro a agosto do ano passado, 375 milhões de dólares. O carvão é um recurso estratégico para fabricação de armas, mobilização de tropas e fabricação de aparatos para operações militares.


Fornos de carvão na Colômbia (Foto: reprodução/Ferley Ospina/Bloomberg/Getty Images embed)


Receio, apesar do argumento sólido para a suspensão

Apesar do decreto do Ministério do Comércio, Indústria e Turismo Colombiano, a Associação Colombiana de Mineração manifestou preocupação com tal suspensão, devido ao acordo comercial com Israel desde 2020.

“Israel é um destino-chave para as exportações colombianas de carvão térmico. A proibição das exportações coloca em risco a confiança nos mercados e o investimento estrangeiro”.

ACM

Gustavo critica a postura que Israel vem tomando frente ao conflito em Gaza. Agentes do Hamas mataram 1.170 pessoas em Israel, o que provocou a reação Israelense de liquidar 36.801 pessoas em Gaza, a maioria de civis. Essa reação desproporcional teria sido alvo das reiteradas críticas do governo colombiano.

A CIJ (Corte Internacional de Justiça), mais alto órgão judicial da ONU, ordenou que Israel interrompesse as operações em Rafah no mês passado. Além disso, o procurador do TPI (Tribunal Penal Internacional) solicitou a emissão de mandados de prisão contra Benjamin Netanyahu, Yoav Gallant (ministro da Defesa israelense) e três líderes do Hamas.

Militares israelenses são adicionados à lista de violência contra crianças pela ONU

Os militares de Israel foram adicionados a uma lista mundial de criminosos que cometem violência contra crianças. O Secretário Geral do Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, foi o responsável pela inclusão.

A lista está incluída em uma apresentação para o Conselho de Segurança da ONU, que acontecerá no dia 14 de junho.

O documento aparece dentro de um relatório sobre crianças e conflitos armados.

O relatório

Além da comentada lista, seis violações estão relatadas no relatório, como: Assassinato, ataques a escolas e hospitais, privação de acesso à ajuda e recrutamento, utilização de crianças na guerra, rapto e mutilação. De acordo com uma fonte diplomática anônima, O Hamas e a Jihad Islâmica também estarão na lista, mas ainda não foi divulgada a participação específica de cada grupo nos crimes.

Resposta de Israel


Benjamin Netanyahu e Gilad Erdan, em 2016 (Foto: reprodução/ GALI TIBBON/POOL/AFP via Getty Images Embed)


Segundo Gilard Erdan, emissário de Israel, ele foi devidamente notificado da decisão nesta sexta-feira (07), e classificou a medida como vergonhosa.

“Estou totalmente chocado e enojado com esta vergonhosa decisão do Secretário-Geral”, afirmou ele.

“O exército de Israel é o exército mais moral do mundo, por isso esta decisão imoral apenas ajudará os terroristas e recompensará o Hamas”, disse Erdan.

Guterres não se pronunciou sobre as acusações.

Stephane Dujarric, porta-voz da ONU, disse que o Secretário, ligou para Erdan como “uma cortesia concedida aos países recentemente listados no anexo do relatório”.

Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro do país israelense, foi ainda mais enfático, e disse que a ONU  “se adicionou à lista negra da história quando se juntou àqueles que apoiam os assassinos do Hamas”.

Os dados

A ONU divulgou em maio, dados do Ministério da Saúde de Gaza, em que pelo menos 7.797 crianças foram mortas na faixa de Gaza, nesses 8 meses de guerra.

Mas, sobre o mesmo tema, o gabinete de comunicação social do governo de Gaza levanta o número de 15.500 crianças mortas.

Já em Israel, conta-se que no ataque de 7 de outubro, arquitetado pelo Hamas, 38 crianças foram mortas e mais 42 foram feitas de reféns. Dessas, 40 foram libertas, e 2 ainda estão sendo mantidas em cativeiro, segundo o Conselho Nacional para a Criança de Israel.

O objetivo, com a lista posta no relatório, é condenar ataques que atinjam crianças e pressionar os citados a tornarem indispensáveis medidas de proteção a crianças nos conflitos.

Maldivas proíbem entrada de israelenses no seu território 

O Gabinete do presidente Mohamed Muizzu decidiu, neste domingo (02), que as Maldivas irão proibir a entrada de cidadãos israelenses em seu território. O comunicado evidenciou que a decisão é uma forma de protesto contra os ataques em Gaza.

O anúncio realizado pelo ministro da Segurança Interna e Tecnologia das Maldivas, Ali Ihsaan, e confirmado pelo governo do país ainda não definiu quando a nova lei será colocada em prática. 

De acordo com o comunicado, a implantação da proibição de cidadãos israelenses nas Maldivas será acompanhada por um comitê. Um subcomitê também pode ser criado para promover a supervisão da regra e algumas leis podem ser alteradas para a execução da nova ordem.

Apoio das Maldivas à Palestina

Uma campanha nacional chamada “Maldivianos em Solidariedade com a Palestina”, também foi anunciada por Muizzu, pretende arrecadar fundos para auxílio de refugiados em Gaza. Os valores serão destinados a partir da análise de necessidades prioritárias palestinas através de um enviado especial.  

A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Médio (UNRWA) está em parceria com o presidente na campanha e visa promover uma manifestação nacional das Maldivas em solidariedade aos palestinos. 


Gaza após ataques. (Foto: reprodução/Instagram/@saher_alghorra)


Resposta de Israel 

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Oren Marmorstein, afirmou que o ministério deu a recomendação para que os israelenses evitem viajar às Maldivas, mesmo para aqueles que possuem passaporte estrangeiro. 

O ministério também aconselha aos israelenses que já estão no território a considerarem a possibilidade de deixar as Maldivas.

Guerra entre Israel e Palestina

O confronto em Gaza começou pelo ataque do grupo palestino Hamas a Israel no dia 07 de outubro deste ano, os confrontos se intensificaram e civis também foram feitos de refém em Gaza. 

O Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas, apontou que aproximadamente 36.050 pessoas já haviam sido mortas no território até o fim do mês de maio. 

Biden nega que Israel pratica genocídio em Gaza

Joe Biden, o Presidente dos Estados Unidos, se manifestou em defesa de Israel, alegando que as forças israelenses não estão cometendo atos de genocídio em seus planos militares conta a força militante do Hamas na Faixa de Gaza, rejeitando as críticas de manifestantes conta o EUA e seu país aliado. 

Comunicado de Biden

O Comentário de Biden ocorreu em um evento do mês da herança Judaica Americana na Casa Branca, deixando de maneira enfática que acredita que Israel foi uma vítima no ataque que ocorreu em 7 de outubro no sul de Israel por militantes do grupo radical islâmico, que casou a morte de 1200 pessoas e fez centenas de reféns. 

“O que está acontecendo [em Gaza] não é genocídio. Rejeitamos isso”, disse o presidente sobre as recentes acusações, o democrata também deixou claro que o apoio dos EUA a segurança da população israelense continua ‘’Firme’’

Planos para salvar reféns e cessar-fogo

Biden comentou sobre as negociações para obter a liberdade de reféns doentes, feridos e idosos que estão detidos pelos militantes entre Israel e o Hamas estagnaram, porém prometeu que não pensar em desistir de obter sua liberdade. 

“Vamos levá-los para casa, vamos levá-los para casa, faça chuva ou faça sol”, comentou o presidente. 


Soldados de Israel (Foto: reprodução/Aris Messinis/AFP)

Biden também comentou sobre uma nova oferta de cessar-fogo em Gaza, algo que tinha reiterado no seu discurso de formatura no Morehouse College, no último domingo (26), mas agora acredita ser a melhor forma de encerrar o conflito. 

“Como alguém que tem um compromisso vitalício com Israel, como o único presidente americano que já foi a Israel em tempos de guerra, como alguém que acabou de enviar as forças dos EUA para defender diretamente Israel quando foi atacado pelo Irã, peço que deem um passo para trás e pensem no que acontecerá se esse momento for perdido. Não podemos perder este momento.”, continuou Biden. 


Joe Biden em visita a Israel (Foto: reprodução/Israeli Government Press Office/Anadolu Agency)

Nesses últimos messes, o político democrata, vem sofrendo uma crescente pressão política em seu partido pela maneira que está lindando com o conflito de Gaza.