Israelenses sofrem ataque após partida de futebol em Amsterdã; “Antissemita”, diz Netanyahu

Cinco pessoas foram hospitalizadas e 62 presas nesta quinta-feira (7) em Amsterdã, após um ataque contra torcedores do Maccabi Tel Aviv, de Israel, ao final da partida contra o Ajax, dos Países Baixos, pela Liga Europa.

Manifestações pró-Palestina e provocações aos israelenses já ocorriam antes do jogo, motivadas pelo conflito entre Israel e Palestina em Gaza.

Por outro lado, Peter Holla, chefe de polícia de Amsterdã, relatou que torcedores do Maccabi também causavam tumulto. Eles arrancaram bandeiras palestinas de algumas casas para incendiá-las, cantavam músicas de apoio aos ataques israelenses em Gaza e até atacaram um táxi.


Pró-Palestinos protestam na praça Anton de Komplein antes da partida (Foto: reprodução/Jeroen Jumelet/Getty Images Embed)


O conflito

A prefeita de Amsterdã, Femke Halsema, deu detalhes sobre o conflito, encerrado apenas na madrugada desta sexta-feira (8). Segundo ela, fogos de artifício foram usados como arma. A situação gerou críticas à polícia na cidade. O delegado afirmou que foi “extremamente difícil” prever esse conflito e garantiu que havia muitos agentes de prontidão.

O procurador-chefe do Ministério Público de Amsterdã, Rene de Beukelaer, informou que 62 homens foram presos, e 10 permanecem sob custódia. Ele acrescentou que a investigação aponta o antissemitismo como motivação do ataque.


Torcedores do Maccabi Tel Aviv em manifestação pró-Israel na Praça Dam antes da partida (Foto: reprodução/Anadolu/Getty Images Embed)


Reações do Israel

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, classificou os atos como um “ataque antissemita premeditado”. Ele enviou dois aviões à cidade neerlandesa para repatriar os torcedores, com previsão de chegada do primeiro voo na tarde desta sexta-feira (8).

Além do primeiro-ministro, o presidente israelense, Isaac Herzog, comparou os ataques a outros sofridos por israelenses, afirmando que essas agressões remetem ao ataque do Hamas em 2023, que desencadeou o conflito na Faixa de Gaza.

Itamar Ben-Gvir, ministro da Segurança Interna de Israel, também afirmou que os torcedores foram alvo de antissemitismo, atacados unicamente por serem judeus, e orientou os cidadãos a evitarem locais públicos.

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Sa’ar, anunciou uma “visita diplomática urgente” a Amsterdã, descrevendo os ataques como bárbaros e um sinal de alerta para o mundo.

O Ministério do Exterior israelense informou que três torcedores estão desaparecidos e outros dez ficaram feridos.

Países condenam o ataque

Nos Países Baixos, o primeiro-ministro Dick Schoof condenou os ataques, classificando-os como antissemitas e inaceitáveis. Schoof afirmou estar em contato com Netanyahu, que solicitou maior segurança para os judeus no país.

Na Alemanha, a ministra das Relações Exteriores, Annalena Baerbock, considerou as imagens “vergonhosas” e expressou indignação. Na França, o presidente Emmanuel Macron também se manifestou contra o ataque.

O ministro de Relações Exteriores da Palestina, Mohammed Mustafa, igualmente condenou as ações dos torcedores.

Matéria por Guilherme Augusto (Lorena – R7)

Com a possível morte de líder do Hamas, EUA avistam fim da guerra

Israel anunciou nesta quinta-feira (17) que eliminou Yahya Sinwar, líder do Hamas. Segundo as autoridades israelenses, ele foi um dos principais responsáveis pelo ataque de 7 de outubro. Sinwar foi uma figura crucial na criação do braço militar do Hamas, estabelecendo novos laços importantes com as potências árabes da região. Desde 2015 ele é visto como terrorista global pelo Departamento de Estado dos EUA.

Entretanto, Harel Chorev, pesquisador sênior do Centro Moshe Dayan para Estudos do Oriente Médio e da África, da Universidade de Tel Aviv, lembra que ele não deve ser visto como único líder.

“É bem-sabido que enquanto estava na prisão, ele torturou pessoas, principalmente membros do Hamas, usando prato quente para lhes causar queimaduras… o seu papel no Majd realmente diz muito sobre o seu caráter, a sua crueldade. Mas, ao mesmo tempo, os israelenses que o conheceram disseram que ele também pode ser muito prático, discutindo opções abertamente”, afirma o pesquisador. 

Condenações

O líder do Hamas passou mais de duas décadas na prisão israelense, após ser condenado em 1988 por fazer parte do assassinato de dois soldados israelenses e quatro palestinos suspeitos de colaboração com Israel. Em 2011, Sinwar foi liberado como parte do acordo de troca de prisioneiros, que resultou na libertação de mais de mil prisioneiros palestinos em troca de um soldado israelense que foi capturado e transportado para Gaza.


O chefe do Hamas em Gaza, Yahya Sinwar, participa de uma reunião com membros de grupos palestinos para discutir cessar-fogo em junho de 2021 (Foto: reprodução/Anadolu/ Getty Images Embed)


Análise de DNA

Os serviços de inteligência israelenses estão se empenhando para descobrir se o corpo é realmente de Sinwar por meio de análise de DNA, impressões digitais, além de registros dentários. Três terroristas foram mortos nas operações das Forças de Defesa de Israel na Faixa de Gaza. A inteligência israelense segue averiguando as chances de que o corpo encontrado sem vida seja de Yahya Sinwar. O resultado é muito aguardado.

EUA dão 30 dias para Israel melhorar crise humanitária em Gaza

O governo dos Estados Unidos alertou Israel sobre a necessidade urgente de melhorar a crise humanitária na Faixa de Gaza dentro de um período de 30 dias. Caso contrário, Washington pode ser obrigado a interromper o fornecimento de armas ao país, conforme previsto na legislação americana. A carta, assinada pelos principais representantes diplomáticos e de defesa dos EUA, Antony Blinken e Lloyd Austin, destaca o agravamento das condições de vida no território palestino, que enfrenta uma das mais severas crises desde o início do conflito.


Período para que Israel dizime a crise humanitária (Vídeo: Reprodução / YouTube / BandNews)

Situação crítica em Gaza

A ONU e diversas organizações internacionais têm alertado para o colapso total das condições de vida na Faixa de Gaza. Desde o início da guerra, o número de civis afetados pela falta de suprimentos básicos, como água e alimentos, aumentou drasticamente. Mais de 90% da população está em níveis críticos de insegurança alimentar, e as operações de ajuda humanitária têm sido severamente restringidas pelas forças israelenses, principalmente no norte de Gaza, onde os ataques são mais intensos. Além disso, há relatos de hospitais lotados, com escassez de medicamentos e recursos básicos, agravando o sofrimento dos palestinos.



O bloqueio imposto por Israel dificulta a entrada de itens de primeira necessidade, como alimentos e combustíveis, além de prejudicar a operação de usinas de dessalinização e tratamento de esgoto, essenciais para o fornecimento de água potável. A falta de eletricidade, causada pelo colapso da infraestrutura, tem impedido o funcionamento de serviços essenciais, aumentando o risco de surtos de doenças, como cólera e outras infecções relacionadas à água contaminada.

Organizações humanitárias alertam que a situação das crianças é particularmente alarmante, uma vez que grande parte da população de Gaza é formada por jovens que estão à mercê de condições insalubres e violentas.

Pressão sobre Israel

Na carta enviada ao governo israelense, Blinken e Austin expressam preocupação com o impacto das ações militares de Israel sobre a população civil e a restrição cada vez maior à ajuda humanitária. Os Estados Unidos exigem que Israel permita a entrada de pelo menos 350 caminhões diários de ajuda humanitária em Gaza e que garanta maior segurança para trabalhadores e locais de ajuda. Caso essas demandas não sejam atendidas, Washington pode ser forçado a suspender o envio de armas, conforme estabelecido pela lei americana, que proíbe o fornecimento de armamentos a países que dificultam a assistência humanitária.

Essa ameaça de suspensão do fornecimento de armas é um dos avisos mais duros feitos pelos EUA a Israel até o momento, destacando uma crescente insatisfação dentro da administração Biden com a gestão israelense da crise em Gaza. Embora os Estados Unidos sejam o maior fornecedor de armamentos a Israel, a pressão por parte de organismos internacionais e de aliados ocidentais tem aumentado para que o governo de Benjamin Netanyahu adote medidas para aliviar o sofrimento dos civis palestinos.

A relação entre Washington e Tel Aviv tem se mostrado delicada diante da escalada do conflito. Israel, que depende significativamente do apoio militar dos EUA para suas operações na região, pode ver sua capacidade bélica reduzida caso a ajuda seja suspensa. Isso afetaria diretamente a continuidade de suas ações em Gaza, e também em outras frentes de combate, como no Líbano, além de prejudicar a rivalidade com o Irã.

A carta americana também aponta que a ajuda humanitária que chegou a Gaza em setembro foi a mais baixa do último ano, intensificando a crítica sobre a gestão israelense do conflito e a necessidade de maior cooperação para garantir que as populações civis tenham acesso a recursos essenciais.

A pressão internacional sobre Israel, somada à possível suspensão da ajuda militar, impõe um novo desafio ao governo de Netanyahu para equilibrar as operações militares com as demandas humanitárias crescentes.

Multidão protesta contra guerra em Gaza durante abertura da Convenção Democrata

Nesta segunda-feira, milhares de manifestantes pró-palestinos, majoritariamente pacíficos, realizaram uma marcha em Chicago, enquanto o atual presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, comparecia ao dia de abertura da Convenção nacional democrata. A manifestação foi um ato para demonstrar força contra o apoio do governo Biden à Israel na guerra de Gaza.

Tensão aumenta com rompimento de barreiras de segurança

Embora a maioria das manifestações tenha sido pacifica, dezenas de pessoas quebraram parte da cerca de segurança de perímetro, o que chamou a atenção da tropa de choque, conforme relatado uma testemunha à Reuters. Um porta-voz da cidade informou que as autoridades estavam no local e que mais informações seriam divulgadas posteriormente.

Críticas à vice-presidente Kamala Harris durante o protesto

Foi quando os manifestantes chegaram a um parque e fizeram uma pausa como forma de amplificar seus pedidos de cessar-fogo, os gritos e bordões ficaram cada vez mais intensos, isso antes da cerca ser violada. Em meio a gritos e palavras de ordem, a multidão demonstrou sua insatisfação com a vice-presidente Kamala Harris, apelidando-a de “Killer Kamala” (Kamala Assassina). A policia local precisou formar um perímetro ao redor do parque a pé e alguns de bicicleta.

Horas antes do discurso de Biden, os organizadores da marcha se decepcionaram em relação a quantidade de manifestantes, que foi menor do que o esperado. A passeata foi iniciada perto do local onde delegados indicaram Kamala como Candidata a presidência nas eleições de novembro. “Era esperado uma quantidade de manifestantes que fosse o suficiente para que enchesse um parque e a rota da marcha”, disse Hatem Abudayyeh, porta voz dos organizadores.

Mas, durante a tarde, haviam vários manifestantes reunidos para ouvir o discurso, porém o parque estava apenas metade cheio. A coalizão organizadora, composta por mais de 200 grupos, defendia uma ampla gama de causas, desde direitos reprodutivos até justiça racial, com muitos manifestantes vindos de comunidades palestinas e árabes de Illinois e estados vizinhos.


Manifestação pró-Palestina em Chicago (Foto: reprodução/Tyler Pasciak LaRiviere/Sun-Times)

Roman Fritz, um jovem de 19 anos e delegado de Wisconsin, usava um lenço com o tradicional padrão palestino e planejava participar da marcha, mas sem intenção de interromper os eventos oficiais. Ele também expressou apoio à candidatura de Kamala como forma de derrotar Trump.

Diversos delegados muçulmanos e seus aliados, insatisfeitos com o apoio dos EUA à ofensiva israelense em Gaza, estão pressionando por mudanças na plataforma democrata, incluindo um embargo de armas, o que pode resultar em interrupções nos discursos durante a convenção.

Alguns manifestantes expressaram ceticismo quanto à possibilidade de mudanças na plataforma do partido. Mwalimu Sundiata Keita, que viajou de Cincinnati, Ohio, para participar do protesto, comentou: “Isso nunca vai acontecer. A política do partido é de apoio a Israel, e isso não deve mudar.”

Abudayyeh afirmou na segunda-feira: “Os democratas estão no comando. Esta é a guerra deles. Eles são responsáveis e cúmplices, e têm o poder de pará-la.”

Outro grande protesto está previsto para quinta-feira, quando Kamala deve aceitar formalmente a indicação. Grupos pró-palestinos têm protestado há meses contra o apoio militar e financeiro dos EUA a Israel, que, segundo autoridades de saúde de Gaza, já resultou na morte de mais de 40.000 palestinos. A ofensiva de Israel foi uma resposta ao ataque do Hamas em 7 de outubro, que matou 1.200 pessoas, de acordo com fontes israelenses.

Secretário de Estado dos Estados Unidos fala sobre busca por fim da guerra em Gaza

Nesta segunda-feira (19), o secretário de Estado Antony Blinken falou sobre as negociações em que Estados Unidos, Catar e Egito estão envolvidos para trazer uma trégua na região da Faixa de Gaza, onde Israel e o grupo Hamas estão em guerra desde um ataque terrorista do grupo, em 7 de outubro de 2023. O americano falou que esta pode ser a última oportunidade para que haja um acordo e consequentemente, o fim dos conflitos na região.


Vídeos sobre o segundo dia de guerra, há 10 meses (Vídeo: Reprodução/YouTube/UOL)

Busca por acordo

Além dos Estados Unidos, o Catar e o Egito estão diretamente envolvidos em um intermédio de uma negociação para que a guerra entre o Hamas e Israel acabe o mais rápido possível, conflito que está em vigor há quase um ano, desde 7 de outubro de 2023, com um ataque terrorista do grupo Hamas contra os israelenses.

O secretário Antony Blinken e o primeiro-ministro de Isreal, Binyamin Netanyahu, devem reunir-se nesta segunda-feira (19) para tratar destes assuntos, com ambos sendo figuras centrais nesta negociação em busca da paz.

Falas de Antony Blinken

Ainda envolvendo o secretário norte-americano, o presidente israelita Isaac Herzog disse à Antony que prioritariamente, ele deseja o regresso dos reféns e que isso, seria o maior objetivo humanitário do momento.

Sobre tal momento e atitudes que devem ser tomadas, Blinken disse o seguinte:

É hora de fazê-lo. É também hora de garantir que ninguém tome medidas que possam inviabilizar este processo

Antony Blinken, sobre o conflito.

O secretário dos Estados Unidos disse que agora é a hora de garantir o fim do conflito, sendo essa talvez a última oportunidade de tal atitude, buscando evitar qualquer medida que cause mais tensão ou mais conflitos, trabalhando para não ocorrerem provocações ou ações que resultem em algo pior.

Hamas não participará de reunião sobre cessar-fogo em Gaza

Na manhã da terça-feira (13), o grupo terrorista Hamas informou que não participará da reunião para um acordo de cessar-fogo na guerra na Faixa de Gaza. A discussão em questão acontecerá nesta quinta-feira (15), uma delegação foi convocada por Israel para as negociações.

Ahmad Abdul Hadi, representante do Hamas no Líbano, disse em uma entrevista exclusiva que o grupo decidiu não participar das discussões porque os líderes do Hamas acreditam que o governo israelense de Benjamin Netanyahu dificulta um acordo.

Já o primeiro-ministro de Israrel, Benjamin Netanyahu, discorda da fala do representante do Hams, de acordo com Benjamin o grupo terrorista está atrasando as negociações.

A reunião foi convocada pelos mediadores EUA, Catar e Egito na semana passada, que afirmaram que é hora de as partes chegarem a um acordo para o fim da guerra na Faixa de Gaza, com a libertação dos reféns.


Resposta de Israel ao ataque do Hamas (Foto: reproduçao/Getty Images News/Dan Kitwood/Getty Images Embed)


Apelo por um cessar-fogo

Uma trégua na guerra em Gaza pode ser particularmente benéfica nesta ocasião, já que pode afetar a resposta que o Irã promete a Israel pelos assassinatos dos líderes dos grupos terroristas Hamas e Hezbollah, que são aliados dos iranianos. Israel nega que seja responsável pelo assassinato de Ismail Hanyeh, do Hamas.

Um artigo do jornal americano “The New York Times” revelou que, ao contrário do que Netanyahu afirmou, o governo israelense fez novas exigências relevantes para concluir um acordo de paz.

Conforme informações divulgadas pelo “The New York Times” no final de julho, as novas condições israelenses, informadas aos mediadores no final de julho, incluem a manutenção do controle da fronteira sul de Gaza e uma maior flexibilidade para permitir que palestinos deslocados pela guerra voltem às suas casas no norte de Gaza após a suspensão das hostilidades.

Atraso nas negociações

Após o Hamas ter levantado dúvidas sobre sua participação nas negociações, Karine Jean-Pierre, a representante da Casa Branca, afirmou nesta terça-feira que Israel e Hamas devem participar das negociações desta semana para alcançar um acordo de paz.

“Os negociadores devem sentar à mesa. Acreditamos que chegar a um acordo de cessar-fogo é a melhor forma de diminuir as tensões que estamos efrentando”, disse a porta voz da Casa Branca.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, rebateu, as alegações de que teria incluído novas exigências para o cessar-fogo, uma vez que o Hamas exigiu 29 modificações no texto do acordo de cessar-fogo em negociações.

Existe uma divergências em relação à libertação dos reféns e à forma como os prisioneiros palestinos serão libertados, sendo necessário criar um mecanismo de verificação para assegurar o retorno de civis ao norte da Faixa de Gaza.

Há vários meses, há discussões em torno de um fim da guerra entre Israel e Hamas, com idas e vindas, o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma resolução solicitando o fim da guerra, que não foi cumprida.

Bombardeio israelense deixa ao menos 70 mortos em Gaza

Segundo o Ministério da Saúde do governo do Hamas, Israel realizou, nessa segunda-feira (22), bombardeios em Khan Younis, no Sul de Gaza, depois de ordenar que a população abandonasse a área. Pelo menos 70 pessoas foram mortas.


Bombardeios em Gaza (Foto: reprodução/SAID KHATIB/Getty Images Embed)


O atentado aconteceu quando Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro israelense se dirigia a Washington, onde fará um discurso no Congresso nesta quarta-feira (24).

A desistência de Biden da presidência

No último domingo (21), o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou que não buscará a reeleição, afirmando que essa decisão é “do melhor interesse do meu partido e do país”. Ele declarou ainda seu apoio à vice-presidente Kamala Harris como sua substituta na corrida presidencial. A decisão, tomada a quatro meses das eleições, altera significativamente a dinâmica da disputa pela Casa Branca.

O presidente israelense caracterizou sua partida de Israel como uma “viagem muito importante” em meio a uma “grande incerteza política“, decorrente da decisão do presidente Joe Biden de não se candidatar à reeleição. A guerra afetou as relações entre Israel e os EUA, seu principal aliado. Os dois líderes deverão se reunir na quinta-feira (25), segundo uma autoridade americana.


Joe Biden (Foto: reprodução/Mario Tama/Getty Images Embed)


Segundo Biden, o objetivo é encontrar uma solução para acabar com a guerra de Gaza, alcançar a paz no Oriente Médio e trazer todos os reféns israelenses de volta para casa.

Netanyahu também se encontrará com Kamala Harris, apoiada por Biden como candidata democrata às próximas eleições, embora ela não participe da cerimônia que Netanyahu receberá no Congresso.

Os EUA sobre a guerra

No cenário internacional, os Estados Unidos expressaram descontentamento com a reação de Israel à incursão fatal de 7 de outubro por militantes do Hamas no sul do país. Washington destaca a necessidade de proteger os civis e permitir o acesso de ajuda humanitária à Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas desde 2007. Segundo Steven Cook, especialista em Oriente Médio do Conselho de Relações Exteriores dos EUA, as relações bilaterais nunca estiveram tão tensas.

Israel convoca primeiros ultraortodoxos para as Forças Armadas após decisão controversa

O governo israelense anunciou que irá começar a convocação de jovens ultraortodoxos para o serviço militar, a começar no próximo domingo (21). Alguns acreditam que essa decisão pode enfraquecer a coalizão responsável por manter Benjamin Netanyahu no poder como primeiro-ministro de Israel.

Decisão histórica

Resultante de um descontentamento da população, o Supremo Tribunal do país resolveu por convocar os jovens religiosos a se alistarem para o serviço militar, uma vez que, por um acordo político, esses homens estavam isentos do recrutamento obrigatório para o restante dos homens judeus.

Essas isenções causaram ressentimento entre alguns israelenses, especialmente porque já se passaram 9 meses desde o início da guerra contra o Hamas em Gaza e, milhares de homens participaram e participam desse confronto direto.

Agora, inicia-se o processo de convocação pelas Forças Armadas e é um longo processo que pode durar meses e que, ainda pode ter mais uma dificuldade: a adesão dos religiosos em acatar a decisão do Supremo Tribunal. Ainda não foi divulgado quando os ortodoxos deverão começar a servir e nem quantos serão necessários.


Homens ultraordoxos não estão mais isentos e deverão se alistar no Exército (Vídeo: reprodução/Youtube/UOL)

Discriminação ou liberdade religiosa?

O Supremo declarou que o sistema que fornecia a isenção a homens religiosos estudarem em seminários judaicos enquanto os demais homens eram forçados a servir para as Forças de Defesa de Israel (FDI), era discriminatório.

Em contrapartida, os líderes religiosos ultraortodoxos defendem que os estudos religiosos são tão importantes para o futuro do país quanto o serviço militar e que, o estilo de vida levado por gerações anteriores pode estar ameaçado caso os seguidores jovens precisem se alistar.

Conflito de interesses

O problema é que a coalizão que mantém Netanyahu no governo é diretamente dependente de partidos ultraortodoxos que deixam claro seu descontentamento com a decisão. Eles ainda não deixaram claro qual será o próximo passo e, caso optem por quebrarem a coligação governante, será necessário antecipar as eleições em dois anos antes do previsto.

Os homens ortodoxos já se manifestaram contra a decisão com protestos em massas nessas comunidades religiosas, bloquearam estradas principais e houveram até mesmo prisões. Desde a noite de segunda-feira (15), as comunidades têm se manifesto contra, chegando a cercar carros de comandantes militares e ameaçar os policias, chamando-os de assassinos e jogando itens em direção a eles, segundo a mídia local.

Após final de semana sangrento, Israel volta a atacar em Gaza

Nesta segunda-feira (15), Israel voltou a atacar a Faixa de Gaza, pelo sul e pelo centro. Moradores de Rafah relataram que as forças israelenses explodiram várias casas.

A mesma guerra de narrativas para justificar o injustificável

Os bombardeiros aéreos e de tanques foram intensificados pelos militares. Os históricos campos de refugiados de Al-Bureji e Al-Maghazi foram os principais alvos. Cinco palestinos foram mortos em um ataque aéreo israelense em uma casa no campo de Maghazi, de acordo com as autoridades de saúde.

Por outro lado, os militares israelenses disseram que dezenas de alvos militares palestinos foram atingidos pelas forças aéreas, acertando vários homens armados em Rafah e no centro de Gaza. Houve, inclusive, combate corpo a corpo.


Rafah em mais um dia de conflito (Foto: reprodução/Eyad Baba/AFP/Getty Images embed)


Uma ramificação do grupo militante da Jihad Islâmica, brigada Al-Quds, teria feito um comunicado de que seus combatentes estavam envolvidos em batalhas ferozes no campo de Yabna, em Rafah.

A Zona Segura não era segura

Centenas de milhares de palestinos fugiram para Mawasi, periferia de Khan Yunis, após Israel declarar um local seguro. Essa zona populosa, próxima da costa do Mediterrâneo, transformou-se em um terreno baldio carbonizado, com muitos carros queimados e corpos mutilados, após os ataques do fim de semana.

Israel justificou que o ataque visava dois altos dirigentes do Hamas: Mohamed Deif, seu chefe militar, e Rafa Salama, comandante do grupo em Khan Yunis. Esses foram apresentados como “os dois cérebros do massacre de 7 de outubro”, que desencadeou a guerra.

O Exército anunciou que Salama morreu no bombardeiro. Um alto comandante do Hamas afirmou que Deif está vivo.

Conflito segue em Gaza após Israel afirmar que Hamas não estava mais na área

Houve fortes ataques na cidade de Gaza pelo quarto dia seguido. Milhares de palestinos saíram do bairro de Shujaiya, que foi mais impactado após as declarações de Israel sobre o Hamas. As negociações intermitentes por um cessar-fogo em Gaza e um acordo de libertação de reféns não avançaram muito até o momento. No sábado, o Hamas afirmou que não havia “novidades” no plano apresentado pelos mediadores americanos.

Nas últimas 24 horas, as forças terrestres e aéreas israelenses realizaram alguns ataques contra complexos usados por militantes, resultando na eliminação de vários terroristas. Além disso, confrontos foram registrados na região central de Gaza e na área sul de Rafah. Essa ação ocorre na semana seguinte após o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmar que a fase mais devastadora do conflito estava se encerrando.


Imagens da cidade destruída pelo confronto (Photo by -/AFP via Getty Images)


A Organização das Nações Unidas (ONU) calcula que entre 60 e 80 mil pessoas foram evacuadas do local dos bombardeios. Para aqueles que ficam, a vida se torna um verdadeiro inferno na Terra. Os moradores afirmaram que estavam presos, pois é inviável sair do local sob ataque.

“Não sabemos para onde ir”, relatou Siham al-Shawa.

O primeiro ministro fez a seguinte declaração: “forças israelenses estão operando em Rafah, Shujaiya, em toda a Faixa de Gaza”. De acordo com um comunicado do gabinete do primeiro ministro, “dezenas de terroristas estão sendo eliminados todos os dias.”

Destruição total

No dia 7 de outubro, no sul de Israel, houve os primeiros ataques na cidade, ocasionando na morte de 1.195 pessoas, a maioria deles civis, segundo a AFP

O troco de Israel matou no mínimo 37.877 pessoas e também, na maioria deles, civis. Esses dados foram publicados pelo Ministério de Saúde, controlado por Hamas e seus exércitos.

Em Rafah, cidade situada na sua maior parte ao sul da Faixa de Gaza, exércitos israelenses fizeram uma intervenção terrestre nos primeiros dias de maio, ocasionando o fechamento do local.


 Tanque de guerra na Faixa de Gaza (Photo by JACK GUEZ/AFP via Getty Images)


Diversas agências de ajuda humanitária demostraram sua preocupação sobre a ameaça de fome que esse conflito trouxe para 2,4 milhões de habitantes em Gaza.

“Não há água lá, não há saneamento, não há comida. E agora, as pessoas estão vivendo de volta nesses edifícios que são como conchas vazias”, disse Louise Wateridge, da UNRWA, agência da ONU.

“Genocídio em Gaza”

Osama Hamdan, um representante do Hamas no Líbano, confirmou que o movimento islâmico recebeu a proposta mais recente, porém afirmou que ela não trouxe “avanços significativos”. Ele criticou as ofertas como “inúteis” e sugeriu que visavam apenas conceder a Israel “tempo extra para continuar praticando seu genocídio”. Segundo o Hamas, Israel recusou diversos pedidos de cessar-fogo e a retirada dos exércitos em Gaza.