Cármen Lúcia diz que golpe a colocaria na prisão

A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, afirmou que, caso a tentativa de golpe investigada tivesse se concretizado, ela estaria entre os alvos dos golpistas. Durante discurso na FliRui (1ª Festa Literária da Fundação Casa de Rui Barbosa), no Rio de Janeiro, a magistrada relembrou a gravidade das investidas contra as instituições. “Meu filho, se tivessem dado golpe, eu estava na prisão, não poderia nem estar aqui julgando”, afirmou.

Ao contextualizar o avanço de narrativas antidemocráticas no país, Cármen Lúcia comparou a ameaça à democracia a uma praga que se instala e se espalha com rapidez quando não é combatida. “A erva daninha da ditadura é igualzinha, não precisa de cuidado. Ela toma conta, ela surge do nada. Pra gente fazer florescer uma democracia na vida da gente, no espaço da gente, é preciso construir todo dia, é preciso trabalhar todo dia”, continuou.

A ministra também destacou que os autos do processo revelam planos concretos contra ministros do STF, documentados pelos próprios envolvidos. “Havia documentado em palavras, por exemplo, a tentativa de ‘neutralizar’ alguns ministros de Supremo. Portanto, estava em palavras, as ordens eram dadas em palavras”, disse, acrescentando que “a palavra traduz a alma de uma pessoa”.

Voto de Cármen Lúcia ajudou na condenação de Bolsonaro

Cármen Lúcia votou pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro na Ação Penal 2668, relativa à trama golpista investigada após as eleições de 2022. O julgamento, conduzido pela Primeira Turma do STF, resultou na pena de 27 anos e 3 meses de prisão, em regime inicialmente fechado, por crimes como tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado democrático de direito e organização criminosa. O voto da ministra integrou a maioria formada ao lado do relator, Alexandre de Moraes, e do ministro Flávio Dino.

Com a decisão colegiada, o STF autorizou o início da execução das penas dos condenados do chamado “núcleo crucial” da tentativa de golpe, grupo no qual o ex-presidente está incluído. O entendimento da ministra reforçou que a responsabilização penal dos envolvidos não apenas reconhece a gravidade dos atos, mas também busca impedir que episódios semelhantes voltem a ocorrer, sobretudo após as ameaças institucionais reveladas pelas investigações.


Cármen Lúcia afirma que “se tivessem dado golpe, eu estaria presa” (Vídeo: reprodução/X/@CNNBrasil)


Episódio de 8 de janeiro desencadeou investigações

A avaliação de Cármen Lúcia remete diretamente ao 8 de janeiro de 2023, quando milhares de apoiadores de Bolsonaro invadiram e depredaram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e a sede do STF, em Brasília. As cenas, que correram o mundo, foram classificadas pela Corte como a etapa mais visível de uma tentativa de golpe de Estado, articulada para impedir a posse legítima do governo eleito e para forçar uma intervenção militar.

As investigações conduzidas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal revelaram a existência de grupos organizados, financiadores, operadores e integrantes de estruturas paralelas que atuaram para fomentar a ruptura institucional. Essa trama serviu de base para as denúncias apresentadas ao STF e para a abertura das ações penais que culminaram nas condenações do Núcleo 1, incluindo a de Jair Bolsonaro.

STF dá início às prisões do núcleo central da Trama Golpista

O Supremo Tribunal Federal determinou nesta terça-feira o início imediato das penas impostas aos sete integrantes do núcleo central da Trama Golpista de 2022–2023. Com o fim do prazo para recursos, os condenados começaram a ser presos em diferentes cidades do país, conforme as unidades definidas pelo tribunal. Entre eles está o ex-presidente Jair Bolsonaro, que iniciou o cumprimento da pena em Brasília, enquanto outros ex-ministros e militares de alta patente foram encaminhados para instalações das Forças Armadas e da Polícia Militar.

Onde os condenados vão cumprir pena

Após a confirmação do trânsito em julgado, o STF expediu os mandados de prisão, e os condenados passaram a se apresentar — ou a ser conduzidos — às unidades determinadas pela corte. O ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado a mais de duas décadas de prisão, foi levado à sede da Polícia Federal, em Brasília. As autoridades confirmaram que ele ficará em cela individual, sob protocolos de segurança reforçados.

O general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa, começou a cumprir pena na Vila Militar, no Rio de Janeiro. O almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha, foi encaminhado a dependências da própria força naval em Brasília. O ex-ministro da Justiça Anderson Torres ingressou no 19º Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal, dentro do Complexo Penitenciário da Papuda.

Já os generais Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira foram conduzidos ao Comando Militar do Planalto, também na capital federal. A única ausência na lista é o ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem, condenado a mais de 16 anos, que não foi localizado e está oficialmente foragido. Seu mandado já integra o sistema nacional e pode ser incluído em listas internacionais.

A etapa das audiências de custódia

Com as prisões efetivadas, todos os réus detidos passarão por audiências de custódia, etapa obrigatória prevista na legislação brasileira para assegurar que o início do cumprimento da pena respeitou todos os parâmetros legais. Nesses procedimentos, a Justiça analisa se houve qualquer irregularidade na condução das prisões e verifica a integridade física dos detidos, além das condições das instalações onde estão sendo mantidos.

É também durante a audiência que são avaliados os protocolos de segurança adotados pelas autoridades, garantindo que não houve abuso ou violação de direitos durante o processo de detenção. Caso exista alguma situação urgente, como pedidos de atendimento médico, mudança de cela ou questionamentos sobre o regime inicial de cumprimento da pena, as defesas podem se manifestar nesse momento.

Embora os advogados dos condenados afirmem que ainda existiriam caminhos recursais possíveis, o Supremo Tribunal Federal já havia encerrado essa fase ao considerar as tentativas anteriores intempestivas ou inadequadas. Com isso, as decisões transitaram em julgado, e a execução das penas passou a ser considerada definitiva.

Peso histórico e impacto institucional

A prisão do núcleo central da trama constitui um ponto crucial na história do país. É a primeira vez que um ex-presidente da República começou a cumprir pena por participação em uma tentativa de golpe de Estado. De acordo com especialistas, a decisão representa a reafirmação do Estado Democrático de Direito e evidencia que instituições e autoridades de alto nível não estão isentas de responsabilização penal.

A decisão também aprofunda polarizações políticas, com manifestações divididas entre quem considera a prisão um passo necessário para a democracia e quem interpreta a execução das penas como perseguição. A reação pública tem sido intensa e deve continuar ocupando o debate nacional.


Bolsonaro é condenado a 27 anos de prisão (Foto: reprodução/Instagram/@jairmessiasbolsonaro)


Reações e próximos passos

Os desdobramentos das prisões ainda estão em andamento. O caso do foragido Alexandre Ramagem pode gerar movimentações internacionais caso sua localização seja confirmada fora do país. Nas unidades onde os presos já se encontram, a atenção está voltada para protocolos de segurança, condições de detenção e eventuais solicitações médicas ou estruturais.

Simultaneamente, o clima político permanece em alta tensão, com partidos, juristas, analistas e sociedade debatendo os efeitos institucionais e simbólicos de um processo que já fez história. As semanas seguintes serão cruciais para compreender como o país enfrentará as implicações jurídicas e políticas das penas que estão sendo cumpridas.

Marcos Oliveira é vítima de golpe e enfrenta impasse financeiro

O ator Marcos Oliveira, conhecido por seu icônico papel como Beiçola no seriado “A Grande Família”, vive um momento de tensão após ser vítima de um golpe financeiro. O artista, que conquistou o público com seu talento, agora enfrenta uma situação delicada envolvendo a recusa de devolução de um valor significativo, alegadamente apropriado por um golpista.

A acusação e o golpe

Marcos Oliveira, um dos rostos mais queridos e respeitados da televisão brasileira, revelou recentemente uma situação delicada e preocupante em que se encontra. O ator confiou em uma pessoa próxima, que posteriormente se recusou a devolver uma quantia significativa que havia sido emprestada. Esta situação levou Marcos, que sempre preservou sua privacidade e foi extremamente reservado sobre aspectos de sua vida pessoal, a tomar a difícil decisão de tornar o episódio público.

Ele busca, assim, recuperar o valor que lhe foi negado, após várias tentativas frustradas de resolver o problema de forma discreta. O golpista, cuja identidade não foi revelada, adota uma postura inflexível e insensível, ignorando repetidamente os pedidos de Marcos para a devolução do dinheiro, aumentando ainda mais a angústia e o desespero do ator diante dessa traição.


Ator Marcos Oliveira (Reprodução/X/@choquei)

Repercussão e apoio ao ator

A notícia do golpe repercutiu rapidamente entre os fãs de Marcos Oliveira e a comunidade artística. Muitos expressaram apoio ao ator, que enfrenta dificuldades financeiras há algum tempo. Amigos e colegas de profissão têm demonstrado solidariedade, e há uma crescente mobilização para ajudar Marcos a superar essa fase complicada. O caso trouxe à tona debates sobre a vulnerabilidade de artistas veteranos e a importância de proteção financeira em momentos de crise.

Apesar das adversidades, Marcos Oliveira se mantém firme, buscando justiça e a recuperação do valor perdido. A situação serve de alerta sobre a necessidade de cautela e as possíveis armadilhas que podem surgir, mesmo entre conhecidos.