Bolsonaro enfrenta três inquéritos da Polícia Federal que devem ser concluídos até setembro

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está sob investigação em três inquéritos conduzidos pela Polícia Federal, que devem ser concluídos até setembro. Os casos envolvem a venda de joias, a fraude no cartão de vacinação e um suposto plano de golpe de Estado. As investigações serão finalizadas nessa ordem, conforme informou a instituição.

Caso das “joias sauditas”

A investigação das chamadas “joias sauditas” apura um suposto esquema de negociação de joias presenteadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro por autoridades estrangeiras. As peças teriam sido ocultadas e vendidas no exterior.

Além de Bolsonaro, o caso envolve o tenente-coronel Mauro Cid e seu pai, o general Mauro César Cid. Também estão sob investigação o antigo advogado de Bolsonaro, Frederick Wassef, e o tenente do Exército Osmar Crivelatti.

Conforme reportado pela CNN, Mauro César Cid tentava vender as joias em Miami, enquanto Crivelatti era responsável por cuidar das joias. A Polícia Federal planeja concluir o inquérito em junho deste ano. Imagens colhidas nos Estados Unidos, onde as joias seriam legalizadas, foram incluídas no processo, e o último investigado foi adicionado ao inquérito há cerca de duas semanas.

Fraude no cartão de vacinação

A segunda investigação a ser concluída pela Polícia Federal envolve a falsificação das cadernetas de vacinação da Covid-19. Em março, o ex-presidente Jair Bolsonaro e o tenente-coronel Mauro Cid foram indiciados por supostamente participarem de um esquema de fraude nos registros de vacinação. 

De acordo com a PF, uma organização criminosa inseriu dados falsos no sistema do Ministério da Saúde. O esquema, iniciado por Cid, incluía várias pessoas e visava beneficiar Bolsonaro com registros alterados de vacinação contra a Covid-19. Os investigadores agora querem determinar se a carteira de vacinação falsificada foi utilizada pelo ex-presidente durante viagens aos Estados Unidos no final de seu mandato. A conclusão dessa investigação está prevista para julho.

Tentativa de golpe de Estado

A Polícia Federal deve concluir até o fim de setembro a investigação sobre um suposto esquema de golpe de Estado envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e a cúpula de seu governo.


O ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro cumprimenta apoiadores ao lado de sua esposa durante um comício em São Paulo em 25 de fevereiro de 2024 (Foto: reprodução/NELSON ALMEIDA/ Getty Images Embed)


O inquérito apura a participação de ex-ministros e ex-chefes do Exército, que teriam planejado uma minuta de golpe para instaurar um estado de sítio no Brasil e impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Depoimentos à Polícia Federal sugerem que Bolsonaro esteve presente em reuniões com antigos comandantes das Forças Armadas, onde o plano teria sido discutido.

O que diz a defesa do Bolsonaro 

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro sustenta que ele não cometeu nenhuma ilegalidade quanto aos presentes recebidos durante seu mandato. Sobre a fraude no cartão de vacinação, a defesa afirma que o ex-presidente nunca ordenou nem soube que seus assessores estavam falsificando certificados vacinais. Além disso, os advogados de Bolsonaro negam qualquer envolvimento dele em um suposto plano de golpe de Estado.

Alexandre de Moraes convoca Bolsonaro a se explicar sobre a ida à embaixada da Hungria

O ex-presidente Jair Bolsonaro tem até esta quarta-feira (27) para  explicar oficialmente o porquê  passou dois dias na embaixada da Hungria após ter tido seu passaporte confiscado pela Polícia Federal (PF). Nesta segunda-feira (25), após a divulgação das imagens das câmeras de segurança publicadas pelo jornal americano The New York Times, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, deu o prazo de 48 horas para que a defesa do ex-presidente apresente uma explicação oficial para o ocorrido. 

Até o fechamento desta reportagem, Bolsonaro ainda não concedeu explicações formais ao ministro Moares sobre o que o teria motivado a se hospedar por dois dias na embaixada da Hungria, localizada em Brasília, visto que o ex-presidente possui residência na cidade. 


Câmeras de segurança flagram Jair Bolsonaro na embaixada da Hungria, em Brasília, por dois dias consecutivos. (Foto: reprodução/NYT)

Bolsonaro não poderia ser preso na embaixada

De acordo como mostram as imagens divulgadas pelo The New York Times, Jair Bolsonaro deu entrada na embaixada da Hungria no dia 12 de fevereiro e saiu dia 14. Nesse sentido, a PF iniciou uma investigação sobre as motivações que levaram o ex-presidente a se hospedar no local logo após ter tido seu passaporte apreendido pela Operação Veritas, que investiga a tentativa de golpe de Estado durante o fim do governo Bolsonaro. 

Especialistas políticos especulam a medida tomada pelo ex-presidente, visto que é estritamente proibida a entrada de policiamento dentro de embaixadas estrangeiras, isso porque tecnicamente missões diplomáticas de outros países não podem ser cobradas por não cumprirem as mesmas leis da nação em que a está localizada. Dessa forma, polícias apenas poderão cumprir mandatos nestes estabelecimentos mediante a autorização.

Nesse sentido, especula-se o porquê Jair Bolsonaro decidiu se hospedar na embaixada da Hungria logo após ter tido seu passaporte confiscado pela PF, que havia cumprido mandados de busca e apreensão, com autorização do ministro relator do caso, Alexandre de Moraes,  nas residências dos investigados pela tentativa de golpe de Estado. 

Explicação prévia da defesa de Bolsonaro

Horas depois da divulgação das imagens pelo The New York Times, Jair Bolsonaro explicou que costuma comparecer a embaixadas por todo país. Advogados que compõem a equipe de defesa do ex-presidente também se pronunciaram revelando que o comparecimento à embaixada foi para “manter contato com autoridades do país amigo”.

Exército prepara celas para possível prisão de Bolsonaro e militares 

À pedido do Supremo Tribunal Federal (STF), as Forças Armadas do Exército preparam novas celas no Quartel General (QG), em Brasília, para a eventual prisão do ex-presidente Bolsonaro e militares que prestarão depoimento nesta quinta-feira (22) à Polícia Federal. 

De acordo com a revista Veja, uma fonte do Exército confirmou que uma espécie de alojamento localizado no Comando Militar do Planalto, dentro do QG em Brasília, está recebendo melhorias para a possível prisão de generais do alto comando que estão sendo investigados pela PF por tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

“A gente precisa se preparar. Pela antiguidade da pessoa presa, é preciso que a gente tenha uma estrutura melhor, até porque sofremos inspeção do STF, logo após as prisões”, disse a fonte à revista Veja.

Quem prestará depoimento nesta quinta-feira

Ao todo 23 investigados terão que se apresentar à Polícia Federal nesta quinta-feira (22), desses, 13 prestarão depoimento na sede da PF em Brasília. Vale ressaltar que todos os investigados depõem simultaneamente às 14h30, no horário de Brasília. 


Jair Bolsonaro prestará depoimento à PF nesta quinta-feira (22). (Foto: Reprodução/Sergio Lima/AFP)

Entre esses, Jair Bolsonaro é um dos investigados que terá que falar à PF, no entanto, de acordo com a defesa, o ex-presidente ficará em silêncio durante todo o depoimento. Além dele, também compõe a lista de investigados que terão que prestar esclarecimentos à PF: Paulo Sérgio Nogueira, ex-comandante do Exército durante o governo Bolsonaro, o general Augusto Heleno, ex-chefe do GSI, Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha e o general Walter Braga Netto, ex- ministro da Casa Civil,  da Defesa e candidato a vice de Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2022. 

A investigação

De acordo com as apurações da Polícia Federal, o núcleo em torno do ex-presidente Jair Bolsonaro organizava e projetava a disseminação de uma possível fraude nas eleições presidenciais de 2022, antes mesmo do pleito, atuando assim, como uma organização criminosa que tentou viabilizar e legitimar a tomada do Estado Democrático de Direito. 

Além disso, as investigações também afirmam a existência de pelo menos três planos planejados pelos golpistas  contra o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes. 

Em entrevista ao Globo, Moraes revelou que, segundo as investigações, os planos planejados contra ele foram desde a pretensão de que as Forças Especiais do Exército o prenderiam e o levariam para Goiânia, até o seu enforcamento na Praça dos Três Poderes.

Defesa de Bolsonaro aciona o STF para que Moraes seja impedido de conduzir julgamento sobre tentativa de golpe de Estado 

Nesta quarta-feira (14), a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando o impedimento do ministro Alexandre de Moraes como relator das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado e de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. 

O recurso utilizado pelos advogados do ex-presidente foi endereçado ao presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso. No entanto, pedidos similares já foram negados pelo presidente da Corte anteriormente. 


Defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro pede afastamento de Moraes como relator do caso sobre tentativa de golpe de Estado e de abolição violenta do Estado Democrático de Direito (foto: Reprodução/Valter Campanato/Agência Brasil)

O que pede a defesa

O recurso, nomeado de “arguição de impedimento”, pede para que o presidente do STF impeça o ministro Alexandre de Moraes de realizar qualquer ato processual, visto que “seria nítido o interesse” do magistrado no caso. Isso porque, segundo a defesa de Bolsonaro, Moraes não poderia atuar como relator de uma investigação que, segundo a Polícia Federal, teria como finalidade “a prisão do próprio Ministro Alexandre de Moraes, na oportunidade já Presidente do Tribunal Superior Eleitoral”.

Nesse contexto, o documento enviado pela defesa do ex-presidente afirma que decisões tomadas por Moraes em toda investigação, como a autorização de mandados de busca e apreensão na última quinta-feira (8), revelam uma “narrativa” do magistrado de se colocar “no papel de vítima central das supostas ações que estariam sendo objeto da investigação, destacando diversos planos de ação que visavam diretamente sua pessoa”. Dessa forma, para a defesa, o atual relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, não tomaria decisões de maneira imparcial e, por isso, deveria ser impedido de atuar como relator do caso. 

“Não se ignora e nem poderia se ignorar o notório saber jurídico do il. Ministro Alexandre de Moraes, sendo um jurista academicamente qualificado e experiente, contudo é inescapável que, como todo ser humano, possa ser influenciado em seu íntimo, comprometendo a imparcialidade necessária para desempenhar suas funções”. 

“Ao longo das 135 laudas da decisão, mais de 20 (vinte) menções à pessoa do Relator são feitas, bem como são delineados episódios que expõem a vulnerabilidade do magistrado frente a suposto monitoramento e plano elaborado pelos investigados, delineando um contexto que torna evidente e fortemente questionada a sua imparcialidade objetiva e subjetiva para decidir nestes autos, dada sua posição de vítima”.

Explicam os advogados de Bolsonaro em documento enviado ao STF nesta quarta-feira (14)..

A investigação

De acordo com as apurações da Polícia Federal, o núcleo em torno do ex-presidente Jair Bolsonaro organizava e projetava a disseminação de uma possível fraude nas eleições presidenciais de 2022, antes mesmo do pleito, atuando assim, como uma organização criminosa que tentou viabilizar e legitimar a tomada do Estado Democrático de Direito. 

Além disso, as investigações também afirmam a existência de pelo menos três planos organizados pelos golpistas contra o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes. 

Em entrevista ao Globo, Moraes revelou que, segundo as investigações, os planos traçados contra ele foram desde a pretensão de que as Forças Especiais do Exército o prenderiam e o levariam para Goiânia, até o seu enforcamento na Praça dos Três Poderes.

Ex-presidente Jair Bolsonaro é alvo de operação da PF iniciada nesta quinta-feira

Na manhã desta quinta-feira (08), a Polícia Federal iniciou uma operação em dez estados com a intenção de apurar quais pessoas estavam envolvidas na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado democrático de Direito. Jair Bolsonaro é um dos alvos desta investigação.

Deverá permanecer no Brasil

Fabio Wajngarten, ex-ministro de Jair Bolsonaro, informou através do X (antigo Twitter) que Bolsonaro teve de entregar seu passaporte às autoridades. “Em cumprimento às decisões de hoje, o Presidente @jairbolsonaro entregará o passaporte às autoridades competentes. Já determinou que seu auxiliar direto, que foi alvo da mesma decisão, que se encontrava em Mambucaba, retorne para sua casa em Brasília, atendendo a ordem de não manter contato com os demais investigados.”


Agentes da Polícia Federal (foto: reprodução/blog.focusconcursos)

A Polícia Federal informou que no total são cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, 48 medidas cautelares e quatro mandados de prisão preventiva. Nesta mesma manhã em que a operação foi iniciada, dois ex-assessores de Bolsonaro já foram presos: Marcelo Câmara e Felipe Martins.

Além do próprio ex-presidente, outros aliados do mesmo como Braga Netto, Augusto Heleno e Valdemar Costa Neto também são alvos da investigação. É válido ressaltar que a PF também foi a casa de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro.

Divisão entre núcleos

A PF analisou que o grupo criminoso se dividiu em núcleos que tinham a intenção de disseminar a ocorrência de fraude nas Eleições Presidenciais de 2022, mais especificamente seis núcleos. O núcleo 1 era responsável por divulgar e estender notícias falsas sobre a franqueza das eleições presidenciais de 2022; já o núcleo 2 tinha o papel de incitar militares ao golpe; o núcleo 3 realizava uma atuação jurídica, agindo na elaboração de decretos benéficos ao grupo; o núcleo 4, por sua vez, atuava em reuniões de planejamento e execução de atos com relação a manter as manifestações em frente aos quartéis militares.

O núcleo 5 era um setor que atuava na coleta de dados que pudessem proporcionar auxílio ou vantagem nas tomadas de decisão do grupo e do presidente eleito no ato do Golpe de Estado; sendo por fim o núcleo 6 formado por oficiais de alta patente que tinham como função influenciar e fornecer apoio aos integrantes dos outros núcleos.

A operação da Polícia Federal está sendo realizada nos estados: Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal . É válido ressaltar que o Exército Brasileiro está fazendo o acompanhamento no cumprimento de alguns mandatos, manifestando apoio à PF.