À pedido do Supremo Tribunal Federal (STF), as Forças Armadas do Exército preparam novas celas no Quartel General (QG), em Brasília, para a eventual prisão do ex-presidente Bolsonaro e militares que prestarão depoimento nesta quinta-feira (22) à Polícia Federal.
De acordo com a revista Veja, uma fonte do Exército confirmou que uma espécie de alojamento localizado no Comando Militar do Planalto, dentro do QG em Brasília, está recebendo melhorias para a possível prisão de generais do alto comando que estão sendo investigados pela PF por tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
“A gente precisa se preparar. Pela antiguidade da pessoa presa, é preciso que a gente tenha uma estrutura melhor, até porque sofremos inspeção do STF, logo após as prisões”, disse a fonte à revista Veja.
Quem prestará depoimento nesta quinta-feira
Ao todo 23 investigados terão que se apresentar à Polícia Federal nesta quinta-feira (22), desses, 13 prestarão depoimento na sede da PF em Brasília. Vale ressaltar que todos os investigados depõem simultaneamente às 14h30, no horário de Brasília.
Entre esses, Jair Bolsonaro é um dos investigados que terá que falar à PF, no entanto, de acordo com a defesa, o ex-presidente ficará em silêncio durante todo o depoimento. Além dele, também compõe a lista de investigados que terão que prestar esclarecimentos à PF: Paulo Sérgio Nogueira, ex-comandante do Exército durante o governo Bolsonaro, o general Augusto Heleno, ex-chefe do GSI, Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha e o general Walter Braga Netto, ex- ministro da Casa Civil, da Defesa e candidato a vice de Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2022.
A investigação
De acordo com as apurações da Polícia Federal, o núcleo em torno do ex-presidente Jair Bolsonaro organizava e projetava a disseminação de uma possível fraude nas eleições presidenciais de 2022, antes mesmo do pleito, atuando assim, como uma organização criminosa que tentou viabilizar e legitimar a tomada do Estado Democrático de Direito.
Além disso, as investigações também afirmam a existência de pelo menos três planos planejados pelos golpistas contra o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes.
Em entrevista ao Globo, Moraes revelou que, segundo as investigações, os planos planejados contra ele foram desde a pretensão de que as Forças Especiais do Exército o prenderiam e o levariam para Goiânia, até o seu enforcamento na Praça dos Três Poderes.