Bolsonaro enfrenta três inquéritos da Polícia Federal que devem ser concluídos até setembro

Ana Livia Menezes Por Ana Livia Menezes
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Foto Destaque: Jair Bolsonaro após uma entrevista coletiva dois dias depois de ser derrotado por Lula da Silva no segundo turno presidencial (Reprodução/ Andressa Anholete/Getty Images Embed)

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está sob investigação em três inquéritos conduzidos pela Polícia Federal, que devem ser concluídos até setembro. Os casos envolvem a venda de joias, a fraude no cartão de vacinação e um suposto plano de golpe de Estado. As investigações serão finalizadas nessa ordem, conforme informou a instituição.

Caso das “joias sauditas”

A investigação das chamadas “joias sauditas” apura um suposto esquema de negociação de joias presenteadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro por autoridades estrangeiras. As peças teriam sido ocultadas e vendidas no exterior.

Além de Bolsonaro, o caso envolve o tenente-coronel Mauro Cid e seu pai, o general Mauro César Cid. Também estão sob investigação o antigo advogado de Bolsonaro, Frederick Wassef, e o tenente do Exército Osmar Crivelatti.

Conforme reportado pela CNN, Mauro César Cid tentava vender as joias em Miami, enquanto Crivelatti era responsável por cuidar das joias. A Polícia Federal planeja concluir o inquérito em junho deste ano. Imagens colhidas nos Estados Unidos, onde as joias seriam legalizadas, foram incluídas no processo, e o último investigado foi adicionado ao inquérito há cerca de duas semanas.

Fraude no cartão de vacinação

A segunda investigação a ser concluída pela Polícia Federal envolve a falsificação das cadernetas de vacinação da Covid-19. Em março, o ex-presidente Jair Bolsonaro e o tenente-coronel Mauro Cid foram indiciados por supostamente participarem de um esquema de fraude nos registros de vacinação. 

De acordo com a PF, uma organização criminosa inseriu dados falsos no sistema do Ministério da Saúde. O esquema, iniciado por Cid, incluía várias pessoas e visava beneficiar Bolsonaro com registros alterados de vacinação contra a Covid-19. Os investigadores agora querem determinar se a carteira de vacinação falsificada foi utilizada pelo ex-presidente durante viagens aos Estados Unidos no final de seu mandato. A conclusão dessa investigação está prevista para julho.

Tentativa de golpe de Estado

A Polícia Federal deve concluir até o fim de setembro a investigação sobre um suposto esquema de golpe de Estado envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e a cúpula de seu governo.


O ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro cumprimenta apoiadores ao lado de sua esposa durante um comício em São Paulo em 25 de fevereiro de 2024 (Foto: reprodução/NELSON ALMEIDA/ Getty Images Embed)


O inquérito apura a participação de ex-ministros e ex-chefes do Exército, que teriam planejado uma minuta de golpe para instaurar um estado de sítio no Brasil e impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Depoimentos à Polícia Federal sugerem que Bolsonaro esteve presente em reuniões com antigos comandantes das Forças Armadas, onde o plano teria sido discutido.

O que diz a defesa do Bolsonaro 

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro sustenta que ele não cometeu nenhuma ilegalidade quanto aos presentes recebidos durante seu mandato. Sobre a fraude no cartão de vacinação, a defesa afirma que o ex-presidente nunca ordenou nem soube que seus assessores estavam falsificando certificados vacinais. Além disso, os advogados de Bolsonaro negam qualquer envolvimento dele em um suposto plano de golpe de Estado.

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