Tempestade alaga a cidade de São Paulo e região metropolitana, afetando mobilidade urbana

Forte chuva que atinge São Paulo nesta quinta-feira (10) provoca queda de árvores, interrupções no fornecimento de energia, transtorno no transporte e alagamentos em diversas vias da capital e na região metropolitana. Veículos ficaram ilhados, houve granizo em algumas localidades. O fenômeno começou por volta das 12h30, levando a Prefeitura a declarar estado de atenção

Prefeitura de São Paulo emite medida de emergência

A medida permaneceu em vigor até às 14h10, segundo o (CGE) Centro de Gerenciamento de Emergências. Moradores enfrentaram transtornos no trânsito e no transporte público. Segundo boletim da Enel, por volta das 12h40, aproximadamente 104.613 imóveis ficaram sem luz, sendo 71,9 mil apenas na capital. A Zona Sul foi uma das regiões mais impactadas, especialmente em bairros mais distantes, como o Grajaú.

Entre 11h44 e 13h29, o Corpo de Bombeiros recebeu 12 chamados para quedas de árvores e dois para enchentes. O temporal também afetou a mobilidade urbana. Houve falhas na Linha 12-Safira da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) devido a um problema na rede aérea de energia entre as estações Itaim Paulista e Comendador Ermelino, no sentido Brás. Em nota, a CPTM informou que equipes de manutenção foram acionadas para restabelecer a circulação e pediu desculpas pelos transtornos.

O CGE informou que as áreas de instabilidade vieram do interior e atuaram de forma isolada e intensa sobre a capital paulista. Imagens do radar meteorológico mostraram forte precipitação com possibilidade de granizo na região de Parelheiros, na Zona Sul. Essas instabilidades deslocaram-se rapidamente para o ABC paulista.


Tempestade alaga Capital Paulistana (Photo by Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)


Mau tempo – Aeroporto de Congonhas direciona voo para outros aeroportos

Em decorrência do mau tempo, um avião precisou arremeter durante a aproximação da pista de pouso do Aeroporto de Congonhas. Apesar disso, a concessionária Aena informou que o aeroporto operava normalmente. No entanto, 15 decolagens e oito pousos foram cancelados, e 19 voos foram direcionados para outros aeroportos.

A Defesa Civil emitiu alertas para diferentes regiões da Grande São Paulo, incluindo Santo André, Mauá e São Bernardo do Campo, recomendando que os moradores evitassem locais alagados e buscassem abrigo. O CGE orientou a população a evitar transitar por áreas inundadas, manter-se longe de redes elétricas e planejar deslocamentos para evitar congestionamentos.

As chuvas seguiram intensas ao longo da tarde, exigindo atenção redobrada da população e das autoridades para minimizar danos e garantir a segurança dos moradores.

Chuva com granizo causa alagamentos no Rio de Janeiro

Na noite desta quarta-feira um temporal com muita ventania e raios, atingiu a cidade do Rio de Janeiro. Conforme o sistema de monitoramento, Alerta Rio, bairros como Botafogo, Laranjeiras e Santa Teresa, receberam fortes chuvas e ficaram em estado de atenção. A chuva, que foi intensa, provocou alagamentos e problemas no metrô. Felizmente, de acordo com os bombeiros, ninguém ficou ferido.

A cidade maravilhosa, que recentemente obteve seu dia mais quente do verão, estava passando por uma forte seca, que tem provocado incêndios espontâneos. A tempestade, acompanhada de granizo, registrou 14 ocorrências de quedas de árvores. No entanto, um trabalhador que estava dentro de seu carro, no Centro da cidade, conta que ao perceber o possível acidente com a árvore caindo, conseguiu correr a tempo de evitar uma possível tragédia.


Temporal causa queda de árvores no Rio de Janeiro (Foto: Reprodução/Domingos Peixoto/Agência O Globo)

Cidade em perigo

A instabilidade climática tem sido registrada no país todo, nos últimos dias. O instituto Nacional de Meteorologia (INMET) emitiu um alerta amarelo de Perigo Potencial para chuvas fortes em todo o estado do Rio de Janeiro. O alerta prevê chuvas entre 20 e 30 mm/h, com riscos de descargas elétricas e interrupções no fornecimento de energia elétrica.

Agora, recomenda-se evitar as regiões afetadas. Portanto, quem mora em áreas de risco deve ficar atento às sirenes de alerta de deslizamento. Se forem acionadas, é importante procurar abrigo nos locais de apoio definidos pela Defesa Civil.

Significado dos alertas

Por fim, as cores amarelo, laranja e vermelho são utilizadas pelo INMET, para classificar os tipos meteorológicos. Mas o que essas cores significam?

O alerta amarelo sinaliza “perigo potencial”, com chuvas de 20 a 30 mm por hora, além de ventos entre 40 e 60 km/h, sendo o risco de alagamentos, queda de galhos, cortes de energia e descargas elétricas baixo. Por outro lado, o alerta laranja indica “perigo”, com chuvas entre 30 e 60 mm por hora e ventos intensos de 60 a 100 km/h, esse alerta representa risco real de alagamentos, quedas de galhos e interrupção de energia elétrica. Por último, o alerta vermelho aponta “grande perigo”, com chuvas acima de 60 mm por hora, gerando risco de deslizamentos de terra, especialmente em áreas de risco.

Tempestades de granizo aumentam e causam danos no Brasil

As tempestades de granizo, que eram raras no Brasil, têm se tornado cada vez mais frequentes e intensas. O calor extremo e as mudanças climáticas têm contribuído para esse fenômeno, que está deixando muitas cidades em alerta.

Desde o começo de 2025, o Brasil já registrou várias tempestades de granizo, algumas com ventos fortes e pedras de gelo grandes o suficiente para causar estragos. Em Santa Catarina, por exemplo, o granizo caiu em grande quantidade, acumulando gelo nas ruas. No Rio Grande do Sul, em Tavares, pedras grandes destruíram telhados de casas e escolas, enquanto, em Goiás, uma tempestade devastou metade de uma plantação de soja em menos de 10 minutos.

Em janeiro, o número de ocorrências aumentou bastante. Foram mais de 600 registros, o que representa um aumento de quase 300% em relação ao mesmo mês do ano passado. De acordo com o presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Paulo Ziulkoski, os prejuízos causados por essas tempestades no Brasil chegaram a R$ 2,3 bilhões nos últimos cinco anos.

Formação do granizo

Os meteorologistas explicam que as tempestades de granizo se formam em nuvens de tempestade, que surgem quando há calor extremo. Essas nuvens têm temperaturas negativas no interior, o que forma o gelo. À medida que esse gelo fica maior e mais pesado, ele pode cair como granizo. O problema é que, dependendo do tamanho das pedras, os danos podem ser bem graves.


“O granizo, quando ele é pequeno e menor do que 2,5 cm, do tamanho de uma moeda de R$ 1, ele pode chegar até 40 km/h. Agora, granizo grande, que seria de 10 cm ou mais, pode chegar a 120 km/h”

Professora do Departamento de Meteorologia da USP, Rachel Albrecht

O Brasil tem até um recorde: uma pedra de granizo de 14,3 cm, que caiu em São Lourenço do Sul, no Rio Grande do Sul.


Chuvas fortes já atingiram São Paulo nos anos anteriores (Foto: reprodução/NurPhoto/Getty Images Embed)


País em alerta

O Brasil é um dos países que mais registra tempestades de granizo no mundo. Para o professor Ernani de Lima Nascimento, da Universidade Federal de Santa Maria, é importante que a população esteja mais preparada para lidar com esse tipo de evento, de forma consciente.

Além dos danos em lavouras, as tempestades de granizo também causam estragos em áreas urbanas. Telhados de casas e carros estacionados em lugares descobertos são as principais vítimas. Em Cajamar, na Grande São Paulo, um shopping foi atingido por uma tempestade de granizo que quebrou vidros, retrovisores e até peças plásticas de carros, segundo o mecânico Júlio César de Oliveira, que já precisou arrumar 35 carros.

Cidade em Santa Catarina registra sensação térmica de −29,9 °C nesta madrugada

Bom Jardim da Serra, uma cidade catarinense, registou nesta quinta-feira, (11), às 5h da manhã, uma sensação térmica de −29,9 °C, conforme o Instituto Nacional de Metereologia (Inmet).

Embora a sensação térmica fosse de −29,9 °C, os termômetros do município registraram uma temperatura de 2,8°C entre as 2h e 5h da manhã desta quinta.


Santa Catarina registra geada e temperatura de -1ºC (Vídeo: reprodução/Youtube/Fala Brasil)

Histórico de geadas

Em geral, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul são as cidades que registram as temperaturas mais baixas de todo o território brasileiro. E, em toda a história do país, a temperatura mais baixa já registrada foi de – 14°C, na cidade de Caçador em Santa Catarina, no ano de 1952.

As cidades catarinenses têm maior chance de ocorrerem geadas, como foi o caso desta quinta-feira, especialmente em regiões com mais vegetação. Um dos moradores registrou imagens da geada na região.


Geada em Santa Catarina (Foto: reprodução/Mycchel Legnaghi)

Previsão para a semana

A Defesa Civil catarinense informou que para a manhã desta quinta-feira (11) as regiões do Planalto Sul, Litoral Sul, Grande Florianópolis e o Alto Vale do Itajaí, devem receber chuvas moderadas a fortes com predominância de raios e chance de alagamentos.

“O processo de formação da frente fria favorece a aparência das chuvas que devem se iniciar no norte do Estado e se espalhar para as demais regiões ao longo do dia”, segundo a Defesa Civil. O órgão informa ainda que, em geral, as pancadas de chuvas e temporais a essa temperatura são acompanhadas de raios, muitas ventanias e possível queda de granizo, em um período bem curto de tempo.


Previsão do tempo para a quinta-feira 11/07
(Vídeo: reprodução/Youtube/Defesa Civil Santa Catarina)

Sensação térmica

Sensação térmica difere da temperatura registrada pelos termômetros, por corresponder a temperatura sentida pela pele exposta, ou seja, é como a temperatura é percebida pelos seres humanos. Ainda mais quando se considera que a temperatura marcada de fato, ainda é combinada com fatores como a temperatura do ar em si e a velocidade do vento.

Por isso, em dias frios como esta quinta (11), os catarinenses tiveram uma sensação térmica muito inferior à temperatura, devido ao vento.