Civis relatam torturas e interrogatórios no terceiro dia de operação de Israel em Al-Shifa

Nessa quarta-feira (20), a operação de Israel contra o Hospital Al-Shifa completou seu terceiro dia. A ação, que iniciou na segunda-feira (18), é carregada de preocupação por diversas partes. Segundo o porta-voz da Defesa Civil de Gaza, os civis abrigados no local estão ficando sem água e necessidades básicas. 

Mahmoud Basal, em conversa com a CNN, revelou que as pessoas estão sofrendo com interrogatórios, torturas e assassinatos. Afirma, também, que soldados israelenses estão obrigando pessoas feridas a sair do hospital, mesmo quando elas não conseguem andar.


Palestinos feridos no Hospital Al-Shifa (Foto: reprodução/AFP/ Getty Images Embed)


Com essa situação, os feridos precisam se refugiar no Hospital Batista Al-Ahli, que fica a cerca de três quilômetros de distância, um caminho perigoso e difícil na atual condição de muitos. 

Basal continuou o relato, comentando que as pessoas não conseguem conversar com jornalistas por medo, pois o profissional Mahmoud Aliwa que estava no lugar foi preso pelas tropas de Israel.

Visões diferentes

Com base em informações de que o hospital estaria sendo utilizado por homens armados e como esconderijos de armas, o ataque foi anunciado por Israel, pedindo para que todos abandonassem o local. 

O exército também afirmou que foram presos mais de 200 terroristas suspeitos e 20 atiradores estão mortos, e que o Hamas usava o hospital como tentativa de fazer um lugar de refúgio dos extremistas. 

O escritório de imprensa do governo do Hamas negou a informação. Eles alegam que todos os mortos são pacientes feridos e pessoas deslocadas no hospital.


Civis fugindo da área do Al-Shifa (Foto: reprodução/AFP/Getty Images Embed)


Pronunciamento da OMS

Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), condenou o ataque. Em seu pronunciamento, ele disse que hospitais não devem ser campos de batalha e que profissionais da saúde, civis e pacientes estão correndo sérios riscos de vida. 

O centro médico também foi alvo de um incêndio que ocasionou em casos de sufocamento entre mulheres e crianças. Estima-se que o conflito, iniciado em outubro de 2023, já tenha passado de mais de 25.000 mortos. 

EUA pretende construir uma doca do tamanho de estádio de futebol para ajudar Gaza

Com os ataques recentes do grupo Hamas a faixa de gaza, os Estados Unidos anunciaram a construção de uma doca flutuante para entrega de alimentos ao povo israelense. O plano é enviar aproximadamente 2 milhões de refeições. A base está atualmente em frota para sua construção, que terá 548 metros de extensão. O tamanho é comparado a grandes estádios.

 O cais marítimo está sendo construído pelo governo estadunidense em junção com a empresa privada “Fogbow”, comandada por Sam Mundy, ex tenente-coronel do corpo de fuzileiros navais, que comandou missões no oriente médio, e Mick Murloy, ex oficial paramilitar da Cia. A doca será feita de segmentos de aço, uma ponte, um cais de duas pistas e 12 metros de peças interconectadas unidas e fixadas à costa. 

Carregamento do M/V Roy Benavidez para envio de ajuda à Faixa de Gaza( Foto: Haley Britzky/CNN)

Quando a plataforma ficar pronta, navios de carga vão entregar os suprimentos ao caís, depois eles serão descarregados em uma série de barcos e navios de pequeno porte, conhecidos com ‘’LSVs’’ ou ‘’navios de apoio logístico’’, que fazem o envio a terra. 

O processo é realizado dessa maneira para evitar que o exército americano entre no território de Gaza, o formato ja foi utilizado em outras operações estadunidenses, em situações aproximadas em países como Somália, Haiti, América central e Kuwait, por exemplo. O projeto tem o nome de “Joint Logistics Over-the-Shore”, ou “JLOTS”, em tradução literal seria algo como “logística conjunta além da costa”.

Carregamento do M/V Roy Benavidez para envio de ajuda à Faixa de Gaza (Foto: Haley Britzky/CNN)

  Atualmente as peças estão sendo enviadas através de navio a caminho do leste do mar mediterrâneo, um deles é o Benavidez  com  44 tripulantes saindo do estado Virgínia. A expetativa é que a obra finalize no prazo de 2 meses, com a previsão de ter uma média de mil soldados trabalhando na plataforma.  

Hamas apresenta proposta de cessar-fogo, que inclui troca de reféns e detentos palestinos 

Nesta quinta-feira (14), o grupo terrorista Hamas apresentou uma proposta para cessar-fogo na Faixa de Gaza para os Estados Unidos e mediadores. Segundo Reuters, o documento garante a liberação de reféns se Israel libertar até mil prisioneiros palestinos, alguns desses nomes cumprem prisão perpétua em Israel. 

Novo acordo 

Na proposta, Hamas diz que idosos, mulheres, crianças e reféns debilitados são prioridade do grupo para serem liberados em troca dos prisioneiros palestinos. O gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, se manifestou em relação à proposta dizendo que as exigências para trégua continuam irreais, e disse que o documento será revisado e entregue ao gabinete de segurança e ao gabinete de guerra ainda nesta sexta-feira (15). 


 Gaza (Foto: reprodução/Majdi Fathi/NurPhoto/GettyImages Embed)


Proposta feita antes e recusada por Israel 

Em fevereiro, durante negociações de cessar-fogo em Paris, na França, o Hamas fez sua primeira proposta que incluía a libertação de 10 prisioneiros para 1 refém e uma pausa de 40 dias nas operações militares. Na época, o acordo foi rejeitado por Israel, que deixou claro que a guerra só acabaria após atingir seus objetivos que incluem acabar com o Hamas, libertar os reféns e recuperar a Faixa de Gaza. 

Países tentam ajudar a crise humanitária em Gaza 

Egito e Catar, são os países mediadores do acordo, vem tentando há algum tempo uma trégua entre os israelenses e Hamas para tentar combater a crise humanitária que atinge um quarto da população residente de Gaza. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), após seis meses de guerra, mais de 570 mil pessoas estão em condições de fome severas na Faixa de Gaza e a organização tem feito pressão para Israel ceder mais acesso para ajuda humanitária na região. 

A partir do momento que começou a guerra, em 7 de outubro de 2023, que resultou na morte de 1.200 pessoas e 253 reféns. Desde esse dia, cerca de 31 mil palestinos foram mortos e 70 mil ficaram feridos, segundo o Ministério de Saúde de Gaza, controlado por Hamas.

Exército israelense é novamente acusado de matar cidadãos palestinos que buscavam ajuda humanitária

Mais um embate envolvendo as tropas do governo de Israel e os cidadãos palestinos que se encontram na região da Faixa de Gaza apresenta notoriedade na mídia . Desta vez, novas vítimas foram feitas durante uma entrega de recursos humanitários ocorrida na noite da última quarta-feira (13) na cidade de Kuwait – na região sul da Gaza. Aparentemente, soldados teriam disparado uma série de tiros contra a população que estava à espera destas cestas básicas.

Relatos de cidadãos que presenciaram o fato

De acordo com informações concedidas para o veículo CNN, um médico do hospital local Al-Shifa chamado Fathi Obaid, alegou que pelo menos sete palestinos vieram a óbito e mais de 80 pessoas ficaram feridas. O centro médico também enfrentou problemas devido a superlotação e falta de equipamentos necessários.

Ainda para a CNN, um paciente que estava presente no hospital, Nimr Abu Atta, afirmou ter sido atingido no estômago por um “tiro de um tanque israelense”.  Nimr explicou que esta região de Kuwait fica bastante povoada nos dias de entrega dos caminhões de ajuda humanitária e que o desespero para buscar os alimentos é sempre grande.

Abu Atta perdeu a mulher no conflito entre Israel e Palestina há dois meses e hoje cuida sozinho dos sete filhos do casal. Ele foi atingido no exato momento em que recolhia um pacote de farinha.

Caso parecido ocorrido no mês passado


Ajuda humanitária em Gaza (Foto: reprodução/Getty Images Embed)


Como mencionado anteriormente, esta não é a primeira vez que os habitantes da Faixa de Gaza mencionam tal violência por parte das tropas israelenses. Em 29 de fevereiro deste ano, durante uma fila de distribuição de recursos básicos, uma multidão foi dispersada com tiros de oficiais de Israel. Mais de 110 pessoas morreram e 700 apresentaram algum tipo de ferimento.

Na época, as autoridades do país justificaram ter agido por “legítima defesa”, além de alegarem que as mortes foram causadas devido ao caos e desorganização das filas de distribuição. No entanto, o Hamas, grupo extremista Palestino, apontou que as tropas inimigas teriam se sentido ameaçadas e, por isso, programaram os disparos. A ONU e os Estados Unidos se disponibilizaram a entender e investigar a fundo sobre o acontecido.

Em relação ao caso mais recente do suposto tiroteio, ainda não houve nenhum pronunciamento oficial das Forças de Defesa de Israel. O impedimento de veículos jornalísticos e outros meios de comunicação à Faixa de Gaza também impossibilita a precisão das informações de maneira imediata.

Em resposta aos conflitos, Estados Unidos enviam ajuda humanitária à Gaza

Neste sábado (2), os Estados Unidos realizaram uma ação iniciada para promover o primeiro lançamento aéreo de ajuda humanitária direcionado à Faixa de Gaza, em meio aos conflitos crescentes entre Israel e o Hamas na região. A confirmação dessa operação foi fornecida por fontes governamentais dos EUA à agência Reuters, sob a condição de anonimato, evidenciando a atenção diplomática e estratégica envolvida.

Resposta a uma tragédia emergencial

Segundo relatos da agência, mais de 38 mil refeições, divididas em 66 pacotes, foram lançadas na região através de três aviões C-130. O ato ocorreu um dia após a morte de mais de 100 civis em filas por comida em Gaza. Detalhes específicos sobre o local exato dos lançamentos ainda não foram divulgados.

A decisão de realizar esse lançamento aéreo demonstra a preocupação internacional com a situação humanitária urgente enfrentada pelos civis em Gaza, especialmente após relatos alarmantes de mortes e dificuldades extremas de acesso a alimentos e suprimentos básicos. Essa iniciativa marca um esforço significativo por parte dos Estados Unidos para fornecer assistência imediata à população afetada pela crise na região, mesmo diante do contexto complexo e de tensão geopolítica que envolve o conflito israelense-palestino.


Presidente Joe Biden anuncia envio de ajuda para Gaza (Foto: reprodução/UOL)

Compromisso humanitário e solidariedade internacional

Os Estados Unidos afirmaram que os lançamentos aéreos representam um compromisso contínuo com o apoio de Israel. Além disso, planejam realizar envios de ajuda humanitária pelo mar. O anúncio do envio de ajuda foi feito pelo presidente Joe Biden na sexta-feira (1), destacando a urgência de ajudar os civis afetados pelo conflito.

A entrega de assistência humanitária tem sido feita por via aérea nos últimos dias, devido às dificuldades de transporte terrestre. Outros países, como França, Egito e Jordânia, também já contribuíram com lançamentos aéreos de ajuda humanitária para a região, demonstrando a solidariedade internacional diante da crise em Gaza.

Matéria por Elaine Januario (Lorena – R7)

Joe Biden responde sobre tragédia ocorrida durante entrega de alimentos na Faixa de Gaza

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, participou de uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira (29) na Casa Branca e concedeu comentários sobre as mortes que ocorreram durante uma ação de distribuição de alimentos na Faixa de Gaza.

Na ocasião, Biden alegou que este novo conflito agora apresenta-se como um novo empecilho para um possível cessar-fogo entre Israel e Hamas – grupo terrorista palestino.

Além disso, o presidente afirmou que as autoridades ainda estão averiguando os responsáveis e os verdadeiros fatos sobre a tragédia. Segundo Joe Biden, há duas versões sobre o acontecimento e que, mesmo com as dificuldades, ainda permanece esperançoso para um futuro acordo.

O que aconteceu na Faixa de Gaza


Imagens captadas por um drone sobre a confusão ocorrida na Faixa de Gaza nesta quinta-feira (29) (Foto: reprodução/AFP PHOTO / Handout / Israeli Army)

Ainda na madrugada da quinta-feira (29), um conflito tomou conta de uma fila de distribuição de recursos básicos para a população palestina na Faixa de Gaza. A tragédia aconteceu na altura do posto de fronteira de Karem Shalom e deixou cerca de 112 mortos e mais de 700 pessoas feridas.

De acordo com informações providas pelo Hamas, soldados israelenses teriam atirado contra as pessoas presentes no local após se sentirem ameaçados. Outras fontes que cederam depoimentos em anonimato para veículos como o New York Times, também confirmaram a mesma narrativa.

No entanto, as autoridades de Israel negaram os disparos sem fundamento e relatou que os soldados agiram em “legítima defesa” contra a multidão. Ademais, eles afirmam que as mortes ocorreram devido à confusão generalizada e correria por parte dos cidadãos que estavam nas ruas em busca de adquirir os recursos cedidos pelos caminhões de ajuda humanitária.

ONU também dá declaração sobre o ocorrido


Carregamento de suprimentos básicos que são enviados para a população palestina na Faixa de Gaza (Foto: reprodução/Exército jordaniano/AFP/folhape.com)

Além de Joe Biden, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, se pronunciou alegando que o que ocorreu na Faixa de Gaza acaba totalizando toda a tragédia humanitária deste conflito.  

“Não sabemos exatamente o que aconteceu. Mas se estas pessoas morreram por fogo israelense, se foram esmagadas por multidões ou atropeladas por caminhões, são atos de violência, de certo modo, vinculados a este conflito. Os civis desesperados em Gaza precisam de ajuda urgente, incluídos os que estão sob cerco no Norte, onde a ONU não tem podido fornecer ajuda há mais de uma semana.”

Stéphane Dujarric – porta voz de António Guterres

O conflito Israel e Palestina (Hamas) já estão em guerra desde outubro de 2023, estimulado após o ataque terrorista do grupo Hamas contra uma cidade de Israel. Desde então, constantes sequestros, bombardeios e ameaças tem sido realizadas de ambos lados. Ainda com base em dados da ONU, o número de vítimas durante toda a guerra já é contabilizado em 30.000.

Negociações em andamento: Biden espera acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas

Em um evento político na cidade de Nova York, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, expressou otimismo na busca por um acordo de cessar-fogo entre Israel e o grupo terrorista Hamas. Biden afirmou nesta segunda-feira (26) que espera que até a próxima segunda-feira haja um entendimento para encerrar as hostilidades que perduram desde 7 de outubro do ano passado.

Apesar das declarações de Biden, oficiais do Hamas refutaram as afirmações, indicando que diferenças significativas ainda precisam ser superadas para alcançar um cessar-fogo viável. A incerteza paira sobre os esforços diplomáticos em curso, enquanto ambas as partes permanecem firmes em suas demandas e objetivos finais.

Passos rumos à paz

Recentes desenvolvimentos indicam movimentos em direção a um possível acordo. Segundo relatos da rede Al Jazeera, Israel concordou em discutir a troca de prisioneiros palestinos por civis mantidos como reféns pelo Hamas na Faixa de Gaza. Autoridades israelenses viajaram ao Catar, onde o Hamas mantém seu escritório político, para deliberar sobre os termos de um possível acordo de trégua e libertação de reféns.

Israel enfrenta pressão dos Estados Unidos para concluir um cessar-fogo, com o intuito de evitar uma escalada do conflito na Faixa de Gaza. A delegação israelense, composta por agentes das Forças Armadas e da agência de espionagem Mossad, está empenhada em facilitar as negociações, incluindo a verificação dos militantes palestinos propostos para libertação pelo Hamas.

Apesar dos avanços nas negociações, os objetivos finais das partes continuam distantes. O Hamas demanda a retirada de Israel da Faixa de Gaza e o fim das hostilidades como condições para a libertação dos reféns, enquanto Israel busca uma pausa temporária nas hostilidades e o controle da segurança em Gaza.

Esforços internacionais


Biden expressa esperança de um cessar-fogo entre Israel e Gaza nos próximos dias (Foto: reprodução/U.S. EMBASSY)

Os Estados Unidos, juntamente com outras potências, estão envolvidos na busca por uma solução duradoura para o conflito. Recentemente, foi divulgado que os EUA proporão uma resolução no Conselho de Segurança da ONU, buscando respaldo internacional para um cessar-fogo na região.

A tentativa de alcançar um consenso no Conselho de Segurança enfrenta obstáculos, uma vez que a aprovação requer uma maioria de votos favoráveis e a ausência de veto dos membros permanentes. A história de aliança entre EUA e Israel, no entanto, tem impacto nas negociações, considerando posicionamentos anteriores de veto dos Estados Unidos a resoluções similares.

Histórico de veto

Vale ressaltar que os Estados Unidos têm historicamente vetado resoluções que pedem cessar-fogo no conflito Israel-Hamas, como observado em ocasiões anteriores no Conselho de Segurança da ONU.

Israel bombardeia mesquita em Rafah e deixa quatro pessoas mortas 

Nesta quinta-feira (23), Israel voltou a bombardear a cidade de Rafah, localizada no sul da Faixa de Gaza; o ataque provocou a destruição de uma mesquita e vários edifícios residenciais na região, deixando pelo menos quatro pessoas mortas. Metade da população de Gaza se deslocava para cidade a procura de refúgio devido ao conflito no norte do país. 

Moradores consideram pior ataque até agora 

Segundo o Ministério da Saúde palestino, controlado por Hamas, nas últimas 24 horas, 97 pessoas foram mortas nos ataques israelenses. O Ministério informou também que, até agora, quase 30 mil palestinos morreram e mais de 65 mil ficaram feridos por ataques israelenses, em sua maioria, menores de idade e mulheres.

Foi uma noite difícil”, palavras de Akram al-Satri, um dos abrigados em Rafah, devastado, o palestino conta que o mês sagrado está perto que a mesquita destruída pelos ataques era frequentada por 20, 30 mil pessoas. A situação em Rafah é preocupante, já que se estima que 1,5 milhão de palestinos estejam vivendo na cidade em condições precárias e degradantes, com superlotação na cidade. 


Mesquita al-Farouk após bombardeio de Israel (foto: reprodução/X/@newsandufology)

Na noite de quarta-feira (21), moradores da região de Rafah e Khan Yunis, no sul de Gaza, alguns quilômetros mais ao norte, também foram alvos de alguns bombardeios israelenses.

Novo acordo de cessar-fogo 

Os ataques aconteceram enquanto acontecia o acordo de trégua entre Hamas e Israel. Segundo o ministro do Gabinete de Israel, Benny Gantz, os esforços para um novo acordo estão promissores e deve haver uma nova negociação com um dos chefes de Hamas em breve.  

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, já havia anunciado uma possível invasão terrestre em Rafah no mês do Ramadã como último recuso para a libertação de reféns remanescentes sequestrados no dia 7 de outubro. A cidade de Rafah é o único território que não foi invadida pelo exército na guerra, e segundo o porta-voz das Forças Armadas de Israel, Daniel Hagari, 134 pessoas ainda permanecem em posse do grupo terrorista Hamas. 

Benjamin Netanyahu apresenta plano oficial para Gaza após fim de guerra entre Israel e Hamas 

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, apresentou, nesta quinta-feira (23), para os membros do gabinete de segurança de Israel, um plano pós-guerra em Gaza. Segundo a Reuters, que teve acesso ao documento, o ministro revelou que deseja manter o controle do território palestino desde Cisjordânia a Gaza.

A proposta aborda também o fechamento da fronteira sul com o Egito, desmilitarização do território e revisão dos sistemas educativos de Gaza.  

Planos para Gaza 

O documento é uma base para preparação de futuras negociações sobre o futuro dos palestinos. A médio prazo, o primeiro-ministro pretende dar fim a radicalização política, mas não detalha como e nem quando será feito. A longo prazo, Netanyahu rejeita a ideia de um Estado palestino, dizendo que pode ser feito um acordo com negociações diretas de ambos os lados.

Para se livrar do domínio de Hamas em Gaza, Netanyahu propõe trabalhar com comitês locais que não sejam ligados a Hamas nem financiado por eles. 


O território palestino foi reduzido para 15%, numa disputa territorial que já dura mais de 70 anos (mapa: reprodução/ Blog Dmasd/ Jornal do Campus)

O líder do governo também sugere que Israel integre na fronteira Gaza e Egito, bem como uma cooperação com Egito e Estados Unidos na tentativa de impedir a prática de contrabando, inclusive na cidade de Rafah. 

O documento reflete um amplo consenso público sobre os objetivos da guerra e sobre a substituição do domínio do Hamas em Gaza por uma alternativa civil”, disse um comunicado do gabinete de Benjamin. 

Desejo do povo palestino 

O porta-voz do presidente palestino Mahmoud Abbas, Nabil Abu Rudeineh, disse, em entrevista, à Reuters que o plano do primeiro-ministro está “fadado ao fracasso”, logo como qualquer plano que tenha o objetivo de mudar como a cidade e população vive em Gaza.

Para Nabil, se o mundo está interessado na segurança da região, deve reconhecer um Estado palestino e incluir Jerusalém como capital. 

Tensões na Corte Internacional de Justiça: Estados Unidos defendem posição sobre ocupação israelense

Durante as audiências na Corte Internacional de Justiça (CIJ) sobre a legalidade da ocupação israelense nos territórios palestinos, os Estados Unidos destacaram a importância de considerar a segurança de Israel como parte fundamental das deliberações. A disputa, iniciada a partir da solicitação da Assembleia Geral da ONU em 2022 para um parecer não vinculativo sobre as consequências legais da ocupação, tem gerado intensos debates.

Enquanto os representantes palestinos buscavam a declaração de ilegalidade da ocupação, os Estados Unidos estimularam CIJ a seguir a estrutura da ONU para uma solução de dois Estados. O painel de 15 juízes está agora encarregado de analisar as argumentações apresentadas durante as audiências, que abordaram a ordem de retirada incondicional das forças israelenses, destacando as necessidades reais de segurança do país.


Ministro Riyad al-Maliki declara que palestina sofre com o “colonialismo e apartheid” devido à ocupação israelense (Foto: reprodução/CIJ)

Esclarecimentos

Os Estados Unidos deixaram claro que a CIJ não deve emitir uma ordem de retirada incondicional das tropas israelenses dos territórios palestinos, indo contra a solicitação da Assembleia Geral da ONU.

Embora a corte não tenha sido diretamente solicitada a opinar sobre a retirada das tropas, vários estados, durante as audiências, manifestaram esse pedido. Israel, apesar de não participar diretamente das audiências, argumentou que a intervenção da CIJ poderia prejudicar um possível acordo negociado.

Situação em Gaza

Em meio às deliberações, a recente onda de violência em Gaza, desencadeada por ataques do Hamas em outubro, foi citada como um fator que aumentou as tensões na região, impactando os esforços de paz. A Rússia, por sua vez, destacou que Israel tem a obrigação legal de encerrar atividades de assentamento, apontando para as tensões pós-ataques de outubro em Gaza e as questões profundamente enraizadas no Oriente Médio.

Mais de 50 estados terão a oportunidade de apresentar argumentos até 26 de fevereiro, enquanto o embaixador russo instou Israel a encerrar a ocupação, seguindo as resoluções do Conselho de Segurança da ONU para alcançar uma solução de dois estados.

As expectativas giram em torno de uma resposta da CIJ em cerca de seis meses, considerando o status legal da ocupação e suas implicações para os Estados envolvidos. O desfecho dessas audiências certamente terá repercussões significativas nas relações internacionais e na busca por uma solução duradoura no conflito entre Israel e Palestina.