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Nesta segunda-feira (19), o secretário de Estado Antony Blinken falou sobre as negociações em que Estados Unidos, Catar e Egito estão envolvidos para trazer uma trégua na região da Faixa de Gaza, onde Israel e o grupo Hamas estão em guerra desde um ataque terrorista do grupo, em 7 de outubro de 2023. O americano falou que esta pode ser a última oportunidade para que haja um acordo e consequentemente, o fim dos conflitos na região.
Vídeos sobre o segundo dia de guerra, há 10 meses (Vídeo: Reprodução/YouTube/UOL)
Busca por acordo
Além dos Estados Unidos, o Catar e o Egito estão diretamente envolvidos em um intermédio de uma negociação para que a guerra entre o Hamas e Israel acabe o mais rápido possível, conflito que está em vigor há quase um ano, desde 7 de outubro de 2023, com um ataque terrorista do grupo Hamas contra os israelenses.
O secretário Antony Blinken e o primeiro-ministro de Isreal, Binyamin Netanyahu, devem reunir-se nesta segunda-feira (19) para tratar destes assuntos, com ambos sendo figuras centrais nesta negociação em busca da paz.
Falas de Antony Blinken
Ainda envolvendo o secretário norte-americano, o presidente israelita Isaac Herzog disse à Antony que prioritariamente, ele deseja o regresso dos reféns e que isso, seria o maior objetivo humanitário do momento.
Sobre tal momento e atitudes que devem ser tomadas, Blinken disse o seguinte:
“É hora de fazê-lo. É também hora de garantir que ninguém tome medidas que possam inviabilizar este processo”
Antony Blinken, sobre o conflito.
O secretário dos Estados Unidos disse que agora é a hora de garantir o fim do conflito, sendo essa talvez a última oportunidade de tal atitude, buscando evitar qualquer medida que cause mais tensão ou mais conflitos, trabalhando para não ocorrerem provocações ou ações que resultem em algo pior.
Na manhã da terça-feira (13), o grupo terrorista Hamas informou que não participará da reunião para um acordo de cessar-fogo na guerra na Faixa de Gaza. A discussão em questão acontecerá nesta quinta-feira (15), uma delegação foi convocada por Israel para as negociações.
Ahmad Abdul Hadi, representante do Hamas no Líbano, disse em uma entrevista exclusiva que o grupo decidiu não participar das discussões porque os líderes do Hamas acreditam que o governo israelense de Benjamin Netanyahu dificulta um acordo.
Já o primeiro-ministro de Israrel, Benjamin Netanyahu, discorda da fala do representante do Hams, de acordo com Benjamin o grupo terrorista está atrasando as negociações.
A reunião foi convocada pelos mediadores EUA, Catar e Egito na semana passada, que afirmaram que é hora de as partes chegarem a um acordo para o fim da guerra na Faixa de Gaza, com a libertação dos reféns.
Resposta de Israel ao ataque do Hamas (Foto: reproduçao/Getty Images News/Dan Kitwood/Getty Images Embed)
Apelo por um cessar-fogo
Uma trégua na guerra em Gaza pode ser particularmente benéfica nesta ocasião, já que pode afetar a resposta que o Irã promete a Israel pelos assassinatos dos líderes dos grupos terroristas Hamas e Hezbollah, que são aliados dos iranianos. Israel nega que seja responsável pelo assassinato de Ismail Hanyeh, do Hamas.
Um artigo do jornal americano “The New York Times” revelou que, ao contrário do que Netanyahu afirmou, o governo israelense fez novas exigências relevantes para concluir um acordo de paz.
Conforme informações divulgadas pelo “The New York Times” no final de julho, as novas condições israelenses, informadas aos mediadores no final de julho, incluem a manutenção do controle da fronteira sul de Gaza e uma maior flexibilidade para permitir que palestinos deslocados pela guerra voltem às suas casas no norte de Gaza após a suspensão das hostilidades.
Atraso nas negociações
Após o Hamas ter levantado dúvidas sobre sua participação nas negociações, Karine Jean-Pierre, a representante da Casa Branca, afirmou nesta terça-feira que Israel e Hamas devem participar das negociações desta semana para alcançar um acordo de paz.
“Os negociadores devem sentar à mesa. Acreditamos que chegar a um acordo de cessar-fogo é a melhor forma de diminuir as tensões que estamos efrentando”, disse a porta voz da Casa Branca.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, rebateu, as alegações de que teria incluído novas exigências para o cessar-fogo, uma vez que o Hamas exigiu 29 modificações no texto do acordo de cessar-fogo em negociações.
Existe uma divergências em relação à libertação dos reféns e à forma como os prisioneiros palestinos serão libertados, sendo necessário criar um mecanismo de verificação para assegurar o retorno de civis ao norte da Faixa de Gaza.
Há vários meses, há discussões em torno de um fim da guerra entre Israel e Hamas, com idas e vindas, o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma resolução solicitando o fim da guerra, que não foi cumprida.
Com as ameaças do Irã e sendo aliados a Israel, os Estados Unidos pretende reforçar suas capacidades defensivas no Oriente Médio. Durante a medida serão enviados caça e navios de guerra na região, buscando reduzir a possibilidade de escalada regional do Irã.
Reforços para Israel
A ação foi confirmada pelo Pentágono nesta sexta-feira (02), após sua secretária adjunta de imprensa, Sabrina Singh, afirmar que o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, vai liderar diversas ações. O intuito é reforçar a proteção das forças americanas na região, garantir mais apoio as defesas de Israel e deixar as forças americanas estejam prontas para responder uma possível crise.
‘’O secretário de Defesa Lloyd Austin ordenou ajustes na postura militar dos EUA projetados para melhorar a proteção da força dos EUA, aumentar o apoio à defesa de Israel e garantir que os Estados Unidos estejam preparados para responder a várias contingências.’’, afirmou Singh durante o anúncio.
Embora os números de caças e navios que serão enviados ainda não terem sido revelados, o país já tinha enviado dezenas de aeronaves de combate, uma dúzia de navios de guerras e o porta-aviões Theodore Roosevelt, que obtém cerca de 40 aviões de ataque F/A-18 Super Hornet e F-35 e navega pela região do Golfo Pérsico.
Porta-aviões Theodore Roosevelt (Foto: Reprodução Paul L. Archer / US NAVY)
Planos do Irã
O reforço vem dias após o Hamas e o Irã atribuir as mortes do líder do líder do grupo palestino, Ismail Haniyeh, e do comandante militar do movimento libanês Hezbollah, Fuad Shukr, a ataques das forças israelenses na terça-feira (30/07).
Durante a semana, as forças iranianas e seus aliados prometeram represálias pelos assassinatos, buscando um conflito mais amplo na região. Recentemente, uma fonte próxima ao Hezbollah revelou ao jornal AFP que alguns funcionários iranianos e representantes do ‘’eixo da resistência’’, uma aliança informal formada por grupos apoiados pelo país e hostis a Israel, se reuniram em Teerã, na quarta-feira (31/07), para planejar suas próximas ações.
O funeral de Ismail Haniyeh, chefe do grupo Hamas, ocorreu nesta quinta-feira (01) em Teerã, Irã, com manifestações e promessas de retaliação contra Israel.
Haniyeh, principal líder do Hamas, foi morto em um ataque aéreo na quarta-feira (31) na capital iraniana, onde estava para a posse do novo presidente do Irã. O vice-presidente brasileiro, Geraldo Alckmin, também esteve presente na cerimônia.
Uma grande multidão acompanhou o cortejo fúnebre de Ismael e seu guarda-costas, que também morreu no ataque. Portando bandeiras do Irã, da Palestina e fotos de Haniyeh, milhares de pessoas pediram vingança durante o funeral (veja vídeo abaixo). Tanto o Irã quanto o Hamas, além de diversos países do Oriente Médio, culpam Israel, que não se pronunciou oficialmente. “Perseguiremos Israel até arrancá-lo da terra da Palestina”, disse o ministro das Relações Exteriores do Hamas, Khalil Al Hayya, que participou da cerimônia.
O funeral teve início na Universidade de Teerã, onde o líder supremo do Irã, Aiatolá Ali Khamenei, realizou orações sobre o caixão de Ismael Haniyeh. O novo presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, também prometeu vingança.
O Irã decretou três dias de luto oficial pela morte de Haniyeh e informou que o funeral será um evento “aberto e público”. O espaço aéreo na região da cerimônia será fechado por cerca de seis horas.
“Ontem, levantei sua mão vitoriosa, e hoje, tenho que enterrá-lo em meus ombros. O vínculo entre as duas nações orgulhosas do Irã e da Palestina será mais forte do que antes”, declarou Pezeshkian, vencedor das eleições em julho.
A televisão iraniana transmitiu a procissão dos caixões em um caminhão até a praça, também em Teerã. Após o funeral, os restos mortais serão transferidos para Doha, no Catar, onde o chefe do Hamas residia e será enterrado na sexta-feira (02).
Manifestantes seguram bandeiras e armas ao lado de uma imagem do líder do Hamas, Ismail Haniyeh em Sidon, Líbano (foto: reprodução/ Alkis Konstantinidis/Reuters)
Também nesta quinta-feira, Israel anunciou a morte de Mohamed Deif, chefe do braço militar do Hamas. Deif liderava a brigada Al-Qassam e foi um dos responsáveis pela invasão a Israel em sete de outubro de 2023.
No entanto, Israel não assumiu a autoria da morte de Ismail. Na quarta-feira, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou apenas que seu país deu “golpes esmagadores” em aliados do Irã, sem mencionar diretamente o chefe do Hamas.
Mesmo sem a confirmação israelense, o líder supremo do Irã, Aiatolá Ali Khamenei, prometeu “punição severa” a Israel. O novo presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, criticou a ação dentro do país, afirmando que o Irã “defenderá sua integridade territorial” e que “Israel se arrependerá pelo assassinato covarde”.
Khamenei ordenou um ataque direto a Israel durante uma reunião de emergência do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã na manhã de quarta, logo após o anúncio da morte de Haniyeh, segundo três autoridades iranianas anônimas ouvidas pelo New York Times, incluindo dois membros da Guarda Revolucionária Iraniana.
Netanyahu declarou em pronunciamento na TV israelense que Israel cobrará um preço alto por qualquer agressão.
Ismail Haniyeh, chefe do Hamas (foto: reprodução/Hassan Ammar/Arquivo/AP Photo)
Ismail Haniyeh, um dos principais nomes do grupo terrorista Hamas, foi morto na madrugada desta quarta-feira durante uma visita a Teerã, Irã, para a posse do novo presidente iraniano, conforme confirmou o Hamas em um comunicado.
Afirmação de Israel
O porta-voz do governo israelense declarou que não fará comentários sobre a morte de Haniyeh, mas mencionou que Israel está em alerta máximo para possíveis retaliações do Irã. O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, afirmou que “Israel não quer guerra, mas está preparado para todas as eventualidades”.
Em relação às ameaças do governo iraniano, Gallant afirmou que Israel está pronto e que responderá com um “preço alto” a qualquer ataque.
Tensão entre os dois países
Israel e Irã têm experimentado uma escalada nas tensões nos últimos meses. Israel tem enfrentado batalhas contra grupos armados aliados ao Irã, como Hamas, Hezbollah e a Guarda Revolucionária Iraniana. Em abril, o Irã lançou mais de 300 mísseis e drones em direção ao território israelense em retaliação ao assassinato de um comandante da Guarda na embaixada iraniana na Síria por forças israelenses.
O comandante da Força Aérea de Israel, major-general Tomer Bar, afirmou que dezenas de aeronaves, tripuladas e não tripuladas, estão “prontas e preparadas em questão de minutos para qualquer cenário, em qualquer frente”. Bar ainda afirmou que Israel agirá contra qualquer um que planeje provocar danos aos cidadãos de Israel, indicando ainda que não há lugar longe demais para ser atingido.
Recentemente, o exército israelense realizou novos ataques na Faixa de Gaza, inclusive em uma escola que, segundo estes, estava sendo utilizada por terroristas, justificando as 41 pessoas mortas no local, e os mais de 100 feridos, que foram socorridos pelas equipes de emergência.
This is the moment Israel reduced the girls school Deir al-Balah to rubble. The school was offering shelter to over 1000 innocent displaced Palestinians, mostly women and children.
Momento em que a escola Deir al-Balah é bombardeada por Israel (Vídeo: reprodução/X/@BeckettUnite)
Segundo o Ministério da Saúde do Hamas, a escola Deir al-Balah, na região central da Faixa de Gaza, abrigava civis que se moveram por conta da guerra, inclusive crianças e adolescentes. Já os militares israelenses dizem que o local era usado por terroristas; um grupo do Hamas estaria se escondendo ali, e mantinham armas e munição.
Demais ataques de Israel
Outros locais foram atacados pelo exército israelense, como Khan Younis, onde, segundo o Hamas, 14 pessoas faleceram. Após alguns foguetes terem sido lançados a partir de certos pontos do bairro, considerados como seguros, uma ordem de retirada foi proferida pelos militares.
Israel’s latest attack on the al-Mawasi camp in Khan Younis has left children found “in pieces”.
Israeli airstrikes hit Palestinians in tents, killing at least 90 and wounding 300 others, despite the area being declared a “safe zone.” pic.twitter.com/QtoNzikv6Q
O ataque de Israel em Khan Younis (Vídeo: reprodução/X/@ajplus)
Nos últimos três dias, as autoridades de Khan Younis reportaram mais de 400 feridos, e pelo menos 129 mortos. O números se dão devido os “ataques surpresa” israelenses que.
A região, definida como segura por esse mesmo exército, voltou a ser atacada inúmeras vezes. Ainda segundo o gabinete de imprensa de Gaza, mais de 40 pessoas estão desaparecidas desde que os ataques recomeçaram, e cerca de 1.350 chamadas de socorro foram efetuadas por famílias que ficaram presas no leste de Khan Younis.
Segundo o povo que tentou sair de Khan Younis após o alerta de evacuação, a cena das pessoas correndo, desesperadamente, a fim de tentar salvar suas vidas, era como o dia do julgamento.
Investigação de Israel
Um campo de futebol foi atingido nas Colinas de Golã, área da Síria anexada por Israel, deixando mais de 20 feridos, e ao menos 10 mortos. O ataque está sendo averiguado por Israel.
O ataque foi condenado pelo Líbano, de onde vieram os foguetes. O grupo terrorista libanês, Hezbollah, aliado do Hamas, foi culpabilizado pelo bombardeio. Por mais que tenham negado, Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro, relatou que o grupo pagará um alto preço pelo ataque.
Uma nova discussão ocorrerá neste domingo (28), com representantes do Catar, Egito e Estados Unidos. A reunião ocorrerá na Itália, a fim de que Hamas e Israel aceitem a proposta de cessar-fogo, que foi pedido pelo governo do Reino Unido.
Segundo o Ministério da Saúde do governo do Hamas, Israel realizou, nessa segunda-feira (22), bombardeios em Khan Younis, no Sul de Gaza, depois de ordenar que a população abandonasse a área. Pelo menos 70 pessoas foram mortas.
Bombardeios em Gaza (Foto: reprodução/SAID KHATIB/Getty Images Embed)
O atentado aconteceu quando Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro israelense se dirigia a Washington, onde fará um discurso no Congresso nesta quarta-feira (24).
A desistência de Biden da presidência
No último domingo (21), o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou que não buscará a reeleição, afirmando que essa decisão é “do melhor interesse do meu partido e do país”. Ele declarou ainda seu apoio à vice-presidente Kamala Harris como sua substituta na corrida presidencial. A decisão, tomada a quatro meses das eleições, altera significativamente a dinâmica da disputa pela Casa Branca.
O presidente israelense caracterizou sua partida de Israel como uma “viagem muito importante” em meio a uma “grande incerteza política“, decorrente da decisão do presidente Joe Biden de não se candidatar à reeleição. A guerra afetou as relações entre Israel e os EUA, seu principal aliado. Os dois líderes deverão se reunir na quinta-feira (25), segundo uma autoridade americana.
Joe Biden (Foto: reprodução/Mario Tama/Getty Images Embed)
Segundo Biden, o objetivo é encontrar uma solução para acabar com a guerra de Gaza, alcançar a paz no Oriente Médio e trazer todos os reféns israelenses de volta para casa.
Netanyahu também se encontrará com Kamala Harris, apoiada por Biden como candidata democrata às próximas eleições, embora ela não participe da cerimônia que Netanyahu receberá no Congresso.
Os EUA sobre a guerra
No cenário internacional, os Estados Unidos expressaram descontentamento com a reação de Israel à incursão fatal de 7 de outubro por militantes do Hamas no sul do país. Washington destaca a necessidade de proteger os civis e permitir o acesso de ajuda humanitária à Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas desde 2007. Segundo Steven Cook, especialista em Oriente Médio do Conselho de Relações Exteriores dos EUA, as relações bilaterais nunca estiveram tão tensas.
Nesta segunda-feira (15), Israel voltou a atacar a Faixa de Gaza, pelo sul e pelo centro. Moradores de Rafah relataram que as forças israelenses explodiram várias casas.
A mesma guerra de narrativas para justificar o injustificável
Os bombardeiros aéreos e de tanques foram intensificados pelos militares. Os históricos campos de refugiados de Al-Bureji e Al-Maghazi foram os principais alvos. Cinco palestinos foram mortos em um ataque aéreo israelense em uma casa no campo de Maghazi, de acordo com as autoridades de saúde.
Por outro lado, os militares israelenses disseram que dezenas de alvos militares palestinos foram atingidos pelas forças aéreas, acertando vários homens armados em Rafah e no centro de Gaza. Houve, inclusive, combate corpo a corpo.
Rafah em mais um dia de conflito (Foto: reprodução/Eyad Baba/AFP/Getty Images embed)
Uma ramificação do grupo militante da Jihad Islâmica, brigada Al-Quds, teria feito um comunicado de que seus combatentes estavam envolvidos em batalhas ferozes no campo de Yabna, em Rafah.
A Zona Segura não era segura
Centenas de milhares de palestinos fugiram para Mawasi, periferia de Khan Yunis, após Israel declarar um local seguro. Essa zona populosa, próxima da costa do Mediterrâneo, transformou-se em um terreno baldio carbonizado, com muitos carros queimados e corpos mutilados, após os ataques do fim de semana.
Israel justificou que o ataque visava dois altos dirigentes do Hamas: Mohamed Deif, seu chefe militar, e Rafa Salama, comandante do grupo em Khan Yunis. Esses foram apresentados como “os dois cérebros do massacre de 7 de outubro”, que desencadeou a guerra.
O Exército anunciou que Salama morreu no bombardeiro. Um alto comandante do Hamas afirmou que Deif está vivo.
Houve fortes ataques na cidade de Gaza pelo quarto dia seguido. Milhares de palestinos saíram do bairro de Shujaiya, que foi mais impactado após as declarações de Israel sobre o Hamas. As negociações intermitentes por um cessar-fogo em Gaza e um acordo de libertação de reféns não avançaram muito até o momento. No sábado, o Hamas afirmou que não havia “novidades” no plano apresentado pelos mediadores americanos.
Nas últimas 24 horas, as forças terrestres e aéreas israelenses realizaram alguns ataques contra complexos usados por militantes, resultando na eliminação de vários terroristas. Além disso, confrontos foram registrados na região central de Gaza e na área sul de Rafah. Essa ação ocorre na semana seguinte após o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmar que a fase mais devastadora do conflito estava se encerrando.
Imagens da cidade destruída pelo confronto (Photo by -/AFP via Getty Images)
A Organização das Nações Unidas (ONU) calcula que entre 60 e 80 mil pessoas foram evacuadas do local dos bombardeios. Para aqueles que ficam, a vida se torna um verdadeiro inferno na Terra. Os moradores afirmaram que estavam presos, pois é inviável sair do local sob ataque.
“Não sabemos para onde ir”, relatou Siham al-Shawa.
O primeiro ministro fez a seguinte declaração: “forças israelenses estão operando em Rafah, Shujaiya, em toda a Faixa de Gaza”. De acordo com um comunicado do gabinete do primeiro ministro, “dezenas de terroristas estão sendo eliminados todos os dias.”
Destruição total
No dia 7 de outubro, no sul de Israel, houve os primeiros ataques na cidade, ocasionando na morte de 1.195 pessoas, a maioria deles civis, segundo a AFP
O troco de Israel matou no mínimo 37.877 pessoas e também, na maioria deles, civis. Esses dados foram publicados pelo Ministério de Saúde, controlado por Hamas e seus exércitos.
Em Rafah, cidade situada na sua maior parte ao sul da Faixa de Gaza, exércitos israelenses fizeram uma intervenção terrestre nos primeiros dias de maio, ocasionando o fechamento do local.
Tanque de guerra na Faixa de Gaza (Photo by JACK GUEZ/AFP via Getty Images)
Diversas agências de ajuda humanitária demostraram sua preocupação sobre a ameaça de fome que esse conflito trouxe para 2,4 milhões de habitantes em Gaza.
“Não há água lá, não há saneamento, não há comida. E agora, as pessoas estão vivendo de volta nesses edifícios que são como conchas vazias”, disse Louise Wateridge, da UNRWA, agência da ONU.
“Genocídio em Gaza”
Osama Hamdan, um representante do Hamas no Líbano, confirmou que o movimento islâmico recebeu a proposta mais recente, porém afirmou que ela não trouxe “avanços significativos”. Ele criticou as ofertas como “inúteis” e sugeriu que visavam apenas conceder a Israel “tempo extra para continuar praticando seu genocídio”. Segundo o Hamas, Israel recusou diversos pedidos de cessar-fogo e a retirada dos exércitos em Gaza.
Nesta segunda-feira (24), dois ataques aéreos israelenses mataram cerca de 11 palestinos em Gaza. Os ataques ocorreram em Rafah, no sul do enclave. Os palestinos que foram mortos esperavam por suprimentos de ajuda, segundo os médicos.
Os bombardeios atingiram locais onde a população palestina buscava itens de auxílio. Um dos ataques atingiu um ponto de distribuição de alimentos na cidade de Gaza, perto do histórico campo de refugiados de Shati, matando três pessoas. O outro ataque aconteceu perto da cidade de Bani Suhaila, no sul da Faixa de Gaza, onde oito pessoas morreram, incluindo guardas que acompanhavam os caminhões de assistência.
Palestinos deslocados buscaram refúgio seguro em Khan Younis, distrito de al-Mawasi, a oeste de Rafah, ao sul de Gaza em 22 de junho de 2024 (Foto: Reprodução/ Ahmad Salem/Getty Images Embed)
O que dizem as autoridades de Israel
Israel não comentou sobre os bombardeios e negou ataques contra iniciativas de ajuda humanitária, sugerindo que os militares causam danos aos civis ao operarem entre eles.
Quanto ao ataque aéreo em uma clínica médica na cidade de Gaza que resultou na morte do diretor do Departamento de Ambulâncias e Emergências de Gaza, o comunicado oficial afirmou que o exército israelense visava Mohammad Salah, responsável, segundo eles, pelo desenvolvimento de armamentos do Hamas.
É importante destacar que muitos profissionais de saúde foram mortos durante o conflito. O número de profissionais médicos mortos por disparos israelenses desde o início dos combates em 7 de outubro atingiu 500, incluindo o assassinato de Hani al-Jaafarawi, segundo o Ministério da Saúde.
Tanques israelenses avançam em Rafah
Em Rafah, cidade palestina situada no sul da Faixa de Gaza, o exército israelense já domina as partes leste, sul e central da cidade e continua sua incursão nas áreas oeste e norte. O relato é dos residentes que descrevem combates intensos na região.
Trégua na guerra Israel x Palestina
Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, afirmou que continua comprometido com um acordo de cessar-fogo e um acordo de reféns proposto pelo presidente dos Estados Unidos em maio deste ano.
“Estamos comprometidos com a proposta israelense que o Presidente Biden acolheu. Nossa posição não mudou. Em segundo lugar, o que não contradiz o primeiro, não vamos encerrar a guerra até eliminar o Hamas”, disse Netanyahu.
A guerra entre Israel e Palestina se arrasta há oito meses sem perspectiva de acordo de paz. Apesar das mediações internacionais, um acordo de trégua ainda parece distante. Para o Hamas, o acordo de paz deve pôr fim à guerra, enquanto Israel concorda apenas com pausas no confronto até erradicar o grupo terrorista palestino.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, dispensou o gabinete de guerra após a renúncia do cargo do ex-general centrista, Benny Gantz. O ex-general, que era considerado o menos radical do gabinete, acusou o Netanyahu de não possuir uma estratégia de guerra eficaz, que suas motivações estão inclinadas a posições pessoais e não para os interesses do país.
Segundo o “New York Times”, o cancelamento do gabinete já era esperado desde a saída de Gantz do governo, divulgado no domingo (9). Espera-se, agora, que o primeiro-ministro mantenha suas consultas sobre a guerra com um grupo de ministros, que inclui o ministro da Defesa, Yoav Gallant, e o ministro dos Assuntos Estratégicos, Ron Dermer, que também fazia parte do gabinete de guerra.
Benjamin Netanyahu em seu gabinete no dia 19 de abril (Foto: reprodução/Instagram/@b.netanyahu)
Exigências dos aliados
Alguns aliados nacionalistas-religiosos, como o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, e o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, estavam pressionando Netanyahu para serem incluídos no gabinete de guerra. Esta ação teria intensificado as tensões com parceiros internacionais, o que inclui os Estados Unidos.
Ben-Gvir, o ministro mais radical do governo de Benjamin Netanyahu e líder de um partido da extrema direita, ameaçou deixar o governo caso o primeiro-ministro não invadisse Rafah no início do ano. Netanyahu apenas conseguiu formar governo com a ajuda de Ben-Gvir, que é um grande defensor das incursões e bombardeios na Faixa de Gaza.
Imagem do ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir (Foto: reprodução/Instagram/@islami.soylemm)
Renúncia de Gantz
Benny Gantz, rival político de Netanyahu, ingressou ao governo como uma demonstração de unidade em decorrente ao ataque do Hamas, que ocorreu no dia 7 de outubro de 2023, no Sul de Israel. Ele renunciou o seu cargo no início deste mês, após pontuar a sua frustração com a forma como Netanyahu estava lidando com a guerra.
Os críticos denunciam que a tomada de decisões do primeiro-ministro durante a guerra, teve grande influência dos ultranacionalistas do governo que se opõem a um acordo de cessar-fogo em troca da libertação dos reféns. Apenas manifestaram apoio à “migração voluntária” de palestinos da Faixa de Gaza e à reocupação do território.