O funeral de Ismail Haniyeh, chefe do grupo Hamas, ocorreu nesta quinta-feira (01) em Teerã, Irã, com manifestações e promessas de retaliação contra Israel.
Haniyeh, principal líder do Hamas, foi morto em um ataque aéreo na quarta-feira (31) na capital iraniana, onde estava para a posse do novo presidente do Irã. O vice-presidente brasileiro, Geraldo Alckmin, também esteve presente na cerimônia.
Uma grande multidão acompanhou o cortejo fúnebre de Ismael e seu guarda-costas, que também morreu no ataque. Portando bandeiras do Irã, da Palestina e fotos de Haniyeh, milhares de pessoas pediram vingança durante o funeral (veja vídeo abaixo). Tanto o Irã quanto o Hamas, além de diversos países do Oriente Médio, culpam Israel, que não se pronunciou oficialmente. “Perseguiremos Israel até arrancá-lo da terra da Palestina”, disse o ministro das Relações Exteriores do Hamas, Khalil Al Hayya, que participou da cerimônia.
O funeral teve início na Universidade de Teerã, onde o líder supremo do Irã, Aiatolá Ali Khamenei, realizou orações sobre o caixão de Ismael Haniyeh. O novo presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, também prometeu vingança.
O Irã decretou três dias de luto oficial pela morte de Haniyeh e informou que o funeral será um evento “aberto e público”. O espaço aéreo na região da cerimônia será fechado por cerca de seis horas.
“Ontem, levantei sua mão vitoriosa, e hoje, tenho que enterrá-lo em meus ombros. O vínculo entre as duas nações orgulhosas do Irã e da Palestina será mais forte do que antes”, declarou Pezeshkian, vencedor das eleições em julho.
A televisão iraniana transmitiu a procissão dos caixões em um caminhão até a praça, também em Teerã. Após o funeral, os restos mortais serão transferidos para Doha, no Catar, onde o chefe do Hamas residia e será enterrado na sexta-feira (02).
Também nesta quinta-feira, Israel anunciou a morte de Mohamed Deif, chefe do braço militar do Hamas. Deif liderava a brigada Al-Qassam e foi um dos responsáveis pela invasão a Israel em sete de outubro de 2023.
No entanto, Israel não assumiu a autoria da morte de Ismail. Na quarta-feira, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou apenas que seu país deu “golpes esmagadores” em aliados do Irã, sem mencionar diretamente o chefe do Hamas.
Mesmo sem a confirmação israelense, o líder supremo do Irã, Aiatolá Ali Khamenei, prometeu “punição severa” a Israel. O novo presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, criticou a ação dentro do país, afirmando que o Irã “defenderá sua integridade territorial” e que “Israel se arrependerá pelo assassinato covarde”.
Khamenei ordenou um ataque direto a Israel durante uma reunião de emergência do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã na manhã de quarta, logo após o anúncio da morte de Haniyeh, segundo três autoridades iranianas anônimas ouvidas pelo New York Times, incluindo dois membros da Guarda Revolucionária Iraniana.
Netanyahu declarou em pronunciamento na TV israelense que Israel cobrará um preço alto por qualquer agressão.
Ismail Haniyeh, um dos principais nomes do grupo terrorista Hamas, foi morto na madrugada desta quarta-feira durante uma visita a Teerã, Irã, para a posse do novo presidente iraniano, conforme confirmou o Hamas em um comunicado.
Afirmação de Israel
O porta-voz do governo israelense declarou que não fará comentários sobre a morte de Haniyeh, mas mencionou que Israel está em alerta máximo para possíveis retaliações do Irã. O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, afirmou que “Israel não quer guerra, mas está preparado para todas as eventualidades”.
Em relação às ameaças do governo iraniano, Gallant afirmou que Israel está pronto e que responderá com um “preço alto” a qualquer ataque.
Tensão entre os dois países
Israel e Irã têm experimentado uma escalada nas tensões nos últimos meses. Israel tem enfrentado batalhas contra grupos armados aliados ao Irã, como Hamas, Hezbollah e a Guarda Revolucionária Iraniana. Em abril, o Irã lançou mais de 300 mísseis e drones em direção ao território israelense em retaliação ao assassinato de um comandante da Guarda na embaixada iraniana na Síria por forças israelenses.
O comandante da Força Aérea de Israel, major-general Tomer Bar, afirmou que dezenas de aeronaves, tripuladas e não tripuladas, estão “prontas e preparadas em questão de minutos para qualquer cenário, em qualquer frente”. Bar ainda afirmou que Israel agirá contra qualquer um que planeje provocar danos aos cidadãos de Israel, indicando ainda que não há lugar longe demais para ser atingido.